História do curso é marcada pelo empenho, carinho e dedicação dos professores e alunos
Por Pâmela Celina e Marcus V. Almeida
O curso de Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac) comemora 20 anos em 2021. A pandemia modificou a maneira de se festejar datas especiais, mas relembrar a história e a trajetória do curso é essencial para conhecer as conquistas que ele alcançou. Os laboratórios, equipamentos, premiações e eventos são somente alguns dos elementos que fazem parte da rotina dos estudantes de comunicação da Ufac.
A ideia de criar e trazer o curso para a instituição foi do professor Jacó Piccoli. Fundado em 2001, ele foi o primeiro curso do Acre voltado para a área de Comunicação. Em 2013, foi iniciada a reformulação do curso, na qual o nome e a grade curricular são mudados. O curso deixa de ser Bacharelado em Comunicação Social e passa a se chamar Bacharelado em Jornalismo. Em 2015, ingressa a primeira turma da nova grade.
A professora mais antiga do curso, Juliana Lofêgo, tem muita história para relembrar. “Realmente eu fui a primeira professora contratada do curso, só que ele começou em 2001 e eu só fui contratada em 2002”. Lofêgo conta que outra professora também foi contratada no mesmo concurso, a Mara Vidal, mas ela retornou para sua terra natal.
A vivência da professora no curso acompanha todas as transformações e evoluções que ele passou. O upgrade dos laboratórios, como a professora chama, é um exemplo de conquista por parte dos alunos, que se manifestaram ao bater panelas na reitoria. Os resultados da manifestação foram a instalação dos atuais laboratórios e a compra de equipamentos melhores, já que os antigos não eram bons.
Com o tempo, Lofêgo se tornou a primeira coordenadora e também viu novos professores sendo contratados, já que no começo eram de outras áreas. “Era eu e mais uma professora, os outros professores eram de Letras e Ciências Sociais e eu fui a segunda coordenadora. Era eu com o secretário numa sala que só tinha um computador e com tudo para fazer. Eu vi os professores chegando, mas no começo eu ficava muito isolada”, relembra a professora.
O curso foi criado do zero e contou com passagens de diversos professores, principalmente da área de Ciências Sociais, que não tinham interesse em permanecer no curso. “Teve muita reclamação de alunos, porque o curso deixava a desejar, os professores não eram adequados à área, faltava livros, faltava equipamentos, essas coisas todas. Então, os primeiros anos foram difíceis, mas a gente ainda sabe que precisa de muita coisa pra melhorar”, conta Lofêgo.
Passadas duas décadas, Lofêgo vê que o curso é estruturado e possui diversas conquistas e prêmios ganhos em congressos de comunicação. Além das premiações, alguns alunos também demonstram interesse em seguir carreira acadêmica. “Todos os alunos que saíram para um mestrado voltam e falam do reconhecimento que eles têm dos professores e dos colegas porque eles fizeram leituras importantes e necessárias”.
A professora enfatiza que além de preparar os alunos para o mercado de trabalho, os professores buscam também auxiliar no desenvolvimento do pensamento crítico. Saberem olhar as coisas e identificarem o tipo de produto. Entenderem que os processos de comunicação estão além dos meios, como eles são pensados e o tipo de poder que atravessam eles. Os alunos aprendem a refletir sobre como eles mesmos estão fazendo as coisas.
O perfil de aluno que ingressa no curso também mudou. Lofêgo descreve que hoje os novos ingressantes têm interesse genuíno no Jornalismo. “Hoje em dia os alunos têm mais foco do que é o jornalismo, do que eles querem. Antes vinham muitos só porque era a noite ou queriam fazer outras coisas, acho que isso mudou com relação aos alunos. Os alunos têm chegado mais novos, anteriormente tinha pessoas que já estavam no mercado de trabalho e queriam um diploma”.
Além dos novos tipos de alunos, algo que é sempre enfatizado pela professora é a importância e o crescimento dos laboratórios do curso, assim como o auxílio que os técnicos oferecem aos alunos. “Os laboratórios cresceram muito, os nossos técnicos foram um avanço, porque no começo a gente tinha laboratório, mas não tinha técnico. Então eles ajudam no processo de formação e são essenciais”, conta.
Os professores possuem uma boa relação e o ambiente entre eles é de aprendizado, Lofêgo descreve que eles conseguem avançar como um conjunto. Segundo a professora, as atividades de extensão como a Semana Acadêmica de Comunicação (Seacom), que é realizada todos os anos, contam com a participação de diversos alunos. “Eu acho que os saraus foram muito interessantes também. A gente teve uma cena cultural, musical e autoral forte nos saraus das Seacoms, muita banda boa, muito som legal. Os alunos também fizeram parte dessa cena na cidade”
O ensino de maneira remota é uma realidade no ano de 2021. No aniversário de 20 anos do curso, as aulas acontecem por meio de computadores ou celulares, pois com a pandemia da Covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars-Cov-2, o distanciamento social é uma medida de proteção básica contra a doença.
A forma de ensino no pós-pandemia também é pensado pela professora. “O presencial é essencial, o olho no olho, a conversa, tem outra dinâmica. Mas eu acho que para o futuro o ensino vai ser híbrido. Temos que conversar, ver o que deu certo, a gente vai ter que sentar depois da pandemia para ver o que vai permanecer. Eu acho que os alunos são os principais nessa discussão”, comenta Lofêgo.
A professora conta que, além de tudo o que já foi dito, uma outra mudança positiva com as novas turmas é a inclusão dos alunos. Questões como raça e classe social tornam o curso mais rico, mais plural.
“Eu acho que é uma marca do nosso curso também, esse acolhimento das pessoas . Da forma como ela vier, ela é muito bem vinda. Independente de qualquer questão, seja religiosa, de classe, gênero, condição, orientação… Então, eu acho que o nosso curso tem essa questão do respeito muito forte”, finaliza a professora.
Valor do aprendizado
Há 14 anos no jornalismo acreano, Chrisna Lima foi a primeira mulher a se formar no curso de Jornalismo da Ufac. Editora e apresentadora na TV Gazeta, ela conta que passou por diversos setores dentro do telejornalismo, desde a produção de uma pauta até os atuais cargos que desempenha. “Quando olho para trás vejo o valor do aprendizado que me levou a estar onde estou agora”, conta a apresentadora.
Entrando na Ufac em 2002 e se formando em 2007, Chrisna relembra das limitações que o curso tinha e como os estágios supervisionados serviram para aprender sobre a rotina de um jornalista em uma redação. “Como o curso de jornalismo era novo dentro da Ufac então engatinhamos em muitas atividades. Os laboratórios eram bem limitados e eventos com foco no jornalismo também. Aprendemos bastante em nossos estágios supervisionados. Foi justamente aí que começamos a ver o dia a dia e a realidade de um jornalista dentro de uma redação. Podemos perceber que muitas coisas eram bem diferentes da teoria dentro da sala de aula para a prática na rua no dia a dia”.
Vivência e coordenação
A professora Aleta Dreves é a atual vice-coordenadora do curso. Atualmente, ela divide a tarefa de cuidar da coordenação em parceria com a professora Luci Teston. Aleta foi efetivada em 2006 e conta que sempre quis ser professora e que dar aulas na Ufac ajudou no amadurecimento profissional dela.
A possibilidade de realizar um evento regional na Ufac, trouxe mudanças positivas para o curso. O Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte (Intercom Norte) de 2010 foi um marco para a história da professora Aleta no curso. Além de ser uma realização pessoal por conseguir colocar o curso de Jornalismo da Ufac no cenário nacional, o Intercom Norte trouxe mais dinamismo para ele.
Outro marco para a vivência de Aleta como professora de Jornalismo foi presenciar a formação dos primeiros alunos do curso e ver a transformação da imprensa acreana, o antes e depois de todas as turmas formadas. “Obviamente que a gente não está desmerecendo o trabalho de ninguém, muito menos de todos os jornalistas que são de tempo de carreira, mas houve uma mudança significativa de pensamento”.
“De volta ao lar”
Os alunos do curso têm diferentes trajetórias, seja atuando no rádio, na televisão, em sites de notícias e até mesmo se tornando professores universitários. O professor Aquinei Timóteo é um exemplo de aluno que retorna ao curso como professor. Ele conta que entrou como aluno em 2003, se formou em 2007 e desde muito jovem queria ser professor. “Não sabia como seria ou de que forma seria, só sabia que queria ser professor. Trabalhei em jornal impresso e em assessoria de comunicação, porém minha inclinação sempre foi para a docência”.
Após se formar em 2007, Aquinei fez especialização com o objetivo de se qualificar para quando surgisse a oportunidade de concorrer a um concurso. “O certame para professor do curso de Jornalismo da Ufac ocorreu em 2008. Felizmente passei em todas as etapas. Um ano depois de formado, eu voltava na condição de professor. Curiosamente, eu orientei e dei aulas para alguns colegas da minha turma. Foi uma situação peculiar”, relembra Aquinei.
A vivência acadêmica como aluno possibilitou experiências marcantes para Aquinei que pôde trabalhar, na disciplina de Jornal Laboratório, o tipo de jornalismo que atraía e chamava a atenção dele. “Fiz dois perfis. O primeiro sobre o senhor Domingues, que vivia no Lar dos Vicentinos. O segundo, sobre a prostituta Vanessa. Nesses dois textos pude abandonar um pouco das amarras e do estilo sacralizado que determinam nossas práticas e direcionar a minha escrita para outra dimensão, uma dimensão que possibilita a compreensão das personagens retratadas, dos seus temores e de suas aflições”.
Como professor, Aquinei conta que foi uma alegria ministrar a disciplina de Jornalismo Literário. Para o professor, ao falar de Jornalismo nunca se deve esquecer que a prática da área vem atravessada por fatores sociais, culturais, econômicos e políticos. Dessa forma, não é possível falar em “jornalismo”, no singular, mas em “jornalismos”, no plural.
“Compreendo que possibilitar ao aluno o entendimento e o acesso a diferentes formatos e práticas jornalísticas, abre um leque para assimilar a realidade a partir das suas problemáticas, saberes e circulação de conhecimentos. Complexificar o jornalismo possibilita a abertura do olhar para compreender as problemáticas que atravessam o social”, afirma o professor.
A transição de aluno para professor foi rápida. Aquinei conta que no dia que assumiu como docente, a Aleta (que na época era coordenadora do curso) estava na porta esperando para recepcionar ele e disse: “ Tu tem duas DPLE’S. Começa na próxima semana”.
Além destas disciplinas, que são ofertadas no período das férias de fim de ano, no primeiro semestre como professor da Ufac deu aula em cinco disciplinas: três em Rio Branco e duas em Cruzeiro do Sul (que tinha o curso de Jornalismo na época).
“É muito bom trabalhar com os meus antigos professores. Acredito que a forma particular como cada um observa a prática, complementa o pensamento sobre o campo do Jornalismo no Acre”, finaliza o professor.
Novas gerações
Com a mudança no perfil de alunos que ingressam no curso, começam a aparecer pessoas que têm interesse na área. Jornalismo literário, investigativo, cultural, assessoria de imprensa, radiojornalismo, telejornalismo e jornalismo online são somente alguns segmentos que um futuro jornalista pode seguir.
A aluna do quinto período, Bruna Giovanna, disse que um dos motivos de ter escolhido cursar jornalismo foi a possibilidade de poder se comunicar por meio de diferentes canais. “[…] A comunicação sempre me despertou muito interesse. E após a graduação, pretendo seguir os estudos na área”.
Já o aluno do terceiro período, Samuel Cruz, tem interesse por investigação criminal e até chegou a cursar Farmácia em outra instituição. Contudo, como ele não tem afinidade com a área, decidiu trancar o curso e migrar para o Jornalismo. “ A minha ideia é que eu poderia ser um jornalista criminal, investigativo que escrevesse reportagem e tudo mais.[…] Sempre fui apaixonado por jornalismo. […] Quando eu entrei na faculdade, o ar era diferente, como se eu tivesse me encontrado e me fez ficar 100% apaixonado por jornalismo”.
O exercício e formação jornalística envolve a associação da teoria com a prática. Os alunos ingressantes e os que já estão há algum tempo no curso reconhecem a importância que ele tem para a prática e o desenvolvimento profissional.
“A formação é imprescindível para que nos tornemos jornalistas éticos e profissionais, pois tudo que aprendemos na academia também colocamos em prática com produções textuais, podcasts, vídeos, diagramações e outros. Então quando eu chego no estágio, além da teoria eu também já presenciei a prática no curso”, afirma Bruna.
Para Samuel, o curso é fundamental para o seu desenvolvimento profissional. Ele conta que tinha um programa de TV, em uma pequena emissora da igreja que e frequenta, que ele desenvolvia com um amigo. “Depois que eu fiz jornalismo, muita coisa que eu vi em aula, que eu vi no sistema emergencial de ensino, eu percebi que eu fazia errado quando estava numa TV. E quando eu passei a trabalhar em um site de notícias, essas mudanças foram ficando cada vez mais aparentes e eu comecei a me desenvolver mais”.
A pandemia não afetou somente a rotina dos professores, os estudantes também lidam com a “migração” para os trabalhos e estudos no mundo digital. A interatividade entre aluno e professor não é a mesma da que seria no ensino presencial.
“O sistema EAD, o Sistema Emergencial de Ensino, eles não possibilitam a livre troca de conhecimento entre aluno e professor. Claro que a gente tem o e-mail do professor, às vezes alguns até passam o whatsapp para a gente conversar. Mas não é a mesma coisa que o presencial, não é a mesma coisa que a gente estar ali escrevendo no papel, mostrando para o professor. Não é a mesma coisa que visitar o laboratório de jornalismo. Então tudo isso interfere demais na nossa aprendizagem”, desabafa Samuel.
Além do distanciamento social e das aulas retornarem no formato online, outras preocupações válidas envolvem a questão da saúde mental e o receio de contrair a Covid-19. “Eu vivia na Ufac por conta das aulas e do estágio. Nesse cenário de isolamento social e sem as aulas, comecei a sentir um forte desânimo por não saber quando voltaríamos a estudar e se eu teria alguma queda no rendimento por ter perdido o ritmo da minha rotina. Além da saúde mental, a pandemia também afetou a minha produção, pois o desânimo e o medo de contrair a Covid-19 era muito grande”, finaliza Bruna.
Algumas premiações
O curso de Jornalismo da Ufac produz muitos produtos nas disciplinas ministradas durante os oito semestres de formação dos alunos. De radionovela a revistas impressas, os acadêmicos do curso se dedicam a produzir trabalhos de qualidade que podem ser inscritos em diversos eventos e premiações da grande área de Comunicação.
O xodó de todo o curso é o jornal A Catraia, produto elaborado para as disciplinas de Jornal Laboratorial I e II, já foi produzido no formato de jornal impresso, revista e site. Os alunos do quinto e sexto período são responsáveis por produzir os conteúdos.
No ano de 2020, o curso inscreveu oito trabalhos na Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) do Intercom Norte que, devido a pandemia, integrou o I Encontro Inter-Regiões Intercom e ganhou prêmios em sete categorias.
A conquista desses prêmios permitiu que o curso competisse na modalidade nacional do evento. Com dois prêmios ganhos no Expocom Nacional, o curso finalizou o ano de 2020 com nove prêmios no total. Em 2021, dois trabalhos estão inscritos na segunda edição Encontro Inter-Regiões Intercom.
O objetivo do curso é continuar incentivando a produção acadêmica e a participação dos alunos em eventos que auxiliem no desenvolvimento e integração deles com estudantes e professores de outras instituições.
Estudantes de Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac) se reuniram com os representantes dos quatro candidatos à prefeitura de Rio Branco, nesta quinta-feira, 15, para o alinhamento das regras do primeiro debate eleitoral promovido pelo curso, que acontece no dia 20 de setembro, com transmissão ao vivo pelo canal ‘Laboratório Jornalismo Ufac’, a partir das 20h.
Estiveram presentes todos os representantes dos candidatos pela disputa à prefeitura da capital acreana. Os assessores Gustavo Franco, Andréia Oliveira Forneck, Lailla Cândido e Ton Lindoso representam, respectivamente, Jenilson Leite (PSB), Marcus Alexandre (MDB), Emerson Jarude (Novo) e Tião Bocalom (PL).
Com mediação do professor da disciplina de Telejornalismo, Paulo Santiago, na reunião foram apresentadas as regras gerais, instruções e formato para a execução do debate político. Ao final, os representantes assinaram o documento de aceite às regras e a ata da reunião.
Além da presença de Santiago, o momento também contou com o coordenador do curso de Jornalismo da Ufac, professor Luan Santos, e as estudantes Tácila Matos e Maria de Fátima Brito, que compõem a coordenação geral do debate eleitoral organizado pelos acadêmicos.
“Os estudantes são fundamentais nesse processo, porque aqui na Ufac eu acho que deve ter em torno de 10 mil estudantes, então vocês propiciarem um ambiente onde os estudantes vão poder conhecer as propostas dos candidatos é fundamental. Quero parabenizar o curso de Jornalismo pela iniciativa de realizar um debate dessa grandiosidade”, pontua a representante de Marcus Alexandre, Andréia Oliveira.
O responsável pela campanha de Tião Bocalom, Ton Lindoso, destaca que numa sociedade democrática, é essencial que todos os candidatos possam participar de etapas importantes como essa. “O debate é uma espécie de vitrine, onde cada candidato é apreciado. Apresenta suas propostas, se mostra para a sociedade, e a população, como um todo, tem a oportunidade de saber mais sobre as propostas”, ressalta Lindoso.
Para Lailla Cândido, representante de Emerson Jarude, o evento, além de colaborar com a formação dos acadêmicos de Jornalismo, será um espaço democrático para os candidatos apresentarem as suas plataformas de governo à academia e à sociedade. “Os estudantes são muito importantes dentro de uma eleição. São pessoas que estão no nosso futuro. A educação é a base da nossa sociedade”, disse Cândido.
O representante político e de comunicação de Jenilson Leite, Gustavo Franco, acredita que o poder dos jovens na política é muito decisivo em uma votação. “A gente costuma falar em nossas reuniões que os jovens têm um papel fundamental, inclusive, dentro de suas próprias residências e suas próprias famílias. […] Acho que todos têm que conhecer as propostas para poder escolher melhor os seus candidatos”, conclui Franco.
A Universidade Federal do Acre (UFAC), através do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), divulgou na tarde desta quinta-feira (25), o edital nº01/2024, para a seleção de bolsas de monitoria, referentes ao semestre letivo 2024.1
Ao todo, são 22 bolsas disponíveis no valor de R$700 mensais pagos aos alunos que foram selecionados, e outras sete voluntarias, para os cursos de Ciências Sociais, Comunicação Social, Filosofia, Bacharelado em Geografia, Licenciatura em Geografia, Bacharelado em História, Licenciatura em História (matutino e noturno), Psicologia.
É importante ressaltar que não possível fazer o acumulo de duas ou mais bolsas de monitoria de maneira remunerada, sendo possível ainda conciliar em caso de disponibilidade voluntária do aluno.
As bolsas serão referentes aos meses de agosto à novembro de 2024, sendo necessário para a inscrição, preencher a ficha, presente no edital, assim como apresentação de Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoa Física (CPF), ou documentos equivalentes, comprovante de matrícula do semestre vigente e o histórico escolar com o coeficiente de rendimento geral.
Os documentos devem ser encaminhados ao e-mail cfch@ufac.br entre o período de 25 a 28 de julho, com o assunto do envio sendo “Inscrição para Bolsa de Monitoria”, assim como nome do aluno, número de matricula e disciplina que deseja pleitear uma vaga de monitoria, junto aos documentos anexados em arquivo único, no formato PDF. É importante lembrar que se faz necessário ter concluído a disciplina que deseja ser monitor.
Os resultados preliminares deverão ser publicados em primeiro de agosto, com a lista final sendo disponibilizada no dia cinco do mesmo mês.
Para maiores informações acerca do processo seletivo, basta acessar o edital abaixo:
Uma das maiores preocupações dos estudantes dos cursos noturnos é o deslocamento por transporte público.
Por Akenes Mesquita e Felipe Nascimento
Estudantes enfrentam desafios significativos ao utilizar o transporte público para se deslocarem até suas residências durante o período noturno. A falta de infraestrutura adequada e os problemas de segurança são algumas das principais preocupações enfrentadas pelos estudantes que frequentam a Universidade Federal do Acre (Ufac).
Ônibus superlotados, atrasos frequentes e rotas limitadas são apenas algumas das questões enfrentadas diariamente pelos universitários. Além disso, a falta de iluminação adequada nos pontos de ônibus e nas vias públicas aumenta o sentimento de insegurança durante o trajeto para casa.
O aluno do curso de Ciências Econômicas, Abimael de Souza Melo, considera a situação inadmissível em um país onde os cidadãos pagam altos impostos e deveriam contar com este serviço público mais eficiente e acessível para todos. Ele relata as dificuldades enfrentadas ao utilizar o transporte público:“O último ônibus passa às 21h40, enquanto minhas aulas só terminam às 22h, o que gera um conflito de horários. Além disso, há um intervalo significativo entre os ônibus, por exemplo, um passa às 20h e o próximo só às 21h40, o que torna a espera prolongada”.
Segurança em risco
Outra preocupação significativa é a segurança. O aumento da criminalidade na cidade, especialmente durante a noite, torna o deslocamento dos estudantes uma experiência estressante e arriscada. Relatos de assaltos em pontos de ônibus e dentro dos próprios coletivos são frequentes, gerando um clima de insegurança na comunidade acadêmica.
Fábio Alves, estudante de Economia, já foi assaltado no trajeto e fala sobre o sentimento de insegurança ao voltar para casa após um dia cansativo de trabalho e aula.
“Moro no bairro Nova Esperança e há dois ônibus que fazem essa linha: Fundhacre e o Rodoviária. Como meu curso termina às 22h, eu tenho que optar por um dos dois. Houve vezes em que optando pelo o Fundhacre, eu perdia o Rodoviária e o Fundhacre nem aparecia no terminalzinho”, lamenta ele, que já precisou recorrer a carros de aplicativo e ouviu relatos de roubos a outros estudantes.
Impacto no desempenho acadêmico
Os desafios não se limitam apenas ao aspecto físico e emocional, mas também têm um impacto direto no desempenho acadêmico. O estresse e a ansiedade causados pelos problemas de transporte e segurança podem prejudicar a concentração em sala de aula e comprometer o rendimento escolar.
A presidente do Diretório Central dos Estudantes da Ufac (Dce), Ingrid Maia, reconheceu que desde janeiro de 2024 estão recebendo algumas reclamações, principalmente em relação ao atraso dos ônibus, à falta de acesso dos veículos na Ufac e à qualidade dos mesmos.
“Encaminhamos denúncia à RBTRANS para que seja instaurada uma investigação e garantir que tais irregularidades não se repitam. Quanto à mudança de rotas, vamos levantar essas e outras pautas no Conselho de Transportes e Tarifas.”
Ela também diz ter cobrado da administração uma maior efetividade nas rondas ostensivas e o retorno do diálogo com as instituições de segurança pública.”
Diante desses desafios, os estudantes clamam por soluções eficazes por parte das autoridades responsáveis. Medidas como aumento da frota, melhoria na infraestrutura dos pontos de ônibus e aumento da presença policial nas rotas de transporte público são algumas das demandas urgentes da comunidade acadêmica.