Ansiedade, cansaço físico e mental, privação de sono e isolamento social são alguns dos impactos mais comuns que afetam os universitários
Por Raquel de Paula e Antônia Liz
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um dos momentos mais desafiadores da vida acadêmica. Para os estudantes, ele representa a reta final da graduação, um marco importante e também uma fonte de estresse, ansiedade e até esgotamento emocional.
A ex-estudante universitária Déborah Gusmão sentiu na pele, no início de 2024, o que define como uma das fases mais difíceis de sua vida quando finalizava o curso de Psicologia. “Os maiores impactos foram ansiedade, cansaço físico e mental, privação de sono e isolamento social. Muitas vezes pensei que não conseguiria”, conta. A preocupação constante com prazos e desempenho fazia com que ela dormisse pouco e se afastasse da família e dos amigos.
Déborah encontrou estratégias que ajudaram a tornar o processo menos desgastante. “A psicoterapia foi essencial para aprimorar meu autoconhecimento e aprender a respeitar meus limites. A atividade física também me ajudou a aliviar o estresse e combater a ansiedade, além do apoio da família e dos amigos, que foi fundamental para manter o equilíbrio emocional”, relata.
A psicóloga Tainã Fritz explica que os impactos do TCC na saúde mental podem ser severos. “Muitos alunos sentem uma sobrecarga tão grande que acabam desenvolvendo pensamentos acelerados e uma sensação de bloqueio mental, o que prejudica o desempenho acadêmico”, afirma. Segundo ela, sintomas como insônia, tensão muscular, irritabilidade e dificuldade de concentração são comuns, além do medo intenso de não atender as expectativas. “Quando essa preocupação se torna crônica, ela pode levar à exaustão emocional e até a quadros de depressão ou burnout”, alerta.
Para amenizar esses efeitos, a especialista recomenda a prática regular de atividades físicas, que ajudam na liberação de endorfinas e melhoram a regulação do estresse. “Além disso, técnicas como respiração profunda e relaxamento muscular progressivo podem ser grandes aliadas no controle da ansiedade”, sugere. A terapia também é um recurso essencial. “O acompanhamento psicológico ajuda o estudante a desenvolver estratégias de enfrentamento, reconhecer padrões de pensamento negativos e fortalecer a autoestima para lidar melhor com a pressão acadêmica.”
Foto: Raquel de Paula
Para Paula Carvalho, estudante de Bacharelado em Direito, a prática da musculação foi essencial para lidar com esse momento. “Há dois anos frequento a academia assiduamente, a musculação me proporciona um tempo de qualidade longe das preocupações, me ajuda a amenizar a ansiedade e o estresse”, afirma.
A jovem enfatiza que a atividade física não apenas reduz o estresse universitário, mas também melhora a conexão entre corpo e mente. Durante a faculdade, quando sentia ansiedade, ela adotava estratégias como respirar fundo, organizar sua rotina e manter a disciplina nos treinos. Segundo ela, esse hábito tornou a fase do TCC mais leve, pois equilibrar os estudos com momentos de lazer e exercícios físicos melhora a produtividade e o foco.
A experiência da estudante reforça a importância de encontrar alternativas saudáveis para enfrentar a pressão acadêmica, demonstrando que pequenas mudanças na rotina podem fazer grande diferença na saúde mental dos universitários.
Outro ponto de atenção, segundo a psicóloga Tainã Fritz, é o risco da automedicação. “Muitos alunos recorrem a medicamentos sem prescrição para tentar aliviar a ansiedade, mas isso pode trazer sérias consequências, como dependência e efeitos colaterais”, alerta. O uso de ansiolíticos só deve ser considerado sob orientação médica e quando outras estratégias não forem suficientes. “O mais importante é que o estudante não enfrente essa fase sozinho. Ter uma rede de apoio e buscar ajuda profissional quando necessário pode fazer toda a diferença para preservar a saúde mental e concluir o TCC com mais equilíbrio”, conclui.
Centro de Referência Paralímpico na UFAC promove inclusão e forma atletas
Criado para fomentar a inclusão e o desenvolvimento esportivo de pessoas com deficiência, o Centro de Referência Paralímpico do Acre, localizado dentro da Universidade Federal do Acre (UFAC) tem se consolidado como referência na formação de atletas e no incentivo à prática esportiva. O espaço funciona graças a parceria entre o governo Federal, governo do Estado, por meio da Secretaria de Esportes e Ufac.
Projeto atende 118 alunos e se prepara para o Meeting Paralímpico em abril
Por Paula Amanda, Thaynar Moura e Jhenyfer Lima
Criado para fomentar a inclusão e o desenvolvimento esportivo de pessoas com deficiência, o Centro de Referência Paralímpico do Acre, localizado dentro da Universidade Federal do Acre (UFAC) tem se consolidado como referência na formação de atletas e no incentivo à prática esportiva. O espaço funciona graças a parceria entre o governo Federal, governo do Estado, por meio da Secretaria de Esportes e Ufac.
Aluno Rikley Sampaio saindo da piscina em mais um treino de natação. Foto: Thaynar Moura
Coordenado pelo professor Clodoaldo Castro, o projeto existe há dois anos e atende 118 alunos, oferecendo quatro modalidades: atletismo, natação, bocha e halterofilismo, além de duas atividades de cunho participativo, como futebol recreativo e exercícios rítmicos.
Alunos treinando. Foto: Paula Amanda
O Centro recebe crianças, jovens e adultos de 7 a 35 anos com deficiência visual, intelectual ou física. Para participar, os interessados devem apresentar documentos pessoais e um laudo médico. Cada modalidade é adaptada ao perfil do atleta, garantindo que todos tenham acesso ao esporte de forma segura e adequada.
Aluna/atleta arremessando pino em mais um treino. Foto: Thaynar Moura
Meeting Paralímpico – evento que revela talentos acreanos
No dia 5 de abril, Rio Branco sediará o Meeting Paralímpico, evento promovido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), destinado exclusivamente a alunos-atletas ingressantes da escola ou universidade. Crianças de 7 a 10 anos, independentemente de estarem matriculadas, também participarão como parte do Centro de Referência Paralímpico.
Aluno/atleta treinando na modalidade petra. Foto: Thaynar Moura
As competições serão realizadas nos espaços esportivos do Serviço Social da Indústria (SESI), no caso do atletismo e da Assiciação Atlética do Banco do Brasil (AABB) para os competidores de natação. “O principal objetivo do projeto é massificar o esporte para pessoas com deficiência dentro do Acre. O projeto busca encontrar pessoas que queiram praticar esportes, independentemente da deficiência ser visual, física ou intelectual”.
Formação de atletas e conquistas
Além das atividades realizadas no estado, os atletas do Centro Paralímpico participam de diversas competições em nível nacional ao longo do ano. Após o Meeting Paralímpico Estadual, em abril, os atletas seguem para disputar as três etapas do Circuito Caixa, em São Paulo. Posteriormente, representarão o Acre no Meeting Paralímpico – Fase Regional, que será realizado em Brasília, e, no final do ano, competirão no Meeting Paralímpico Nacional.
Aluno/atleta no lançamento de dardo. Foto: Thaynar Moura
Na modalidade de bocha, os atletas também competem em níveis regional e nacional, ampliando a representatividade do esporte paralímpico acreano no cenário brasileiro. No total, os alunos participam, em média, de oito a dez competições anuais, distribuídas entre atletismo, bocha, halterofilismo e natação.
Destaques e revelações
Um dos grandes talentos revelados pelo projeto é Ricardo Campos, atleta da bocha de 23 anos, natural de Assis Brasil, no interior do Acre. Atualmente, ele treina em um clube em São Paulo e já integrou a Seleção de Jovens da Bocha, disputando competições internacionais, incluindo um torneio em Bogotá, na Colômbia. Após essa experiência, ele retornou ao clube paulista, onde segue sua trajetória esportiva.
Outro nome promissor é Rikley Sampaio, de 16 anos, que representa o centro na natação e já compete na modalidade. Ele frequenta o projeto desde a sua inauguração e, ao longo dos anos, tem apresentado grandes avanços, especialmente na coordenação motora.
Alunos/atletas do centro de referência paralímpico ufac treinando a modalidade bocha. Foto: Thaynar Moura
A participação dos alunos no esporte tem sido uma grande conquista também para suas famílias. Francisleide Gonçalves, mãe dos trigêmeos Isabelly, Karen e Luiz Henrique, de 12 anos, destaca o impacto positivo do projeto, especialmente para Isabelly.
Coordenador/professor do Centro de Referência Paralímpico Ufac, Clodoaldo. Foto: Paula Amanda
“Depois que conheceu o esporte, o desenvolvimento que teve, principalmente a Isabelly, foi incrível. A postura dela, o equilíbrio, mudou tudo. Antes, ela não queria, mas quando foi para a primeira competição e já conquistou a medalha de ouro, voltou com outra visão.” A conquista aconteceu nas Olimpíadas Escolares, em São Paulo.
Por Fhagner Soares, Juliane Brígido, Joana Kelly, Livia Giovana e Sharda Oliveira*
Além de alunos de graduação e pós-graduação, os corredores da Universidade Federal do Acre (Ufac) recebem diariamente visitantes peculiares, cães e gatos abandonados por antigos donos que encontram na instituição um refúgio, tornando-se mascotes acolhidos pela comunidade acadêmica.
Apesar do carinho demonstrado por estudantes, técnicos e professores que se mobilizam para alimentar e cuidar desses animais, a universidade não possui políticas institucionais ou verbas destinadas ao cuidado deles. A responsabilidade fica nas mãos dos próprios voluntários, que tentam suprir as necessidades básicas dos bichos por meio de doações e ações independentes.
O prefeito do campus, Antonio Artheson, reconhece a existência desses animais, embora a instituição não saiba o número exato dessa população. Segundo ele, já foram feitas tentativas de implementação de projetos para controlar essa situação, incluindo a criação de uma minuta de termos que tinha a ideia de parceria com a Prefeitura de Rio Branco. No entanto, uma constante mudança de gestores dificultou a concretização dessa ação que contava com castração, cuidados veterinários e até campanhas de adoção.
Além do mais, a falta de infraestrutura adequada para acolher temporariamente os animais impede um bom andamento dos projetos. Algumas iniciativas pontuais já acontecem, um exemplo foi a criação de comedouros para cães e gatos e alguns casos de castrações de animais em parceria com a clínica veterinária da Ufac, porém a responsabilidade de transporte e pós-operatório ainda recai sobre voluntários da comunidade acadêmica.
Uma das professoras envolvidas no acolhimento dos animais, Maria Roselia Lopes, conta que começou após ver colegas colocando comida para os gatos e procurou saber mais sobre. Depois passou a observar mais a presença desses animais e começou a se organizar junto de outros amigos. “Não temos um grupo formalmente estruturado. Fazemos de maneira independente. Muitas vezes tiramos dinheiro do próprio bolso para comprar ração e tratamentos veterinários”, acrescentou. A docente destaca a falta de apoio institucional dentro da própria comunidade acadêmica. “Enfrentamos resistência de alguns professores”, enfatiza.
Foto: Juliane Brígido
Agressões
De acordo com uma técnica da instituição que preferiu não se identificar, existem relatos de possíveis agressões a esses animais. Isso ocorre porque algumas pessoas se sentem incomodadas com a presença deles e até mesmo com as pessoas que os acolhem e cuidam. Além disso, a funcionária relatou a existência de um grupo de Whatsapp chamado “Gatos da Ufac” que funciona como uma rede de apoio utilizada para localizar, alimentar e encontrar possíveis donos.
Diante desse cenário, torna-se necessário que medidas sejam tomadas pela Universidade Federal do Acre, em parceria com a Prefeitura de Rio Branco, para minimizar o problema do abandono de animais domésticos no campus. O abandono de animais é crime. Caso presencie a prática, entre em contato com o Disque Vigilância do campus 68992266601 ou denuncie anonimamente pelo telefone 181 destinado à denúncias da Polícia Civil do Acre (PCAC).
Semana da Saúde: Ufac atende idosos com aulas de hidroginástica
Projetos voltados à melhor idade são indispensáveis para promover qualidade de vida a essa parcela da população. A prática de atividades é indispensável para levar saúde física e mental ao dia a dia de pessoas idosas. Desenvolvido pelo Curso de Educação Física, o Projeto Idoso Ativo conta com atendimento especializado de hidroginástica e atende mais de 100 matriculados com idade a partir de 50 anos.
Curso de Educação Física oferece prática de atividades físicas gratuitas e atende público de mais de 100 idosos
Por Paulo Medeiros e Paty Barros
Projetos voltados à melhor idade são indispensáveis para promover qualidade de vida a essa parcela da população. A prática de atividades é indispensável para levar saúde física e mental ao dia a dia de pessoas idosas. Desenvolvido pelo Curso de Educação Física, o Projeto Idoso Ativo conta com atendimento especializado de hidroginástica e atende mais de 100 matriculados com idade a partir de 50 anos.
Segundo a professora Aristeia Nunes Sampaio, coordenadora do projeto, as aulas de hidroginástica são oferecidas gratuitamente sempre às terças e quintas feiras com turmas que variam entre 40 e 70 alunos.
O projeto
Atuando no projeto desde 2005, a professora destaca que. além das aulas de hidroginástica o projeto atende alunos da graduação que queiram fazer pesquisas e professores que desejam desenvolver ações com o público idoso, relacionado a ações de educação em saúde, como palestras, oficina ou aulas
A idosa Maria José dos Santos, 73 anos, comenta sobre o que melhorou na sua vida ao participar da iniciativa: “Acho que o idoso precisa se mover mais, fazer uma atividade física é muito bom. Estou há 14 anos no projeto, fui convidada por amigas. A hidroginástica melhorou muito minha saúde, diminuiu dores no corpo e articulações, melhora inclusive o meu humor”, relatou.
Consideração dos idosos
Há três anos no projeto, o idoso José Carlos, 57 anos, contaque com as aulas de hidroginástica as dores que sentia no corpo e nas articulações deram uma melhorada. “Eu era bastante irritado e melhorei e tá melhorando muito mais, eu tinha dores no joelho, no pescoço e dificuldades para dormir. Com as aulas de hidroginástica, as dores no corpo e dor de articulação, deu uma melhorada”.
Outra participante do projeto, Vanderlene Pinto da Silva, 53 anos, faz as aulas por recomendação médica e a pedido de sua mãe por ter de problemas de coluna: “Já faz cinco anos que iniciei as aulas e melhorei bastante, o médico passou hidroginástica e fisioterapia, a fisioterapia eu fui marcar, mas ainda não me chamaram”, relatou.
Maria do Livramento, de 55 anos, que sofre com algumas comorbidades diz que melhorou muito depois que começou a praticar as aulas de hidroginástica: “Tem 1 ano que estou praticando hidroginástica, por recomendação médica, a gente se sente bem, tenho mais disposição no dia a dia”, falou.
Como participar
As inscrições podem ser feitas na Universidade Federal do Acre, BR 364, Bloco de Educação Física.