A volta das HQs: cresce o mercado consumidor de quadrinhos por influência das adaptações
Por Elizabeth Muniz e William Souza
‘Vingadores: Ultimato‘ e ‘Pantera Negra‘ são algumas das maiores bilheterias do cinema. ‘Umbrella Academy‘ e ‘Naruto‘ bombam nos streamings e são febres entre os fãs de séries e animes. O que todos eles têm em comum?
Quem assiste as suas produções favoritas, independente da tela, baseadas em personagens da ficção como super-heróis, ninjas, bruxos, magos e cavaleiros, muitas vezes, nem se lembra de que elas nasceram de rabiscos em páginas vendidas como revistas. A onda de sucessos das adaptações cinematográficas e televisivas de comics (histórias em quadrinhos, em inglês) vem aumentando a popularização deste gênero através dos anos, revitalizando-o. É natural que a venda e o consumo desses produtos acompanhem essa tendência.
A ascensão da cultura geek no Brasil fez com que o interesse do consumidor por HQs e mangás (quadrinhos japoneses) aumentasse. Como resultado, a quantidade de eventos locais voltados para esse gênero “nerd” se multiplicou; e a amplitude das mídias sociais, favoreceu a visibilidade deste tipo de conteúdo.
Em razão disso, uma pesquisa feita pelo site Istoédinheiro.com conversou com Pierre Mantovani, CEO da Omelete Company, organizadora da CCXP (Comic Con Experience), maior feira geek do mundo, e constatou que o potencial de consumo de artigos geek tem uma referência de memória afetiva. Antigamente o mercado desses artigos era muito pequeno, mas hoje o cenário é totalmente diferente, muitas pessoas consomem esse tipo de material, seja em forma de livros, seja em formato de outros artigos de uso pessoal, como bottons, camisetas, chinelos, souvenir e objetos de decoração.
Segundo Mantovani, durante uma feira realizada em São Paulo, a cultura geek chegou a atrair em 2019, cerca de 280 mil pessoas, mais que o dobro da Comic Con original realizada em San Diego, Estados Unidos, que obteve um público de 135 mil pessoas no mesmo período.
Mas afinal, como é o perfil dos geeks? A O&CO Inteligência com a colaboração da Mindminers, plataforma de levantamentos de dados de marketing e e-commerce, detalhou essas características com a pesquisa Geek Power 2020. O levantamento apurou as seguintes informações das pessoas que estavam esperando as novas temporadas desse tipo de conteúdo lançadas em 2020, como “Mulher Maravilha 2 e Viúva Negra”.
É fato que o público que consome produtos geek vem crescendo. O mundo dos HQs, mangás e quadrinhos não caiu em desuso, apesar da diminuição de lojas físicas que vendem esse tipo de material, em especial as novas edições que são lançadas no mercado de artigos de leituras impressas.
No Acre não é diferente. Lojistas da região têm se esforçado para aproximar os leitores de suas obras favoritas, ganhando mais visibilidade e despertando o interesse dos jovens acreanos por quadrinhos, visando a acessibilidade dos colecionadores fanáticos. “Acredito que os últimos lançamentos, principalmente de super-heróis e ficção científica, fizeram com que a venda de HQs e mangás aumentasse. Um exemplo recente disso foi a reposição de ‘The Boys‘, que era muito pequena e, após o sucesso da série, toda semana aparece alguém querendo comprar”, diz Francisco Ferreira, mais conhecido como Tio Rex, proprietário da loja de quadrinhos Coleções do Rex, atualmente localizado na Travessa Irineu Serra, Aviário.
Ele ressalta que, por influência das mídias e do boca-boca, o público está criando um interesse maior pelos quadrinhos, e que as pessoas vêm lendo mais. Sendo assim, não dá para negar que o que aconteceu nos últimos anos teve impacto direto no mercado de quadrinhos.
O vice-presidente da Associação de Nerds do Acre (Anac), Eduardo Madeira, afirma que com a internet e a ascensão dos streamings, o consumo do gênero se tornou natural. “Essa aproximação de conteúdos ajudou o crescimento e popularização das HQs e mangás nas gerações mais novas, deixando de ser apenas um nicho e se tornando algo cada vez mais generalizado”, analisa.
A tendência é mais forte para aqueles que tiveram uma infância marcada pelos gibis. Geralmente, os jovens, como o estudante Gabriel Matheus, de 23 anos, iniciam a leitura ainda pequenos, com as histórias de Maurício de Souza. “Comecei pela Turma da Mônica quando tinha uns seis anos de idade. Meus pais já consumiam e minha mãe sempre me incentivou a ler porque dizia que os gibis eram um estímulo para a leitura. Eu comprava, mas era meio descartável, não tinha o colecionismo. Tenho o privilégio de ter tido condições em casa e poder ler o que queria”, disse Gabriel, que, com o tempo, parou de ler gibis e migrou para as sagas populares da literatura, como ‘Harry Potter‘.
Depois de um hiato sem ler muitas HQs, o estudante voltou ao hábito com a compra de ‘One Piece‘, mangá de Eiichiro Oda, que vem sendo publicado desde 1997 e já ultrapassa os 100 volumes. “Hoje, já tenho quase 80. É grande, mas o que me motiva a continuar é a magnífica narrativa da obra”, explica Gabriel.
“Uma vez me despertou a vontade de ler HQs da Marvel ou da DC. Até cheguei a procurar no Google: ‘Como começar a ler quadrinhos’. É meio complicado por conta da cronologia e das ramificações; não é uma mídia tão acessível”, finaliza o estudante. Para ele, a falta de organização e atrasos de lançamentos no Brasil são alguns dos problemas no mercado de quadrinhos nacional.
Já a estudante Ana Louise, de 13 anos, pertencente à geração Z, conta que se tornou fã do mundo geek influenciada pela crescente onda dos K-pops, que a fez se interessar pela leitura e a busca incessante por mangás e HQs com conteúdo asiático. Em sua visão, o acesso a esse tipo de conteúdo no Acre, em específico em Rio Branco, é limitado, o que a fez recorrer às lojas de revistas digitais, que dispõem uma extensa gama de gibis, HQs e mangás.
Quanto ao Centro de Rio Branco, um dos principais locais de passagem do público jovem acreano, há poucas lojas físicas que vendem revistas impressas de conteúdo geek. A livraria Paim e a banca de revistas localizada em frente à Prefeitura são exemplos de estabelecimentos que resistem ao tempo e à concorrência avassaladora da tecnologia.
Outra banca em que produtos do universo geek são comercializados no Centro de Rio Branco pertence a Antônio Augusto de Melo, mais conhecido como Seu Pelé.
Ele é proprietário da banca de revista que leva seu apelido há mais de 50 anos, na praça do Palácio Rio Branco. O comerciante ressalta que, apesar da concorrência com as mídias tecnológicas, as pessoas ainda se interessam por procurar os materiais do mundo geek em forma física, em especial os colecionadores que buscam encontrar exemplares antigos para compor suas coleções.
Ele frisa ainda que, mesmo com a invenção tecnológica, que coloca tudo ao alcance das pessoas em um aparelho de celular, o gosto e o prazer de fazer uma leitura em um livro impresso jamais morrerão. Na banca há inúmeros exemplares de obras de artistas como Daniel Cabral, que é chargista e cartunista acreano, que vende seus trabalhos tanto escritores nacionais quanto internacionais.
Há material para todos os gostos e públicos que ainda sentem prazer em viajar no fantástico mundo da leitura através do livro impresso. A banca do seu Pelé é um verdadeiro arsenal de livros, revistas, discos, mangás, gibis e HQs antigas, além das histórias que ele leu e viveu durante esse período em que vendeu produtos do fantástico mundo da literatura.
Estudantes de Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac) se reuniram com os representantes dos quatro candidatos à prefeitura de Rio Branco, nesta quinta-feira, 15, para o alinhamento das regras do primeiro debate eleitoral promovido pelo curso, que acontece no dia 20 de setembro, com transmissão ao vivo pelo canal ‘Laboratório Jornalismo Ufac’, a partir das 20h.
Estiveram presentes todos os representantes dos candidatos pela disputa à prefeitura da capital acreana. Os assessores Gustavo Franco, Andréia Oliveira Forneck, Lailla Cândido e Ton Lindoso representam, respectivamente, Jenilson Leite (PSB), Marcus Alexandre (MDB), Emerson Jarude (Novo) e Tião Bocalom (PL).
Com mediação do professor da disciplina de Telejornalismo, Paulo Santiago, na reunião foram apresentadas as regras gerais, instruções e formato para a execução do debate político. Ao final, os representantes assinaram o documento de aceite às regras e a ata da reunião.
Além da presença de Santiago, o momento também contou com o coordenador do curso de Jornalismo da Ufac, professor Luan Santos, e as estudantes Tácila Matos e Maria de Fátima Brito, que compõem a coordenação geral do debate eleitoral organizado pelos acadêmicos.
“Os estudantes são fundamentais nesse processo, porque aqui na Ufac eu acho que deve ter em torno de 10 mil estudantes, então vocês propiciarem um ambiente onde os estudantes vão poder conhecer as propostas dos candidatos é fundamental. Quero parabenizar o curso de Jornalismo pela iniciativa de realizar um debate dessa grandiosidade”, pontua a representante de Marcus Alexandre, Andréia Oliveira.
O responsável pela campanha de Tião Bocalom, Ton Lindoso, destaca que numa sociedade democrática, é essencial que todos os candidatos possam participar de etapas importantes como essa. “O debate é uma espécie de vitrine, onde cada candidato é apreciado. Apresenta suas propostas, se mostra para a sociedade, e a população, como um todo, tem a oportunidade de saber mais sobre as propostas”, ressalta Lindoso.
Para Lailla Cândido, representante de Emerson Jarude, o evento, além de colaborar com a formação dos acadêmicos de Jornalismo, será um espaço democrático para os candidatos apresentarem as suas plataformas de governo à academia e à sociedade. “Os estudantes são muito importantes dentro de uma eleição. São pessoas que estão no nosso futuro. A educação é a base da nossa sociedade”, disse Cândido.
O representante político e de comunicação de Jenilson Leite, Gustavo Franco, acredita que o poder dos jovens na política é muito decisivo em uma votação. “A gente costuma falar em nossas reuniões que os jovens têm um papel fundamental, inclusive, dentro de suas próprias residências e suas próprias famílias. […] Acho que todos têm que conhecer as propostas para poder escolher melhor os seus candidatos”, conclui Franco.
A Universidade Federal do Acre (UFAC), através do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), divulgou na tarde desta quinta-feira (25), o edital nº01/2024, para a seleção de bolsas de monitoria, referentes ao semestre letivo 2024.1
Ao todo, são 22 bolsas disponíveis no valor de R$700 mensais pagos aos alunos que foram selecionados, e outras sete voluntarias, para os cursos de Ciências Sociais, Comunicação Social, Filosofia, Bacharelado em Geografia, Licenciatura em Geografia, Bacharelado em História, Licenciatura em História (matutino e noturno), Psicologia.
É importante ressaltar que não possível fazer o acumulo de duas ou mais bolsas de monitoria de maneira remunerada, sendo possível ainda conciliar em caso de disponibilidade voluntária do aluno.
As bolsas serão referentes aos meses de agosto à novembro de 2024, sendo necessário para a inscrição, preencher a ficha, presente no edital, assim como apresentação de Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoa Física (CPF), ou documentos equivalentes, comprovante de matrícula do semestre vigente e o histórico escolar com o coeficiente de rendimento geral.
Os documentos devem ser encaminhados ao e-mail cfch@ufac.br entre o período de 25 a 28 de julho, com o assunto do envio sendo “Inscrição para Bolsa de Monitoria”, assim como nome do aluno, número de matricula e disciplina que deseja pleitear uma vaga de monitoria, junto aos documentos anexados em arquivo único, no formato PDF. É importante lembrar que se faz necessário ter concluído a disciplina que deseja ser monitor.
Os resultados preliminares deverão ser publicados em primeiro de agosto, com a lista final sendo disponibilizada no dia cinco do mesmo mês.
Para maiores informações acerca do processo seletivo, basta acessar o edital abaixo:
Uma das maiores preocupações dos estudantes dos cursos noturnos é o deslocamento por transporte público.
Por Akenes Mesquita e Felipe Nascimento
Estudantes enfrentam desafios significativos ao utilizar o transporte público para se deslocarem até suas residências durante o período noturno. A falta de infraestrutura adequada e os problemas de segurança são algumas das principais preocupações enfrentadas pelos estudantes que frequentam a Universidade Federal do Acre (Ufac).
Ônibus superlotados, atrasos frequentes e rotas limitadas são apenas algumas das questões enfrentadas diariamente pelos universitários. Além disso, a falta de iluminação adequada nos pontos de ônibus e nas vias públicas aumenta o sentimento de insegurança durante o trajeto para casa.
O aluno do curso de Ciências Econômicas, Abimael de Souza Melo, considera a situação inadmissível em um país onde os cidadãos pagam altos impostos e deveriam contar com este serviço público mais eficiente e acessível para todos. Ele relata as dificuldades enfrentadas ao utilizar o transporte público:“O último ônibus passa às 21h40, enquanto minhas aulas só terminam às 22h, o que gera um conflito de horários. Além disso, há um intervalo significativo entre os ônibus, por exemplo, um passa às 20h e o próximo só às 21h40, o que torna a espera prolongada”.
Segurança em risco
Outra preocupação significativa é a segurança. O aumento da criminalidade na cidade, especialmente durante a noite, torna o deslocamento dos estudantes uma experiência estressante e arriscada. Relatos de assaltos em pontos de ônibus e dentro dos próprios coletivos são frequentes, gerando um clima de insegurança na comunidade acadêmica.
Fábio Alves, estudante de Economia, já foi assaltado no trajeto e fala sobre o sentimento de insegurança ao voltar para casa após um dia cansativo de trabalho e aula.
“Moro no bairro Nova Esperança e há dois ônibus que fazem essa linha: Fundhacre e o Rodoviária. Como meu curso termina às 22h, eu tenho que optar por um dos dois. Houve vezes em que optando pelo o Fundhacre, eu perdia o Rodoviária e o Fundhacre nem aparecia no terminalzinho”, lamenta ele, que já precisou recorrer a carros de aplicativo e ouviu relatos de roubos a outros estudantes.
Impacto no desempenho acadêmico
Os desafios não se limitam apenas ao aspecto físico e emocional, mas também têm um impacto direto no desempenho acadêmico. O estresse e a ansiedade causados pelos problemas de transporte e segurança podem prejudicar a concentração em sala de aula e comprometer o rendimento escolar.
A presidente do Diretório Central dos Estudantes da Ufac (Dce), Ingrid Maia, reconheceu que desde janeiro de 2024 estão recebendo algumas reclamações, principalmente em relação ao atraso dos ônibus, à falta de acesso dos veículos na Ufac e à qualidade dos mesmos.
“Encaminhamos denúncia à RBTRANS para que seja instaurada uma investigação e garantir que tais irregularidades não se repitam. Quanto à mudança de rotas, vamos levantar essas e outras pautas no Conselho de Transportes e Tarifas.”
Ela também diz ter cobrado da administração uma maior efetividade nas rondas ostensivas e o retorno do diálogo com as instituições de segurança pública.”
Diante desses desafios, os estudantes clamam por soluções eficazes por parte das autoridades responsáveis. Medidas como aumento da frota, melhoria na infraestrutura dos pontos de ônibus e aumento da presença policial nas rotas de transporte público são algumas das demandas urgentes da comunidade acadêmica.