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A corrida pela aprovação
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Redação
Alta procura pelo curso de Medicina costuma exigir mais dedicação dos candidatos nas horas de preparação | Foto: Arquivo pessoal/Linda Vitória
A trajetória de estudantes que percorrem diferentes caminhos em busca do sonho de cursar medicina
Por Ana Luíza Bessa e Renato Menezes
Do ponto de partida até a linha de chegada ao ensino superior, a trajetória que milhões de estudantes percorrem para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) visa um objetivo em comum: entrar no curso dos sonhos em uma universidade pública ou faculdade privada. De acordo com o Relatório Anual do Enem, somente no estado do Acre foram 40.674 inscrições realizadas em 2020 para tentar alcançar a meta de ingressar no ensino superior. Contudo, as dificuldades que a pandemia de Covid-19 trouxe no início desta década em todas as áreas da sociedade refletiram nos dois domingos de prova, sendo as datas realocadas para 17 e 24 de janeiro de 2021, por conta da crise de saúde pública que impede aglomerações.
Dos mais de 40 mil acreanos inscritos em 2020, somente 19.721 pessoas estiveram presentes no primeiro dia de aplicação do exame. No segundo dia, o número caiu para 18.389. Conclui-se que mais de 20 mil alunos deixaram de comparecer aos locais de aplicação para resolverem as questões de Ciências Humanas, Linguagens e Redação. No segundo dia, mais 1.332 estudantes não fizeram a segunda etapa, que continha questões de Ciências da Natureza e Matemática. Vale lembrar que se o candidato não se faz presente nos dois dias, a desclassificação é automática, uma vez que o quadro de notas não ficará completo. Isso impede a inscrição nos programas de acesso ao ensino superior como o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), Programa Universidade para Todos (Prouni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Nesta pista de corrida, mais da metade dos acreanos ficaram pelo caminho.
Os motivos foram vários. Alguns contraíram a Covid, outros chegaram atrasados, outros nem sequer conseguiram chegar nos locais de prova em decorrência de problemas pontuais ou de deslocamento. Estes foram eliminados e não tiveram a chance de fazer a prova que define quem entra e quem tem que voltar a tentar no ano seguinte, mesmo que tenham estudado muito para isso.
Este foi o caso das estudantes Andressa Mendes, de 22 anos, e de Linda Vitória Coutinho, de 20 anos. Apesar de terem feito a prova em 2020, ambas não foram aprovadas para o curso de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac). Então, seguem estudando para alcançar a vaga na graduação pretendida. A caminhada de ambas não começou no ano passado.
A TRAJETÓRIA DE ANDRESSA
Se preparando desde 2016, quando estava no 3º ano do ensino médio, Andressa tentou no ano em questão, nos seguintes e segue estudando para fazer a edição de 2021, que acontecerá nos dias 21 e 28 de novembro. Quem olha para tantas tentativas pode até imaginar que ela perdeu tempo demais ou que poderia ter feito outra graduação. No entanto, ela conta que não sente que está ficando para trás. Muito pelo contrário, considera que está evoluindo a cada ano em prol do objetivo que traçou desde que compreendeu que seu destino era cuidar de gente, aos 13 anos. “A cada ano tenho evoluído, devagar, uma hora eu vou chegar lá. Já estive mais distante, mas creio que tô chegando perto”, falou.
Ela fez um ano de cursinho público (2016), três anos de cursinho particular (2017, 2018 e 2019) e quase dois (2020 e 2021) em modalidade de Ensino à Distância (EaD), devido à pandemia. No primeiro ano que prestou o exame, tinha uma jornada tripla: trabalhava de manhã ajudando a mãe, que é diarista, ia para a escola à tarde e ao cursinho de noite. Quando terminou o ensino médio, começou a se dedicar mais ao Enem, tentando conciliar trabalho e estudo preparatório.
“Eu sempre trabalhei desde o ensino médio. Antes era bem mais difícil, porque eu tinha que trabalhar de manhã, estudar de tarde e fazer cursinho de noite. Quando terminei o ensino médio, fiquei só trabalhando e estudando para o Enem, mas ainda assim não deixou de ser difícil. O bom é que eu não tinha mais a obrigação de ir para a escola e ainda pegar ônibus, me deslocar e me estressar – porque esses ônibus daqui não são fáceis. Mas aí, quando me formei, ficou um pouco mais flexível pra trabalhar e estudar. O cursinho, querendo ou não, é algo mais liberal”, disse.
“É PUXADO”
Esta rotina dupla ainda perdura. Ela continua acompanhando e realizando as faxinas diárias com a dona Rosilene Mendes, de segunda a sexta-feira, para prover o sustento da casa e custear os estudos. Ela considera a rotina puxada. “Minha mãe é faxineira, diarista, e eu vou ajudar ela. Então, não é aquela coisa de todo dia você estar naquele mesmo canto. Aí tem gente que bagunça muito, tem outros que fazem as coisas mais direitinho. Geralmente é só um turno, mas tem dias que a gente faz dois, e aí eu tenho que dar um jeito de conciliar e acabo estudando só à noite”, comentou.
Com o dinheiro das faxinas, Andressa e a mãe conseguiram pagar o cursinho presencial durante três anos, com mensalidade de R$800 na época, e apostilas no valor de R$2 mil que se renovam a cada ano. De manhã, ia para as casas de família; de tarde, para o cursinho; e de noite, mantinha os estudos. Oriunda de escola pública, ela também contou que no próprio pré-Enem fica perceptível a diferença de ensino entre o público e o particular.
“O cursinho que eu fazia era o melhor do Acre. Tinha gente de todas as classes, de todos os níveis e a maioria da sala, tipo 90%, querendo fazer medicina. E quando você chega lá, e você é de escola pública, é possível ver uma diferença discrepante comparando com estudantes de escola privada. Tem coisas que eu ficava ‘meu Deus, eu nunca vi isso na minha vida!’ Mas aí, depois, com muita dificuldade, a gente vai se acostumando”.
COMPARATIVO ENTRE AS ESCOLAS DO
A média de notas das escolas no Enem reflete esta discrepância no ensino. De acordo com uma pesquisa nacional realizada pela empresa de tecnologia ZBS com os resultados do Enem 2019, as maiores médias do exame no Acre se concentram em instituições de ensino privadas. No top 10, somente duas não são deste nicho.
Neste estudo com 5.318 participantes do Acre, a média de notas de alunos de escola pública é de 461,56. A de ensino privado, por sua vez, é de 572,09, sendo que 13,33% destes alunos têm renda média mensal bruta de R$11,9 mil a R$14,9 mil.
Com relação aos que estudaram em escola pública, o maior grupo socioeconômico é composto de participantes que possuem renda de até 1 (um) salário mínimo.

Não há dúvidas que essas diferenças foram ainda mais acentuadas durante a pandemia. Estudos realizados pela Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mostram que há desigualdade quando o assunto é internet: 98,4% dos estudantes da rede privada tiveram acesso à rede e este percentual entre os estudantes da rede pública de ensino foi de 83,7%.

Estas disparidades refletem na qualidade de ensino e no desempenho dos alunos no Enem. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2018, apenas 36% dos alunos da rede pública ingressaram na graduação (pública ou privada). Para os da rede privada, o índice registrou 79,2%.

“TEM DIAS QUE O CANSAÇO VENCE A GENTE”
Sobre isto, Andressa destacou que é inevitável a diferença de notas quando se equipara os resultados do Enem de pessoas que vêm de ensino público com os que estudaram em escola particular, principalmente àqueles que não precisam trabalhar e, consequentemente, têm mais tempo de dedicação exclusiva ao estudo. “Uma pessoa que não tem tantos recursos acaba se preocupando bem mais com coisas do tipo ‘como é que vou pagar meu estudo, cursinho e material?’. Querendo ou não, às vezes só o cursinho online não é suficiente. Tem algumas coisas que você tem que pagar um pouco mais caro para ter algo mais individualizado”.
Estes esforços se justificam ao analisar o último relatório anual da Ufac. O “Ufac em Números 2019” mostra que mesmo com a aprovação, em 2018, da cota regional que prioriza alunos que concluíram o ensino médio no estado, a relação candidato/vaga no curso de medicina ainda é alta. Em 2018, foram 17.643 inscritos e 220,54 candidatos por vaga. Em 2019, foram 7.775 candidatos e 97,19 concorrentes para cada vaga, o que ainda configura a maior média entre os cursos, apesar da queda significativa. Anualmente, a universidade oferta 80 vagas distribuídas em duas turmas de 40 alunos nas duas edições do Sisu.
Atualmente, Andressa se prepara com os recursos on-line que tem ao alcance, tanto em decorrência da pandemia, como por questões financeiras. No entanto, afirma que se acostumou a estudar sozinha, mesmo ciente de que requer mais esforço por parte de quem estuda. “No começo (da pandemia) foi bem difícil. Eu não estava acostumada a estudar online porque tinha aquela rotina de estar todo dia no cursinho com os professores para me auxiliar. Depois me adaptei e comecei até a gostar, pois vi que eu podia fazer aquilo, já que antes eu me prendia demais naquele negócio de ter que estar com um tutor ao meu lado”.
No início das restrições, ela e a mãe ficaram sem trabalhar por 2 meses. Agora, ela retomou o trabalho no turno matutino de segunda a sexta-feira e, eventualmente, alguns dias de tarde. Ao chegar em casa, descansa por alguns minutos e tenta focar no estudo, mesmo às vezes exausta do trabalho. E como faz para manter o foco? “Eu tento, mas tem dias que o cansaço vence a gente. Mas aí depois de um banho quente, a gente pensa melhor”.
NA HORA DE TENTAR A VAGA…
Como todo “enembulando”, o nervosismo para verificar a nota e aplicá-la no sistema é inevitável, justamente porque passou o ano inteiro se preparando. Porém, ela sempre tentou tirar uma vantagem diante das tentativas em passar para Medicina, principalmente para ficar motivada em continuar persistindo. “Nos primeiros anos eu me desesperava, mas aí depois eu comecei a tirar proveito disso e me manter mais focada nas disciplinas que eu vi que tinha um desempenho menor.
“TENHO QUE PROSSEGUIR, NÉ?!”
Sobre resultados, ela chegou a passar para Direito na Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) e relatou que, inicialmente, ficou com vontade de adiar o sonho de ser médica. “No Enem de 2019 eu passei para Direito na Unemat e fiquei com vontade de ir, mas aí conversei com algumas pessoas que estavam se formando no curso de Medicina e que me orientaram a seguir meu coração. E se eu estava há todos esses anos estudando por uma coisa que eu sonho, eu tenho que prosseguir, né? Por mais que demore. Depois de pensar bem, vi que (Direito) não tinha nada a ver comigo”.
A TRAJETÓRIA DE LINDA VITÓRIA
A estudante Linda Vitória Coutinho, de 20 anos, também estuda para entrar no curso de Medicina. Oriunda de escola particular, concluiu o ensino médio em 2017. No ano seguinte, ingressou em um cursinho pré-vestibular pago. Desde então, foca em passar na federal. A rotina dela é totalmente focada nos estudos, com média de 9 horas de dedicação integral.
Linda mora com os pais e possui um local próprio e silencioso para os estudos. “Eu estudo no meu quarto. A maior parte do tempo eu fico em silêncio, tenho mesa, ar-condicionado, ventilador, material e internet. Tenho todo o tempo para estudar e sei que sou bem privilegiada por conta disso, pois tenho apoio dos meus pais”, disse.
Ela começa indo para o pré-Enem às 8h com mensalidade de R$900 e material anual de R$2mil, parando somente ao meio-dia para almoçar em casa. Depois disso, descansa até às 14h e segue estudando até às 20h. Aos finais de semana, Linda paga um valor extra para receber uma correção detalhada de simulados particulares online que costuma fazer no sábado, baseada no sistema de Teoria de Resposta ao Item (TRI). Além disso, assina mais cursos online de resolução de questões que mostram a porcentagem de desempenho diário e faz aulas extras de matérias isoladas.
Com isto, a estudante considera que tem bastante sorte em poder focar somente nos estudos. Ela comentou também que vê muitas pessoas que conciliam outros afazeres enquanto tentam ingressar na universidade. “Durante a trajetória de estudos, vi que na sala do pré-Enem tinha muita gente que só estudava, mas esse ano tem uma galera que estuda e ajuda em casa ou trabalha. Em 2020, teve um policial aprovado que trabalhava de madrugada e ia pra aula no outro dia. Me considero privilegiada, pois já é difícil passar assim, com todo esse apoio que eu tenho para estudar, então imagina se preocupar por dois, em estudar e trabalhar?!”, completou.
FATOR EMOCIONAL
Independente do perfil estudantil, o equilíbrio emocional dos estudantes é um fator muito importante para um bom desempenho na hora da prova. A pressão neste processo de estudo gera ansiedade e o desgaste mental é muito frequente. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Programa de Avaliação Internacional de Estudantes 2018, por exemplo, 56% dos jovens brasileiros sofrem com estresse. Além disso, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, com mais de 18 milhões de pessoas nestas condições.
Linda é uma das estudantes que costuma ficar insegura na hora da prova. Ela ainda não foi a um psicólogo, mas está procurando, pois sabe que o controle emocional conta bastante nos dias de prova do Enem.
“Esse ano fui fazer a prova com a consciência de que eu tinha estudado, de que sabia o conteúdo, mas no fim das contas eu errei por falta de calma. Talvez com cinco segundos a mais de atenção eu poderia ter resolvido as questões que errei, e essas eram as que eu precisava pra passar. Isso afetou demais a minha ansiedade”, disse.
“NINGUÉM VAI TOMAR ISSO DE MIM”
Linda sabe que tem potencial para passar. “A falta de confiança é constante, pois é uma prova que reflete um ano de dedicação. O cursinho, por exemplo, é um ambiente de muita rivalidade. Mas tenho consciência de que eu sou capaz de conquistar minha vaga e de dar o meu melhor. Ninguém tira vaga de ninguém, e ninguém vai tomar isso de mim”.
Andressa também acredita que uma hora essa conquista vai chegar para ela. “Acredito que cada pessoa tem seu momento. Às vezes você quer tanto uma coisa, mas emocionalmente não está preparado, e eu acho que o Enem, por mais duro que seja, ele nos prepara para desafios maiores. A esperança é a última que morre para mim”.
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Notícias
Do isolamento à cidadania: travessia da defensoria pelas comunidades do Acre
Publicado há
3 semanas atrásem
31 de outubro de 2025por
RedaçãoA iniciativa leva às comunidades ribeirinhas, periféricas e rurais atendimento jurídico, emissão de documentos, consulta a processos e diversos outros serviços
Por Bruna Feitosa*
Localização, despesa com transporte, hospedagem, alimentação, senhas por ordem de chegada e agendamento eletrônico são algumas dessas dificuldades encontradas por aqueles que residem em locais distantes dos centros urbanos e na maioria das vezes sem acesso digital ou conectividade.
Essa é a realidade de muitos acrianos, o Francisco das Chagas, que era só felicidade após receber o atendimento da Defensoria Pública em sua comunidade, localizada no . Para chega a ser atendido é inacreditável que fez suporte jurídico, a população também teve acesso a serviços na área da saúde, orientações sobre direitos do consumidor e sobre opções de crédito rural. sem precisar se deslocar até a cidade.
“Sou grato pela oportunidade, que é a realização deste serviço, apesar de onde moro. Conseguir suporte jurídico de dúvidas sobre o direito do consumidor de compra e venda de casa, para mim, foi muito importante, sou agradecido à Defensoria itinerante. Serviços essenciais que nos auxiliam e ajudam muito! Estou satisfeito”, afirmou.
Órgão públicos como Tribunal de Justiça do Acre, com o Projeto Cidadão, o Ministério Público do Estado do Acre, com o projeto MP na Comunidade e Defensoria Pública do Acre, com a Defensoria Itinerante realizam ações e projetos de forma conjunta para suprir as necessidades das comunidades mais isoladas. Em alguns locais as pessoas sequer conhecem seus direitos e têm dificuldade de chegar até a sede dos prédios públicos onde os serviços são ofertados.
A Defensoria do Estado do Acre tem se destacado pela promoção de justiça social ao enfrentar desafios como a falta de recursos, a escassez de defensores públicos e a sobrecarga de trabalho, o que, muitas vezes, dificulta o atendimento eficaz às populações mais carentes.
Os serviços que são ofertados pela Defensoria Itinerante são: orientação jurídica, consultas processuais, ajuizamento de ações, mediação e conciliação, alterações em registros civis, atendimento em direito de família, emissão de registros civis, encaminhamento para outros órgãos públicos entre outros.
A presença da Defensoria nas comunidades periféricas e rurais é crucial, deveria ser uma prática frequente e não uma exceção, já que nessas comunidades as pessoas enfrentam dificuldades para acessar a justiça. Um exemplo claro de como a Defensoria tem feito a diferença é o projeto “Mulheres Recomeçando”, que oferece suporte médico a mulheres em situação de violência doméstica e em questões relacionadas a seus direitos em áreas como saúde e cursos profissionalizantes e até capacitação para que vítimas de violência doméstica possam entrar no mercado de trabalho.
De acordo com o Coordenador da Comunicação da Defensoria Pública, Celso Araújo, a Defensoria tem um papel importante em levar os serviços à população na capital e no interior. “O programa visa levar atendimento jurídico às comunidades e foi idealizado em 2017. Até o momento atual, milhares de pessoas foram atendidas seja na cidade, seja na zona rural, seja na capital ou no interior. Esse trabalho é importante porque ele visa trazer cidadania e dignidade a todos, levando serviços para quem mais precisa”, afirma Celso Araújo.
De acordo com Franklin Lima da assessor da Secretaria de Estado da Mulher (SEMULHER) informou que todos os programas têm parcerias com as outras instituições que compõem a rede de atendimento à mulher vítima de violência. “O programa Impacta Mulher visa oferecer cursos profissionalizantes que alcançaram os 22 municípios do estado com customização de sandálias, guardanapos, hambúrguer, bolos e tortas. Para as mulheres em situação de vulnerabilidade social ou mulheres em caso de violência doméstica, mais de 1.600 já foram alcançadas com os cursos profissionalizantes”, afirma a assessora.
O projeto leva cidadania para as pessoas que residem mais distantes dos centros urbanos e contribui com uma sociedade mais inclusiva.
Defensoria Itinerante e o Apoio às Mulheres em Situação de Violência
O projeto “Defensoria Itinerante” leva os serviços da Defensoria às regiões mais afastadas e de difícil acesso, como comunidades rurais e periféricas, garantindo que a população vulnerável tenha acesso à justiça. Entre os serviços oferecidos, destacam-se a orientação jurídica em temas como direitos de família, saúde, educação e questões trabalhistas. As ações são voltadas para a população em vulnerabilidade social, onde buscam atendimento com base em sua solicitação, os atendimentos são diversos nas áreas jurídica gratuitamente, ajuizamento de ações, consulta processuais e alterações em registros civis, serviços esses no qual a população procura com maiores índices de resultados em seu atendimento.
Além dos desafios logísticos de acessar essas áreas, a Defensoria tem superado dificuldades tecnológicas, como a falta de conectividade, por meio da aquisição da Starlink, uma internet via satélite que possibilita a comunicação com as regiões mais remotas. Com esses recursos, estão trabalhando para levar dignidade e acesso à internet nas comunidades mais distantes, o que facilita ainda mais a integração de serviços essenciais a população que buscara ser atendida e sair da ação com seu atendimento resolvido ou com algum tipo de encaminhamento.
De acordo com a Diretoria de Comunicação da Defensoria Pública do Acre, Katiuscia Miranda “Por meio de parcerias institucionais, principalmente com as prefeituras e associações. A Defensoria Pública realiza atendimentos itinerantes, levando serviços jurídicos diretamente às comunidades rurais e periféricas. A instituição também mantém canais abertos para feedback, permitindo que as ações sejam ajustadas às necessidades específicas de cada local.” Afirma Katiuscia.
O projeto “Cuida, maninha” uma iniciativa voltada para mulheres em situação de vulnerabilidade social que busca promover o combate à violência de gênero em todo país.. A iniciativa é uma extensão do compromisso da Defensoria em promover a igualdade de gênero e garantir que as mulheres, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade, tenham seus direitos protegidos e respeitados na sociedade.
Em um discurso marcado pela identificação pessoal com o público presente, Juliana Marque, subdefensora-geral da Defensoria Pública do Acre, compartilhou memórias de sua infância no interior e destacou o poder do estudo como ferramenta de transformação. “A oportunidade está aqui, mas é preciso agarrá-la. Coloquem uma hora do dia só para vocês, se imponham, cuidem dos próprios sonhos”, incentivou. Para ela, o projeto simboliza mais do que formação técnica, representa empoderamento real e liberdade de escolha.
Garantia de acesso à justiça para populações vulneráveis
É o caso de Rafaela Ferreira, moradora do bairro Avenida Sobral, estava tendo ação da defensoria itinerante, onde buscou a consulta de processo judicial, em ação realizada no bairro sobral onde ela reside no bairro. “É muito importante ver essa ação sendo realizada justamente aqui, onde moro. Muita gente não tem acesso a serviços que são direitos básicos de todos, mas que, na prática, nem todos podem acessar”, afirmou Rafaela.
A ação social itinerante, promovida pelo vereador Zé Lopes e o Deputado Roberto Duarte em parceria com diversos órgãos e instituições, aconteceu na Escola Marilda Gouveia Viana e reuniu centenas de moradores da Baixada da Sobral. Durante a iniciativa, foram prestados atendimentos jurídicos nas áreas cível, criminal e de benefícios, além de orientação e assistência jurídica gratuita à população.
A presença constante da Defensoria Pública e outras instituições do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, nas comunidades em situação de vulnerábilidade social do Acre é essencial para garantir que todos os cidadãos, independentemente de sua condição econômica ou social, tenham acesso à justiça. A falta de informação jurídica e as dificuldades para acessar serviços legais criam uma grande barreira para a plena cidadania. Nesse cenário, a Defensoria Pública se torna a principal responsável por informar as populações carentes sobre seus direitos e por orientá-las, além de oferecer meios para que busquem a justiça de forma eficaz.
Esse trabalho se torna ainda mais relevante no contexto de um Brasil marcado por desigualdades sociais profundas, onde mulheres, negros, indígenas e pessoas em situação de rua frequentemente enfrentam discriminação e obstáculos adicionais para garantir seus direitos.
No enfrentamento à violência contra a mulher, a parceria entre a Defensoria Pública e a Semulher tem sido estratégica. O projeto “Mulheres Recomeçando” oferece suporte jurídico, psicológico e médico, além de capacitação profissional para mulheres em situação de vulnerabilidade. A iniciativa busca não apenas proteger, mas também promover autonomia e inclusão social.
A presença da Defensoria nas comunidades periféricas e rurais é crucial, pois deveria ser uma prática frequente, e não uma exceção.
O projeto oferece:atendimento médico e psicológico; cursos profissionalizantes; orientação sobre direitos civis e sociais; encaminhamento jurídico para casos de violência doméstica.A Defensoria, portanto, atua como um verdadeiro pilar de apoio para essas populações, combatendo injustiças sociais e promovendo a inclusão.
Cuida, Maninha: Empoderamento Feminino
Complementando essa atuação, o projeto Cuida, Maninha promove autonomia por meio da qualificação profissional e da valorização da liberdade de escolha. Em discurso emocionado, Juliana Marques compartilhou memórias de sua infância no interior e destacou o poder do estudo como ferramenta de transformação. “A oportunidade está aqui, mas é preciso agarrá-la. Coloquem uma hora do dia só para vocês, se imponham, cuidem dos próprios sonhos”, incentivou.
O fortalecimento da Defensoria Pública, com a expansão de seus projetos sociais, é uma estratégia fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, onde os direitos humanos e a cidadania plena sejam garantidos para todos, independentemente de sua classe social, etnia ou gênero.
*Este texto foi desenvolvido sob orientação do professor Franciso Aquinei, criado originalmente a partir da disciplina de Redação Jornalística 1.
Do Isolamento à Cidadania: A travessia da defensoria pelas comunidades do Acre
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Cresce o número de acidentes e lesões nas ruas de Rio Branco no 1º Trimestre de 2025
Publicado há
5 meses atrásem
13 de junho de 2025por
Redação
Número de mortes cai 41%, mas ocorrências aumentam e imprudência ainda preocupa autoridades e população
Por Ana Flávia Santos, Gabriela Fintelman, Luísy Xavier, Patrícia Pinheiro e Pedro Amorim
No primeiro trimestre de 2025, Rio Branco registrou 676 acidentes de trânsito, com um aumento de 3% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizadas 656 ocorrências. Os dados são da Coordenadoria de Engenharia e Estatística de Trânsito do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/AC) e apontam para um cenário ainda preocupante na capital acreana.
Desse total, 261 resultaram em vítimas não fatais, com 310 pessoas lesionadas. Por outro lado, o número de vítimas fatais apresentou uma queda significativa: foram sete vítimas fatais de janeiro a março deste ano, contra 12 no mesmo período do ano passado — uma redução de aproximadamente 41,7%.
Embora o recuo nas mortes seja um sinal positivo, o cenário ainda está longe de ser considerado seguro nas vias da capital. Mesmo quando os acidentes não resultam em fatalidades, os efeitos são visíveis, como os engarrafamentos, pessoas feridas, danos materiais e prejuízos emocionais.
Perfil de vítimas no trânsito
Segundo dados do Detran divulgados em 2016 e que permanecem como a base mais recente disponível —, homens representavam 69,6% das vítimas de acidentes em Rio Branco, enquanto as mulheres correspondiam a 30,16%. A faixa etária mais atingida era de 18 a 29 anos, com predominância de condutores (74,11%), seguidos por passageiros (17,46%) e pedestres (8,42%).
As motocicletas estavam envolvidas em 55,09% dos acidentes com vítimas, enquanto os automóveis lideravam os acidentes sem vítimas, com 64,45%.
A maioria dos casos envolvia colisões (79,9%) e atropelamentos (9,75%), com maior incidência nos horários de pico: entre 5h30 e 7h, 11h e 12h, e 18h e 19h.
Em uma entrevista para o jornal Folha Nobre em janeiro deste ano, a coordenadora de Educação do Detran, Cléia Machado, destacou que o grupo mais vulnerável no trânsito são primeiramente os pedestres e em segundo os ciclistas. Embora os dados mais recentes disponíveis sejam de 2016, não há evidências de mudanças significativas no perfil das vítimas.
“Os pedestres e ciclistas são os mais vulneráveis no trânsito, por isso precisam ter atitudes que protejam a vida. Aqui no Parque Ipê, por exemplo, os pedestres devem utilizar as vias para pedestres, assim como o ciclista deve transitar na ciclovia e sempre utilizar os equipamentos de segurança”, afirma.
Imprudência lidera causas de acidentes na capital
De acordo com o Detran, cerca de 90% dos acidentes registrados na capital são causados por imprudência no trânsito. Além disso, em âmbito nacional, estudos realizados pelo Ministério dos Transportes indicam que a imprudência dos motoristas é responsável por 53,7% deles no Brasil.
Entre os comportamentos de risco mais comuns estão excesso de velocidade, avanço de sinal vermelho e ultrapassagens perigosas. O advogado de trânsito Sandro Oliveira alerta que o problema não se resume à falta de conhecimento: “A falta de educação está diretamente ligada aos acidentes. Muitos motoristas agem como se estivessem certos, mesmo quando claramente estão errados”, comenta.
Outro fator preocupante é o crescimento da frota de veículos em Rio Branco. Entre 2020 e 2024, o número de automóveis registrados saltou de 186.723 para 217.962 — um aumento de 16,75%. A expansão, sem melhorias proporcionais na infraestrutura, contribui para congestionamentos, cruzamentos perigosos e aumento nos índices de acidentes.
As vias mais perigosas da capital
Segundo o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), os cruzamentos são os locais com maior incidência de acidentes, principalmente nos horários de pico e em vias de grande fluxo. Entre janeiro e março de 2025, as dez vias com maior número de ocorrências somaram 148. A Avenida Ceará lidera o ranking com 30 ocorrências no trimestre.
Além de fatores comportamentais, a ausência de sinalização adequada em trechos movimentados da capital também contribui para o risco nas vias. Para o advogado, o papel do poder público é fundamental nesse cenário.
“Cabe ao poder público garantir a sinalização horizontal e vertical conforme determina o artigo 80 do CTB [Código de Trânsito Brasileiro]. Sem isso, a responsabilidade pela segurança nas vias fica comprometida”, pontua.
Vozes das ruas: o olhar de quem vive o trânsito
Para além dos dados e estatísticas, as experiências cotidianas de quem enfrenta o trânsito todos os dias oferecem uma visão concreta e urgente da realidade. “Os principais desafios são nas ruas, com muitos motoqueiros imprudentes”, relata Jeferson Bessa, motorista de aplicativo.

Ele também aponta a precariedade da malha viária como um agravante: “Há várias ruas em Rio Branco que precisam de atenção do governo porque estão com muitos buracos, alguns sendo quase impossíveis de passar de moto, principalmente quando chove”, enfatiza.
Essa dificuldade também foi vivida por João Gustavo Rocha, vendedor externo da empresa Acrepan, que teve prejuízo após cair em um buraco encoberto pela água da chuva. “Era uma rua bem esburacada e todos os buracos estavam com água. Não dava pra ver o quão fundo eles eram. Acabei batendo em um buraco no carro da empresa e quebrou um pouco do para-choque. A empresa ficou no prejuízo” relata.
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Bairro Sobral, Rio Branco – AC. Foto: Hélio Vitalino
Ele também avalia que a desinformação sobre regras e deveres no trânsito ainda é um entrave. “A maioria dos motoristas não está bem-informada. Falta conscientização da população, e mais investimento do governo em educação para o trânsito. Muitas autoescolas também não oferecem uma formação de qualidade”, conclui.
Como prevenir acidentes e contribuir para um trânsito mais seguro
Diante dos números alarmantes e dos relatos de quem vivencia diariamente os desafios nas vias de Rio Branco, a prevenção se torna indispensável. Confira algumas orientações que podem ajudar a salvar vidas durante a rotina de trânsito.
- Respeite os limites de velocidade e a sinalização;
- Nunca dirija sob efeito de álcool ou outras substâncias;
- Use sempre o cinto de segurança e capacete, no caso de motociclistas;
- Evite o uso do celular ao volante;
- Mantenha a manutenção do veículo em dia, especialmente pneus e freios;
- Esteja atento às condições da pista, principalmente em dias de chuva.
Além da responsabilidade individual, o papel da população também é fundamental na fiscalização cidadã. Irregularidades no trânsito, buracos em vias públicas e comportamentos de risco podem – e devem – ser denunciados.
Canais de Denúncia e Contato:
- RBTrans (Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito): (68) 3212-7040
- Detran/AC: (68) 3229-5500, site: www.detran.ac.gov.br
- Ouvidoria da Prefeitura de Rio Branco: 0800 647 1311
- Polícia Militar (em caso de emergência ou flagrante de infração): 190, site: www.pm.ac.gov.br
As orientações seguem recomendações da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), que reforçam a importância da educação, fiscalização e boas práticas para a redução de acidentes. Somente com a união entre poder público, condutores e pedestres será possível transformar Rio Branco em uma cidade mais segura para todos.
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Empreendedorismo, arte e ativismo: narrativas de resistência de mulheres periféricas no primeiro podcast original A Catraia
Os 3 episódios do programa mergulham nas experiências de mulheres periféricas na capital acreana, explorando como o ativismo, a arte e o empreendedorismo social se entrelaçam como formas concretas de existir e transformar a realidade.
Publicado há
6 meses atrásem
6 de junho de 2025por
Redação
Produção explora como mulheres de Rio Branco constroem caminhos de autonomia e dignidade, utilizando o empreendedorismo e a arte para resistir à exclusão
Por: Victor Manoel
A realidade social e econômica apresenta desafios únicos em Rio Branco, especialmente para grupos minorizados que enfrentam barreiras estruturais no acesso a direitos básicos, inclusive no mercado formal. Nesse contexto, o empreendedorismo surge não apenas como um meio de subsistência, mas como uma poderosa ferramenta de resistência, emancipação política e busca por autonomia e dignidade.
É essa força e criatividade que impulsionam o podcast “Trabalhar e Resistir”, projeto do curso de Jornalismo da Ufac, realizado no âmbito do jornal laboratório A Catraia, que busca ouvir essas narrativas de luta e superação. Os 3 episódios do programa mergulham nas experiências de mulheres periféricas na capital acreana, explorando como o ativismo, a arte e o empreendedorismo social se entrelaçam como formas concretas de existir e transformar a realidade.
Uma das vozes do podcast é da Luar Maria, atriz e estudante, que compartilha a dura realidade enfrentada pela população trans no Acre. Ela aponta a falta de seriedade e compreensão por parte de algumas gestões públicas em relação às necessidades dessa população e destaca a precariedade do acesso à saúde e a ligação entre empregabilidade e saúde. Luar ressalta que a luta por direitos e a busca por meios de subsistência andam juntas. Para ela, falta “seriedade no sentido de realmente tocar o que o recorte das secretarias está faltando”, e é preciso acreditar que essas políticas são cruciais para entender e avançar.
O podcast também apresenta Vands, artivista e empreendedora de ilustrações da periferia. Ela vê sua arte não apenas como expressão, mas como uma ferramenta de ativismo e uma forma de gerar renda, conectando seu trabalho a questões de justiça social, ambiental e direitos humanos. Transformar sua arte em empreendimento foi um passo natural, mas cheio de desafios práticos no contexto periférico. Vands define seu “artivismo” como a união da arte com o ativismo e considera “resistência”, pois fala de questões importantes e é criada “em um contexto em que (…) o capitalismo incentiva muito a gente a consumir sem pensar”.
Para oferecer um panorama mais amplo, o podcast incluiu a perspectiva institucional com Julci Ferreira, analista do Sebrae Acre e gestora de projetos como o Plural, focado em grupos sub-representados e pessoas em situação de vulnerabilidade. Julci explica a abordagem do Sebrae para o empreendedorismo inclusivo, buscando integrar esses grupos e dar a eles “luz e autoridade para se verem como empreendedores”. Ela afirma que “a ideia do Sebrae não é número, não é abrir CNPJ. A ideia do Sebrae é cada vez mais desenvolver ideias de negócio”.
Ouça “Trabalhar e Resistir: Vozes Periféricas do Empreendedorismo no Acre” no Spotify: https://open.spotify.com/show/6un2SKAou6c8OfkehlAv5Q?si=0572cdc289e345c3
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