Cultura

Explorando o Museu dos Povos Acreanos: uma viagem pela história e cultura acreana

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Por Leticia Vale e Arinelson Morais

A cidade de Rio Branco celebrou, no dia 6 de agosto de 2023, a abertura de uma joia cultural, o Museu dos Povos Acreanos, que está localizado no imponente edifício, que outrora abrigou o Colégio dos Padres e o Colégio Meta. Datado de 1960, a estrutura passou por uma revitalização meticulosa, de acordo com os padrões do Plano Museológico do Acre, e agora segue sob a coordenação da Fundação Elias Mansour (FEM).

O Museu fica aberto de quarta-feira a sexta-feira, das 9h às 18h, e nos finais de semana e feriados, das 13h às 18h. Os visitantes têm a oportunidade de explorar livremente suas instalações e, para aqueles que desejam uma experiência mais aprofundada, visitas guiadas podem ser agendadas nos horários das 10h, 14h ou 16h. 

Ao adentrar o museu, os visitantes são recebidos no térreo, que inclui um palco cultural, átrio, auditório e galerias. Nestes locais se destacam exposições que celebram a rica cultura e história acreana.

Imagens, cartas e demais artigos da história de Leandro Tocantins. Foto: Leticia Vale

O museu abriga uma seção dedicada aos diversos costumes indígenas, representados por meio de um mapa mental. Logo na entrada, uma maquete do museu oferece uma visão geral, seguida por uma loja, onde os visitantes podem adquirir artigos produzidos por indígenas e peças das marcas acreanas “Made in Acre” e ” Riaco”, focadas em representar as raízes e costumes locais.

Outro destaque é um espaço dedicado à história do ativista ambiental Chico Mendes, cujo legado é reconhecido mundialmente. No espaço também é possível encontrar uma caixa contendo mais de cinco mil cartas, desenhos e depoimentos coletados em 2010, que será aberta somente em 2120, para revisita dos materiais.

Mural da exposição sobre a história e vida de Chico Mendes. Foto: Letícia Vale

O presidente da Fundação Elias Mansour, Minoru Kinpara, destaca que o museu vai além de um espaço expositivo. Ele descreve o local como um “complexo cultural”, destacando certas características, como um palco de apresentações, o catraia átrio, um mirante na parte superior e um auditório para leituras de poesia e apresentações teatrais.

O Museu dos Povos Acreanos é, nas palavras de Kinpara, um local que “exalta os acreanos e não acreanos que fizeram sucesso e representaram tão bem o Acre”, oferecendo um espaço onde as novas gerações podem aprender e se orgulhar ainda mais de suas raízes.

A arquiteta responsável pela obra, Aurinete Malveira, explica que a inspiração do museu reside na miscigenação de povos que constituem a cultura acreana. Ela destaca a importância dos habitantes locais se apropriarem do espaço, cuidando e gerando um sentimento de pertencimento.

História do prédio do museu. Foto: Leticia Vale

Carolina Siqueira, arquiteta envolvida no projeto, ressalta que o museu também visa promover o empreendedorismo regional, destacando produtos de lojistas locais. A loja do museu é cuidadosamente abastecida com itens produzidos no estado e que refletem a cultura local, incentivando e valorizando o talento dos artesãos e produtores acreanos.

O museu não apenas preserva o passado, mas também abraça o futuro ao abrigar a sede da Academia Acreana de Letras, fundada em 1937. A instituição tem como missão a defesa do idioma pátrio e a promoção da leitura, estendendo seu alcance através de palestras e recitais pelos municípios.

Embora o museu ainda esteja em fase de conclusão, a FEM e o Governo do Acre estão empenhados em finalizar as demais instalações até o final deste ano, prometendo um futuro ainda mais vibrante para este tesouro cultural acreano.

Réplica do crânio do Purussaurus brasiliensis (jacaré) do Rio Purus, maior crocodialiano que já viveu na terra. Foto: Leticia Vale

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