Cultura

Variante Ômicron preocupa responsáveis pelo setor de eventos no país

Publicado há

em

Metade da população brasileira afirma sentir falta de ir a shows, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Eventos (Abrape) divulgados em novembro de 2021. Entretanto, os índices de contaminados continuam aumentando no país.

Por: Julia Progênito da Silva e Nicoly Carla Moreira de Souza

O Rock in Rio será realizado entre os dias 02 a 04 e 08 a 11 de setembro, na cidade do Rock, no Rio de Janeiro. Os 200 mil bilhetes do Rock in Rio Card, aqueles que permitem a participação no festival no dia de preferência de cada comprador, já esgotaram em setembro, após 1h30 do início das vendas.

Com atrações internacionais e nacionais, a organização do evento espera um recorde de público para o que seria a reabertura do festival já adiado por conta da pandemia em decorrência do COVID-19.

O festival já possui mais de 8 edições, apenas no Brasil, e 105 milhões de participantes na plateia. “Sempre vi pela televisão e tive interesse em participar”, afirma Ana Julia, estudante de arquitetura e parte do grupo de jovens que acompanharia o evento, mas desistiu com o aumento de casos e a nova variante Omicron.

A incerteza

(Imagem: teste de Covid positivo/ reprodução: CNN Brasil)

Segundo pesquisa feita pela União Brasileira dos Compositores (UBC), em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), 86% dos músicos, cantores e compositores perderam sua renda durante os mais de dois anos de pandemia. Grandes representantes do mercado, assim, afirmam a necessidade da retomada de eventos. Mas como preservar a vida de milhões e ainda aquecer a economia?

Durante os últimos meses muitas foram as flexibilizações. Eventos particulares de ano novo foram permitidos, carnavais entraram nas agendas oficiais e cantores voltaram aos palcos levantando grandes plateias, às normas sanitárias deveriam ser seguidas de acordo com os decretos de cada estado, que por sua vez enfatizam a necessidade em se evitar aglomerações, o uso de máscaras como medida obrigatória, assim como a apresentação da carteira de vacinação e o uso de álcool em gel. No entanto, especialistas afirmam o risco de uma quarta onda e a população segue indecisa.

A estudante Hillary Vitória é uma dessas pessoas. “Não acho certo ter um grande evento como o Rock in Rio nesses tempos, mas aguardo a melhora nos próximos meses”.

A média atual de novos casos é de 71 mil registros de infectados pela variante Ômicron, ao passo que na última semana os números indicavam 18,7 mil infectados. Outro agravante é a falta de testes rápidos para diagnóstico e a crescente de casos de gripe H3N2, os governos estaduais seguem buscando medidas para resolver a situação.

Vacinação e isolamento como soluções

(Imagem: vacinação/ reprodução: USP)

Universidades Federais como a de Pernambuco (UFPE), Rio Grande do Sul (UFRGS), Goiás (UFG), Rio de Janeiro (UFRJ), Lavras (UFLA-MG) e de Santa Catarina (UFSC) já definiram pela continuidade do modelo remoto de ensino pelo menos até o fim do mês. Assim, os modelos a distância de trabalho e estudo apresentam-se novamente como forte possibilidade para os próximos meses.

“Não podemos banalizar essa variante achando que a situação está sob controle. Precisamos manter todas as medidas como utilização de máscara, higienização de mãos e utilização de álcool em gel” reafirma a epidemiologista e ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues.

A vacinação com dose de reforço segue em apenas 14% do esperado para a população brasileira. O sistema de dados de vacinação nacional retoma aos poucos sua funcionalidade após o ataque hacker sofrido em 10 de dezembro de 2021.

Deixe sua mensagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Lidas

Sair da versão mobile