Notícias

Live on: artistas LGBTQIA+ conquistam espaço no mundo dos games

Publicado há

em

Apesar do destaque alcançado, artistas LGBTQIA+ são vítimas constantes de homofobia

Por Deylon Felix e Jorge de Oliveira

O mercado de streaming segue se popularizando e no período pandêmico esse movimento ganhou ainda mais força, pois vem sendo uma das formas de entretenimento mais utilizadas pelos jovens. Em especial as streams de jogos, onde os gamers, pessoas que jogam diferentes jogos online, transmitem ao vivo para seu público.

De acordo com dados da Twitch, uma das mais populares plataformas de streaming de jogos, só em março de 2021 o índice de espectadores simultâneos totalizava 3,1 milhões de pessoas, o número é maior que o registrado no ano de 2019 quando chegou a marca de 1,9 milhões, o que mostra que esse serviço segue ganhando o coração de muitos brasileiros. 

Apesar de um grande público, essa área ainda falha quando trata-se de inclusão e diversidade. Boa parte dos criadores de conteúdo dessas plataformas é composta por homens héteros.

A cultura gamer sempre foi pautada como “coisa de menino”, mas isso não foi um obstáculo para que as mulheres e os gaymers (a comunidade lgbtqia+ que participa ativamente de vários tipos de jogos) deixassem de lutar por seu espaço.

Hoje temos diversos exemplos de streamers de sucesso, mostrando que existe a necessidade de muitos se sentirem representados e, assim, forçando o mundo dos jogos a abrir espaço.

Se você já pensou em entrar neste cenário que está cada vez mais crescendo, saiba que existe espaço para você. Conheça alguns streamers da comunidade LGBTQIA+ que fazem sucesso no Brasil.

Samira Close

Criadora de diversos bordões como “Cala a boca, marginal!”, a cearense Samira Close está entre as streamers drags mais conhecidas atualmente. Com 758 mil seguidores em sua página no facebook gaming, a artista conquistou seus fãs com muita diversão, mas sempre com militância a favor das bandeiras que fazem parte da comunidade lgbtqia+. 

Samira costuma jogar games como Dead By Dayltigh, League of Legends e Free Fire, além de fazer alguns talk shows em situações especiais, como quando conquista uma meta de seguidores. Ela é considerada pioneira neste meio, servindo de inspiração para muitas outras pessoas.

A influenciadora digital possui também um canal no YouTube com vídeos de seus jogos que passam a marca de milhões de visualizações, já jogou com famosos como a cantora Anitta e foi convidada pela atriz e apresentadora Tatá Werneck para participar, na TV Globo, do programa Lady Night.

Apesar de seu enorme sucesso, Samira Close já passou por diversas situações que envolvem homofobia. Em 2020, durante uma transmissão, foi ameaçada de morte por um jogador que disse que odiava gays. A situação gerou uma revolta em massa do público que assistia o momento e saiu em alguns jornais do país.

Rebecca Gammer

Outra que também representa as “manas” nos jogos é Rebeca Gamer, que se destacou por suas lives de GTA, simulando a história de personagens e interagindo com outros jogadores dentro do servidor do jogo. A drag queen também faz parte da equipe de  stream do Facebook Gaming e conta com 200 mil seguidores, conquistados com muito carisma.

Suas transmissões chegam a durar horas e trazem muita descontração, mas Rebeca não deixa de manter seu posicionamento quando se depara com situações de homofobia e transfobia dentro dos games.

Do Acre para o mundo, Thaun Charles

No Acre, Thauan  Charles realiza lives semanalmente na plataforma Twitch há alguns meses. Mesmo de maneira despretensiosa, ele sonha em ser conhecido no estado, pois não vê muitos jogadores deste meio na região.

O estudante resolveu transmitir seus jogos por gerar alguns memes quando jogava com amigos e achou que seria interessante outras pessoas verem isso, buscando também influenciar outros amigos a participar desses momentos de interação.

Ele costuma dar play em diversos games. Alguns antigos como Bomberman, Super Mario World e os mais recentes como Pokémon Go e Genshin Impact estão entre os seus favoritos

Segundo ele, nunca passou por problemas envolvendo preconceito com o público, mas já viu comentários homofóbicos com outras pessoas que costuma assistir jogando.

“Isso é algo que antes se via mais constante, hoje ainda acontece, mas bem menos. Antes tinha muito medo de sofrer algum tipo de homofobia, mas sou muito grato por alguns streamers que abriram espaço para que outras pessoas do meio LGBTQIA+ pudessem agora buscar seu lugar no meio gamer de forma mais leve”, diz.

O canal do gaymer acreano possui aproximadamente 60 seguidores e Charles busca aumentar esses números já que pretende realizar lives com mais frequência

Deixe sua mensagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Lidas

Sair da versão mobile