Muitos sonham com o grande dia em que finalmente passarão pelos portões da universidade. Por mais que tenhamos um número alto de instituições de nível superior no Brasil, por muito tempo elas contemplavam apenas uma pequena parte da população, como apresenta uma pesquisa realizada pelo Caderno de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais do Inep, que aponta que o percentual de estudantes pretos, pardos e indígenas nas universidades brasileiras era historicamente muito baixo. Em 1999, eles eram apenas 15 a cada 100 estudantes, embora representassem quase metade da população brasileira.
Foi só a partir de 2000, que a participação dos negros e indígenas de fato foi notada, graças às políticas públicas de ação afirmativa e democratização do ensino superior. A Lei de Cotas, instituída em 2012, foi decisiva para esse processo ao reservar para negros, indígenas e alunos da escola pública pelo menos 50% das vagas disponíveis no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), principal porta de entrada na universidade. Com isso, a parcela de alunos negros e indígenas nas universidades triplicou em 20 anos no Brasil: em 2019, eles eram 46 a cada 100.
De acordo com a professora Dra. Maria Inês de Almeida, a lei de cotas não garante muita coisa caso as pessoas da universidade e comunidade acadêmica não estejam dispostas a lidar com as diferenças. “A principal dificuldade que encontrei ao longo dos anos foi o elitismo, o comodismo, o corporativismo, a preguiça, o medo e o desânimo dos corpos docente e administrativo das universidades em que pude tratar do assunto “cotas”. A professora trabalha com formação de professores indígenas e produção de material didático para escolas indígenas desde 1996, e coordenou o Curso de Formação Intercultural de Educadores Indígenas da UFMG (FIEI – PROLIND), de 2006 a 2011.
O resultado dessas políticas públicas foi refletida no último Censo da Educação Superior, divulgado pelo Ministério da Educação em 2017, onde o relatório mostrou que o número de indígenas matriculados em instituições públicas e privadas cresceu 52,5%, passando de 32.147 para 49.026.
A UNIVERSIDADE
Soleane de Souza Brasil Manchineri, 36, conta que o mestrado foi uma das melhores fases de sua vida, pois teve a oportunidade de estudar com professores que muito admira. Mas reforça o despreparo da universidade em integrar efetivamente os estudantes indígenas. “Acredito que a universidade ainda não está preparada, mas quando estiver realmente interessada em crescer em novos conhecimentos, ela irá se adaptar à realidade indígena. Assim, construindo pontes entre mundos possíveis”. Ela salienta que é preciso criar as condições de acesso e permanência no ensino superior, bem como um espaço dedicado à pesquisa e extensão para os estudantes indígenas.
Elcio Severino da Silva Filho Manchineri, mais conhecido como Júnior Manchineri, está cursando o 4º período de Ciências Sociais na UFAC e relata que sempre estudou em escolas públicas durante a sua vida. Quando foi ingressar na faculdade optou pelas cotas, não porque precisasse, mas por ser um direito do qual ele queria usufruir. “Eu quis utilizar as ações afirmativas que são as cotas, justamente por ser indígena, uma forma mais representativa de poder ingressar na universidade. Na minha perspectiva utilizar as cotas foi uma maneira de respeitar um direito que é dos povos indígenas, de quem estudou em escolas públicas, dos negros e demais que se encaixam nas cotas”.
Júnior Manchineri afirma que não teve tantas dificuldades como um indígena dentro do ambiente universitário, graças a seu curso, que estuda sociedades e culturas, onde as pessoas respeitam os direitos e as diferenças dos demais. “Meu curso tem um pensamento mais aberto, tem estudos dentro das disciplinas sobre os povos indígenas”.
Joaquim Paulo de Lima Kaxinawá, 58, professor e doutor em Linguística, fala que analisou a questão do preconceito desde o início de sua formação, por falar uma língua diferente e ter outra cultura. “Me lembro bem quando estava fazendo o primeiro ano do doutorado, um jovem que estava fazendo Ciências Sociais chegou para mim e disse que se eu estava no Doutorado, não era mais indígena. Então falei para ele: não sou indígena, sou Huni Kuin. Foi a minha autodeclaração, a autodenominação que o povo Huni Kuin tem”.
Outra situação que Joaquim Kaxinawá relata aconteceu também na sua pós-graduação. “No programa da Universidade de Brasília (UnB), havia dois tipos de povos considerados indígenas, os da graduação, que eram mantidos pela Funai e tinham alguns critérios para serem beneficiados, e nós da pós-graduação, que não éramos considerados indígenas. Assim, quando corríamos atrás de alguns benefícios como desconto na alimentação e transporte, não conseguíamos. Essa é uma situação para a gente pensar, como somos tratados em uma instituição pública, na administração, formação, judiciário, legislativo e como o preconceito ainda é muito grande”, reforça o Doutor.
LICENCIATURA INDÍGENA
O professor do curso de Licenciatura Indígena da Universidade Federal do Acre do campus Floresta em Cruzeiro do Sul, José Alessandro Candido da Silva, atua desde 2008 com os acadêmicos indígenas e afirma que a academia vêm garantindo a entrada dos indígenas, principalmente no Norte do país, em vista que há um maior número de indígenas concentrados nesta região. Segundo o censo demográfico de 2010 realizado pelo IBGE, a região Norte tem mais de 300.000 indígenas. Ele explica que a Ufac vem criando espaços e oportunidades através de programas de formação específica. “Como é o caso da licenciatura indígena, que é um curso destinado à formação de professores indígenas, ou por meio da criação de vagas, com uma previsão já estabelecida dentro dos editais de seleção, para ingresso de estudantes indígenas na Ufac”.
O licenciado em Pedagogia e Filosofia ainda explica a importância da formação de professores indígenas, pois assim a universidade trabalha e qualifica a forma como recebe os acadêmicos indígenas. E esclarece que a Ufac acolhe e entende o indígenas dentro de todos os ambientes, como o restaurante universitário, a biblioteca, “de tal forma que a presença do indígena vem sendo percebida e ao mesmo tempo reconhecida cada vez mais pela instituição”. Mas acrescenta que a inclusão seria maior se a própria universidade pudesse financiar, dentro de seu orçamento anual, a formação de alunos de licenciatura indígena, “com os recursos próprios, independentemente dos recursos do governos federal, fazer acontecer a entrada bianual das turmas”. Para ele, em um momento de grandes dificuldades em relação aos cortes na educação e sobretudo nessa onda de discursos “anti-indígenas”, que refletem na formação dos professores indígenas, isso reforça a necessidade da instituição de abraçar o curso de licenciatura de modo efetivo.
O professor da Ufac do campus Floresta acrescenta que a política de cotas representa uma ação afirmativa que visa proteger minorias e grupos que foram discriminados no passado, buscando remover barreiras que possibilitem a entrada nas universidades. Mas considera que isso não é suficiente: “é preciso pensar em programas específicos de formação de acadêmicos indígenas em áreas mais diversas”, pois não é somente a entrada que é importante, mas sim a permanência.
Segundo José Alessandro Silva, o grande desafio das gestões de ensino superior é a permanência dos alunos, e diz que na Universidade Federal do Acre não é diferente. “Nesse sentido, é necessário política e ações que vão garantir a permanência do acadêmico indígena nos cursos que ingressam”. E pontua que há uma discussão sobre a suspensão de bolsa destinada aos indígenas, chamada de bolsa permanência. Diz que não sabem até quando elas vão ser mantidas e que se for retirado esse amparo que os alunos recebem mensalmente, ele se pergunta se ainda vai haver alunos indígenas presentes na universidade.
ENSINO REMOTO
A professora do curso de Licenciatura Indígena, Mariana Ciavatta Pantoja, explica que com a chegada da pandemia do Novo Coronavírus o curso precisou parar. Mas mesmo após o diálogo acerca do ensino remoto, o curso tentou resistir, por conta da falta de recursos materiais, tecnológicos e pela própria dinâmica de ensino. Porém, entre o final do ano passado e início deste ano, houve uma demanda por parte dos alunos de retomarem as aulas. Então, a partir do edital de aquisição de equipamento, boa parte dos alunos conseguiram adquirir um tablet ou notebook, somado ao edital de chips com dados móveis.
Mariana Ciavatta Pantoja é docente do curso de Licenciatura Indígena e autora do livro Os Milton: cem anos de história nos seringais. Foto: Arquivo pessoal
“Existem vários alunos, e as dificuldades vão de técnicas de operar um aparelho para conectar, entrar nas plataformas do Gsuite, Classroom, Meet e até o sinal.Mas mesmo com muita dificuldade eles vão aprendendo. Essas dificuldades não acontecem para todos, por estarem em diferentes lugares. Eu sentia que mesmo a gente gravando, não são todos que tem sinal para assistir as aulas. A universidade fez esse movimento do edital, pois sem ele não seria possível o retorno das aulas em ensino remoto”, explica Mariana Pantoja.
A professora fala que esse modelo apresenta prejuízos na concentração, na interação, de não ser possível usar um quadro negro. Dessa forma, são utilizados outros recursos como Powerpoint, mas é diferente de estar interagindo diretamente. “Quando você está em sala de aula, consegue entender melhor, vê como está atenção, observa a fisionomia deles e é possível pressentir o que está acontecendo. Eu e outros professores pedimos que os alunos fizessem um diário após todas as aulas sobre o que tinham aprendido, visto e como a aula tinha sido. A partir disso dava para perceber coisas que na outra aula eu buscava corrigir, como não compreensão”, enfatiza.
Mariana ainda enfatiza que no remoto são apenas duas horas de aula por dia e que presencialmente o curso funcionava de forma integral, onde é possível trabalhar com uma atividade de desenho, gráfica, externa e depois voltar para uma de escrita e leitura. Dessa forma, a dinâmica faz com que o assunto vá assentando aos poucos. Agora, quando se tem apenas duas horas de aula, por mais que o professor peça para ler, escrever, fazer o diário de aula, não é a mesma coisa.
Cursando o 7º período de Engenharia Florestal, Carolina de Souza Brasil, 23, diz sentir falta de passar o dia todo na Ufac. Ela explica que enfrenta dificuldades no ensino remoto, pois sente falta das explicações pessoalmente e considera que o modelo de ensino é cansativo. Além disso, a graduanda acrescenta que seu curso tem a necessidade de alguns materiais para os desenhos e agora ela tem que providenciar, o que antes era o curso que oferecia.
Júnior Manchineri afirma que sempre foi contra o ensino remoto emergencial, pois é um modelo de ensino que exclui as pessoas, não oferece amparo aos alunos em vulnerabilidade social, não dá a mesma oportunidade a todos, dando margem à desigualdade. Segundo o graduando, a academia não ampara todos os alunos de baixa renda.
A Universidade Federal do Acre (UFAC), através do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), divulgou na tarde desta quinta-feira (25), o edital nº01/2024, para a seleção de bolsas de monitoria, referentes ao semestre letivo 2024.1
Ao todo, são 22 bolsas disponíveis no valor de R$700 mensais pagos aos alunos que foram selecionados, e outras sete voluntarias, para os cursos de Ciências Sociais, Comunicação Social, Filosofia, Bacharelado em Geografia, Licenciatura em Geografia, Bacharelado em História, Licenciatura em História (matutino e noturno), Psicologia.
É importante ressaltar que não possível fazer o acumulo de duas ou mais bolsas de monitoria de maneira remunerada, sendo possível ainda conciliar em caso de disponibilidade voluntária do aluno.
As bolsas serão referentes aos meses de agosto à novembro de 2024, sendo necessário para a inscrição, preencher a ficha, presente no edital, assim como apresentação de Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoa Física (CPF), ou documentos equivalentes, comprovante de matrícula do semestre vigente e o histórico escolar com o coeficiente de rendimento geral.
Os documentos devem ser encaminhados ao e-mail cfch@ufac.br entre o período de 25 a 28 de julho, com o assunto do envio sendo “Inscrição para Bolsa de Monitoria”, assim como nome do aluno, número de matricula e disciplina que deseja pleitear uma vaga de monitoria, junto aos documentos anexados em arquivo único, no formato PDF. É importante lembrar que se faz necessário ter concluído a disciplina que deseja ser monitor.
Os resultados preliminares deverão ser publicados em primeiro de agosto, com a lista final sendo disponibilizada no dia cinco do mesmo mês.
Para maiores informações acerca do processo seletivo, basta acessar o edital abaixo:
Uma das maiores preocupações dos estudantes dos cursos noturnos é o deslocamento por transporte público.
Por Akenes Mesquita e Felipe Nascimento
Estudantes enfrentam desafios significativos ao utilizar o transporte público para se deslocarem até suas residências durante o período noturno. A falta de infraestrutura adequada e os problemas de segurança são algumas das principais preocupações enfrentadas pelos estudantes que frequentam a Universidade Federal do Acre (Ufac).
Ônibus superlotados, atrasos frequentes e rotas limitadas são apenas algumas das questões enfrentadas diariamente pelos universitários. Além disso, a falta de iluminação adequada nos pontos de ônibus e nas vias públicas aumenta o sentimento de insegurança durante o trajeto para casa.
O aluno do curso de Ciências Econômicas, Abimael de Souza Melo, considera a situação inadmissível em um país onde os cidadãos pagam altos impostos e deveriam contar com este serviço público mais eficiente e acessível para todos. Ele relata as dificuldades enfrentadas ao utilizar o transporte público:“O último ônibus passa às 21h40, enquanto minhas aulas só terminam às 22h, o que gera um conflito de horários. Além disso, há um intervalo significativo entre os ônibus, por exemplo, um passa às 20h e o próximo só às 21h40, o que torna a espera prolongada”.
Segurança em risco
Outra preocupação significativa é a segurança. O aumento da criminalidade na cidade, especialmente durante a noite, torna o deslocamento dos estudantes uma experiência estressante e arriscada. Relatos de assaltos em pontos de ônibus e dentro dos próprios coletivos são frequentes, gerando um clima de insegurança na comunidade acadêmica.
Fábio Alves, estudante de Economia, já foi assaltado no trajeto e fala sobre o sentimento de insegurança ao voltar para casa após um dia cansativo de trabalho e aula.
“Moro no bairro Nova Esperança e há dois ônibus que fazem essa linha: Fundhacre e o Rodoviária. Como meu curso termina às 22h, eu tenho que optar por um dos dois. Houve vezes em que optando pelo o Fundhacre, eu perdia o Rodoviária e o Fundhacre nem aparecia no terminalzinho”, lamenta ele, que já precisou recorrer a carros de aplicativo e ouviu relatos de roubos a outros estudantes.
Impacto no desempenho acadêmico
Os desafios não se limitam apenas ao aspecto físico e emocional, mas também têm um impacto direto no desempenho acadêmico. O estresse e a ansiedade causados pelos problemas de transporte e segurança podem prejudicar a concentração em sala de aula e comprometer o rendimento escolar.
A presidente do Diretório Central dos Estudantes da Ufac (Dce), Ingrid Maia, reconheceu que desde janeiro de 2024 estão recebendo algumas reclamações, principalmente em relação ao atraso dos ônibus, à falta de acesso dos veículos na Ufac e à qualidade dos mesmos.
“Encaminhamos denúncia à RBTRANS para que seja instaurada uma investigação e garantir que tais irregularidades não se repitam. Quanto à mudança de rotas, vamos levantar essas e outras pautas no Conselho de Transportes e Tarifas.”
Ela também diz ter cobrado da administração uma maior efetividade nas rondas ostensivas e o retorno do diálogo com as instituições de segurança pública.”
Diante desses desafios, os estudantes clamam por soluções eficazes por parte das autoridades responsáveis. Medidas como aumento da frota, melhoria na infraestrutura dos pontos de ônibus e aumento da presença policial nas rotas de transporte público são algumas das demandas urgentes da comunidade acadêmica.
O Centro Acadêmico de Ciências Biológicas realizou a I Conferência Internacional de Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica entre os dias 26/02 e 01/03. O evento foi organizado em conjunto com o Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal e o Programa de Pós-Graduação em Ciência, Inovação e Tecnologia para a Amazônia.
Com o tema “Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica”, a conferência foi integrada com a XIV Semana Acadêmica de Ciências Biológicas. O público teve acesso à oficinas, mesas-redondas, palestras, resumos e exposições de produtos locais. Confira o que aconteceu durante os dias de evento.
Responsabilidades governamentais com o meio ambiente
O primeiro dia da Conferência foi marcado com a participação do Diretor de Meio Ambiente da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Acre, André Pelliciotti. Formado em engenharia florestal, André realizou uma palestra que tinha como tema “Governo e meio ambiente”, onde explicou sobre as ações e estratégias da equipe do Governo do Acre em relação à fiscalização e controle das ações relativas à exploração e preservação ambiental do Estado.
A estudante de biologia, Grasiele Bernardo, relata que André Pelliciotti associou a ligação entre governo e meio ambiente de maneira didática e bem reforçada. “Foi de suma importância a participação de um representante da SEMA na Semana de Biologia. André conseguiu elaborar uma palestra objetiva que despertou o interesse do público pelo tema”, comenta Grasiele.
Palestras com convidados internacionais
A I Conferência Internacional de Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica teve a participação de pesquisadores de outros países que atuam nas áreas de ciências biológicas, engenharia florestal, agronomia e sociologia. O Prof. Dr. Irving Foster Brown, realizou a palestra “A Amazônia (região MAP) no contexto das mudanças climáticas” durante o segundo dia do evento. O professor Doutor falou sobre a situação climática especificamente na região de fronteira entre Bolívia, Brasil e Peru, no sudoeste da Amazônia.
A semana teve alguns nomes de outros países marcando presença. Entre eles, a professora da Universidade Nacional Intercultural de Quillabamba (UNIQ), Maria Elena Chuspe, que falou sobre Gestão da Biodiversidade, pesquisa científica, e consequências da biopirataria. Completando os palestrantes internacionais, o sociólogo boliviano Wilber Tejerina, abordou sobre o tema “Conservação da natureza” no terceiro dia do evento.
Mesas Redondas
Possibilitando um debate produtivo das temáticas propostas, um total de 8 mesas redondas fizeram parte da programação da conferência. Entre os temas discutidos estão: concessões florestais, educação ambiental, biopirataria, diversidade de gênero na pesquisa científica, restauração florestal e inovação tecnológica.
A estudante de biologia, Morgana Café, fez parte da mesa redonda com a temática “Diversidade de Gênero na Pesquisa Científica”. A discente falou sobre a importância de falar sobre assunto dentro da comunidade científica.
“É por meio dessa temática que sabemos os agravantes de cada vivência. Entender que uma mulher cis passa por uma sociedade patriarcal machista, mas que quando nós observamos uma mulher travesti, entendemos que há outras questões que atacam sua existência além do machismo e patriarcados”, comenta a estudante.
A temática também abre uma conversa sobre a maneira que os gêneros são ensinados nas salas de aula. “Como futura professora de biologia, é importante estudar e compreender essa temática para tornar o conteúdo que, por si só, é exclusivo e preconceituoso, em um conteúdo acessível e humano”, explica Morgana.
Importância do evento para os alunos da Ufac
A Conferência permitiu a divulgação de suas pesquisas de estudantes de biológicas. O evento ofereceu a oportunidade a discentes da Ufac publicarem os seus trabalhos de pesquisa na revista eletrônica Scientia Naturalis.
A estudante de ciências biológicas, Leticia Araujo, foi a pesquisadora de um dos trabalhos escolhidos para serem publicados em uma revista eletrônica. “Eu fiquei chocada e animada por essa oportunidade, porque é a primeira vez que tenho essa experiência na minha vida acadêmica” comenta a discente.
Ao todo, foram escolhidos 15 trabalhos para serem publicados na revista Scientia Naturalis.
“Eu acho que é uma ótima oportunidade para os estudantes exporem seus trabalhos, e mostrar o seu desenvolvimento acadêmico além de suas aprendizagens estagiando nos laboratórios. Isso é essencial para quem pretende fazer um mestrado doutorado”, comenta Letícia.
A I Conferência Internacional de Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica forneceu um espaço para compartilhar experiências e ideias no ramo científico.
O coordenador de comunicação do Centro Acadêmico de biologia, Elhaz Fernando, comenta sobre a importância desses eventos para a comunidade acadêmica.“Esses eventos são importantes para levar informação de outros profissionais experientes para o ambiente da faculdade, propondo perspectivas mais especializadas”, explica o discente.
“Fato é que integram e realçam a formação do aluno na graduação e aproximam o discente de outros campos que por algum motivo ele desconheça” , comenta Elhaz.