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Conheça a Seleção Acreana de Basquete de Cadeira em Rodas

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Redação

A primeira modalidade paralímpica praticada no Brasil foi o basquete em cadeira de rodas. Este esporte coletivo é jogado por pessoas com deficiências físico-motoras, que são aquelas com paraplegia ou deficiência nos membros inferiores. Atletas andantes podem jogar, mas devem usar a cadeira de rodas durante a prática do esporte. Atualmente é um dos esportes mais procurados no cenário paralímpico mundial. No Brasil, 110 clubes integram e se destacam nesta modalidade.
O basquete em cadeira de rodas surgiu como uma alternativa de reabilitação para ex-soldados norte-americanos que se feriram na 2ª Guerra Mundial. No Brasil, o esporte ficou conhecido em 1958, quando brasileiros com deficiência, que se tratavam nos Estados Unidos, conheceram a prática esportiva e a trouxeram para o país. Com ajuda do amigo Aldo Miccolis, que também é desportista, Robson Sampaio de Almeida criou, em abril do mesmo ano, o primeiro time de jogadores de basquete em cadeira de rodas, na época se chamava “Clube do Otimismo”.
Em 1960, a modalidade esportiva integrou a 1ª edição das Paralimpíadas, que aconteceu em Roma. Apesar de ser um esporte inclusivo, a primeira participação feminina aconteceu somente oito anos depois, em 1968, na cidade de Tel Aviv. Esse esporte também tem levado qualidade de vida às atletas femininas que participam da Seleção de Basquetebol em Cadeiras de Rodas do Estado do Acre/Brasil e que treinam juntamente com os atletas masculinos.
Maria Tailine da Silva Marques tem 28 anos e é estudante do curso de técnico em Enfermagem. Ela foi atingida por um tiro nas costas, quando assaltantes tentaram roubar sua moto. “A bala ficou alojada minha coluna e causou uma grande lesão em minha medula e, assim, fiquei sem o movimento de meus membros inferiores. Antes do acidente eu fazia estágio do curso técnico em Enfermagem e no ano passado voltei para concluir o curso”, relata.
A jovem participa da seleção desde maio de 2022 e fala do quanto o basquete melhorou sua qualidade de vida e a ajudou a sair de um quadro de depressão. Acompanhe, abaixo, o depoimento da atleta:
Benefícios do basquete
Além de melhorar a qualidade de vida, essa prática esportiva traz muitos benefícios para a saúde física e mental dos atletas. Para as pessoas com deficiência, os ganhos são ainda maiores. “Essa modalidade de esporte desenvolve a coordenação motora, o espírito de equipe, ajuda o atleta a ter noção de espaço(temporal), a ganhar resistência, flexibilidade e velocidade, a respeitar as regras e seus adversários, a tomar decisões. Também aumenta a independência na vida diária, oferece oportunidades sociais, melhora a autoconfiança, a autoestima e auxilia na prevenção de doenças secundárias”, afirma Manielden Lima Távora, professor de Educação Física e treinador da Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas do Acre.

Segundo o técnico desportivo do Núcleo de Esporte Paralímpico da Secretaria Adjunta de Articulação Esportiva e Juventude, João Paulo Sena Fernandes, ter uma boa performance é muito importante para o atleta e o trabalho do fisioterapeuta contribui para isso.
“O fisioterapeuta esportivo pode atuar não apenas na avaliação, mas também na prevenção, recuperação (tratamento) de lesões e classificação funcional, que é específica para o esporte paralímpico. Esse trabalho auxilia o atleta a se sentir mais seguro, consequentemente, ajuda a ter um melhor rendimento e se sentir mais confiante para praticar sua modalidade desportiva”, acrescenta o profissional.

De acordo com a Aristeia Nunes Sampaio, professora do Centro de Ciências da Saúde e Desporto, da Universidade Federal do Acre (Ufac), ao analisarmos a prática do basquete em cadeiras de rodas é possível vislumbrar diversos aspectos de saúde, como a melhoria da condição cardiopulmonar.
“Esse aluno vai ter uma capacidade respiratória pulmonar aumentada e isso favorece, não só a prática esportiva, mas também as atividades do cotidiano, como impulsionar a cadeira por longas distâncias, por exemplo. Essa melhoria se dá a partir do preparo do atleta, pelo tempo de prática e condições fisiológicas que foram impostas pela lesão ou do tipo de lesão que o praticante tem”, comenta a professora.
Ainda segundo Aristeia Sampaio, a prática esportiva auxilia na diminuição da gordura corporal e no aumento da massa magra dos membros que são funcionais, sendo condições, de uma maneira geral, que ajudam na prática esportiva e no cotidiano. Abaixo, você pode ouvir um pouco mais sobre os benefícios do basquete em cadeira de rodas.
Com relação aos demais aspectos que perpassam a questão física, a professora do Centro de Ciências da Saúde e Desporto destaca a questão da socialização do atleta que sairá do ambiente de casa ou de tratamentos para ocupar outros locais. “Ele vai conhecer outras pessoas, outras histórias, e, consequentemente, ampliar suas amizades. Isso acaba o inspirando para ter força, para continuar tentando, se esforçando. Esse resultado é muito interessante para a sua própria autoestima, para que se sinta valorizado, para que desenvolva bem sua função”, ressalta.

Sobre os benefícios para a saúde, Márcio Cleide José de Lima, que é atleta e ex-presidente da Federação Acreana de Basket Cadeirante (FEABC), declara que o esporte melhorou a coordenação motora e batimentos cardíacos. “Não tem coisa melhor do que fazer o que a gente gosta. No meu caso é jogar basquete. Uma das melhores coisas que me aconteceu, depois do acidente, foi ter conhecido o basquete. De lá para cá, só tenho a agradecer a Deus e as nossas atividades físicas dentro do esporte adaptado”.

O atleta ainda ressalta que com a prática esportiva até mesmo seu humor mudou. “Foi onde eu vi pessoas com menos mobilidade que eu, brigando por espaço na quadra. Eu vi que a gente tinha que ser mais ativo e ter amor pelo que faz. Criei um amor tão grande pelo basquete que não me vejo fora dele. Mesmo quando eu não tiver mais condições de jogar, quero fazer parte de alguma forma para ajudar e incentivar outras pessoas a praticarem esporte”.
Regras e como de jogar
De acordo com as regras oficiais aprovadas em 2018, pela Confederação Internacional de Basquetebol em Cadeira de Rodas (International Wheelchair Basketball Federation – IWBF), Regra Um – O jogo, art. 1, o jogo de Basquetebol em Cadeira de Rodas é jogado por 2 equipes de 5 jogadores cada. O objetivo de cada equipe é converter pontos na cesta do adversário e evitar que a outra equipe converta pontos em sua própria cesta.
Com poucas diferenças da modalidade convencional, no basquete em cadeira de rodas os atletas devem arremessar ou passar a bola a cada dois toques dados na cadeira de rodas. Com duas equipes, cada uma com cinco jogadores, as partidas duram em média 40 minutos e são divididas em quatro sets.
Na modalidade é obrigatório que todos os jogadores utilizem um tipo de cadeira de rodas, que é específica para a esporte. A cadeira deve possuir uma barra protetora lateral para evitar acidentes e na parte de trás do equipamento, uma roda de apoio que tem a função antiqueda.
Seguindo as regras da IWBF, esta modalidade é monitorada pela Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CBBC). Para quem tem o desejo de praticar e competir no basquete em cadeira de rodas, é preciso procurar um clube para se filiar e seguir todas as regras de proteção.
O Acre presente no basquete em cadeira de rodas
As federações de basquete ganham um papel muito importante no desenvolvimento do esporte no país por diversos motivos. A promoção da inclusão de pessoa com deficiência por meio dessa atividade esportiva é uma delas. No Acre, a Federação Acreana de Basket Cadeirante (FEABC) foi fundada no dia 9 de janeiro 2010 e atua em vários âmbitos.
Segundo Frank Thieny Brito de Lima, presidente da FEABC, a organização “tem por objetivo atuar no âmbito do esporte adaptado e busca desenvolver e executar programas de formação continuada nas áreas de assistência social, direitos humanos, saúde, prevenção, educação, reabilitação, cultura, esportes, lazer, visando à inclusão e emancipação social das pessoas com deficiência física no Estado do Acre”.
A Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas faz parte da Federação, mas sua data de criação é anterior. O atleta e ex-presidente da FEABC, Márcio Cleide, relata que em 2008 conheceu Raimundo Correia, presidente da Associação Riobranquense de Pessoas com Deficiência Física do Acre (Ardef). Na época, desenvolveu um projeto de incentivo ao esporte do Acre.
“Com a aprovação do projeto, foram compradas oito cadeiras de rodas adaptadas e a partir dessa aquisição começamos a desenvolver o basquete”, conta Márcio Cleide. O time da época foi fundado por Manielden Távora (atual treinador), Frank Thieny Brito de Lima (presidente em exercício), Emerson de Souza Monte, José Ricardo Freitas da Silva, Luiz Carlos Aragão Ferreira, Raimundo Rocha Pereira, Wemerson Pereira Sobrinho, entre outros atletas. Porém, em 2010 a equipe começou a enfrentar dificuldades, foi então que criaram a Federação Acreana de Basket Cadeirante.
José Firmino Lima tem 41 anos e é atleta da equipe acreana de basquete em cadeira de rodas. Ele conta que não imaginava encontrar no basquete uma paixão, uma forma de se ressignificar. Ele ainda comenta que pretende ficar por muito mais tempo praticando a modalidade. No vídeo abaixo, você assiste ao depoimento do atleta falando sobre o esporte.
Lourenço Moreira Vieira Neto tem 25 anos e é o atleta mais nova da Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas. Ele é tecnólogo em Logística e trabalha como autônomo. Neto já foi atleta paralímpico de natação e chegou para o time há dois meses, graças ao convite de um colega atleta. “É um esporte bem diferente do que eu vim, mas quero dar o meu melhor e ajudar a equipe”.
Márcio Cleide José de Lima tem 47 anos e é ex-presidente da (FEABC). Hoje é o atleta mais velho da equipe acreana. Começou a jogar quando tinha 32 anos. Ele conta que percebeu a importância do esporte, após participação de sua primeira competição em Manaus, no ano de 2008.

Francisco Lima de Souza, mais conhecido como Manoel Izo, é acadêmico de Jornalismo, na Universidade Federal do Acre, e integra a equipe de basquete da Federação Acreana. Ele conta que conheceu o basquete por intermédio de um amigo, no ano de 2010, quando foi convidado para participar de um jogo. Na época, o atleta não deu a devida atenção, mas a situação mudou em 2021.
“No início de 2021, ao retornar os treinos após a pandemia, eu voltei a participar dos treinos, me apaixonei pelo basquete e estou lá até hoje. Além da diversão, tem a questão do alto rendimento. Nossa Federação é de alto rendimento e tem a parte social também. Participar do basquete é muito gratificante. Mudou meu ritmo de vida, melhorou muito. Fico contando as horas pra chegar o dia do basquete. Sou apaixonado pelo esporte”, conta o atleta.
Assista abaixo um trecho do depoimento de Manoel Izo sobre a prática do basquete em cadeira de rodas.
Da Seleção Acreana de Basquete em Cadeiras de Rodas para o time ADD Magic Hands e Seleção Brasileira
O atleta João Vitor (JJ), que tem 20 anos e é natural de Ariquemes (RO), é apaixonado pelo esporte. Antes mesmo de fazer parte da equipe da ADD Magic Hands, jogou futebol na base dos Santos no Acre. Em 2015, após sofrer um acidente no terminal urbano de Rio Branco (AC), perdeu seu membro inferior esquerdo, e durante sua reabilitação os fisioterapeutas recomendaram a prática de esportes. “Fui para natação e depois de um ano conheci o basquete, por meio da Federação Acreana de Basquete, como uma nova paixão no meu coração”, afirma.

Segundo JJ, após integrar ao time da Seleção Acreana de Basquete em Cadeiras de Rodas, aos 14 anos foi morar em Goiás em busca de novas oportunidades. Por sua habilidade conseguiu chamar a atenção dos treinadores do Brasil. Em 2022, alcançou um de seus sonhos que era jogar na equipe da ADD MAGIC HANDS. Junto com seu novo time, João Vitor já se tornou campeão brasileiro e paulista de basquete em cadeira de rodas.
A história de João Vitor não parou por aí. Durante esse processo, ele foi convocado para integrar as Seleção Brasileira Sub-23, garantindo vaga para o mundial e se classificando na oitava posição. Na Seleção Sub-21, junto com sua equipe, o jovem conquistou o 2º lugar no Parapan de Jovens em Bogotá.
“Os jogos escolares foram de suma importância para meu desenvolvimento de atleta e pessoa. Contribuíram para que eu fosse visto até para as seleções e outros times. Eu saí dos escolares, mas os escolares nunca vão sair de mim. Espero que mais atletas tenham a oportunidade de integrar outros times”, relata o jovem.
Um esporte com muitos parceiros
O presidente da Federação, Frank Thieny Brito de Lima, revela que ao longo desses 13 anos, a FEABC enfrentou e ainda enfrenta diversas dificuldades. Segundo ele, a principal delas “é a pessoa com deficiência reconhecer que a vida não parou, que sempre tem mais uma chance e oportunidade de vencer e viver dignamente. Seja na área do esporte, da educação ou do lazer”
Brito avalia que, atualmente, a Federação está entre as melhores da região Norte, mas que ainda é preciso muito investimento para continuar o trabalho e, dessa forma, conseguirem se filiar à Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas (CBBC).
Hoje, a FEABC funciona em uma sala da Comissão de Acessibilidade e de Atletas Paralímpicos, situada na região do Distrito Industrial. Para alcançar suas metas, a instituição tem firmado cada vez mais parcerias. Desde o final do ano de 2019, empresas e órgãos públicos têm contribuído para a permanência da prática do basquete em cadeira de rodas no Acre. Abaixo, estão alguns dos parceiros e recentes ações realizadas.
Caixa Econômica Federal: Em 2019, por meio do projeto Caixa Mais Desenvolvimento, que tem o objetivo de levar investimentos diversos para várias regiões do país, a FEABC recebeu, por meio da Prefeitura de Rio Branco, a doação de 12 cadeiras de rodas;
Universidade Federal do Acre: De acordo com Jefferson Feitosa de Almeida, Coordenador do Programa de Esporte Paralímpico da Ufac/comunidade, a universidade em parceria com a Federação e o Centro de Referência Paralímpico do Acre, possibilita o treinamento dos atletas, dentre outras outros eventos. Além disso, a instituição também cede espaço para treinos e eventos. “Por enquanto, prestadores de serviços e bolsistas atletas recebem recurso financeiro no valor de R$ 400,00, por meio de assinatura de convênio, mas as propostas estão passando por tramites legais para haver alterar para o valor de R$ 700,00”, informa o coordenador do programa Almeida.
Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes: Um dos investimentos mais recentes feitos pela SEE, conforme explica o secretário estadual Aberson Carvalho, foi a realização de um convênio para aquisição de cadeiras de rodas adaptadas. Ao todo foram investidos R$ 50 mil em recursos. “O que estiver ao alcance do Governo para contribuir na transformação da vida desses atletas, vamos fazer”.

Outra ação promovida pela SEE foi a compra de passagens aéreas para os atletas do basquete em cadeira de rodas disputares os Jogos Brasileiros Universitários. A equipe acreana voltou para casa com medalhas de bronze.
Secretaria Municipal do Esporte: Para que os atletas possam realizar os treinos e competições, a Secretaria disponibiliza o espaço do Centro de Iniciação ao Esporte (CIE).
Medplus: Atualmente, é o principal patrocinador da FEABC, dando suporte com material hospitalar, além de ajudar os atletas em momentos de doença e com a aquisição de uniformes.
Uma equipe muito premiada
A primeira competição da Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas aconteceu em 2008, em Manaus. “O time não tinha experiência e acabou ficando na última colocação, mas isso nos motivou e no ano seguinte ficamos em oitavo lugar entre as 16 equipes que participaram”, revela Manielden Lima.
Um troféu muito importante para a equipe veio em 2021, com a participação nas Paralimpíadas Universitárias. Os atletas trouxeram para o Acre a medalha de bronze. No ranking geral, a equipe que disputou em nome da Ufac ficou em primeiro lugar. O evento aconteceu no Centro de Treinamento da Confederação Paralímpica do Brasil, em São Paulo, entre os dias 16 e 19 de setembro.

Para 2023, a Seleção Acreana de Basquete em Cadeiras de Rodas quer conquistar ainda mais. A ideia é integrar competições regionais, participar do Campeonato Universitário, da Copa da Revolução e também da Copa Acre x Rondônia, que acontecerá em Porto Velho. A ideia, segundo o presidente da Federação, Frank Thieny, é retornar dessas competições com mais medalhas e troféus.
Conheça a atual equipe da Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas: Manielden Lima Távora (técnico) e Pâmela Jhemiule (auxiliar), além dos atletas Agnaldo Casoti Borges, Ana Clara Alves de Lima, Ana Keyla da Silva Macedo, Elizeu Barros Machado Junior, Emerson de Souza Monte, Fabio Mendes de Souza, Francisco Lima de Souza, Frank Thieny Brito de Lima, Jhonathan Mendes do Vale, José Firmino de Lima, José Ricardo Freitas da Silva, Lourenço Moreira Vieira Neto, Luiz Carlos Aragão Ferreira, , Márcio Cleide José de Lima, Maria Nisse Rodrigues Ferreira, Maria Tailine da Silva Marques, Raimundo da Rocha Pereira, Thomas Rodrigues Silva, Wanderley Matos e Wemerson Pereira Sobrinho.
O esporte contra o capacitismo
O capacitismo é toda a forma de preconceito que acontece contra a pessoa com deficiência. A crença do capacitista é alimentada toda vez que há a ideia de que a deficiência é um empecilho determinante para a independência, realização de tarefas cotidianas, inserção no mercado de trabalho, entre outras atividades.
Contrariando princípios de equidade, o comportamento capacitista é um crime de discriminação e opressão contra a pessoa com deficiência. O capacitismo vai além da inferiorização, ele mostra âmbitos que ferem a dignidade da pessoa que sofre o preconceito. Muitas vezes, as ações e falas capacitistas vêm disfarçadas de discursos de que pessoas com deficiência são heróis ou pessoas especiais que precisam sempre ser cuidadas. São atos como estes que ignoram as competências individuais de cada um, a partir de um olhar humanizado.
De acordo com Francisco Héliton do Nascimento, professor do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Acre (IFAC), na legislação brasileira está caracterizado, apesar de não aparecer, o termo capacitismo ou capacitista, que é justamente é o preconceito e discriminação que as pessoas com deficiência sofrem na sociedade.
“A sociedade pode permitir, que as pessoas com deficiência interajam, ocupem seus lugares. Se elas têm deficiência, não cabe a sociedade julgar se ela é digna ou não estar. Devemos combater toda e qualquer forma de capacitismo. Conforme a Lei Brasileira de Inclusão, Capítulo II – Da Igualdade e da Não Discriminação, Art. 4º, “toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.

Elizeu de Souza é atleta, tem de 27 anos e pratica basquete em cadeira de rodas desde os sete anos de idade. A iniciativa veio de sua mãe, Francelina de Souza, que conta que o inseriu no esporte para seu filho levasse uma vida saudável e possível. Ela ressalta que o esporte desempenha medidas contra doenças, como depressão e ansiedade.
No vídeo abaixo, você confere um pouco do que a mãe de Elizeu de Souza diz sobre a prática do basquete em cadeira de rodas:
Texto: Edilárdia Idalgo, Gercineide Maia, Marcos Jorge Dias, Petronilio Neto e Vitória Lauane Araújo
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Cresce o número de acidentes e lesões nas ruas de Rio Branco no 1º Trimestre de 2025

Publicado há
3 semanas atrásem
13 de junho de 2025por
Redação
Número de mortes cai 41%, mas ocorrências aumentam e imprudência ainda preocupa autoridades e população
Por Ana Flávia Santos, Gabriela Fintelman, Luísy Xavier, Patrícia Pinheiro e Pedro Amorim
No primeiro trimestre de 2025, Rio Branco registrou 676 acidentes de trânsito, com um aumento de 3% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizadas 656 ocorrências. Os dados são da Coordenadoria de Engenharia e Estatística de Trânsito do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/AC) e apontam para um cenário ainda preocupante na capital acreana.
Desse total, 261 resultaram em vítimas não fatais, com 310 pessoas lesionadas. Por outro lado, o número de vítimas fatais apresentou uma queda significativa: foram sete vítimas fatais de janeiro a março deste ano, contra 12 no mesmo período do ano passado — uma redução de aproximadamente 41,7%.
Embora o recuo nas mortes seja um sinal positivo, o cenário ainda está longe de ser considerado seguro nas vias da capital. Mesmo quando os acidentes não resultam em fatalidades, os efeitos são visíveis, como os engarrafamentos, pessoas feridas, danos materiais e prejuízos emocionais.
Perfil de vítimas no trânsito
Segundo dados do Detran divulgados em 2016 e que permanecem como a base mais recente disponível —, homens representavam 69,6% das vítimas de acidentes em Rio Branco, enquanto as mulheres correspondiam a 30,16%. A faixa etária mais atingida era de 18 a 29 anos, com predominância de condutores (74,11%), seguidos por passageiros (17,46%) e pedestres (8,42%).
As motocicletas estavam envolvidas em 55,09% dos acidentes com vítimas, enquanto os automóveis lideravam os acidentes sem vítimas, com 64,45%.
A maioria dos casos envolvia colisões (79,9%) e atropelamentos (9,75%), com maior incidência nos horários de pico: entre 5h30 e 7h, 11h e 12h, e 18h e 19h.
Em uma entrevista para o jornal Folha Nobre em janeiro deste ano, a coordenadora de Educação do Detran, Cléia Machado, destacou que o grupo mais vulnerável no trânsito são primeiramente os pedestres e em segundo os ciclistas. Embora os dados mais recentes disponíveis sejam de 2016, não há evidências de mudanças significativas no perfil das vítimas.
“Os pedestres e ciclistas são os mais vulneráveis no trânsito, por isso precisam ter atitudes que protejam a vida. Aqui no Parque Ipê, por exemplo, os pedestres devem utilizar as vias para pedestres, assim como o ciclista deve transitar na ciclovia e sempre utilizar os equipamentos de segurança”, afirma.
Imprudência lidera causas de acidentes na capital
De acordo com o Detran, cerca de 90% dos acidentes registrados na capital são causados por imprudência no trânsito. Além disso, em âmbito nacional, estudos realizados pelo Ministério dos Transportes indicam que a imprudência dos motoristas é responsável por 53,7% deles no Brasil.
Entre os comportamentos de risco mais comuns estão excesso de velocidade, avanço de sinal vermelho e ultrapassagens perigosas. O advogado de trânsito Sandro Oliveira alerta que o problema não se resume à falta de conhecimento: “A falta de educação está diretamente ligada aos acidentes. Muitos motoristas agem como se estivessem certos, mesmo quando claramente estão errados”, comenta.
Outro fator preocupante é o crescimento da frota de veículos em Rio Branco. Entre 2020 e 2024, o número de automóveis registrados saltou de 186.723 para 217.962 — um aumento de 16,75%. A expansão, sem melhorias proporcionais na infraestrutura, contribui para congestionamentos, cruzamentos perigosos e aumento nos índices de acidentes.
As vias mais perigosas da capital
Segundo o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), os cruzamentos são os locais com maior incidência de acidentes, principalmente nos horários de pico e em vias de grande fluxo. Entre janeiro e março de 2025, as dez vias com maior número de ocorrências somaram 148. A Avenida Ceará lidera o ranking com 30 ocorrências no trimestre.
Além de fatores comportamentais, a ausência de sinalização adequada em trechos movimentados da capital também contribui para o risco nas vias. Para o advogado, o papel do poder público é fundamental nesse cenário.
“Cabe ao poder público garantir a sinalização horizontal e vertical conforme determina o artigo 80 do CTB [Código de Trânsito Brasileiro]. Sem isso, a responsabilidade pela segurança nas vias fica comprometida”, pontua.
Vozes das ruas: o olhar de quem vive o trânsito
Para além dos dados e estatísticas, as experiências cotidianas de quem enfrenta o trânsito todos os dias oferecem uma visão concreta e urgente da realidade. “Os principais desafios são nas ruas, com muitos motoqueiros imprudentes”, relata Jeferson Bessa, motorista de aplicativo.

Ele também aponta a precariedade da malha viária como um agravante: “Há várias ruas em Rio Branco que precisam de atenção do governo porque estão com muitos buracos, alguns sendo quase impossíveis de passar de moto, principalmente quando chove”, enfatiza.
Essa dificuldade também foi vivida por João Gustavo Rocha, vendedor externo da empresa Acrepan, que teve prejuízo após cair em um buraco encoberto pela água da chuva. “Era uma rua bem esburacada e todos os buracos estavam com água. Não dava pra ver o quão fundo eles eram. Acabei batendo em um buraco no carro da empresa e quebrou um pouco do para-choque. A empresa ficou no prejuízo” relata.
Bairro Sobral, Rio Branco – AC. Foto: Hélio Vitalino
Ele também avalia que a desinformação sobre regras e deveres no trânsito ainda é um entrave. “A maioria dos motoristas não está bem-informada. Falta conscientização da população, e mais investimento do governo em educação para o trânsito. Muitas autoescolas também não oferecem uma formação de qualidade”, conclui.
Como prevenir acidentes e contribuir para um trânsito mais seguro
Diante dos números alarmantes e dos relatos de quem vivencia diariamente os desafios nas vias de Rio Branco, a prevenção se torna indispensável. Confira algumas orientações que podem ajudar a salvar vidas durante a rotina de trânsito.
- Respeite os limites de velocidade e a sinalização;
- Nunca dirija sob efeito de álcool ou outras substâncias;
- Use sempre o cinto de segurança e capacete, no caso de motociclistas;
- Evite o uso do celular ao volante;
- Mantenha a manutenção do veículo em dia, especialmente pneus e freios;
- Esteja atento às condições da pista, principalmente em dias de chuva.
Além da responsabilidade individual, o papel da população também é fundamental na fiscalização cidadã. Irregularidades no trânsito, buracos em vias públicas e comportamentos de risco podem – e devem – ser denunciados.
Canais de Denúncia e Contato:
- RBTrans (Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito): (68) 3212-7040
- Detran/AC: (68) 3229-5500, site: www.detran.ac.gov.br
- Ouvidoria da Prefeitura de Rio Branco: 0800 647 1311
- Polícia Militar (em caso de emergência ou flagrante de infração): 190, site: www.pm.ac.gov.br
As orientações seguem recomendações da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), que reforçam a importância da educação, fiscalização e boas práticas para a redução de acidentes. Somente com a união entre poder público, condutores e pedestres será possível transformar Rio Branco em uma cidade mais segura para todos.
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Empreendedorismo, arte e ativismo: narrativas de resistência de mulheres periféricas no primeiro podcast original A Catraia
Os 3 episódios do programa mergulham nas experiências de mulheres periféricas na capital acreana, explorando como o ativismo, a arte e o empreendedorismo social se entrelaçam como formas concretas de existir e transformar a realidade.

Publicado há
4 semanas atrásem
6 de junho de 2025por
Redação
Produção explora como mulheres de Rio Branco constroem caminhos de autonomia e dignidade, utilizando o empreendedorismo e a arte para resistir à exclusão
Por: Victor Manoel
A realidade social e econômica apresenta desafios únicos em Rio Branco, especialmente para grupos minorizados que enfrentam barreiras estruturais no acesso a direitos básicos, inclusive no mercado formal. Nesse contexto, o empreendedorismo surge não apenas como um meio de subsistência, mas como uma poderosa ferramenta de resistência, emancipação política e busca por autonomia e dignidade.
É essa força e criatividade que impulsionam o podcast “Trabalhar e Resistir”, projeto do curso de Jornalismo da Ufac, realizado no âmbito do jornal laboratório A Catraia, que busca ouvir essas narrativas de luta e superação. Os 3 episódios do programa mergulham nas experiências de mulheres periféricas na capital acreana, explorando como o ativismo, a arte e o empreendedorismo social se entrelaçam como formas concretas de existir e transformar a realidade.
Uma das vozes do podcast é da Luar Maria, atriz e estudante, que compartilha a dura realidade enfrentada pela população trans no Acre. Ela aponta a falta de seriedade e compreensão por parte de algumas gestões públicas em relação às necessidades dessa população e destaca a precariedade do acesso à saúde e a ligação entre empregabilidade e saúde. Luar ressalta que a luta por direitos e a busca por meios de subsistência andam juntas. Para ela, falta “seriedade no sentido de realmente tocar o que o recorte das secretarias está faltando”, e é preciso acreditar que essas políticas são cruciais para entender e avançar.
O podcast também apresenta Vands, artivista e empreendedora de ilustrações da periferia. Ela vê sua arte não apenas como expressão, mas como uma ferramenta de ativismo e uma forma de gerar renda, conectando seu trabalho a questões de justiça social, ambiental e direitos humanos. Transformar sua arte em empreendimento foi um passo natural, mas cheio de desafios práticos no contexto periférico. Vands define seu “artivismo” como a união da arte com o ativismo e considera “resistência”, pois fala de questões importantes e é criada “em um contexto em que (…) o capitalismo incentiva muito a gente a consumir sem pensar”.
Para oferecer um panorama mais amplo, o podcast incluiu a perspectiva institucional com Julci Ferreira, analista do Sebrae Acre e gestora de projetos como o Plural, focado em grupos sub-representados e pessoas em situação de vulnerabilidade. Julci explica a abordagem do Sebrae para o empreendedorismo inclusivo, buscando integrar esses grupos e dar a eles “luz e autoridade para se verem como empreendedores”. Ela afirma que “a ideia do Sebrae não é número, não é abrir CNPJ. A ideia do Sebrae é cada vez mais desenvolver ideias de negócio”.
Ouça “Trabalhar e Resistir: Vozes Periféricas do Empreendedorismo no Acre” no Spotify: https://open.spotify.com/show/6un2SKAou6c8OfkehlAv5Q?si=0572cdc289e345c3
Histórias de vida
Mulheres que fazem acontecer: a força do trabalho manual no empreendedorismo acreano
Elas não apenas produzem: elas plantam, moldam, carregam, vendem e resistem. Em um cenário onde empreender não é só uma escolha, mas uma forma de sobrevivência, mulheres do Acre estão transformando o que têm — terra, cimento, fruta, memória — em renda, autonomia e permanência. Muitas fazem isso com as próprias mãos. Outras, com apoio da família. Mas todas compartilham algo em comum: a decisão de permanecer criando.

Publicado há
4 semanas atrásem
5 de junho de 2025por
Redação
Por Thaynar Moura
Elas não apenas produzem: elas plantam, moldam, carregam, vendem e resistem. Em um cenário onde empreender não é só uma escolha, mas uma forma de sobrevivência, mulheres do Acre estão transformando o que têm — terra, cimento, fruta, memória — em renda, autonomia e permanência. Muitas fazem isso com as próprias mãos. Outras, com apoio da família. Mas todas compartilham algo em comum: a decisão de permanecer criando.
Da colheita ao pote: Lucilene e a trajetória de um doce feito com raízes
Lucilene Nonata, de 58 anos, vive com o marido em um sítio no interior do Acre. Foi ali que, há cerca de duas décadas, ela decidiu começar a fazer doces com frutas do próprio quintal. “Meus filhos estavam entrando na adolescência e eu queria fazer algo meu, que também ajudasse na renda da casa”, conta.
A escolha pelo doce não foi aleatória: os pais de Lucilene já faziam compotas com frutas temporãs, e o marido, cearense, também gostava de preparar receitas simples. “Foi natural. Começamos com o que a gente tinha: cupuaçu, mamão, banana. O leite vinha do vizinho.”
Hoje, mesmo com o pomar envelhecido e parte da matéria-prima comprada de produtores vizinhos, o processo segue artesanal. Tudo é feito por Lucilene e o esposo, desde a limpeza até o ponto do doce. A venda acontece em feiras e comércios locais, e o contato com o público é parte do valor do produto. “As pessoas perguntam se é a gente mesmo que faz. Criamos laços. Muitos viram amigos.”
A formalização veio com apoio do Sebrae, que orientou desde o registro como MEI até a criação dos rótulos e da tabela nutricional. “O Sebrae foi nosso primeiro e melhor parceiro. Nos abriu portas e deu acesso a linhas de crédito, cursos e assistência técnica”, relata.

Apesar dos avanços, o desafio é constante: o alto custo dos insumos e a concorrência com produtos industrializados. “É difícil competir. Nosso estado não é rico. Mas a gente vai atravessar essa fase também”, afirma Lucilene. E para outras mulheres que pensam em empreender, ela é direta: “Somos guerreiras. Se cada dia traz um leão, que venham os leões.”
Concreto, família e criação: a arte que resiste com Elizabete e Maria Eliane
Elizabete Monteiro tem 25 anos e voltou ao Acre em 2025, depois de concluir a graduação em Curitiba. Junto com a mãe, Maria Eliane, de 61, criou o negócio “Arte em Concreto”, voltado à produção manual de peças decorativas feitas a partir de cimento, areia, pedrita e moldes reaproveitados.
“O gosto pelo artesanal sempre veio da minha mãe. Quando ela ia passar um tempo comigo, ficava procurando o que fazer com as mãos”, lembra Elizabete. A dupla começou estudando técnicas no YouTube e fazendo testes em casa, até descobrir formas de agregar valor às peças — como a inclusão de plantas e o uso criativo do concreto na decoração.
O trabalho é familiar. Elizabete e a mãe cuidam da produção. O pai ajuda nas feiras. A irmã apoia na divulgação digital. “É algo muito em família, e cada um colabora do seu jeito”, afirma.
Entre os maiores desafios, Elizabete destaca o início do processo. “É preciso vencer o medo de começar. Mostrar o que você faz e lidar com o marketing exige constância.”Atualmente, participa da associação “Elas Fazem Acontecer”, formada por mulheres empreendedoras que organizam feiras e dão suporte às expositoras. “Faz diferença. A gente se sente parte de algo.”
A empresa começou a vender peças há cerca de um mês, e uma das metas de Elizabete é investir mais na divulgação pelo Instagram. “Hoje, se você quer saber de algo de uma loja, já vai direto no Instagram. Quero turbinar as postagens.”
Para ela, o mercado de decoração artesanal está crescendo. “As pessoas querem peças com identidade, que sejam únicas.” E para outras mulheres que sonham empreender: “Persistam. Se você ama o que faz, o retorno vem. Mas é preciso estar atenta às novidades e criar com propósito.”
Arte, dedicação e persistência: de uma conversa entre amigas ao ateliê em casa – o sonho de Adriana
Adriana Balica, 32 anos, é proprietária da FazerArt Personalizados, um ateliê montado na própria casa, onde ela cuida de tudo: do atendimento à criação das artes e à embalagem personalizada. “A FazerArt nasceu numa conversa entre amigas, juntando minha paixão pelo trabalho manual. Hoje, faço tudo sozinha,” conta.
Para Adriana, empreender é uma jornada que exige atenção constante. “Empreender é uma tarefa extremamente difícil, pois temos que dominar um pouquinho de cada coisa e estar sempre atenta a todos os detalhes. Há dias e dias, há altos e baixos, assim como a nossa vida”, reflete.

Assim como as outras mulheres desta reportagem, Balica destaca o apoio do Sebrae. “O Sebrae sempre esteve de portas abertas pra ajudar, tirar dúvidas, oferecer cursos, palestras e concursos. Sempre que posso, participo.”
E sobre tecnologia? Ela brinca: “Não uso nenhuma tecnologia avançada, eu acho, kkk.”
Para quem pensa em empreender, Adriana tem um conselho: “Lute! Lute pelos seus sonhos. Deus não coloca sonho no nosso coração que a gente não possa alcançar. É difícil, cansativo, cheio de desafios, mas vale a pena! ”
Onde termina o produto, começa a história
As histórias de Lucilene, Elizabete e Adriana, não são exceções. Elas representam milhares de mulheres no Brasil e no Acre que vivem daquilo que fazem, cultivam ou aprendem. Os dados mais recentes reforçam o que as histórias contam: empreender, para muitas mulheres, é uma decisão moldada pela necessidade, mas sustentada pela criatividade e pelo trabalho diário. Que trabalham com o corpo, com a memória e com o tempo.
No Acre, o número de mulheres à frente de negócios oscilou nos últimos três anos. Segundo dados do DataSebrae, em 2022, eram 23.564 empreendedoras no estado. Em 2023, esse número caiu para 20.453, representando 23,7% do total de donos de negócios. No entanto, em 2024, houve uma leve recuperação: 21.350 mulheres atuavam como donas de negócio no estado no 4º trimestre, o que representa 25,1% dos empreendedores locais.

Esse avanço percentual, frente aos 23,7% registrados no ano anterior, revela uma retomada gradual da presença feminina no mercado.
Em números nacionais, 42% dos empregadores ou trabalhadoras por conta própria no Brasil são mulheres — um universo de 10,4 milhões de empreendedoras que movimentam a economia com pequenos negócios, muitas vezes construídos no quintal, na sala de casa ou em uma feira.
O aumento na participação percentual indica que as mulheres seguem ocupando espaço, criando soluções e sustentando seus negócios com o que têm – seja terra, concreto ou papel.

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