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Fundhacre realiza mutirão de cirurgias

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Uma alternativa humanizada para redução de filas de espera

    Marcos Jorge Dias

Recepção do Hospital do idoso onde ocorre o atendimento do mutirão de cirurgias (foto: Marcos Jorge Dias)           

A felicidade de quem já foi atendida

O clima refrigerado da recepção de atendimento do Hospital do idoso, no complexo Hospitalar da Fundhacre, era um refúgio na tarde escaldante daquele dia de agosto de 2023. De um lado, pacientes que estavam sendo chamados para o preenchimento do formulário para a internação. De outro, os que já haviam passado pelos procedimentos cirúrgicos e estavam no retorno pós-operatório.

Em meio ao burburinho de pacientes e atendentes comecei a conversar com a senhora Ligueneres Ribeiro da Silva – 47 anos, doméstica, submetida a cirurgia de varizes em 01/08/23, mas que não quis ser fotografada.

Comecei perguntando como foi que ela havia tomado conhecimento desse mutirão de cirurgias: “eu fiz uma cirurgia e depois foi quando me ligaram da SESSACRE avisando que ia ter outro mutirão e que era pra mim ficar atenta. Qualquer momento podiam ligar, e ligaram. Até porque eu já tinha feito outra cirurgia de histerectomia! Aí me disseram que iam me chamar pra outra.” Falou enquanto olhava ansiosa para o balcão de atendimento de onde chamavam os nomes dos pacientes a serem consultados.

Mesmo percebendo a ansiedade da minha interlocutora, insisti na conversa, e perguntei quanto tempo fazia que ela tinha feito a inscrição no CAC (Centro de Atendimento ao Cidadão), onde é feito o cadastro para inserção no Programa de Mutirão de Cirurgias, conforme informado por uma funcionária da administração que não quis ser identificada. Na Fundhacre uma há hierarquia na qual os servidores não podem prestar informações sem autorização dos gestores.

Mesmo relutante, com frases curtas, Dona Ligueneres continuou falando: “faz mais de um ano que eu fiz a outra e foi quando me ligaram uma vez, mas eu não vi a ligação. Depois ele (SESSACE) ligaram de novo pra eu vim comparecer aqui para fazer os exames.  Eu paguei só a ultrassom, que fiz fora, porque aqui demora demais. O resto foi tudo aqui mesmo. Tudo no mesmo dia, explica.

Sempre com o olhar desviando em direção ao balcão da atendente, parecia apressada para concluir nossa conversa. Ainda assim, segui fazendo perguntas: Como foi a cirurgia?  E o atendimento, como a senhora avalia o atendimento da equipe? E o que tem a dizer para as pessoas que precisam fazer uma cirurgia?

– Olha… a cirurgia foi boa. O serviço é bom e o pessoal daqui me tratou muito bem, só tenho a dizer que foi bom e agradecer. E pra quem precisa fazer alguma cirurgia, a primeira coisa a fazer é ir no posto de saúde para pegar o encaminhamento pra Fundação. Tudo começa desse jeito, explicou.

Nesse momento, a recepcionista chamou o seu nome.  Era sua vez de ser atendida pelo médico do retorno. Num misto de aparente alívio e alegria, acenou com a mão e adentrou ao consultório.  Fiquei ali, pensando na felicidade daquela senhora, por ter sido submetida a duas cirurgias no sistema SUS.

Atendimento humanizado para fazer o diferencial

“Quando se fala a palavra “mutirão”, a ideia que se tem é de um serviço com muitas pessoas e de qualidade duvidosa. Aqui na FUNDHACRE, mutirão não é sinônimo de serviço ruim.” (Winnie Lobato – Assistente Social)

 (Foto: Juliana Queiroz – Assessoria Fundhacre)

Para Winnie Lobato, que coordena a equipe de atendimento e psicossocial do mutirão de cirurgias, a forma como os pacientes são recebidos e acolhidos é o grande diferencial desse processo.

“Por conta da pandemia do COVID-19 nós passamos uma média de 3 anos com suspensão das cirurgias eletivas. Diante dessa situação, o governador solicitou ao presidente João Paulo, aqui da Fundação, e sua equipe, que pensasse numa solução que gerasse um impacto positivo no atendimento dessa longa fila de espera que havia se formado. Daí que veio a ideia do projeto mutirão de cirurgias.”

Conforme relatou Winnie, ainda que o termo “mutirão” possa parecer algo meio tumultuado, não é isso que ocorre. Ele se difere do atendimento regular e dos que são realizados em outros hospitais, essencialmente, pelo acolhimento e o impacto que causa na saúde das pessoas.

É um impacto social através do atendimento diferenciado ofertado pelo Sistema Único de Saúde – SUS, que tem uma Política Nacional de Humanização – defendida e seguida pela FUNDHACRE, que acredita que a PNH contribui, e muito, para o ideal de aproximar e humanizar esses processos na área da saúde. Sendo o acolhimento uma das perspectivas essenciais.  

Contudo, o acolhimento é um conjunto de diretrizes, de práticas e dispositivos realizados, para que possam tornar o acolhimento do paciente mais qualificado. E, esse qualificar significa ter um olhar atento, de que isso seja algo transversal. Não seja apenas pontual, apenas naquele momento em que o paciente está entrando na Unidade, mas todo o trajeto feito dentro da Unidade até o retorno à Rede Básica.

“Para que ocorra essa transversalidade há uma estrutura organizacional de gestão.  Eu, sou a gestora de acolhimento e psicossocial, temos um gestor administrativo – que cuida da parte de contratação de pessoas –  e uma gestora especial, para cuidar da parte de internação, enfermagem e gerência de leitos.”

Essa estrutura permitiu realizar no período de um ano 2.397 cirurgias e atualmente, agosto/23, já estão contabilizadas 2.691 cirurgias e 9.217 consultas. O processo de mutirão começou no dia 13 de julho do ano passado e não há uma data fim porque os atendimentos são feitos e renovados de acordo conforme a demanda e a complexidade de cada cirurgia. As de varizes são relativamente simples, com aplicação de espuma e vem sendo realizadas desde o ano passado. Por isso, o fluxo de chamadas está mais rápido e o feedback bastante positivo.

No entanto, cabe ressaltar que há um passo a passo a ser feito pelas pessoas que precisam fazer algum tipo de cirurgia para poderem acessar o sistema.

“É todo um ciclo, mas que não podemos precisar de quanto tempo, até porque cada cirurgia e cada paciente tem um perfil com especificidade e variáveis distintas.” Finalizou, Winnie.

O complexo hospitalar

(Foto: Marcos Jorge Dias)

A Fundação Hospitalar é uma unidade de referência no atendimento da saúde no Estado do Acre, que faz atendimento ambulatorial, atendimento psicossocial e consultas em diversas especialidades.

Localizado às margens da BR 364- Distrito Industrial, Rio Branco, o complexo conta com especialidade em Cirurgia Geral, Clínica Geral, Geriatria, Oncologia, Pediatria, Terapia Intensiva, Terapia Intensiva Pediátrica através do hospital de Oncologia, Serviço de Atendimento Especializado – SAE, hospital do Idoso e Centro cirúrgico para procedimentos de alta complexidade.

Cada unidade tem sua própria organização interna e gerência diferenciadas, conforme informações obtidas na administração, por uma servidora que preferiu não ter seu nome divulgado.Unidade sede: BR 364 km 2, nº 02 – Distrito Industrial – Telefone: (68) 3226-468

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Notícias

O desafio de pegar ônibus à noite na UFAC

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Uma das maiores preocupações dos estudantes dos cursos noturnos é o deslocamento por transporte público. 

Por Akenes Mesquita e Felipe Nascimento

Estudantes enfrentam desafios significativos ao utilizar o transporte público para se deslocarem até suas residências durante o período noturno. A falta de infraestrutura adequada e os problemas de segurança são algumas das principais preocupações enfrentadas pelos estudantes que frequentam a Universidade Federal do Acre (Ufac).

Ônibus superlotados, atrasos frequentes e rotas limitadas são apenas algumas das questões enfrentadas diariamente pelos universitários. Além disso, a falta de iluminação adequada nos pontos de ônibus e nas vias públicas aumenta o sentimento de insegurança durante o trajeto para casa. 

O aluno do curso de Ciências Econômicas, Abimael de Souza Melo, considera a situação inadmissível em um país onde os cidadãos pagam altos impostos e deveriam contar com este  serviço público mais eficiente e acessível para todos. Ele relata as dificuldades enfrentadas ao utilizar o transporte público:“O último ônibus passa às 21h40, enquanto minhas aulas só terminam às 22h, o que gera um conflito de horários. Além disso, há um intervalo significativo entre os ônibus, por exemplo, um passa às 20h e o próximo só às 21h40, o que torna a espera prolongada”.

Foto: Akenes Mesquita

Segurança em risco

Outra preocupação significativa  é a segurança. O aumento da criminalidade na cidade, especialmente durante a noite, torna o deslocamento dos estudantes uma experiência estressante e arriscada. Relatos de assaltos em pontos de ônibus e dentro dos próprios coletivos são frequentes, gerando um clima de insegurança na comunidade acadêmica.

Fábio Alves, estudante de Economia, já foi assaltado no trajeto e fala sobre o sentimento de insegurança ao voltar para casa após um dia cansativo de trabalho e aula.

“Moro no bairro Nova Esperança e há dois ônibus que fazem essa linha: Fundhacre e o Rodoviária. Como meu curso termina às 22h, eu tenho que optar por um dos dois. Houve vezes em que optando pelo o Fundhacre, eu perdia o Rodoviária e o Fundhacre nem aparecia no terminalzinho”, lamenta ele, que já precisou recorrer a carros de aplicativo e ouviu relatos de roubos a outros estudantes.

Impacto no desempenho acadêmico

Os desafios não se limitam apenas ao aspecto físico e emocional, mas também têm um impacto direto no desempenho acadêmico. O estresse e a ansiedade causados pelos problemas de transporte e segurança podem prejudicar a concentração em sala de aula e comprometer o rendimento escolar.

A presidente do Diretório Central dos Estudantes da Ufac (Dce), Ingrid Maia, reconheceu que desde janeiro de 2024 estão recebendo algumas reclamações, principalmente em relação ao atraso dos ônibus, à falta de acesso dos veículos na Ufac e à qualidade dos mesmos.

“Encaminhamos denúncia à RBTRANS para que seja instaurada uma investigação e garantir que tais irregularidades não se repitam. Quanto à mudança de rotas, vamos levantar essas e outras pautas no Conselho de Transportes e Tarifas.” 

Ela também diz ter cobrado da administração uma maior efetividade nas rondas ostensivas e o retorno do diálogo com as instituições de segurança pública.”

Diante desses desafios, os estudantes clamam por soluções eficazes por parte das autoridades responsáveis. Medidas como aumento da frota, melhoria na infraestrutura dos pontos de ônibus e aumento da presença policial nas rotas de transporte público são algumas das demandas urgentes da comunidade acadêmica.

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Cultura

Retorno das supermodelos dos anos 2000 às passarelas no outono/inverno 2024

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As brasileiras Caroline Trentini e Isabeli Fontana foram destaque na semana de moda de Paris.

Por Felipe Souza

A temporada outono/inverno 2024 tem sido um prato cheio para os amantes da moda “vintage” e das grandiosas modelos. Além de peças que remetem à época, as supermodelos dos anos 2000 retornaram com tudo nas passarelas de Nova York, Londres, Milão e Paris.

Muitas eras de modelos se encontraram em um curto período de tempo em que ocorreram as Semanas de Moda. Das brazilian bombshells às doll faces, os rostos mais conhecidos pela comunidade fashion mundial apareceram e brilharam nas cidades mais badaladas do mundo.

Não importava em qual desfile você assistia. Do mais ‘fashion’ ao mais comercial, as poderosas das passarelas dos anos 2000 estavam lá. Claro que o Brasil esteve presente, considerando que a maioria das grandes modelos no início do século era brasileira.

A gaúcha Caroline Trentini, por exemplo, representou o país nas passarelas da Schiaparelli, Carolina Herrera, Michael Kors e Max Mara. Além de Caroline, a paranaense Isabeli Fontana cruzou a Balenciaga e Alessandra Ambrósio, a icônica angel da Victoria’s Secret, fechou o desfile do estilista Elie Saab.

Caroline Trentini, Isabeli Fontana e Alessandra Ambrósio/Créditos: Condé Nast

Mas não foi só de brazilian bombshells que a moda dos anos 2000 viveu. A norte-americana Frankie Rayder também cruzou, assim como Fontana, as passarelas da Balenciaga. Rayder foi uma das favoritas de Donatella Versace na era de ouro da italiana ‘Versace’.

Frankie Rayder para Balenciaga/Créditos: Condé Nast

As Slavas, sem sombras de dúvidas, estavam em peso também. O maior nome da temporada foi Natasha Poly, a mais bem-sucedida russa. Poly desfilou para Max Mara, Ferrari, Dolce & Gabbana, Fendi, Mugler e, majestosamente, fechou a coleção da Acnes Studio.

Natasha Poly para Fendi/Créditos: Condé Nast

Ainda representando as Slavas, a lendária ucraniana Carmen Kass e – segunda maior modelo dos anos 2000, apenas atrás de Gisele Bündchen -, e a russa Natalia Vodianova, juntas,  receberam todos os holofotes da plateia presente no show da Vetements.

Hana Soukupova, com seus 1,85 metros, também fez um retorno com maestria e cruzou a francesa Balmain e ainda brilhou com um outfit todo preto do Elie Saab.

Carmen Kass, Natalia Vodianova e Hana Soukupova/Créditos: Condé Nast

Uma menção mais que honrosa: Gemma Ward para Max Mara. A doll face original, com seus cabelos loiros e olhos azuis, por muito tempo brilhou nas maiores grifes do mundo. Hoje, reclusa das câmeras, faz trabalhos selecionados e no outono 2024 foi escolhida para encerrar o desfile, além de ter reencontrado as amigas de longa data.

Gemma Ward, Natasha Poly e Caroline Trentini no backstage da Max Mara/Créditos: Arquivo pessoal/Caroline Trentini

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Histórias de vida

O Chefe deixou a calçada

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Por Ludymila Maia e Beatriz Mendonça 

A pequena loja, localizada perto das margens do Rio Acre, com várias bugigangas à mostra, está há pouco mais de um ano sem a fervorosa animação e presença do seu dono. O falecimento de Tancredo Lima de Souza, ocorrido no dia 23 de agosto de 2022, aos 69 anos, deixou uma lacuna profunda naqueles que o conheceram e amaram.

Tancredo Lima de Souza veio do interior de Pernambuco para Rio Branco, com seu pai e irmãos, e logo começou a trabalhar para ajudar no sustento da casa. Como era o mais proativo, logo ganhou o apelido de Chefe. Sempre dedicado, exerceu várias profissões, dentre elas seringueiro, motorista de ônibus e táxi, mas seu coração pertenceu ao comércio. 

Começou desde jovem vendendo picolé, e, com o passar dos anos, passou a vender vassouras e tabaco. Conseguiu um ponto de vendas no Centro da cidade, trabalhou para manter sua loja junto de sua esposa, Maria José, e expandiu cada vez mais seu comércio. Virou o famoso Bazar Chefe, popular pela variedade de produtos tradicionais expostos para que todos aqueles que passam pelo local possam ver.

Começou a atrair uma grande clientela, que buscava utensílios que só o Chefe tinha e todos eram encantados pela humildade e vigor do vendedor. Assim foi construído um legado, que durou mais de 50 anos com clientes fiéis e amigos saudosos, que ainda se emocionam ao visitar a loja e não ver o Chefe no comando.

Bazar Chefe, um dos comércios mais tradicionais e populares de Rio Branco. Foto: Ludymila Maia

A saudade bate particularmente naqueles que compartilharam o privilégio de chamá-lo de pai. Segundo seus filhos, Cleudo José e Cleide Sandra, o pai sempre os incentivou para seguir seus passos e também foi um grande exemplo de honestidade, humildade e integridade. Além disso, os filhos lembram de seu coração bondoso que ajudava a todos.

Na cidade, ele era conhecido como um comerciante exemplar, alguém que deixou sua marca nas ruas e nos corações daqueles que tiveram a sorte de cruzar seu caminho. Para sua filha, ele era muito mais do que um pai, era um mentor, um guia. 

Ao falar sobre ele, a emoção na voz, pois sua jornada serviu como uma escola prática para seus filhos, uma lição de vida transmitida através das experiências do dia a dia. Seu pai, um verdadeiro mestre do comércio, ensinou não apenas a vender produtos, mas também a construir relacionamentos duradouros. 

“Ele era o meu pilar”, diz seu filho, com a voz repleta de reverência. “Ele não apenas direcionava nossos negócios, mas também na vida. Suas palavras eram um farol, estabelecendo o caminho certo a seguir”. Mesmo que sua presença física agora seja uma lembrança, o impacto de seus conselhos continua a moldar suas escolhas e ações. 

Os dois filhos do Chefe, Cleudo José e Cleide Sandra.  Foto: Ludymila Maia

“Humildade” é uma palavra que surge constantemente quando se fala dele. Ele era um homem que tratava todos com respeito e compaixão, independentemente da posição na sociedade. Sua presença calorosa e sincera deixou uma marca indelével nas pessoas com as quais interagiu e, até hoje, elas sentem sua falta. 

A voz de Francisca Lima, irmã de Tancredo, ecoa com carinho e saudade, relembrando as memórias de um homem cuja vida foi repleta de histórias e ensinamentos. “Ah, meu irmão… Como é difícil falar dele”, suspira a irmã, com os olhos cheios de emoção. “Ele era tudo para nós, um alicerce em nossa família e também na família de sua mulher. Seu coração era grande o suficiente para abraçar o mundo inteiro.”

O sepultamento de Tancredo não apenas trouxe lágrimas à sua família, mas também testemunhou o amor e o respeito que ele inspirou em toda a comunidade. “No dia em que o Chefe faleceu, ainda de madrugada, começou a chegar gente das fazendas, do interior, do seringal”, descreve sua irmã, destacando a influência imensa que ele teve. 

“Eu preferi não ver o Chefe”, admite ela, uma vez que a perda ainda é difícil de aceitar. “Ele foi nosso pai e nossa mãe, desde muito cedo ele assumiu as responsabilidades, sempre cuidou muito da gente, era tudo para nós, lembro de quando eu e minha irmã ficamos mocinhas ele comprava até batom para gente só porque sabia que nós gostávamos.” 

Uma paixão peculiar pela culinária emerge nos relatos da irmã, que com um sorriso afetuoso diz: “Lembro que meu irmão adorava peixe, ele gostava muito, sempre comia tambaqui até dizer chega.” Era na simplicidade da vida que o famoso Chefe do Novo Mercado Velho encontrou sua alegria, seja vendendo picolés nas ruas, ou incansavelmente juntando centavos para sua primeira banquinha. Nunca teve vergonha de sua história e  se orgulhava de seu passado. Apesar de não ter terminado seus estudos, foi um grande aprendiz da vida e também um grande professor para aqueles que o conheceram.

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