Serviços como a biblioteca e o Restaurante Universitário estão há ano um sem funcionar. Aulas presenciais ainda não têm previsão de retorno
PorLaryssa Evangelista, Michelle Paiva e João Paulo Castro
A pandemia de Covid-19 alterou as práticas de ensino convencionais e mudou a rotina de estudos dos universitários e o cotidiano das universidades brasileiras. No Acre, o primeiro caso da doença foi registrado em 17 de março de 2020 e em seguida a Universidade Federal do Acre (Ufac) se viu obrigada a suspender as aulas presenciais.
Muitos alunos voltaram para sua cidade de origem, a sala de aula virou quartos e cômodos de casa, a biblioteca e livros tornaram-se documentos em PDF, a concentração na sala de aula se adequou aos barulhos de casa. Oscilação no sinal de internet intervindo no entendimento do conteúdo, áudio cortando, imagens travando, fazem parte dessas mudanças. Tudo e todos tiveram que se adaptar à uma nova rotina.
Novos gastos com a alimentação e dificuldades no acesso à biblioteca são algumas das consequências que a pandemia trouxe à comunidade acadêmica. Thays Moraes, aluna do 4º período do curso de Ciências Sociais, relata que sofreu com a falta de acesso aos livros para realização dos estudos na apresentação dos resultados da pesquisa que desenvolve na iniciação científica.
“Sem a utilização do espaço da biblioteca, o acesso aos livros fica quase inviável à realização da pesquisa dos projetos na linha que eu atuo. Não ter esse acesso aos livros para a fundamentação teórica foi uma das maiores dificuldades que a pandemia trouxe para mim”, afirma.
Sentindo no Bolso
A crise sanitária está fazendo com que todos se adaptem ao “novo normal”. A revolução pedagógica que a pandemia de covid-19 causou para o ensino pode ser sentida na educação e no bolso dos alunos.
O estudante do 6º período do curso de Medicina, Diego Oliveira, conta que a paralisação dos serviços de alimentação do Restaurante Universitário (R.U) prejudicou bastante os universitários que utilizavam os serviços, principalmente os mais carentes que não conseguiram voltar para suas residências de origem e que dependem do apoio da Universidade. “R.U era a minha vida. Imagina, você está acostumado a pagar 1 real na refeição e agora cada refeição passa por baixo a ser uns 7 reais!”, frisou Diego.
De acordo com o periódico “Ufac em números”, do ano de 2019, o último disponibilizado no site da instituição, o Restaurante Universitário servia naquele ano em média 1200 refeições ao dia. É possível ver que uma das principais queixas dos alunos foi a suspensão das refeições do R.U, pois era o principal meio de alimentação dos acadêmicos de baixa renda e dos que saíam da cidade natal para cursar o nível superior na Ufac.
Os gastos com moradia também estão entre as dificuldades enfrentadas. Os alunos que moram em municípios do interior ou em outros estados sofrem com dificuldades em ter que pagar aluguel. A universidade disponibilizou editais e programas de auxílios para ajudar no custo dos alunos, porém nem todos conseguem receber as bolsas.
É o que explica uma estudante do curso de Medicina que preferiu não ser identificada. Ela conta que os alunos que mais sofreram com a paralisação das aulas são os que moram fora da capital, pois tiveram que arcar com os gastos da moradia e com os gastos com a alimentação que aumentaram com a suspensão do Restaurante Universitário (R.U).
Com o aumento dos gastos e do desemprego alguns estudantes tiveram que voltar para suas cidades para tentar reduzir os gastos. “Eu tive que voltar para minha cidade porque não consegui me manter na capital devido aos custos que aumentaram muito. Mas mesmo assim estou tendo que pagar o aluguel do apartamento que alugo em Rio Branco para manter minha vaga para quando as aulas retornarem”, relatou a aluna.
SEM PREVISÃO – Um ano e dois meses após a suspensão das atividades presenciais, a Ufac não tem previsão de retorno das aulas. No dia 14 de maio a Universidade sofreu um corte orçamentário de R$11,9 milhões no orçamento que atinge diretamente o ensino, a pesquisa, a extensão e a assistência à comunidade acadêmica, entre outros serviços. Segundo a reitora da Ufac, Guida Aquino, esse corte orçamentário inviabiliza o retorno das aulas em 2021.
Estudantes de Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac) se reuniram com os representantes dos quatro candidatos à prefeitura de Rio Branco, nesta quinta-feira, 15, para o alinhamento das regras do primeiro debate eleitoral promovido pelo curso, que acontece no dia 20 de setembro, com transmissão ao vivo pelo canal ‘Laboratório Jornalismo Ufac’, a partir das 20h.
Estiveram presentes todos os representantes dos candidatos pela disputa à prefeitura da capital acreana. Os assessores Gustavo Franco, Andréia Oliveira Forneck, Lailla Cândido e Ton Lindoso representam, respectivamente, Jenilson Leite (PSB), Marcus Alexandre (MDB), Emerson Jarude (Novo) e Tião Bocalom (PL).
Com mediação do professor da disciplina de Telejornalismo, Paulo Santiago, na reunião foram apresentadas as regras gerais, instruções e formato para a execução do debate político. Ao final, os representantes assinaram o documento de aceite às regras e a ata da reunião.
Além da presença de Santiago, o momento também contou com o coordenador do curso de Jornalismo da Ufac, professor Luan Santos, e as estudantes Tácila Matos e Maria de Fátima Brito, que compõem a coordenação geral do debate eleitoral organizado pelos acadêmicos.
“Os estudantes são fundamentais nesse processo, porque aqui na Ufac eu acho que deve ter em torno de 10 mil estudantes, então vocês propiciarem um ambiente onde os estudantes vão poder conhecer as propostas dos candidatos é fundamental. Quero parabenizar o curso de Jornalismo pela iniciativa de realizar um debate dessa grandiosidade”, pontua a representante de Marcus Alexandre, Andréia Oliveira.
O responsável pela campanha de Tião Bocalom, Ton Lindoso, destaca que numa sociedade democrática, é essencial que todos os candidatos possam participar de etapas importantes como essa. “O debate é uma espécie de vitrine, onde cada candidato é apreciado. Apresenta suas propostas, se mostra para a sociedade, e a população, como um todo, tem a oportunidade de saber mais sobre as propostas”, ressalta Lindoso.
Para Lailla Cândido, representante de Emerson Jarude, o evento, além de colaborar com a formação dos acadêmicos de Jornalismo, será um espaço democrático para os candidatos apresentarem as suas plataformas de governo à academia e à sociedade. “Os estudantes são muito importantes dentro de uma eleição. São pessoas que estão no nosso futuro. A educação é a base da nossa sociedade”, disse Cândido.
O representante político e de comunicação de Jenilson Leite, Gustavo Franco, acredita que o poder dos jovens na política é muito decisivo em uma votação. “A gente costuma falar em nossas reuniões que os jovens têm um papel fundamental, inclusive, dentro de suas próprias residências e suas próprias famílias. […] Acho que todos têm que conhecer as propostas para poder escolher melhor os seus candidatos”, conclui Franco.
A Universidade Federal do Acre (UFAC), através do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), divulgou na tarde desta quinta-feira (25), o edital nº01/2024, para a seleção de bolsas de monitoria, referentes ao semestre letivo 2024.1
Ao todo, são 22 bolsas disponíveis no valor de R$700 mensais pagos aos alunos que foram selecionados, e outras sete voluntarias, para os cursos de Ciências Sociais, Comunicação Social, Filosofia, Bacharelado em Geografia, Licenciatura em Geografia, Bacharelado em História, Licenciatura em História (matutino e noturno), Psicologia.
É importante ressaltar que não possível fazer o acumulo de duas ou mais bolsas de monitoria de maneira remunerada, sendo possível ainda conciliar em caso de disponibilidade voluntária do aluno.
As bolsas serão referentes aos meses de agosto à novembro de 2024, sendo necessário para a inscrição, preencher a ficha, presente no edital, assim como apresentação de Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoa Física (CPF), ou documentos equivalentes, comprovante de matrícula do semestre vigente e o histórico escolar com o coeficiente de rendimento geral.
Os documentos devem ser encaminhados ao e-mail cfch@ufac.br entre o período de 25 a 28 de julho, com o assunto do envio sendo “Inscrição para Bolsa de Monitoria”, assim como nome do aluno, número de matricula e disciplina que deseja pleitear uma vaga de monitoria, junto aos documentos anexados em arquivo único, no formato PDF. É importante lembrar que se faz necessário ter concluído a disciplina que deseja ser monitor.
Os resultados preliminares deverão ser publicados em primeiro de agosto, com a lista final sendo disponibilizada no dia cinco do mesmo mês.
Para maiores informações acerca do processo seletivo, basta acessar o edital abaixo:
Uma das maiores preocupações dos estudantes dos cursos noturnos é o deslocamento por transporte público.
Por Akenes Mesquita e Felipe Nascimento
Estudantes enfrentam desafios significativos ao utilizar o transporte público para se deslocarem até suas residências durante o período noturno. A falta de infraestrutura adequada e os problemas de segurança são algumas das principais preocupações enfrentadas pelos estudantes que frequentam a Universidade Federal do Acre (Ufac).
Ônibus superlotados, atrasos frequentes e rotas limitadas são apenas algumas das questões enfrentadas diariamente pelos universitários. Além disso, a falta de iluminação adequada nos pontos de ônibus e nas vias públicas aumenta o sentimento de insegurança durante o trajeto para casa.
O aluno do curso de Ciências Econômicas, Abimael de Souza Melo, considera a situação inadmissível em um país onde os cidadãos pagam altos impostos e deveriam contar com este serviço público mais eficiente e acessível para todos. Ele relata as dificuldades enfrentadas ao utilizar o transporte público:“O último ônibus passa às 21h40, enquanto minhas aulas só terminam às 22h, o que gera um conflito de horários. Além disso, há um intervalo significativo entre os ônibus, por exemplo, um passa às 20h e o próximo só às 21h40, o que torna a espera prolongada”.
Segurança em risco
Outra preocupação significativa é a segurança. O aumento da criminalidade na cidade, especialmente durante a noite, torna o deslocamento dos estudantes uma experiência estressante e arriscada. Relatos de assaltos em pontos de ônibus e dentro dos próprios coletivos são frequentes, gerando um clima de insegurança na comunidade acadêmica.
Fábio Alves, estudante de Economia, já foi assaltado no trajeto e fala sobre o sentimento de insegurança ao voltar para casa após um dia cansativo de trabalho e aula.
“Moro no bairro Nova Esperança e há dois ônibus que fazem essa linha: Fundhacre e o Rodoviária. Como meu curso termina às 22h, eu tenho que optar por um dos dois. Houve vezes em que optando pelo o Fundhacre, eu perdia o Rodoviária e o Fundhacre nem aparecia no terminalzinho”, lamenta ele, que já precisou recorrer a carros de aplicativo e ouviu relatos de roubos a outros estudantes.
Impacto no desempenho acadêmico
Os desafios não se limitam apenas ao aspecto físico e emocional, mas também têm um impacto direto no desempenho acadêmico. O estresse e a ansiedade causados pelos problemas de transporte e segurança podem prejudicar a concentração em sala de aula e comprometer o rendimento escolar.
A presidente do Diretório Central dos Estudantes da Ufac (Dce), Ingrid Maia, reconheceu que desde janeiro de 2024 estão recebendo algumas reclamações, principalmente em relação ao atraso dos ônibus, à falta de acesso dos veículos na Ufac e à qualidade dos mesmos.
“Encaminhamos denúncia à RBTRANS para que seja instaurada uma investigação e garantir que tais irregularidades não se repitam. Quanto à mudança de rotas, vamos levantar essas e outras pautas no Conselho de Transportes e Tarifas.”
Ela também diz ter cobrado da administração uma maior efetividade nas rondas ostensivas e o retorno do diálogo com as instituições de segurança pública.”
Diante desses desafios, os estudantes clamam por soluções eficazes por parte das autoridades responsáveis. Medidas como aumento da frota, melhoria na infraestrutura dos pontos de ônibus e aumento da presença policial nas rotas de transporte público são algumas das demandas urgentes da comunidade acadêmica.