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Histórias de vida

Um século de histórias de um soldado da borracha

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Foto: Arquivo da família

Por Ila Caira Verus

 A sala foi o lugar que ele escolheu para falar de sua vida. Sentado sobre uma cadeira de balanço feita de cipó, bem aconchegante, que Zé Gaudêncio, como é chamado por todos, estava a se embalar. O cômodo pintado harmoniosamente na cor creme era espaçoso e bem iluminado, mesmo às seis horas da tarde, horário que o aposentado todos os dias se senta em sua cadeira na frente da tv para assistir o jornal. Tudo parecia estar calculadamente no lugar, assim como a rotina de Seu Gaudêncio.

José Vaz da Silva é um nordestino de 99 anos de idade, que completa 100 anos em outubro. Um senhor de estatura mediana, de barba por fazer, quase que totalmente branca. O idoso de rosto amigável parecia apreciar nossa conversa, pois a cada lembrança, uma risada que não era nem um pouco contida. Vestindo uma camisa 3/4 azul de botão, bermuda de flanela listrada e toalhinha de rosto no ombro, Seu Gaudêncio parecia embalar sua cadeira em sintonia com o raciocínio que, com a idade já avançada, segue um pouco lento, mas ainda lúcido. Respondia minhas perguntas com coerência, de forma que até emociona pela sagacidade e vigor pela vida. Em alguns momentos parava suas palavras e ficava olhando para um lugar fixo, como se estivesse vendo a cena que contava, demonstrando saudades de um tempo que não volta mais.

O nordestino de quase um século de idade contou as dificuldades que enfrentou para chegar até o Acre. Vindo de navio do Rio Grande do Norte, relata que a viagem durou mais ou menos um ano, dias e mais dias em que somente avistavam água. Quando perguntei o que acontecia quando ficavam doentes, o senhor de cabelos ainda grisalhos, se calou pela primeira vez. Parecia procurar as palavras. Emocionado, o idoso rompe o silêncio e fala que quando alguém adoecia, geralmente não resistia e morria, sendo jogado na água pela tripulação. Conta com pesar que viu muitos amigos morrerem: “eu sentia muito por não poderem ter um enterro adequado. E a cada morte o medo parecia aumentar. Às vezes me sentia mal por estar vivo e bem”. Me senti culpada por tirar seu sorriso, que deu lugar a pequenas lágrimas que escorriam em seu rosto, mas que logo foram enxugadas.  

O simpático senhor é um verdadeiro contador de histórias. Quando indagado sobre sua infância, ele deu um sorriso de orelha a orelha, daqueles sinceros que chegam até os olhos. Por alguns segundos me perdi naquela risada tão leve e contagiante. Seu Gaudêncio relembra sua época de escola e diz que não gostava de estudar, que apenas ia para escola para brincar com os amigos e ver as garotas. Ah, as garotas… ele novamente soltou uma risada marota. E esclareceu que na escola sempre levava castigo da professora, pois tinha o hábito de levantar a saia das colegas, motivo pelo qual levava palmatória. Vindo de uma família tradicional nordestina, relata que seu pai trabalhava em uma grande fazenda e que viviam confortavelmente. Conta que adorava açúcar mascavo e os queijos que eram feitos em casa.

O nordestino de quase um século, que conheceu o rei do cangaço : “Lampião, somente matava quem fazia mal às pessoas, não matava quem era inocente”

Foto: Arquivo da família

Ele conta que conheceu Lampião aos nove anos de idade. Na época, ele dormiu em sua casa, juntamente com seu bando. E no amanhecer do dia seguinte, depois de um café preto feito pela sua mãe Primitiva, foi embora. José lembra que, ao se despedir, o cangaceiro acariciou seu cabelo e partiu de cavalo, sem olhar para trás, deixando o pequeno garoto parado, o vendo desaparecer de cavalo na imensidão do sertão nordestino. Para ele, o rei do cangaço era um homem justo no Nordeste, “somente matava quem fazia mal às pessoas, não matava quem era inocente. As pessoas não sabem como a história foi construída”, completa Seu Gaudêncio, lembrando das cenas de quando era apenas uma criança.

Residente no município de Brasiléia, ele fala das dificuldades que enfrentou quando chegou no Acre. O nordestino saiu de sua cidade natal em busca de melhores condições de vida, na intenção de trabalhar na extração da borracha, que na época estava no auge. Mas logo que chegou, enfrentou a realidade, sem conhecer ninguém, apenas com a cara e a coragem. Ele conta que trabalhou na extração borracha em um seringal que ajudou a abrir, que passou muita fome. Mas apesar dos grandes desafios que enfrentou, agradece, pois hoje é aposentado como soldado da borracha.   

Seu Gaudêncio é pai de sete filhos, a mulher morreu há cerca de quinze anos. Atualmente, José Vaz da Silva mora com o neto que criou como filho. Quando indagado sobre o segredo de viver tanto com saúde e lucidez, o senhor de olhar brilhante apenas sorri e diz: “sempre fui uma pessoa boa, que acredita na bondade”. E esclarece que quando jovem plantou coisas boas, afirmando assim que é inevitável a colheita de bons frutos. “Uma pessoa que planta feijão não tem como ela colher arroz”. E finalizou, dizendo: “seja uma pessoa do bem e seja boa com as pessoas, um dia isso volta para você. E sorria sempre, pois sorrir engrandece a alma e alivia as dores”.

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1 Comment

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  1. Ray junior

    9 de agosto de 2021 no 14:18

    Grande exemplo de vida!!

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Histórias de vida

O Chefe deixou a calçada

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Por Ludymila Maia e Beatriz Mendonça 

A pequena loja, localizada perto das margens do Rio Acre, com várias bugigangas à mostra, está há pouco mais de um ano sem a fervorosa animação e presença do seu dono. O falecimento de Tancredo Lima de Souza, ocorrido no dia 23 de agosto de 2022, aos 69 anos, deixou uma lacuna profunda naqueles que o conheceram e amaram.

Tancredo Lima de Souza veio do interior de Pernambuco para Rio Branco, com seu pai e irmãos, e logo começou a trabalhar para ajudar no sustento da casa. Como era o mais proativo, logo ganhou o apelido de Chefe. Sempre dedicado, exerceu várias profissões, dentre elas seringueiro, motorista de ônibus e táxi, mas seu coração pertenceu ao comércio. 

Começou desde jovem vendendo picolé, e, com o passar dos anos, passou a vender vassouras e tabaco. Conseguiu um ponto de vendas no Centro da cidade, trabalhou para manter sua loja junto de sua esposa, Maria José, e expandiu cada vez mais seu comércio. Virou o famoso Bazar Chefe, popular pela variedade de produtos tradicionais expostos para que todos aqueles que passam pelo local possam ver.

Começou a atrair uma grande clientela, que buscava utensílios que só o Chefe tinha e todos eram encantados pela humildade e vigor do vendedor. Assim foi construído um legado, que durou mais de 50 anos com clientes fiéis e amigos saudosos, que ainda se emocionam ao visitar a loja e não ver o Chefe no comando.

Bazar Chefe, um dos comércios mais tradicionais e populares de Rio Branco. Foto: Ludymila Maia

A saudade bate particularmente naqueles que compartilharam o privilégio de chamá-lo de pai. Segundo seus filhos, Cleudo José e Cleide Sandra, o pai sempre os incentivou para seguir seus passos e também foi um grande exemplo de honestidade, humildade e integridade. Além disso, os filhos lembram de seu coração bondoso que ajudava a todos.

Na cidade, ele era conhecido como um comerciante exemplar, alguém que deixou sua marca nas ruas e nos corações daqueles que tiveram a sorte de cruzar seu caminho. Para sua filha, ele era muito mais do que um pai, era um mentor, um guia. 

Ao falar sobre ele, a emoção na voz, pois sua jornada serviu como uma escola prática para seus filhos, uma lição de vida transmitida através das experiências do dia a dia. Seu pai, um verdadeiro mestre do comércio, ensinou não apenas a vender produtos, mas também a construir relacionamentos duradouros. 

“Ele era o meu pilar”, diz seu filho, com a voz repleta de reverência. “Ele não apenas direcionava nossos negócios, mas também na vida. Suas palavras eram um farol, estabelecendo o caminho certo a seguir”. Mesmo que sua presença física agora seja uma lembrança, o impacto de seus conselhos continua a moldar suas escolhas e ações. 

Os dois filhos do Chefe, Cleudo José e Cleide Sandra.  Foto: Ludymila Maia

“Humildade” é uma palavra que surge constantemente quando se fala dele. Ele era um homem que tratava todos com respeito e compaixão, independentemente da posição na sociedade. Sua presença calorosa e sincera deixou uma marca indelével nas pessoas com as quais interagiu e, até hoje, elas sentem sua falta. 

A voz de Francisca Lima, irmã de Tancredo, ecoa com carinho e saudade, relembrando as memórias de um homem cuja vida foi repleta de histórias e ensinamentos. “Ah, meu irmão… Como é difícil falar dele”, suspira a irmã, com os olhos cheios de emoção. “Ele era tudo para nós, um alicerce em nossa família e também na família de sua mulher. Seu coração era grande o suficiente para abraçar o mundo inteiro.”

O sepultamento de Tancredo não apenas trouxe lágrimas à sua família, mas também testemunhou o amor e o respeito que ele inspirou em toda a comunidade. “No dia em que o Chefe faleceu, ainda de madrugada, começou a chegar gente das fazendas, do interior, do seringal”, descreve sua irmã, destacando a influência imensa que ele teve. 

“Eu preferi não ver o Chefe”, admite ela, uma vez que a perda ainda é difícil de aceitar. “Ele foi nosso pai e nossa mãe, desde muito cedo ele assumiu as responsabilidades, sempre cuidou muito da gente, era tudo para nós, lembro de quando eu e minha irmã ficamos mocinhas ele comprava até batom para gente só porque sabia que nós gostávamos.” 

Uma paixão peculiar pela culinária emerge nos relatos da irmã, que com um sorriso afetuoso diz: “Lembro que meu irmão adorava peixe, ele gostava muito, sempre comia tambaqui até dizer chega.” Era na simplicidade da vida que o famoso Chefe do Novo Mercado Velho encontrou sua alegria, seja vendendo picolés nas ruas, ou incansavelmente juntando centavos para sua primeira banquinha. Nunca teve vergonha de sua história e  se orgulhava de seu passado. Apesar de não ter terminado seus estudos, foi um grande aprendiz da vida e também um grande professor para aqueles que o conheceram.

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Histórias de vida

Rua do Trapiche

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Por Andriny Silva

Hoje chamada rua Ricardo Campelo, outrora rua do Trapiche, recebeu esse nome pois, de acordo com quem mora lá, há alguns anos a população precisava andar por cima de estruturas de madeira, os chamados trapiches, pois havia muita lama.

Esta rua fica localizada no bairro Boa Vista, na Baixada da Sobral, uma ampla região que abriga 18  bairros, assim como diversos comércios, escolas, órgãos públicos, entre outros tipos de estabelecimentos. A região é como se fosse uma outra cidade dentro de Rio Branco.

Também chamada “Baixada do Sol’’, esse nome foi criado para evitar que chamassem de “Sobral’’ todos os diferentes bairros que são cortados pela estrada de mesmo nome. É um espaço que abriga muitas pessoas que vieram de outros municípios e, assim como o sol, nasceu para  todos.

Antigamente a região era bem diferente do que é hoje, era uma fazenda e, pouco a pouco, casas foram construídas e formando diversos bairros e ruas. Nesse tempo, havia muita lama, contrastando com a visão atual, em que a maioria das ruas são cobertas por asfalto ou pelos  tradicionais tijolos. 

A dona de casa Luziete Mesquita da Costa, de 43 anos, é uma entre as diversas pessoas que saíram de seus locais de origem e hoje tem como lar a Baixada da Sobral, sendo  moradora dessa região há quase 30 anos. 

Ela vivia na zona rural mas,aos 14 anos, começou a morar com a irmã mais velha, Izalete, que já era residente do bairro João Paulo. O objetivo de Luziete era estudar, porém, a vida tomou outro rumo e ela acabou estudando apenas até a oitava série. 

Quando ela chegou, ainda existiam os trapiches e muita lama, assim como a vida, que é cheia de mudanças, ela viu a rua feita de lama se transformar em tijolos. E a rua também  acompanhou as mudanças de sua vida, viu quando conheceu seu primeiro esposo, o  nascimento de seus três primeiros filhos,viu o seu divócio, e o nascimento dos dois  outros filhos que vieram depois., e até hoje vê os sonhos de Luziete, que almeja terminar de reformar sua  casa e ver seus filhos formados, se realizando. E a rua segue vendo,  a cada dia, todo o trajeto da vida de Luziete e de outros moradores. 

A vendedora de doces regionais Andressa da Costa Silva tem 27 anos e mora na região há 17, sendo  12 deles  como moradora da rua Ricardo Campelo.  Ela tinha apenas dez anos de idade quando seus pais resolveram se separar e metade  de sua família, da parte materna, morava espalhada pela região da Baixada da Sobral. 

Na época em que chegou, muitas ruas ainda eram de trapiche e a área era   conhecida como periférica, Sua vida foi, praticamente, toda na Sobral, nas regiões de Boa Vista  e João Paulo,chegando a morar em várias ruas por conta das muitas mudanças. 

Quando,  enfim, se instalou na rua Ricardo Campelo, não tinha saneamento básico, havia muito  mato e esgoto a céu aberto, entretanto, hoje em dia o local está mais valorizado, e ganhou melhor estrutura, como a mudança da rua de trapiche para tijolos

A rua Ricardo Campelo já foi conhecida como rua das flores. Também foi conhecida por ser muito perigosa, lar de confrontos entre facções. Atualmente, porém, a onda de  violência reduziu. 

Luziete e Andressa, de formas particulares, possuem uma boa relação com seus vizinhos. Andressa, conversa, se dá bem e acha os vizinhos super harmoniosos. Luziete, por outro lado, não é de ficar conversando, mas não tem nenhum problema com seus  vizinhos. Ela acredita que cada um vive sua vida tranquilamente, sem problema nenhum, se dá super bem com todos, mas com cada qual no seu canto. 

Luziete gosta do local onde mora e não pretende mudar. Andressa, por outro lado, gosta  do seu bairro em geral, gosta da facilidade em questão de transporte público e gosta do  fato de andar pouco e logo encontrar padarias, açougues, frutarias, escolas e paradas de  ônibus, porém, apesar de gostar de onde mora, acredita que a vida é repleta de mudanças  e ela pretende se mudar futuramente. 

Para conhecer a região:

TORRES, Gilmar. Conheça a Baixada da Sobral. Blog fala baixada, Rio Branco, 2018.  Disponível em: <http://falabaixada.blogspot.com/p/conheca-baixada-do-sol_30.html>.  Acesso em: 01 set. 2022 de Setembro.

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Histórias de vida

Os 60 anos do Quinari: entre história, estórias e fofocas

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Por Felipe Souza

Uma cidade pequena, vizinha da capital acreana, com pouco mais de 22 mil habitantes e muitas histórias para contar. Considerado por muitos um local pacato, já foi uma vila antes de receber o título de município, pela Constituição Estadual de 01 de março de 1963, completando 60 anos em 2023.

A cidade leva o nome de José Guiomard dos Santos, um político mineiro que atuou  no Acre. Ele foi governador do território entre 1946 e 1950, e eleito deputado federal logo em seguida, em 1951, quando apresentou o projeto de lei para elevar o Acre de território federal a Estado, medida concretizada em 1962. No mesmo ano, foi eleito senador.

No entanto, o município até os dias de hoje ainda é conhecido pelo nome enquanto vila: Quinari. Por muitos, visto como um lugar sem futuro, por outros, como lar e aconchego. Cidades pequenas podem, muitas vezes, te laçar e criar uma ligação eterna, que te faz ficar preso lá. Senador Guiomard pode ser, e é, uma dessas cidades.

Imagem: Felipe Souza

Crianças brincando na rua, pessoas passeando com animais, estudantes saindo ou indo para a escola, um certo trânsito de veículos – talvez grande o suficiente para a existência de um semáforo, o que realmente veio a acontecer recentemente, são coisas comuns de se verem por lá.

Pela falta de entretenimento, a população sempre faz as mesmas coisas: tomar açaí na El Shaday local, comer pastel em uma lanchonete ao lado, ir à pracinha situada no Centro da cidade, e, aos finais de semana, para quem gosta, ouvir pagode no ‘Deck Quinari’.

Imagem: Felipe Souza

Reclamações são frequentes por lá, tanto das ruas sem pavimentação, quanto da vizinhança fofoqueira (ou seria a cidade inteira?). Uma cidade pequena pode ter dessas coisas; pessoas que você nunca viu sabem mais de sua vida do que você mesmo.

Imagem: Felipe Souza

Com um único hospital, o Ary Rodrigues, a população geralmente enfrenta grandes filas para um atendimento. Apesar disso, as Unidades Básicas de Saúde estão em abundância por lá, com cerca de 12, contando zona urbana e rural, assim como as farmácias, que são pelo menos oito no pequeno território.

Nos últimos anos, desde a eleição de 2020, com a gestão atual, muitos eventos passaram a acontecer na localidade. Eventos que não aconteciam há muito tempo como, por exemplo, a Expoquinari, uma versão mais modesta da Expoacre, para a população “quinariense”.

Até mesmo histórias (ou estórias) de terror assolam a pequena cidade acreana. Há boatos que, em determinada curva próxima à entrada da cidade, existe um fantasma de uma mulher viúva, que vaga em busca de seu marido. Há relatos de que, sim, ela existe e gosta de assombrar os caminhoneiros, que passam por ali à noite. A “assombração”  é conhecida como Mulher de Branco.

Apesar de tudo, Senador Guiomard é, para muitos, lar, aconchego e casa. De reclamações não pode se safar, até porque seres humanos habitam lá. E quem sabe, possa comemorar muitas outras décadas com gente “presepeira”, pois, segundo os moradores, Quinari é Hollywood.

Imagem: Felipe Souza

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