Em 2023, a pesquisa aponta que 51,7% dos players preferem smartphones para jogar – Foto: Akira Yoshiga/Uni Games
Por Anísio Calixto Neto, Susana Bonfanti de Sales e Letícia Vale.
De acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB), 82,1% dos brasileiros têm os games eletrônicos como principal forma de diversão. O levantamento, realizado em 2023 e que contou com a participação de 14 mil pessoas, aponta ainda que 51,7% dos players preferem smartphones para jogar. A PGB também mostrou dados sobre o aumento de consumo de jogos digitais pelas mulheres. Atualmente, 51% das pessoas que jogam em vídeo games, computadores ou smartphones, são mulheres.
Além de ter um público amplo quando o assunto são os jogos eletrônicos, o Brasil também é considerado a casa de campeões mundiais, assim como já foi sede de torneios internacionais, como a Eletronic Sports League (ESL Pro League) de Counter Strike Global Office (CSGO). O campeonato aconteceu no ano de 2016, em São Paulo.
Outro importante torneio realizado em terras brasileiras foi o Lock In, do Game Valorant, que aconteceu em 2022, assim como o Mid-Season Invitational (MSI) de League of Legends que ocorreu em 2017. Esse ano, o país irá sediar o Intel Extreme Masters (IEM). Por meio das competições, o país vai se inserindo cada vez mais no cenário global dos e-Sports e ganhando adeptos aos jogos eletrônicos.
Mas afinal, o que é e-Sports?
Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e-Sports é o termo utilizado para classificar os jogos virtuais e principalmente os profissionais. No Brasil, o crescimento dos jogos eletrônicos é exponencial. Atualmente, o país é o 3º do mundo quando assunto é o mercado de games.
E se por muitos anos os jogos eletrônicos não passaram de hobby para jovens e adultos, hoje, a procura ganhou outros sentidos, principalmente para os amantes dos games.
No Acre, os jogos eletrônicos também têm ganhado espaço, principalmente entre os universitários. Pela primeira vez, a UNI Games realizou um evento dedicado aos e-Sports. A ação, que contou com várias etapas, teve início ainda em maio, quando foi realizada a primeira fase no formato online.
Já entre os dias 10 e 11 de junho, o Centro de Convenções da Universidade Federal do Acre (Ufac) foi tomado por gamers, que disputaram as semifinais e finais, nas modalidades Clash Royale, CSGO, Free Fire, FIFA23, League of Legends e Valorant.
No Acre, os jogos eletrônicos tem ganhado espaço entre os universitários – Foto: Akira Yoshiga/Uni Games
A iniciativa em trazer os jogos eletrônicos para o ambiente universitário surgiu em 2017, com a comissão organizadora dos Jogos Inter Atléticas (Orjia), conforme conta Guilherme Barbosa, mais conhecido como Frajola no mundo dos games.
O jovem, que também é estudante da UFAC e ex-atleta, atua agora como um dos organizadores do UNI Games. “A Liga das Atléticas, juntamente com o Diretório Central de Estudantes, percebeu o quanto era necessário abrir as portas para a competição e conseguir acolher esses atletas que não tinham espaço para participar das disputas esportivas universitárias”.
Para Guilherme Barbosa, a edição 2023 do Uni Games foi um marco para a competição de jogos virtuais, devido ao evento ter sido realizado de forma presencial e com transmissão ao vivo. “Sinto que viramos uma chave e conseguimos captar ainda mais atenção para os jogos eletrônicos. Trouxemos mais modalidades, incluímos um maior número de equipes e o evento foi totalmente aberto para o público geral prestigiar”.
Além de estudantes da Ufac, o UNI Games também contou com a participação de estudantes e equipes da Uninorte e Unimeta.
Estudantes da Ufac, Uninorte e Unimeta participaram do UNI Games 2023 – Foto: Akira Yoshiga/Uni Games
Guilherme Lima, que é aluno do curso de Sistemas de Informações da Unimeta e integrante da Atlética Imperial, ressaltou o crescimento das competições internacionais e nacionais, e como isso tem dado visibilidade aos jogos universitários.
“É muito divertido e prazeroso saber que tem alguém para investir nas competições eletrônicas no Acre. Faz parte da cultura dos jovens jogar (games) para se distrair. Por conta disso, acabamos descobrindo uma paixão pelas competições. Porém, é inegável que o sucesso internacional do Brasil em jogos como Valorant e CS influenciam muito a realização desses eventos”, afirma o jovem gamer.
O atleta e estudante do curso de Jornalismo da Ufac, Rhawan Vital participou da competição e destacou a importância de novos eventos serem realizados. Para ele, investir nesta área segue as tendências da atualidade. “A Ufac e a Liga das Atléticas poderiam incentivar campeonatos menores. O e-Sport é o futuro e, assim como futebol ou vôlei, já tem seu espaço consolidado. Os jogos eletrônicos estão tomando seu lugar, tanto em reconhecimento, quanto em competitividade esportiva”.
Conterrâneos de Ramon Dino ganham destaque no fisiculturismo
Por Luiz Eduardo e Elis Caetano
O atleta acreano Everson Costta conquistou, em outubro de 2023, o título de Mr. Olympia Brasil, a principal competição nacional de fisiculturismo. Ele é o segundo competidor do estado a conquistar o título e irá representar o país no Mr. Olympia 2024, que acontecerá na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos.
Natural de Sena Madureira, Everson é educador físico e começou sua jornada no esporte em 2018, competindo em competições amadoras. Ele destaca a emoção que sentiu ao conquistar sua primeira vitória em uma competição profissional e afirma que está determinado a se preparar para o Mr. Olympia 2024.
“Ser campeão do Mr. Olympia Brasil significa muito para mim. Sou o segundo acreano a realizar esse feito, o primeiro foi o Ramon, que é o segundo colocado na categoria (mundial), e estaremos juntos competindo no ano que vem. Isso é muito gratificante e a realização de um sonho em representar o Acre e o Brasil” – destaca.
Não é de hoje que o Acre tem conquistado um reconhecimento no fisiculturismo. A cena dos atletas têm sido bastante comentada mundo afora e vem crescendo não só na capital, mas em todo o estado.
Nos últimos cinco anos muitos destaques acreanos avançaram e se profissionalizaram, ganhando concursos, patrocínios e eventos importantes. Os Acreanos que representam este grupo de competidores profissionais no Acre, além de Everson Costta são, Ramon Dino, Andréa Gadelha e Herlayne Braga.
Ramon Dino tem 29 anos, nasceu em Rio Branco e começou a musculação através da calistenia na adolescência e logo se destacou por seu desenvolvimento muscular. Competiu pela primeira vez em 2017 aos 22 anos e já participou de três Mr. Olympia. Na sua estreia em 2021 ficou em quinto lugar, e no seguinte alcançou o segundo lugar.
Em outubro de 2021, Ramon venceu e conquistou o Overall (disputa entre os campeões de todas as divisões da categoria) da Classic Physique, colocando seu nome oficialmente no circuito profissional do fisiculturismo brasileiro.
Conhecido apenas como “Dino”, Ramon atualmente detém o título de vice-campeão do Mr. Olympia e campeão do Arnold Sports na categoria Classic Physique.
Quinari no feminino e Alkaida no masculino foram os campeões do torneio Robélia Fernandes.
Por Luiz Eduardo
O torneio de vôlei Robélia Fernandes foi realizado entre os dias 24 e 25 de fevereiro, no Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), em Rio Branco, capital do Acre.
A competição teve a participação de seis equipes no masculino e no feminino. Na final do feminino, a equipe Quinari venceu as Lendárias por 2 sets a 0, com as parciais de 18×10 e 18×14. No masculino, o time da Alkaida bateu a Seleção Acreana por 18×16 e 20×18.
O torneio foi a competição que abriu as atividades programadas do calendário da Federação de Desporto Universitário (FDUA), que conta com mais 11 eventos.
Jogos Universitários
As seletivas para os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) de e-Sports, lutas, vôlei de quadra e de praia, futsal, basquete, handebol e beach tênis serão realizadas entre os meses de março e junho.
Segundo o presidente da FDUA, Renner Carvalho, o JUBs deve ocorrer no mês de outubro, mas segue sem local definido. “Estamos fazendo todas as competições no primeiro semestre para dar tempo das universidades, faculdades e equipes se organizarem na compra de passagens e logística”. Como os jogos nacionais serão no segundo semestre, as equipes locais terão alguns meses para se organizarem “para viajar tranquilamente e representar bem o nosso estado”, disse o dirigente.
A FDUA segue em busca de firmar parcerias para divulgar as datas e os locais das próximas competições.
No ano de 2022, os clubes do futebol acreano acabaram fechando acordo com o Governo do Acre, para repassar de R$1 milhão para os clubes de futebol profissional do estado, como uma forma de incentivar o esporte e melhorar os resultados nas competições nacionais.
Porém, esse repasse ficou apenas nas promessas do secretário Aberson Carvalho, da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, que falava sobre aguardar liberação da verba até o final do ano da temporada passada, o que acabou não acontecendo.
Em 2023, foi feito um novo acordo com as times acreanos acreanas e o repasse passou a ser no valor de R$2 milhões, mas novamente acabou não sendo realizado.
Em entrevista ao Jornal A Catraia, da Universidade Federal do Acre (Ufac), o presidente da Associação Desportiva Senador Guiomard (Adesg), Oscar Harlen, demonstra desânimo quando perguntado sobre a possibilidade desse dinheiro chegar ao clube: “Contávamos 100% com esse convênio. Não temos retorno nem previsão, acredito que não sai mais. Com toda certeza poderíamos montar um time bem competitivo. Até tivemos um patrocínio através da Federação (Federação de Futebol do Acre). Que sem ele seria praticamente impossível continuar ativos. Mas não conseguimos montar uma equipe para disputar de igual para igual com as outras.”
Ele ainda afirma que para não prejudicar os atletas resolveu manter os pés no chão e não fazer contratações ou movimentações de grande aporte financeiro.
O dirigente do clube do interior disponibilizou o contato do zagueiro Renner Salles de Souza para entendermos o impacto que essa promessa não efetivada pelo governo teve no clube do interior.
Segundo o jogador, a equipe teria mais força para disputar com os times maiores com esse dinheiro que serviria para contratar mais peças para o elenco. “O nosso presidente contava muito com esse repasse que o governo prometeu para comprar material para treino, ajustar a estrutura do clube. Com esse repasse seriam feitas algumas contratações, mas como não saiu, complicou muito e ele realizou o básico. Ele contava muito com esse repasse para pagar o nosso salário e o que combinou com a gente, mas ele cumpriu dentro do possível o fortalecimento da equipe.”, afirmou Renner.
Em uma posição totalmente diferente, o Humaitá, vice-campeão estadual de 2023, presidido por Igor Cotta, conseguiu bancar os custos da temporada com os ganhos do ano passado. Segundo o dirigente, o clube tem dinheiro para bancar os custos do ano da temporada e diz nunca ter contado com convênio.
“Investimos todo o dinheiro conquistado do ano passado nas competições nacionais e estaduais. Eu nunca contei com esse repasse. Se sair, será um bônus, bom para todos os clubes, fortalecerá. Eles deveriam olhar o nosso esporte com outros olhos. A cada ano, ao invés dos clubes estarem progredindo, estão regredindo por essa falta de apoio.”. Explica o dirigente do Humaitá.
No Brasil inteiro a situação dos pequenos clubes não é diferente, por conta disso alguns deles aderiram ao modelo de negócio conhecido como Sociedade Anônima do Futebol (SAF), instituída a partir da Lei SAF 14.193 aprovada em 2021. Visando permitir a reorganização societária dos clubes brasileiros, incentivando investimentos e viabilizando também a recuperação de grandes clubes que se encontram em difícil situação financeira e operacional.
Na Série A, do Campeonato Brasileiro, seis times aderiram ao projeto SAF, o Botafogo e o Cuiabá. Sendo o Cuiabá o primeiro a se tornar parte de uma SAF, além do Red Bull Bragantino, o Vasco, o Cruzeiro, e o último deles, o Coritiba, negociado em 90% por R$ 1,1 Bilhão, conforme aponta o site ge.globo.com.
Quando perguntado sobre o modelo de projeto da sociedade anônima, o presidente da Adesg explicou ser necessário estudar mais sobre o assunto e o que tem que ser feito, mas caso surgisse investidores com o projeto, ele aderiria. “Isso é um estudo grande que tem que ser feito. Claro que se achasse um grupo de investidores com um projeto vencedor, abriríamos conversa”, afirmou.
A verdade é que no futebol do país, os grandes salários e mega estruturas são de exclusividade dos principais clubes de liga, e quanto mais de divisão a equipe desce, menor é o aporte financeiro e retorno do clube.
Com a promessa de repasse financeiro por parte do Governo do Estado do Acre, os clubes acreanos esperavam melhorar o nível do estadual e como consequência disso obter melhores resultados nas competições nacionais como Copa Verde, Série DeCopa do Brasil.
A redação do Jornal A Catraia tentou contatar o Governo do Estado por meio do responsável pela Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esportes, Aberson Carvalho, mas sem sucesso.