O aprendizado e ensino era presencial, em salas de aula e com a interação constante entre alunos e professores. Porém, o ensino remoto emergencial imposto pela pandemia trouxe a necessidade de adaptação e dedicação no uso de ferramentas digitais. Por meio de plataformas de ensino online, como vídeo chamadas e ambientes virtuais de aprendizagem, os alunos passaram a ter acesso ao conteúdo das disciplinas, às atividades propostas pelos professores, bem como às orientações e feedbacks necessários para o aprendizado.
Essa mudança na forma de aprender trouxe alguns desafios para os alunos, dentre elas foram a falta de interação presencial com os colegas e professores, a sobrecarga de informações disponíveis online e a necessidade de autorregulação e autodisciplina para acompanhar as aulas em casa são apenas alguns dos obstáculos que os estudantes precisaram enfrentar. Segundo a estudante de Medicina Veterinária, Livia Melo, o período da pandemia trouxe vários desafios, e ressalta: “Eu sou uma pessoa bem comunicativa, porém também sou meio tímida. Acho que se eu tivesse interagido mais com os professores e alunos teria sido bem mais fácil minha absorção de conhecimentos.”
Outros desafios também foi a falta de acesso à internet para assistir às aulas, alguns alunos não tinham as devidas condições de acessar internet, ou de ter computadores, ou tablets para acompanhar as aulas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até o ano de 2021, cerca de 7,28 milhões de famílias continuavam sem acesso à internet em seus lares e mais de 3 milhões de estudantes não tiveram acesso à internet durante a pandemia. Ainda de acordo com Lívia, a internet foi um problema durante a pandemia.
“Onde eu moro o sinal às vezes fica ruim e falhava e acabava perdendo uma parte do assunto ministrado durante a aula. Ao logo desse período eu aprendi a me organizar mais, porém adquiri sérios problemas psicológicos durante esse período também, pois me sentia sobrecarregada e não era fácil administrar os estudos e os problemas pessoais.” Conversamos com o aluno Diego Fontenele, acadêmico de História da UFAC sobre os principais desafios enfrentados nesse período, e como foi voltar para a sala de aula no pós-pandemia. “Eu não me adaptei, tinha um celular “quebra galho” que só pegava WhatsApp, tinha 8GB de memória e não funcionava as plataformas usadas no EAD. Então no primeiro ano de pandemia eu fiquei sem opções e não consegui acompanhar, só consegui material para isso em 2021 quando comprei meu tablet.”
A disponibilidade de recursos digitais e conteúdo online enriqueceram as possibilidades de pesquisa e ampliaram o acesso a materiais diversificados. Além disso, a pandemia acelerou a adoção de tecnologias educacionais, que possibilitaram uma experiência de aprendizado mais interativa e personalizada, mas a realidade é bem diferente para Diego, que destaca:
“Foram experiências péssimas, e não glamourizo dificuldades, vários formulários foram enviados aos alunos de história que admitiram não ter condições de estudar no EAD e mesmo assim fizeram. Desenvolvo muito bem presencialmente, não sou um aluno relapso, mesmo assim, meu CR (média acadêmica) está baixíssimo por conta do EAD emergencial.”
Diante desse cenário, é possível perceber que a pandemia transformou como os alunos aprendem e como foram suas experiências durante esse período. Mesmo com o retorno das aulas presenciais, é provável que essas mudanças no ensino remoto continuem a ser utilizadas como um complemento ou alternativa ao modelo tradicional de aprendizado. Nesse contexto, é fundamental que os professores e instituições de ensino estejam preparados para lidar com os desafios e aproveitar as oportunidades que surgiram com a mudança na forma de aprender dos alunos.
Conversamos, ainda, com a psicóloga Mauriele Mendes, que acompanhou alguns alunos e viu o quanto essa mudança teve impactos na vida deles, e destacou um dos principais problemas:
“A desigualdade no ensino. Isso porque muitos jovens não possuem acesso a tablets ou computadores para acessarem atividades online e dessa maneira, aqueles com mais recursos saíram na frente daqueles que não tinham, e consequentemente isso acabou dificultando na questão do aprendizado mesmo, e também com relação a uma nova adaptação do aluno, o desenvolvimento de habilidades digitais e a capacidade de adaptação a novas tecnologias devem ser prioridades para educadores e estudantes.”
Para Gabriela Vitoriano, estudante de letras-português, houve também dificuldades, uma delas foi a interação dela com os demais alunos. “Foi muito difícil interagir e fazer os trabalhos em grupo com os colegas, pois nós não tivemos quase nenhum contato pessoal e isso se tornou quase um empecilho para realização dos trabalhos. Nós só tínhamos contato com os professores, através do Google Meet, e isso também dificultou para tirar as dúvidas sobre os conteúdos.”
O cenário educacional no Brasil passou por transformações significativas na forma de aprender dos alunos. Com o fechamento das escolas e o distanciamento social, a educação no país teve que se adaptar rapidamente ao ensino remoto e híbrido.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um a cada cinco brasileiros não tinham acesso à internet. Essa falta de infraestrutura digital resultou em desafios para muitos alunos, dificultando a continuidade do aprendizado. Entretanto, houve esforços para minimizar as desigualdades educacionais. O Ministério da Educação (MEC) e governos estaduais e municipais lançaram iniciativas para distribuir conteúdos educacionais por meio de materiais impressos, programas de TV e rádio, para alcançar os estudantes que não tinham acesso à internet, como o programa “Escola na TV”, criado pela Secretaria Municipal da Educação, com a Câmara Municipal de Ribeirão Preto.
Portanto, a pandemia impulsionou uma mudança profunda na forma de aprender dos alunos no Brasil. Embora tenha apresentado desafios, também abriu caminhos para a inovação educacional e o uso mais amplo de tecnologias digitais na educação, conforme os dados apresentados.
A Universidade Federal do Acre (UFAC), através do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), divulgou na tarde desta quinta-feira (25), o edital nº01/2024, para a seleção de bolsas de monitoria, referentes ao semestre letivo 2024.1
Ao todo, são 22 bolsas disponíveis no valor de R$700 mensais pagos aos alunos que foram selecionados, e outras sete voluntarias, para os cursos de Ciências Sociais, Comunicação Social, Filosofia, Bacharelado em Geografia, Licenciatura em Geografia, Bacharelado em História, Licenciatura em História (matutino e noturno), Psicologia.
É importante ressaltar que não possível fazer o acumulo de duas ou mais bolsas de monitoria de maneira remunerada, sendo possível ainda conciliar em caso de disponibilidade voluntária do aluno.
As bolsas serão referentes aos meses de agosto à novembro de 2024, sendo necessário para a inscrição, preencher a ficha, presente no edital, assim como apresentação de Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoa Física (CPF), ou documentos equivalentes, comprovante de matrícula do semestre vigente e o histórico escolar com o coeficiente de rendimento geral.
Os documentos devem ser encaminhados ao e-mail cfch@ufac.br entre o período de 25 a 28 de julho, com o assunto do envio sendo “Inscrição para Bolsa de Monitoria”, assim como nome do aluno, número de matricula e disciplina que deseja pleitear uma vaga de monitoria, junto aos documentos anexados em arquivo único, no formato PDF. É importante lembrar que se faz necessário ter concluído a disciplina que deseja ser monitor.
Os resultados preliminares deverão ser publicados em primeiro de agosto, com a lista final sendo disponibilizada no dia cinco do mesmo mês.
Para maiores informações acerca do processo seletivo, basta acessar o edital abaixo:
Uma das maiores preocupações dos estudantes dos cursos noturnos é o deslocamento por transporte público.
Por Akenes Mesquita e Felipe Nascimento
Estudantes enfrentam desafios significativos ao utilizar o transporte público para se deslocarem até suas residências durante o período noturno. A falta de infraestrutura adequada e os problemas de segurança são algumas das principais preocupações enfrentadas pelos estudantes que frequentam a Universidade Federal do Acre (Ufac).
Ônibus superlotados, atrasos frequentes e rotas limitadas são apenas algumas das questões enfrentadas diariamente pelos universitários. Além disso, a falta de iluminação adequada nos pontos de ônibus e nas vias públicas aumenta o sentimento de insegurança durante o trajeto para casa.
O aluno do curso de Ciências Econômicas, Abimael de Souza Melo, considera a situação inadmissível em um país onde os cidadãos pagam altos impostos e deveriam contar com este serviço público mais eficiente e acessível para todos. Ele relata as dificuldades enfrentadas ao utilizar o transporte público:“O último ônibus passa às 21h40, enquanto minhas aulas só terminam às 22h, o que gera um conflito de horários. Além disso, há um intervalo significativo entre os ônibus, por exemplo, um passa às 20h e o próximo só às 21h40, o que torna a espera prolongada”.
Segurança em risco
Outra preocupação significativa é a segurança. O aumento da criminalidade na cidade, especialmente durante a noite, torna o deslocamento dos estudantes uma experiência estressante e arriscada. Relatos de assaltos em pontos de ônibus e dentro dos próprios coletivos são frequentes, gerando um clima de insegurança na comunidade acadêmica.
Fábio Alves, estudante de Economia, já foi assaltado no trajeto e fala sobre o sentimento de insegurança ao voltar para casa após um dia cansativo de trabalho e aula.
“Moro no bairro Nova Esperança e há dois ônibus que fazem essa linha: Fundhacre e o Rodoviária. Como meu curso termina às 22h, eu tenho que optar por um dos dois. Houve vezes em que optando pelo o Fundhacre, eu perdia o Rodoviária e o Fundhacre nem aparecia no terminalzinho”, lamenta ele, que já precisou recorrer a carros de aplicativo e ouviu relatos de roubos a outros estudantes.
Impacto no desempenho acadêmico
Os desafios não se limitam apenas ao aspecto físico e emocional, mas também têm um impacto direto no desempenho acadêmico. O estresse e a ansiedade causados pelos problemas de transporte e segurança podem prejudicar a concentração em sala de aula e comprometer o rendimento escolar.
A presidente do Diretório Central dos Estudantes da Ufac (Dce), Ingrid Maia, reconheceu que desde janeiro de 2024 estão recebendo algumas reclamações, principalmente em relação ao atraso dos ônibus, à falta de acesso dos veículos na Ufac e à qualidade dos mesmos.
“Encaminhamos denúncia à RBTRANS para que seja instaurada uma investigação e garantir que tais irregularidades não se repitam. Quanto à mudança de rotas, vamos levantar essas e outras pautas no Conselho de Transportes e Tarifas.”
Ela também diz ter cobrado da administração uma maior efetividade nas rondas ostensivas e o retorno do diálogo com as instituições de segurança pública.”
Diante desses desafios, os estudantes clamam por soluções eficazes por parte das autoridades responsáveis. Medidas como aumento da frota, melhoria na infraestrutura dos pontos de ônibus e aumento da presença policial nas rotas de transporte público são algumas das demandas urgentes da comunidade acadêmica.
O Centro Acadêmico de Ciências Biológicas realizou a I Conferência Internacional de Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica entre os dias 26/02 e 01/03. O evento foi organizado em conjunto com o Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal e o Programa de Pós-Graduação em Ciência, Inovação e Tecnologia para a Amazônia.
Com o tema “Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica”, a conferência foi integrada com a XIV Semana Acadêmica de Ciências Biológicas. O público teve acesso à oficinas, mesas-redondas, palestras, resumos e exposições de produtos locais. Confira o que aconteceu durante os dias de evento.
Responsabilidades governamentais com o meio ambiente
O primeiro dia da Conferência foi marcado com a participação do Diretor de Meio Ambiente da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Acre, André Pelliciotti. Formado em engenharia florestal, André realizou uma palestra que tinha como tema “Governo e meio ambiente”, onde explicou sobre as ações e estratégias da equipe do Governo do Acre em relação à fiscalização e controle das ações relativas à exploração e preservação ambiental do Estado.
A estudante de biologia, Grasiele Bernardo, relata que André Pelliciotti associou a ligação entre governo e meio ambiente de maneira didática e bem reforçada. “Foi de suma importância a participação de um representante da SEMA na Semana de Biologia. André conseguiu elaborar uma palestra objetiva que despertou o interesse do público pelo tema”, comenta Grasiele.
Palestras com convidados internacionais
A I Conferência Internacional de Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica teve a participação de pesquisadores de outros países que atuam nas áreas de ciências biológicas, engenharia florestal, agronomia e sociologia. O Prof. Dr. Irving Foster Brown, realizou a palestra “A Amazônia (região MAP) no contexto das mudanças climáticas” durante o segundo dia do evento. O professor Doutor falou sobre a situação climática especificamente na região de fronteira entre Bolívia, Brasil e Peru, no sudoeste da Amazônia.
A semana teve alguns nomes de outros países marcando presença. Entre eles, a professora da Universidade Nacional Intercultural de Quillabamba (UNIQ), Maria Elena Chuspe, que falou sobre Gestão da Biodiversidade, pesquisa científica, e consequências da biopirataria. Completando os palestrantes internacionais, o sociólogo boliviano Wilber Tejerina, abordou sobre o tema “Conservação da natureza” no terceiro dia do evento.
Mesas Redondas
Possibilitando um debate produtivo das temáticas propostas, um total de 8 mesas redondas fizeram parte da programação da conferência. Entre os temas discutidos estão: concessões florestais, educação ambiental, biopirataria, diversidade de gênero na pesquisa científica, restauração florestal e inovação tecnológica.
A estudante de biologia, Morgana Café, fez parte da mesa redonda com a temática “Diversidade de Gênero na Pesquisa Científica”. A discente falou sobre a importância de falar sobre assunto dentro da comunidade científica.
“É por meio dessa temática que sabemos os agravantes de cada vivência. Entender que uma mulher cis passa por uma sociedade patriarcal machista, mas que quando nós observamos uma mulher travesti, entendemos que há outras questões que atacam sua existência além do machismo e patriarcados”, comenta a estudante.
A temática também abre uma conversa sobre a maneira que os gêneros são ensinados nas salas de aula. “Como futura professora de biologia, é importante estudar e compreender essa temática para tornar o conteúdo que, por si só, é exclusivo e preconceituoso, em um conteúdo acessível e humano”, explica Morgana.
Importância do evento para os alunos da Ufac
A Conferência permitiu a divulgação de suas pesquisas de estudantes de biológicas. O evento ofereceu a oportunidade a discentes da Ufac publicarem os seus trabalhos de pesquisa na revista eletrônica Scientia Naturalis.
A estudante de ciências biológicas, Leticia Araujo, foi a pesquisadora de um dos trabalhos escolhidos para serem publicados em uma revista eletrônica. “Eu fiquei chocada e animada por essa oportunidade, porque é a primeira vez que tenho essa experiência na minha vida acadêmica” comenta a discente.
Ao todo, foram escolhidos 15 trabalhos para serem publicados na revista Scientia Naturalis.
“Eu acho que é uma ótima oportunidade para os estudantes exporem seus trabalhos, e mostrar o seu desenvolvimento acadêmico além de suas aprendizagens estagiando nos laboratórios. Isso é essencial para quem pretende fazer um mestrado doutorado”, comenta Letícia.
A I Conferência Internacional de Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica forneceu um espaço para compartilhar experiências e ideias no ramo científico.
O coordenador de comunicação do Centro Acadêmico de biologia, Elhaz Fernando, comenta sobre a importância desses eventos para a comunidade acadêmica.“Esses eventos são importantes para levar informação de outros profissionais experientes para o ambiente da faculdade, propondo perspectivas mais especializadas”, explica o discente.
“Fato é que integram e realçam a formação do aluno na graduação e aproximam o discente de outros campos que por algum motivo ele desconheça” , comenta Elhaz.