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Saúde

70% das infecções hospitalares podem ser evitadas com higiene das mãos e boas práticas

Taxa de infecções hospitalares no Brasil é de 14%, acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde

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Profissionais da saúde devem adotar medidas preventivas para garantir a segurança dos pacientes. Foto: Santiago Iñiguez/Getty Images

Por Inayme Lobo, Luanna Lins, Maxmone Dias e Tiago Soares

Dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), publicados no Relatório Mundial sobre Prevenção e Controle de Infecção, mostram que 70% das infecções hospitalares podem ser evitadas quando realizada uma boa higiene das mãos e adotadas demais práticas custo-efetivas. 

O documento, que teve sua primeira edição lançada em 2022, ressalta que 10% dos pacientes, durante a internação hospitalar, morrem quando acometidos por alguma infecção relacionada à atenção à saúde (IRAS), ou seja, quando são infectados durante algum procedimento assistencial ou na internação. No Brasil, a taxa de IRAS é ainda maior, chegando a 14%. A recomendação da OMS é que o índice não ultrapasse os 5%. 

De acordo com o infectologista e coordenador do Conselho de Controle de Infecção Hospitalar, da Fundação Hospitalar Estadual do Acre (Fundhacre), Alan Areal, a lavagem das mãos integra iniciativas e protocolos que prezam pela saúde e segurança de pacientes e profissionais. Ainda segundo o profissional, a prática deve ser realizada antes, durante e após os procedimentos médicos e hospitalares. 

“É algo básico e antigo, mas ainda representa um desafio para os profissionais de saúde, no sentido destes compreenderem a importância desse ato que é simples. A higiene das mãos serve para prevenir a disseminação de infecções, tanto entre os profissionais de saúde, quanto entre os pacientes”, explica Alan Areal.  

Lavagem das mãos antes, durante e após procedimentos médicos é fundamental, diz infectologista. Foto: Maxmone Dias

Com foco na prevenção, a Fundação Hospitalar Estadual do Acre implementou, em 2022, um programa que realiza treinamentos constantes para os profissionais e que tem o objetivo de conscientizar sobre o ato de lavar as mãos. “O programa está em vigor há um ano e tem reduzido os riscos de infecções na unidade de saúde. Trata-se de uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde, na qual a Fundação foi convidada para participar e abraçou a causa”, destaca o infectologista. 

Recomendações no ambiente hospitalar

Sandra Oliveira, que é enfermeira e responsável por ministrar as capacitações sobre higiene das mãos na Fundhacre, explica que a prática deve ser realizada com uso de álcool entre 60% a 80%, desinfetante ou com água e sabonete líquido. No ambiente hospitalar, o recomendado é que a lavagem das mãos seja realizada em cinco momentos:

  • Antes de entrar em contato com o paciente
  • Antes da realização de procedimentos limpos/assépticos
  • Após o risco de exposição a fluidos corporais ou excreções
  • Após o contato com o paciente
  • Após tocar superfícies próximas ao paciente.

“Diariamente, cada profissional de saúde entra em contato com milhares de pessoas, e são nesses momentos em que as mãos podem se tornar veículos de doenças. Por isso, é de suma importância reforçarmos constantemente a necessidade da lavagem das mãos e realizarmos treinamentos na unidade”, afirma Sandra Oliveira.  

Maneiras de melhorar a prática de higienização das mãos

Para além do ambiente hospitalar, conforme explica a professora do curso de Enfermagem, da Universidade Federal do Acre (Ufac), Valéria Rodrigues, a lavagem das mãos ganhou um novo significado para a população, principalmente após a pandemia de Covid-19. “É crucial investirmos na educação em saúde, destacando a importância da lavagem das mãos e do cuidado conosco e com o próximo”.

Lave as mãos com frequência: é importante lavar as mãos regularmente, especialmente em momentos cruciais, como antes de comer, depois de usar o banheiro, após tossir ou espirrar e após tocar superfícies públicas.
Use água e sabão: lavar as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos é a forma mais eficaz de remoção de vírus e bactérias. Certifique-se de esfregar todas as áreas das mãos, incluindo as palmas, costas, entre os dedos e debaixo das unhas.
Use desinfetante para as mãos: quando não for possível lavar as mãos com água e sabão, é recomendado o uso de um desinfetante para as mãos à base de álcool com concentração de pelo menos 60%.
Evite tocar o rosto: caso não seja possível higienizar as mãos, evite tocar o rosto, especialmente a boca, o nariz e os olhos, pois essas áreas são portas de entrada para os vírus.
Fonte: Ministério da Saúde do Brasil

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Saúde

Aumento da busca por dietas radicais levanta alertas sobre os riscos à saúde

Nos últimos anos, a busca por dietas radicais para emagrecimento rápido tem se intensificado, principalmente com o impacto das redes sociais, onde promessas de perda de peso acelerada ganham visibilidade. Essas dietas, muitas vezes extremamente restritivas, podem levar a resultados imediatos, mas, segundo especialistas, podem acarretar sérios riscos à saúde. Em busca de um corpo magro em um curto espaço de tempo, muitas pessoas optam por eliminar tipos de alimentos ou reduzir drasticamente a ingestão calórica, sem considerar as consequências a longo prazo.

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Por Raquel de Paula e Antônia Liz 

Nos últimos anos, a busca por dietas radicais para emagrecimento rápido tem se intensificado, principalmente com o impacto das redes sociais, onde promessas de perda de peso acelerada ganham visibilidade. Essas dietas, muitas vezes extremamente restritivas, podem levar a resultados imediatos, mas, segundo especialistas, podem acarretar sérios riscos à saúde. Em busca de um corpo magro em um curto espaço de tempo, muitas pessoas optam por eliminar tipos de alimentos ou reduzir drasticamente a ingestão calórica, sem considerar as consequências a longo prazo.

O nutricionista Ítalo Oliveira alerta que as dietas radicais podem causar uma série de efeitos colaterais negativos. “O indivíduo pode apresentar fraqueza, tontura, dores de cabeça, cansaço, mau humor, indisposição, dificuldade de concentração e até desmaios. Além disso, essas dietas sobrecarregam órgãos como fígado e rins e podem resultar em carências nutricionais graves, como anemia”, afirma. 

As dietas radicais representam um perigo cada vez maior. Foto: Reprodução

O especialista destaca ainda que a redução drástica de calorias desacelera o metabolismo, prejudicando a produção de hormônios essenciais, como T3 e leptina, que regulam o controle do peso e a sensação de fome. “Isso pode levar à perda de massa muscular e, consequentemente, ao efeito sanfona, no qual o peso perdido é rapidamente recuperado, muitas vezes com aumento de gordura corporal maior”, completa o nutricionista.

Além dos danos físicos, a saúde mental também pode ser severamente afetada pelas dietas restritivas. Ítalo Oliveira ressalta que a falta de carboidratos, por exemplo, impacta a serotonina, o hormônio responsável pelo bem-estar, gerando mudanças de humor, ansiedade e até transtornos alimentares. 

“Dietas radicais aumentam os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, o que pode causar compulsões alimentares, irritabilidade e perda de foco, prejudicando também o desempenho físico, principalmente no esporte”, explica.

Magreza extrema é tema de debates na atualidade. Foto: Reprodução

O especialista alerta que a solução para uma perda de peso saudável deve ser baseada na reeducação alimentar aliada à prática regular de exercícios físicos, evitando métodos extremos. A chave é adotar um déficit calórico moderado e ajustável, sem eliminar grupos alimentares essenciais.

 “A ingestão de proteínas deve ser priorizada para preservar a massa muscular, enquanto carboidratos e gorduras precisam ser distribuídos estrategicamente para garantir energia e equilíbrio hormonal. O treinamento de força, combinado com atividades aeróbicas, deve ser ajustado de acordo com as necessidades individuais”, conclui. 

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Saúde

Tripanofobia: Como o medo de agulhas afeta a saúde pública e pessoal

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Por Raquel de Paula e Liz Melo

Muitas pessoas sentem ansiedade ao tomar vacinas ou injeções, para algumas esse medo pode se tornar um verdadeiro desafio para manter a imunização em dia. Esse medo, conhecido como “tripanofobia”, pode ter diversas origens, desde experiências traumáticas na infância até a associação com dor ou desespero. Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou a hesitação vacinal como uma das dez principais ameaças à saúde pública, e o medo de agulhas pode prejudicar a adesão a campanhas de imunização.

De acordo com a psicóloga Nuriá Oliveira, o medo de injeções pode estar ligado a causas psicológicas variadas como traumas passados ou predisposições biológicas. “Experiências negativas com agulhas, especialmente na infância, podem criar associações duradouras com dor ou desconforto. Além disso, a sensação de vulnerabilidade e perda de controle ao tomar uma injeção pode intensificar esse medo”, explica. A forma como cada pessoa lida com o medo também influencia a intensidade e persistência desse sentimento, que pode evoluir de um receio comum para uma fobia.

Elis Caetano compartilha seu trauma pessoal relacionado a vacinas. “Eu tenho um trauma desde que eu era criança. Minha mãe me segurava, e eu não sei dizer bem o porquê desse medo, apenas tenho pavor”, conta. Ela relata que, por conta desse medo, deixou de tomar diversas vacinas na adolescência, incluindo as da COVID-19. “A vacina contra o COVID, por exemplo, tomei apenas duas doses, pois tive muito medo. Não tenho medo dos efeitos colaterais, mas da situação em si, de tomar a injeção.”

 Ela ainda revela que as dificuldades para encontrar sua veia durante exames intensificaram a aversão ao procedimento. “É torturante aquela agulha ficar dentro de mim procurando minha veia. O braço fica roxo e sou furada mais de três vezes até dar certo”, desabafa. Elis admite que o medo a impede de completar seu ciclo vacinal e não se sente confortável com a situação.

A especialista Nuriá Oliveira alerta que, quando o medo se torna excessivo e prejudica o acesso a cuidados médicos, é necessário buscar ajuda profissional. “Se o medo de agulhas impede tratamentos importantes, é hora de buscar estratégias para lidar com ele, como a exposição gradual e técnicas de respiração”, sugere. Ela também destaca que o medo de injeções pode estar relacionado a outros transtornos, como a ansiedade generalizada, e é importante tratar essas questões de forma integrada.

Para quem enfrenta esse desafio, a psicóloga recomenda diversas abordagens, como a psicoeducação, o foco no propósito da vacina e a presença de um acompanhante de confiança. “Desenvolver uma relação saudável com o medo é essencial para superá-lo e continuar a cuidar da saúde. Não se trata de nunca sentir medo, mas de aprender a lidar com ele de forma construtiva”, conclui Nuriá.

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Notícias

O aumento nos casos de dengue em 2024 se torna uma preocupação para os acreanos

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Por Remilson Júlio e Jamile Romano

O Ministério da Saúde divulgou dados relativos à incidência de casos de dengue no país, e o estado do Acre figura em segundo lugar  com maior número de casos  da doença. Ao todo o estado tem 212,5 casos a cada 100 mil habitantes, ficando atrás apenas do Distrito Federal, que lidera o ranking. A capital do país já registrou 15.542 casos prováveis da doença desde o início do ano, o que corresponde a 551,7 casos a cada 100 mil habitantes.

Devido à situação, o governo acreano decretou estado de emergência em saúde pública após o aumento de 106% nos casos da doença em 2023. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE), em 5 de janeiro e tem validade de 90 dias.

SINTOMAS

Os principais sintomas da doença são febre alta (acima de 38°C), dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. No entanto, a infecção por dengue também pode ser assintomática ou apresentar quadros leves.

Foto: Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa).

PREVENÇÃO E COMBATE 

A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada em recipientes que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.

Listamos algumas dicas que fazem a diferença:

• Não deixe água parada, destruindo os locais onde o mosquito nasce e se desenvolve, evita sua procriação.

• Deixe sempre bem tampados e lave com bucha e sabão as paredes internas de caixas d’água, poços, cacimbas, tambores de água ou tonéis, cisternas, jarras e filtros

• Não deixe acumular água em pratos de vasos de plantas. Coloque areia fina até a borda do prato.

• Plantas que possam acumular água devem ser tratadas com água sanitária na proporção de uma colher de sopa para um litro de água, regando no mínimo, duas vezes por semana. Tire sempre a água acumulada nas folhas.

• Não junte vasilhas e utensílios que possam acumular água (tampinha de garrafa, casca de ovo, latinha, saquinho plástico de cigarro, embalagem plástica e de vidro, copo descartável etc.) e guarde garrafas vazias de cabeça para baixo.

• Entregue pneus velhos ao serviço de limpeza urbana, caso precise mantê-los, guarde em local coberto.

• Deixe a tampa do vaso sanitário sempre fechada. Em banheiros pouco usados, dê descarga pelo menos uma vez por semana.

• Retire sempre a água acumulada da bandeja externa da geladeira e lave com água e sabão.

• Sempre que for trocar o garrafão de água mineral, lave bem o suporte no qual a água fica acumulada.

• Mantenha sempre limpo: lagos, cascatas e espelhos d’água decorativos. Crie peixes nesses locais, eles se alimentam das larvas dos mosquitos

• Lave e troque a água dos bebedouros de aves e animais no mínimo uma vez por semana.

• Limpe frequentemente as calhas e a laje das casas, coloque areia nos cacos de vidro no muro que possam acumular água.

• Mantenha a água da piscina sempre tratada com cloro e limpe-a uma vez por semana. Se não for usá-la, evite cobrir com lonas ou plásticos.

• Mantenha o quintal limpo, recolhendo o lixo e detritos em volta das casas, limpando os latões e mantendo as lixeiras tampadas. Não jogue lixo em terrenos baldios, construções e praças. Chame a limpeza urbana quando necessário.

• Permita sempre o acesso do agente de controle de zoonoses em sua residência ou estabelecimento comercial.

Foto: Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa).

AÇÕES REALIZADAS PELO PODER PÚBLICO

A prefeitura de Rio Branco vem realizando ações nas regiões onde está concentrada a maior quantidade de focos da larva do mosquito da dengue.

Através do departamento de endemias, a prefeitura montou estratégias de enfrentamento para o período de alta transmissão de Arboviroses no Município de Rio Branco.

Além do investimento em outdoors, busdoors e campanhas nas mídias sociais.

No dia 01 de fevereiro de 2024, a Policlínica Barral Y Barral, em colaboração com os estudantes do curso de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Acre (Ufac), promoveu uma iniciativa de combate e prevenção à dengue.

Foram distribuídos panfletos contendo informações sobre os métodos de prevenção contra o mosquito (dentro e fora de casa) e os principais sintomas da dengue, Chikungunya e Zika. 

Juntamente com os panfletos, foram fornecidos frascos de hipoclorito de sódio para a higienização de alimentos e purificação da água, acompanhados de instruções detalhadas sobre a correta utilização do produto.

Além disso, vem ocorrendo mutirões de visitas domiciliares, e um reforço na atenção básica, com ações voltadas ao manejo ambiental, identificação e eliminação de criadouros passíveis de eliminação mecânica, aplicação de larvicida em reservatórios com água e orientações à comunidade sobre as medidas de prevenção, a fim de evitar a proliferação do mosquito, estimulando o autocuidado.

A aplicação de inseticida espacial, com equipamento costal motorizado, tem como objetivo cortar a cadeia de transmissão das arboviroses, tem como alvo alcançar a mortalidade do vetor na fase adulta (fêmeas possivelmente infectadas).

Foto: Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa).

VACINAÇÃO 

A vacinação no estado do Acre começou em fevereiro. Os primeiros municípios a receber as vacinas foram Rio Branco, Senador Guiomard, Capixaba, Sena Madureira, Plácido de Castro, Manoel Urbano, Porto Acre, Acrelândia, Bujari, Santa Rosa do Purus e Jordão. 

O foco inicial da imunização é em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, residentes em cidades com mais de cem mil habitantes e alto volume de casos de dengue tipo 2.

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