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Além dos muros da educação: estudantes negros falam sobre permanência no ensino superior

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“Quando você põe na ponta da caneta, é muito caro se manter na universidade pública”, analisa Douglas Mero, recém-formado em artes cênicas

Hellen Freitas e Ycla Araújo  

Para a maioria dos alunos, a maior dificuldade na universidade são os trabalhos complexos  e os conteúdos extensos. Para outros, esse não é o principal empecilho. O caminho para a vida acadêmica se torna desafiador pela dificuldade de permanência dos alunos, principalmente pretos ou pardos, da periferia de Rio Branco matriculados na Universidade Federal do Acre – Ufac.

A educação é uma forma de combater o racismo. A tríade gênero, raça e classe entra como algo que precisa ser pensado e refletido dentro do sistema educacional, afinal, quais grupos têm mais acesso à universidade pública? Os resquícios do Brasil Colônia ainda atingem e o avanço do país, principalmente na área da educação. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 71,7% dos jovens fora da escola são negros e apenas 27,3% destes são brancos. O mesmo estudo demonstra a desigualdade de acesso à educação nos índices de analfabetismo. Em 2019, 3,6% das pessoas brancas de 15 anos ou mais eram analfabetas, enquanto entre as pessoas negras esse percentual chega a 8,9%. 

As vagas reservadas às cotas (50% do total de vagas da instituição) são subdivididas metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita e metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar superior a um salário mínimo e meio. Em ambos os casos, também é levado em conta o percentual mínimo correspondente ao da soma de pretos, pardos e indígenas no estado, de acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Jaycelene Brasil, socióloga formada na Ufac, explica: “Nos últimos quatros anos pudemos refletir a falta de incentivo aos alunos, para que eles possam acessar bolsas de estudo, estágios remunerados e outros acessos básicos para que tenham ânimo. Entre estudar ou levar comida para dentro de casa, frente a essa crise econômica que estamos vivendo, esse jovem vai preferir trabalhar”.

          Jaycelene Brasil na Feira Literária Sesc Acre | Foto: Manoelzinho Acre

A socióloga ressalta ainda “o gênero masculino tem mais facilidade de acessar o ensino superior  “mais meninos vão conseguir entrar  na universidade porque as meninas vão ser arrimo de família. Quando você olha o perfil, são pessoas brancas. No geral, a classe média, aquele jovem que tem uma estrutura familiar é que pode fazer um pré vestibular, vem de escolas particulares e não precisa trabalhar para se manter”. 

A lei 12.711 de 2012, chamada lei das cotas, determina que instituições de ensino superior vinculadas ao Ministério da Educação e os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia devem reservar 50% de suas vagas para cotas. Mas afinal o que são as cotas e por que são tão importantes? 

Estudante de direito da Ufac, Gabriela da Silva Amorim, 19, fala sobre a importância dessa política pública: “Dentre muitos outros fatores, não temos como reparar a discrepância social que ficou entre negros, brancos, ricos, classe média, pobres, e o sistema de cotas funciona como uma garantia constitucional, a que fala dos direitos iguais. Nossa educação pública não é igualitária se comparada ao ensino privado, por exemplo, sem contar as condições de vida do aluno que são determinantes para um bom desempenho educacional. As cotas são um emblema de equidade, que dá a mesma oportunidade para o pobre, com acesso a um ensino mais ou menos, ingressar no ensino superior como um rico ou pessoa de classe média que teve uma preparação anos luz melhor”.

Douglas Mero, 22, que concluiu o curso de artes cênicas  na Ufac, vivenciou o preconceito contra os cotistas desde que passou a frequentar a universidade como um. “As pessoas pensam que as cotas são para ingressar pessoas que não estudam e por isso utilizam esse recurso, sendo que as cotas são uma reparação histórica para população pobre, negra, indígena e deficiente que teve o direito de estudar no ensino superior negado durante muitos anos. Sofremos preconceito, sim, tanto de forma direta quanto de forma indireta, pois muitas das pessoas se privam de ir atrás das informações verdadeiras e se deixam levar pelas conversas de boca a boca!”, frisa.

Douglas Mero no dia de sua formatura em artes cênicas, em 2022 | Foto: cedida

As cotas são uma maneira de tornar a universidade um espaço mais justo e democrático dando oportunidade aos jovens da periferia. A universidade deve ser colorida, pois só assim a educação brasileira atuará de maneira plural e antirracista , o respeito e o conhecimento juntos.

O racismo ganhou ampla repercussão em discussão recentemente no cenário brasileiro, pois tem sido percebido pelos grupos e populações que sofrem com a interferência direta e indireta dele. “As pessoas têm dificuldade em compreender o que é o racismo, diferenciar o racismo do preconceito e da discriminaçao, e de caracterizar o racismo como um crime, através do que diz a lei 7716/89”, explica a socióloga Jaycelene. Segundo a lei, crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor devem ser punidos.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)  divulgada em  2018 mostram que 79,2% dos jovens que frequentaram a rede privada de ensino ingressaram no ensino superior em 2017, contra 28,2% de jovens da rede pública. Isto tem grande reflexo na forma como o brasileiro enxerga e entende sobre o racismo.

Racismo ambiental

 Uma outra forma do racismo estrutural é o racismo ambiental , que ocorre quando um jovem se alimenta mal, não tem moradia adequada, saneamento básico ou mora em uma área periférica que coloca em risco sua  vida. Com tudo isso em jogo, chega a ser impossível acreditar que passar no Exame Nacional do Ensino Médio- ENEM o conceito que nasceu em 1982 por Benjamin Chavis nos Estados Unidos e ganhou reconhecimento no Brasil no início dos anos 2000, onde vários cenários de injustiça ambiental são historicamente observados.  

Exposição a locais e instalações de resíduos tóxicos, como a falta de saneamento básico, por exemplo, e ambientes perigosos, como os que moram em comunidades periféricas e sem a instalação do sistema de segurança básica. Com tudo isso, a exclusão das minorias sistemática na formulação e aplicação de políticas ambientais.

A socióloga entende que o descaso com esses espaços se deve ao fato de que eles são habitados  majoritariamente por pessoas negras. “Quando você entra em um bairro periférico,  falta a intervenção do município ou estado, de forma dinâmica planejada para cuidar do determinado espaço. No imaginário social da gestão pública, aquelas pessoas não são dignas de receber atendimento de saneamento”.  

A pandemia como desafio para a educação

O último momento enfrentado pelo mundo, a pandemia de covid-19, evidenciou que  o Brasil precisa melhorar o acesso à saúde e à educação. O isolamento levou centenas de alunos da rede pública e particular a transformar suas casas em salas de aula. Diferença foi entre classes sociais e nas facilidades em ter acesso a internet, é claro que os estudantes mais afetados eram pretos e pardos.

Devido às dificuldades de acesso à educação, muitos alunos da rede básica de ensino ligados à periferia não tinham acesso ou condições de ter o ensino remoto como opção para continuar os estudos. Com o retorno das aulas presenciais em novembro de 2021, cerca de 240 mil crianças e adolescentes não retornaram às salas de aula. 

A economia é outro fator para a evasão dos alunos das salas de aula. Durante o período pandêmico, a Ufac assim como as demais instituições do país, transformou as aulas presenciais em encontros remotos. A vida pessoal se misturou com a vida acadêmica, obrigando muitos alunos a ingressarem no mercado de trabalho para sobreviver à  crise.

Jorge Oliveira, 24, estudante de jornalismo na Ufac, comenta que a principal dificuldade ainda é conseguir conciliar tempo de trabalho e faculdade. “Estudo à noite e preciso trabalhar durante o dia. Na pandemia enfrentei mil dificuldades por não ter computador, precisei me virar e tentar fazer todos os trabalhos e provas pelo celular ”, diz o graduando.

Principal desafio do graduando Jorge Oliveira é conciliar rotina de trabalho e estudos | Foto: cedida 

 Para o  aspirante a jornalista, o trabalho se transformou em uma  obrigação que lhe ajuda a estudar. Mesmo que seja irônico ele não ter tempo de fazer os trabalhos acadêmicos, é o seu emprego o que o mantém na faculdade. “Se eu não trabalhar, não tenho como manter outras coisas dentro da universidade, como alimentação, passagens, xerox e outros materiais necessários. Isso sem incluir a minha própria moradia” explica Jorge. 

A intelectual negra Sueli Carneiro, fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra,  concedeu uma entrevista ao observatório da educação e explicou como o racismo estrutural está presente nas escolas e universidades de forma traumatizante. “O pós-abolição não restitui essa humanidade retirada – a escola reitera isso. Não é gratuito que nossas primeiras experiências com o racismo tenham a ver com a entrada na escola”, afirmou.

  A dificuldade em permanecer na universidade se dá pela carência de políticas públicas que  criem condições para o jovem ensino superior federal. Apesar da lei de cotas ter aumentado em 39%  a entrada de pretos, pardos e indígenas  na universidade até 2016, a permanência do aluno na vida acadêmica depende de vários fatores. 

A discussão é não apenas como chegar na universidade, mas também como se manter dentro dela. Nas periferias, o  jovem que sai da escola e encontra a realidade econômica social, como a falta de distribuição de renda e  investimentos na região amazônica, e em especial o Acre, afeta diretamente os sonhos da juventude  que busca por meio dos estudos mudar sua condição social.

Para o futuro jornalista Jorge Oliveira, a realidade do sistema de bolsas de estudos oferecidas pela instituição federal em que estuda é falha.  “Todos sabem que as bolsas da Ufac não são tão fáceis de conseguir, muitos que não precisam de verdade têm, às vezes, mais de uma bolsa, enquanto outros não conseguem nenhuma. E eu faço parte dos que não têm o privilégio de poder apenas estudar enquanto recebe ajuda de familiares ou de bolsas de estudo”,  desabafa.

Gabriel Aguiar, 25, estudante de bacharelado em geografia, faz parte da parcela de alunos que mantém a universidade com ajuda do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Entretanto, nunca pleiteou as bolsas de auxílio da universidade. 

“São bolsas extremamente difíceis de conseguir, além de que tem muito aluno que ganha sem realmente precisar e a bolsa vira uma espécie de mesada, enquanto tem alunos que realmente precisam. Quando você põe na ponta da caneta, é muito caro se manter na universidade pública”, complementa.  

A permanência dentro dos centros universitários depende, acima de tudo, das oportunidades básicas de saneamento básico, transporte e alimentação. Condições financeiras, alimentação de qualidade, moradia e saneamento básico adequados são direitos essenciais  que todo estudante de universidade pública deve usufruir para que seu rendimento acadêmico seja notório. 

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Curso de Jornalismo da Ufac realiza alinhamento para debate com candidatos à prefeitura de Rio Branco

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Por Felipe Souza

Estudantes de Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac) se reuniram com os representantes dos quatro candidatos à prefeitura de Rio Branco, nesta quinta-feira, 15, para o alinhamento das regras do primeiro debate eleitoral promovido pelo curso, que acontece no dia 20 de setembro, com transmissão ao vivo pelo canal ‘Laboratório Jornalismo Ufac’, a partir das 20h.

Estiveram presentes todos os representantes dos candidatos pela disputa à prefeitura da capital acreana. Os assessores Gustavo Franco, Andréia Oliveira Forneck, Lailla Cândido e Ton Lindoso representam, respectivamente, Jenilson Leite (PSB), Marcus Alexandre (MDB), Emerson Jarude (Novo) e Tião Bocalom (PL).

Com mediação do professor da disciplina de Telejornalismo, Paulo Santiago, na reunião foram apresentadas as regras gerais, instruções e formato para a execução do debate político. Ao final, os representantes assinaram o documento de aceite às regras e a ata da reunião.

Foto: Arinelson Morais

Além da presença de Santiago, o momento também contou com o coordenador do curso de Jornalismo da Ufac, professor Luan Santos, e as estudantes Tácila Matos e Maria de Fátima Brito, que compõem a coordenação geral do debate eleitoral organizado pelos acadêmicos.

“Os estudantes são fundamentais nesse processo, porque aqui na Ufac eu acho que deve ter em torno de 10 mil estudantes, então vocês propiciarem um ambiente onde os estudantes vão poder conhecer as propostas dos candidatos é fundamental. Quero parabenizar o curso de Jornalismo pela iniciativa de realizar um debate dessa grandiosidade”, pontua a representante de Marcus Alexandre, Andréia Oliveira.

O responsável pela campanha de Tião Bocalom, Ton Lindoso, destaca que numa sociedade democrática, é essencial que todos os candidatos possam participar de etapas importantes como essa. “O debate é uma espécie de vitrine, onde cada candidato é apreciado. Apresenta suas propostas, se mostra para a sociedade, e a população, como um todo, tem a oportunidade de saber mais sobre as propostas”, ressalta Lindoso.

Para Lailla Cândido, representante de Emerson Jarude, o evento, além de colaborar com a formação dos acadêmicos de Jornalismo, será um espaço democrático para os candidatos apresentarem as suas plataformas de governo à academia e à sociedade. “Os estudantes são muito importantes dentro de uma eleição. São pessoas que estão no nosso futuro. A educação é a base da nossa sociedade”, disse Cândido.

O representante político e de comunicação de Jenilson Leite, Gustavo Franco, acredita que o poder dos jovens na política é muito decisivo em uma votação. “A gente costuma falar em nossas reuniões que os jovens têm um papel fundamental, inclusive, dentro de suas próprias residências e suas próprias famílias. […] Acho que todos têm que conhecer as propostas para poder escolher melhor os seus candidatos”, conclui Franco.

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Ufac lança edital de monitorias para cursos do CFCH; confira as vagas

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Por Vitor Paiva

A Universidade Federal do Acre (UFAC), através do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), divulgou na tarde desta quinta-feira (25), o edital nº01/2024, para a seleção de bolsas de monitoria, referentes ao semestre letivo 2024.1

Ao todo, são 22 bolsas disponíveis no valor de R$700 mensais pagos aos alunos que foram selecionados, e outras sete voluntarias, para os cursos de Ciências Sociais, Comunicação Social, Filosofia, Bacharelado em Geografia, Licenciatura em Geografia, Bacharelado em História, Licenciatura em História (matutino e noturno), Psicologia.

É importante ressaltar que não possível fazer o acumulo de duas ou mais bolsas de monitoria de maneira remunerada, sendo possível ainda conciliar em caso de disponibilidade voluntária do aluno.

As bolsas serão referentes aos meses de agosto à novembro de 2024, sendo necessário para a inscrição, preencher a ficha, presente no edital, assim como apresentação de Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoa Física (CPF), ou documentos equivalentes, comprovante de matrícula do semestre vigente e o histórico escolar com o coeficiente de rendimento geral.

O cronograma a ser seguido está presente dentro do edital, que pode ser conferido na íntegra em documento abaixo/Foto: Reprodução

Os documentos devem ser encaminhados ao e-mail cfch@ufac.br entre o período de 25 a 28 de julho, com o assunto do envio sendo “Inscrição para Bolsa de Monitoria”, assim como nome do aluno, número de matricula e disciplina que deseja pleitear uma vaga de monitoria, junto aos documentos anexados em arquivo único, no formato PDF. É importante lembrar que se faz necessário ter concluído a disciplina que deseja ser monitor.

Os resultados preliminares deverão ser publicados em primeiro de agosto, com a lista final sendo disponibilizada no dia cinco do mesmo mês.

Para maiores informações acerca do processo seletivo, basta acessar o edital abaixo:

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O desafio de pegar ônibus à noite na UFAC

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Uma das maiores preocupações dos estudantes dos cursos noturnos é o deslocamento por transporte público. 

Por Akenes Mesquita e Felipe Nascimento

Estudantes enfrentam desafios significativos ao utilizar o transporte público para se deslocarem até suas residências durante o período noturno. A falta de infraestrutura adequada e os problemas de segurança são algumas das principais preocupações enfrentadas pelos estudantes que frequentam a Universidade Federal do Acre (Ufac).

Ônibus superlotados, atrasos frequentes e rotas limitadas são apenas algumas das questões enfrentadas diariamente pelos universitários. Além disso, a falta de iluminação adequada nos pontos de ônibus e nas vias públicas aumenta o sentimento de insegurança durante o trajeto para casa. 

O aluno do curso de Ciências Econômicas, Abimael de Souza Melo, considera a situação inadmissível em um país onde os cidadãos pagam altos impostos e deveriam contar com este  serviço público mais eficiente e acessível para todos. Ele relata as dificuldades enfrentadas ao utilizar o transporte público:“O último ônibus passa às 21h40, enquanto minhas aulas só terminam às 22h, o que gera um conflito de horários. Além disso, há um intervalo significativo entre os ônibus, por exemplo, um passa às 20h e o próximo só às 21h40, o que torna a espera prolongada”.

Foto: Akenes Mesquita

Segurança em risco

Outra preocupação significativa  é a segurança. O aumento da criminalidade na cidade, especialmente durante a noite, torna o deslocamento dos estudantes uma experiência estressante e arriscada. Relatos de assaltos em pontos de ônibus e dentro dos próprios coletivos são frequentes, gerando um clima de insegurança na comunidade acadêmica.

Fábio Alves, estudante de Economia, já foi assaltado no trajeto e fala sobre o sentimento de insegurança ao voltar para casa após um dia cansativo de trabalho e aula.

“Moro no bairro Nova Esperança e há dois ônibus que fazem essa linha: Fundhacre e o Rodoviária. Como meu curso termina às 22h, eu tenho que optar por um dos dois. Houve vezes em que optando pelo o Fundhacre, eu perdia o Rodoviária e o Fundhacre nem aparecia no terminalzinho”, lamenta ele, que já precisou recorrer a carros de aplicativo e ouviu relatos de roubos a outros estudantes.

Impacto no desempenho acadêmico

Os desafios não se limitam apenas ao aspecto físico e emocional, mas também têm um impacto direto no desempenho acadêmico. O estresse e a ansiedade causados pelos problemas de transporte e segurança podem prejudicar a concentração em sala de aula e comprometer o rendimento escolar.

A presidente do Diretório Central dos Estudantes da Ufac (Dce), Ingrid Maia, reconheceu que desde janeiro de 2024 estão recebendo algumas reclamações, principalmente em relação ao atraso dos ônibus, à falta de acesso dos veículos na Ufac e à qualidade dos mesmos.

“Encaminhamos denúncia à RBTRANS para que seja instaurada uma investigação e garantir que tais irregularidades não se repitam. Quanto à mudança de rotas, vamos levantar essas e outras pautas no Conselho de Transportes e Tarifas.” 

Ela também diz ter cobrado da administração uma maior efetividade nas rondas ostensivas e o retorno do diálogo com as instituições de segurança pública.”

Diante desses desafios, os estudantes clamam por soluções eficazes por parte das autoridades responsáveis. Medidas como aumento da frota, melhoria na infraestrutura dos pontos de ônibus e aumento da presença policial nas rotas de transporte público são algumas das demandas urgentes da comunidade acadêmica.

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