Para muitos estudantes, formados e graduandos, a Universidade Federal do Acre (Ufac) é lugar de recompensas profissionais e cenário de momentos amorosos
Por Carlos Alexandre
Prestes a completar 51 anos de instituição, a Ufac já foi o ponto de partida da história de amor de diversos casais, como Alexandre Luiz e Anna Deyse. Guardando com carinho cada acontecimento da história a dois, o casal conta com 17 anos de amizade, 12 de namoro e 8 de casamento. Eles se conheceram ao ingressar no curso de Bacharelado em Comunicação Social, atual Bacharelado em Jornalismo, na turma de 2007. A amizade foi instantânea, iniciada por uma mensagem no saudoso Orkut e fortalecida ao longo do curso.
A maior proximidade surgiu durante a participação de ambos no festival internacional de fotografia Paraty em Foco, em setembro de 2011. “Resolvemos ficar por curiosidade, e logo virou uma amizade colorida. Em 27 de maio de 2012, assumimos o namoro que foi recebido com muita alegria por familiares e colegas”, relembra Alexandre.
Ele finaliza pontuando: “Eu diria que a universidade e o interesse mútuo pela fotografia nos aproximou. Quando de fato começamos a namorar, já estávamos no fim da graduação mas tudo isso foi pavimentado com muita conversa e caronas para as aulas”.
Crescimento mútuo
Outro casal fortalecido pelo convívio na universidade foi Kaemily de Freitas e Bruno Hadad que estão prestes a celebrar cinco anos de namoro no dia 14 de março. O casal se conheceu de maneira especial, no primeiro dia de aula do curso de Bacharelado em Engenharia Civil, que coincidiu com o aniversário de Kaemily.
Antes de se tornarem um casal, eles formavam um trio inseparável com um amigo, Mateus, que foi peça fundamental para a aproximação. Por motivos pessoais, o colega saiu da graduação, mas ainda é lembrado com carinho: ”Ele é muito divertido. Nos distanciamos com a correria do dia a dia, mas ele foi um dos primeiros a notar que a gente sentia algo mais que amizade”.
A estudante considera como fundamental o apoio de Bruno, ela compartilha: “O companheirismo durante todo o curso nos aproximou, juntos estudávamos com frequência e um apoiava o outro em matérias que tínhamos mais dificuldade. Considero ser um curso muito difícil e sem dúvidas ele foi um dos meus maiores motivadores para continuar e estar até hoje, na reta final da graduação”.
A conexão entre Kaemily e Bruno foi imediata e a rotina acadêmica se tornou o cenário para o fortalecimento da relação. Foto: cedida
A atenção de Bruno conquistou Kaemily com gestos simples, ela lembra que assim que ele descobriu o apreço dela por pipoca, ele aprendeu a fazer e comprar temperos, que ele levava religiosamente toda quinta-feira para os encontros nas mesas de concreto em frente ao quiosque Vai Quem Quer. Com momentos de qualidade como esse durante os intervalos acadêmicos, a amizade se transformou em amor e em apoio mútuo para resistir aos desafios da vida universitária.
Parque Zoobotânico ajuda a recuperar áreas degradadas com doação de mudas
O Viveiro da Universidade Federal do Acre, situado no Parque Zoobotânico, é referência na produção de mudas de alta qualidade que são destinadas as ações comunitárias que visam proteger e recuperar ecossistemas afetados pela ação do homem.
O Viveiro da Universidade Federal do Acre, situado no Parque Zoobotânico, é referência na produção de mudas de alta qualidade que são destinadas as ações comunitárias que visam proteger e recuperar ecossistemas afetados pela ação do homem.
Doadas a órgãos públicos, as mudas produzidas no local já foram utilizadas na recuperação da Nascente do Guaporé Dias Martins e no projeto de arborização da Escola Novo Horizonte, em Porte Acre.
Segundo o engenheiro florestal e coordenador do Parque Zoobotãnico, Harley Araújo, o viveiro fornece mudas para a recomposição de áreas alteradas, experimentos científicos de alunos de graduação e pós-graduação e arborização de praças, escolas e espaços públicos.
“O Viveiro oferece orientação técnica à comunidades rurais, apoia projetos de recuperação de matas ciliares e áreas degradadas e promove capacitações em técnicas de produção de mudas, fortalecendo a conscientização ambiental e a sustentabilidade na região”, explicou.
O técnico agropecuário Pedro Nascimento explica como os órgãos públicos podem solicitar as mudas. “É necessário enviar um ofício via e-mail a diretoria do Parque Zoobotânico colocando a quantidade e nomes das mudas desejadas”, orienta.
A parceria acontece desde 2022. Foto: Paty Barros
Segundo HarleyAraújo, no dia 01 de fevereiro de 2025 foi realizada uma ação de plantio de 25 mudas de 15 espécies florestais nativas na Trilha Principal do P.Z visando o enriquecimento ecológico desse ambiente. “A iniciativa não só contribui para a regeneração de clareiras resultantes da mortalidade natural de árvores mais também para o aumento da biodiversidade local”, complementa.
HISTÓRIA
O Viveiro foi criado em 1978, primeiro setor do Parque Zoobotânico ele se dedica à criação, reprodução e preservação de espécies de plantas e tem como principal função a conservação da flora nativa e ao reflorestamento de áreas degradadas.
Com uma variedade de plantas, o Viveiro produziu 5.287 mudas, em 2024, as mais populares são laranjeira, amora, ipê branco, romã, graviola, ipê roxo, pupunha, caju e jabuticaba.
Parceria
O viveiro mantém parceria com a Secretaria de Meio Ambiente de Rio Branco (SEMEIA), que oferece composto orgânico para o desenvolvimento das plantas, em contra partida o viveiro repassa ao órgão mudas para arborização que são plantadas em canteiros, rotatórias e praças. A parceria acontece desde 2022 e já foram doadas 8.000 mudas, dentre elas ipê roxo, caju, jabuticaba, ipê branco, açaí, manga, palmeira imperial e pitanga.
Motoristas relatam dificuldades para circular com segurança dentro da Universidade
Por: Tales Santos e Yana Silva
A falta de sinalização e a imprudência no trânsito dentro do campus da Universidade Federal do Acre (Ufac) tem gerado preocupação entre estudantes, servidores e frequentadores do espaço. Motoristas e motociclistas relatam dificuldades para circular com segurança.
Francisco da Chagas frequenta o campus por ser casado com uma estudante da instituição e destaca a precariedade das condições no trânsito interno da instituição, principalmente nos horários de maior movimento.
“Muitas vezes as pessoas que vão ao teatro não encontram vaga e acabam estacionando na rua, o que complica ainda mais o trânsito. Motoristas e motociclistas circulam na contramão, o que aumenta o risco de colisões. Além disso, a curva próxima ao bloco Walter Félix é muito estreita e, quando chove, a situação fica ainda pior”, relata.
Imagem: Reprodução/Instagram
O estudante de Psicologia Mathias Melo, que é uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), também chama atenção para o uso indevido das vagas reservadas a públicos específicos.
“Sou uma pessoa com deficiência e, muitas vezes, encontro minha vaga ocupada por motoristas que não possuem o cartão de identificação”, desabafa. Ele também menciona relatos de danos em veículos causados por outros motoristas que saem do local sem prestar assistência.
A Prefeitura do Campus explica que a instituição enfrenta dificuldades orçamentárias para solucionar os problemas. Segundo Antônio Artheson, um documento foi encaminhado à Reitoria e ao Ministério da Educação (MEC) solicitando repasses de recursos para a manutenção da pavimentação asfáltica e melhorias na mobilidade urbana do campus.
Ainda de acordo com Artheson, a Ufac não é a responsável pela fiscalização de eventuais incidentes envolvendo o trânsito nas dependências da instituição. Ao entrar em contato com o Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran-Ac), foi informado que a Prefeitura de Rio Branco seria a responsável pelo serviço. A reportagem do A Catraia entrou em contato com o órgão responsável na capital acreana, mas não recebeu uma resposta até a publicação da matéria.
Ansiedade, cansaço físico e mental, privação de sono e isolamento social são alguns dos impactos mais comuns que afetam os universitários
Por Raquel de Paula e Antônia Liz
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um dos momentos mais desafiadores da vida acadêmica. Para os estudantes, ele representa a reta final da graduação, um marco importante e também uma fonte de estresse, ansiedade e até esgotamento emocional.
A ex-estudante universitária Déborah Gusmão sentiu na pele, no início de 2024, o que define como uma das fases mais difíceis de sua vida quando finalizava o curso de Psicologia. “Os maiores impactos foram ansiedade, cansaço físico e mental, privação de sono e isolamento social. Muitas vezes pensei que não conseguiria”, conta. A preocupação constante com prazos e desempenho fazia com que ela dormisse pouco e se afastasse da família e dos amigos.
Déborah encontrou estratégias que ajudaram a tornar o processo menos desgastante. “A psicoterapia foi essencial para aprimorar meu autoconhecimento e aprender a respeitar meus limites. A atividade física também me ajudou a aliviar o estresse e combater a ansiedade, além do apoio da família e dos amigos, que foi fundamental para manter o equilíbrio emocional”, relata.
A psicóloga Tainã Fritz explica que os impactos do TCC na saúde mental podem ser severos. “Muitos alunos sentem uma sobrecarga tão grande que acabam desenvolvendo pensamentos acelerados e uma sensação de bloqueio mental, o que prejudica o desempenho acadêmico”, afirma. Segundo ela, sintomas como insônia, tensão muscular, irritabilidade e dificuldade de concentração são comuns, além do medo intenso de não atender as expectativas. “Quando essa preocupação se torna crônica, ela pode levar à exaustão emocional e até a quadros de depressão ou burnout”, alerta.
Para amenizar esses efeitos, a especialista recomenda a prática regular de atividades físicas, que ajudam na liberação de endorfinas e melhoram a regulação do estresse. “Além disso, técnicas como respiração profunda e relaxamento muscular progressivo podem ser grandes aliadas no controle da ansiedade”, sugere. A terapia também é um recurso essencial. “O acompanhamento psicológico ajuda o estudante a desenvolver estratégias de enfrentamento, reconhecer padrões de pensamento negativos e fortalecer a autoestima para lidar melhor com a pressão acadêmica.”
Foto: Raquel de Paula
Para Paula Carvalho, estudante de Bacharelado em Direito, a prática da musculação foi essencial para lidar com esse momento. “Há dois anos frequento a academia assiduamente, a musculação me proporciona um tempo de qualidade longe das preocupações, me ajuda a amenizar a ansiedade e o estresse”, afirma.
A jovem enfatiza que a atividade física não apenas reduz o estresse universitário, mas também melhora a conexão entre corpo e mente. Durante a faculdade, quando sentia ansiedade, ela adotava estratégias como respirar fundo, organizar sua rotina e manter a disciplina nos treinos. Segundo ela, esse hábito tornou a fase do TCC mais leve, pois equilibrar os estudos com momentos de lazer e exercícios físicos melhora a produtividade e o foco.
A experiência da estudante reforça a importância de encontrar alternativas saudáveis para enfrentar a pressão acadêmica, demonstrando que pequenas mudanças na rotina podem fazer grande diferença na saúde mental dos universitários.
Outro ponto de atenção, segundo a psicóloga Tainã Fritz, é o risco da automedicação. “Muitos alunos recorrem a medicamentos sem prescrição para tentar aliviar a ansiedade, mas isso pode trazer sérias consequências, como dependência e efeitos colaterais”, alerta. O uso de ansiolíticos só deve ser considerado sob orientação médica e quando outras estratégias não forem suficientes. “O mais importante é que o estudante não enfrente essa fase sozinho. Ter uma rede de apoio e buscar ajuda profissional quando necessário pode fazer toda a diferença para preservar a saúde mental e concluir o TCC com mais equilíbrio”, conclui.