A peça escrita e dirigida por Nolram Rocha traz uma reflexão sobre a valorização e desvalorização da vida e foi responsável por levar mais de trezentas pessoas de volta ao teatro em sua primeira temporada do ano, em junho. Com todos os cuidados possíveis como o uso do álcool em gel, obrigatoriedade da máscara e a distancia necessária, Depois de Dora foi sucesso de público e estreia sua segunda temporada do ano em 9 de julho, as 19h30, na Usina de Artes, com entrada gratuita.
A vida Depois de Dora não é a mesma nem para os personagens, nem para o público. A arte da peça está na reflexão sobre a vida real. A vida imita a arte tanto quanto a arte imita a vida. Depois de Dora é realidade encenada.
“O tempo todo a peça fala sobre como você é frágil e te questiona o porquê você ta perdendo tempo com coisa que você não gosta, que você não ama, sendo que você pode estar aqui em um momento e depois não mais. Imagina se você tem a data da sua morte, o que mudaria na sua vida?” O questionamento é levantado pelo diretor da montagem ao ser questionado sobre a história da peça.
Sobre o sucesso de público, Nolram conta que já havia percebido nos ensaios que a peça iria ser um sucesso. “Eu mesmo fico rindo e chorando com a história. Eu assisto desde novembro e continuo rindo. Ver que esse público veio, gostou e chamou mais gente, foi uma experiência sensacional. Teve gente que veio cinco vezes”. O último dia da peça lotou tanto que a equipe teve que fechar os portões mais cedo. “Ficamos muito animados. Saímos extasiados. No último dia, a gente teve que mandar gente para casa porque já estava lotado.”
Sobre as expectativas para a próxima temporada, o diretor espera que o público continue indo ao teatro. “A expectativa é de muito público. Estamos fazendo adaptações para deixar a peça ainda mais atraente.” Nolram faz ainda um convite: “É uma oportunidade única no meio de uma pandemia encontrar um grupo de dezoito jovens artistas fazendo teatro com amor. No meio de um momento que não tem nada para fazer e assistir, tem gente fazendo teatro.”
Nolram Rocha e o Candeeiro.
Nascido em Rio Branco, Nolram Rocha diz que cresceu no mundo. Viveu na cidade apenas entre 2016, ano em que criou o grupo Teatro Candeeiro e Continente do Teatro, e 2018, ano que foi convidado para fazer parte de uma companhia de teatro de São Paulo. Lá, conseguiu perceber todo um novo mundo que envolvia as artes e chegou a apresentar no Teatro Municipal do estado. “Eu recebi cachê que eu não imaginava receber, conheci pessoas que eu não imaginava encontrar. A diferença dos grandes centros para cá é a quantidade de material para você ver, a quantidade de público que frequenta a obra que você faz.”
O diretor voltou para Rio Branco por conta da pandemia e foi então que começou o planejamento para levar Depois de Dora novamente para os palcos. Financiada pela lei Aldir Blanc, a peça foi uma grande oportunidade para Nolram realizar seu desejo de “receber para fazer teatro, receber pelo texto que você criou, comprar as coisas que desejo para a peça, de chamar uma galera jovem e pagar pelo trabalho.”
Apesar da ansiedade para a estreia, a peça foi adiada por conta da pandemia. A montagem deveria estrear em fevereiro, mas acabou estreando apenas meses depois. “Chamei dois amigos de São Paulo, eles vieram para cá para trabalhar comigo e aí estávamos com data de estreia marcada e mudou para bandeira vermelha. Aí o teatro fechou. Bar aberto, teatro fechado, sabe? A gente queria estrear em fevereiro. Imagina segurar uma equipe de 18 pessoas esse tempo todo. As pessoas vão conseguindo emprego, as passagens de volta já estavam compradas. Então eu falei ‘a primeira oportunidade que abrir, eu vou estrear isso’.”
O jovem diretor escreveu o texto de Depois de Dora inicialmente para um trabalho de faculdade e o processo aconteceu de uma maneira natural, mas a inspiração veio mesmo quando viu uma matéria de uma moça que ao se formar ficou tão feliz que morreu, e isso despertou algo dentro dele. Apesar de estar na terceira temporada da peça, o texto ainda passa por mudanças. “Eu sempre reescrevo o texto. Para mim, as palavras são construídas. Eu vou mudando, vou riscando, vou refazendo, vou construindo. É como se fosse uma obra. Ele está em constante mudança.”
Fundador do Teatro Candeeiro, Depois de Dora não é primeira peça de Nolram Rocha e do grande grupo de artistas, composto por, agora, dezoito pessoas. Mas nem sempre esse número foi tão grande. O projeto, que nasceu no bairro Manoel Julião em 2016, com o diretor e o professor de teatro, Micael Cortes, contava, inicialmente, com apenas seis pessoas, e possui uma pequena lista, porém bem sucedida, de 3 obras já apresentadas. “Na época, a gente pensou ‘vamos montar um grupo de teatro que a gente experimente todos os tipos de estéticas teatrais’. Existia o desejo de ter um grupo de teatro nosso, com amigos próximos e sair pelo mundão. Desde então, a gente nasceu.”
A primeira peça apresentada pelo grupo foi em 2016, mas logo veio a necessidade de expandir o projeto para além da universidade. “O projeto foi ganhando corpo.”. Depois de Dora é o terceiro projeto do grupo Candeeiro e já está na terceira temporada de apresentações. Simultaneamente ao nascimento do Candeeiro, Nolram também criou o grupo “Continente de teatro” com as mesmas pessoas. “Tinha algumas pessoas em artes cênicas que não me recebiam muito bem, mas a maioria da turma eu conseguia unir para fazer teatro. E aí um dia eu disse ‘ah, aquele pessoal é só uma ilha, a gente é um continente de teatro.’ O Candeeiro de certa forma estava dentro do continente.”.
Estudantes de Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac) se reuniram com os representantes dos quatro candidatos à prefeitura de Rio Branco, nesta quinta-feira, 15, para o alinhamento das regras do primeiro debate eleitoral promovido pelo curso, que acontece no dia 20 de setembro, com transmissão ao vivo pelo canal ‘Laboratório Jornalismo Ufac’, a partir das 20h.
Estiveram presentes todos os representantes dos candidatos pela disputa à prefeitura da capital acreana. Os assessores Gustavo Franco, Andréia Oliveira Forneck, Lailla Cândido e Ton Lindoso representam, respectivamente, Jenilson Leite (PSB), Marcus Alexandre (MDB), Emerson Jarude (Novo) e Tião Bocalom (PL).
Com mediação do professor da disciplina de Telejornalismo, Paulo Santiago, na reunião foram apresentadas as regras gerais, instruções e formato para a execução do debate político. Ao final, os representantes assinaram o documento de aceite às regras e a ata da reunião.
Foto: Arinelson Morais
Além da presença de Santiago, o momento também contou com o coordenador do curso de Jornalismo da Ufac, professor Luan Santos, e as estudantes Tácila Matos e Maria de Fátima Brito, que compõem a coordenação geral do debate eleitoral organizado pelos acadêmicos.
“Os estudantes são fundamentais nesse processo, porque aqui na Ufac eu acho que deve ter em torno de 10 mil estudantes, então vocês propiciarem um ambiente onde os estudantes vão poder conhecer as propostas dos candidatos é fundamental. Quero parabenizar o curso de Jornalismo pela iniciativa de realizar um debate dessa grandiosidade”, pontua a representante de Marcus Alexandre, Andréia Oliveira.
O responsável pela campanha de Tião Bocalom, Ton Lindoso, destaca que numa sociedade democrática, é essencial que todos os candidatos possam participar de etapas importantes como essa. “O debate é uma espécie de vitrine, onde cada candidato é apreciado. Apresenta suas propostas, se mostra para a sociedade, e a população, como um todo, tem a oportunidade de saber mais sobre as propostas”, ressalta Lindoso.
Para Lailla Cândido, representante de Emerson Jarude, o evento, além de colaborar com a formação dos acadêmicos de Jornalismo, será um espaço democrático para os candidatos apresentarem as suas plataformas de governo à academia e à sociedade. “Os estudantes são muito importantes dentro de uma eleição. São pessoas que estão no nosso futuro. A educação é a base da nossa sociedade”, disse Cândido.
O representante político e de comunicação de Jenilson Leite, Gustavo Franco, acredita que o poder dos jovens na política é muito decisivo em uma votação. “A gente costuma falar em nossas reuniões que os jovens têm um papel fundamental, inclusive, dentro de suas próprias residências e suas próprias famílias. […] Acho que todos têm que conhecer as propostas para poder escolher melhor os seus candidatos”, conclui Franco.
A Universidade Federal do Acre (UFAC), através do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), divulgou na tarde desta quinta-feira (25), o edital nº01/2024, para a seleção de bolsas de monitoria, referentes ao semestre letivo 2024.1
Ao todo, são 22 bolsas disponíveis no valor de R$700 mensais pagos aos alunos que foram selecionados, e outras sete voluntarias, para os cursos de Ciências Sociais, Comunicação Social, Filosofia, Bacharelado em Geografia, Licenciatura em Geografia, Bacharelado em História, Licenciatura em História (matutino e noturno), Psicologia.
É importante ressaltar que não possível fazer o acumulo de duas ou mais bolsas de monitoria de maneira remunerada, sendo possível ainda conciliar em caso de disponibilidade voluntária do aluno.
As bolsas serão referentes aos meses de agosto à novembro de 2024, sendo necessário para a inscrição, preencher a ficha, presente no edital, assim como apresentação de Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoa Física (CPF), ou documentos equivalentes, comprovante de matrícula do semestre vigente e o histórico escolar com o coeficiente de rendimento geral.
O cronograma a ser seguido está presente dentro do edital, que pode ser conferido na íntegra em documento abaixo/Foto: Reprodução
Os documentos devem ser encaminhados ao e-mail cfch@ufac.br entre o período de 25 a 28 de julho, com o assunto do envio sendo “Inscrição para Bolsa de Monitoria”, assim como nome do aluno, número de matricula e disciplina que deseja pleitear uma vaga de monitoria, junto aos documentos anexados em arquivo único, no formato PDF. É importante lembrar que se faz necessário ter concluído a disciplina que deseja ser monitor.
Os resultados preliminares deverão ser publicados em primeiro de agosto, com a lista final sendo disponibilizada no dia cinco do mesmo mês.
Para maiores informações acerca do processo seletivo, basta acessar o edital abaixo:
Uma das maiores preocupações dos estudantes dos cursos noturnos é o deslocamento por transporte público.
Por Akenes Mesquita e Felipe Nascimento
Estudantes enfrentam desafios significativos ao utilizar o transporte público para se deslocarem até suas residências durante o período noturno. A falta de infraestrutura adequada e os problemas de segurança são algumas das principais preocupações enfrentadas pelos estudantes que frequentam a Universidade Federal do Acre (Ufac).
Ônibus superlotados, atrasos frequentes e rotas limitadas são apenas algumas das questões enfrentadas diariamente pelos universitários. Além disso, a falta de iluminação adequada nos pontos de ônibus e nas vias públicas aumenta o sentimento de insegurança durante o trajeto para casa.
O aluno do curso de Ciências Econômicas, Abimael de Souza Melo, considera a situação inadmissível em um país onde os cidadãos pagam altos impostos e deveriam contar com este serviço público mais eficiente e acessível para todos. Ele relata as dificuldades enfrentadas ao utilizar o transporte público:“O último ônibus passa às 21h40, enquanto minhas aulas só terminam às 22h, o que gera um conflito de horários. Além disso, há um intervalo significativo entre os ônibus, por exemplo, um passa às 20h e o próximo só às 21h40, o que torna a espera prolongada”.
Foto: Akenes Mesquita
Segurança em risco
Outra preocupação significativa é a segurança. O aumento da criminalidade na cidade, especialmente durante a noite, torna o deslocamento dos estudantes uma experiência estressante e arriscada. Relatos de assaltos em pontos de ônibus e dentro dos próprios coletivos são frequentes, gerando um clima de insegurança na comunidade acadêmica.
Fábio Alves, estudante de Economia, já foi assaltado no trajeto e fala sobre o sentimento de insegurança ao voltar para casa após um dia cansativo de trabalho e aula.
“Moro no bairro Nova Esperança e há dois ônibus que fazem essa linha: Fundhacre e o Rodoviária. Como meu curso termina às 22h, eu tenho que optar por um dos dois. Houve vezes em que optando pelo o Fundhacre, eu perdia o Rodoviária e o Fundhacre nem aparecia no terminalzinho”, lamenta ele, que já precisou recorrer a carros de aplicativo e ouviu relatos de roubos a outros estudantes.
Impacto no desempenho acadêmico
Os desafios não se limitam apenas ao aspecto físico e emocional, mas também têm um impacto direto no desempenho acadêmico. O estresse e a ansiedade causados pelos problemas de transporte e segurança podem prejudicar a concentração em sala de aula e comprometer o rendimento escolar.
A presidente do Diretório Central dos Estudantes da Ufac (Dce), Ingrid Maia, reconheceu que desde janeiro de 2024 estão recebendo algumas reclamações, principalmente em relação ao atraso dos ônibus, à falta de acesso dos veículos na Ufac e à qualidade dos mesmos.
“Encaminhamos denúncia à RBTRANS para que seja instaurada uma investigação e garantir que tais irregularidades não se repitam. Quanto à mudança de rotas, vamos levantar essas e outras pautas no Conselho de Transportes e Tarifas.”
Ela também diz ter cobrado da administração uma maior efetividade nas rondas ostensivas e o retorno do diálogo com as instituições de segurança pública.”
Diante desses desafios, os estudantes clamam por soluções eficazes por parte das autoridades responsáveis. Medidas como aumento da frota, melhoria na infraestrutura dos pontos de ônibus e aumento da presença policial nas rotas de transporte público são algumas das demandas urgentes da comunidade acadêmica.