Saúde

Benefícios da musicalização infantil

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Foto: Reprodução

Por Ana Luiza Bessa

A primeira infância, etapa dos dois aos seis anos, é uma das fases mais importantes do desenvolvimento humano, pois é nela que ocorrem estímulos  radicais na inteligência. 

Um estudo recente conduzido pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Instituto ABCD,  detalhou que o ensino de música tem efeito positivo no desempenho acadêmico de crianças e adolescentes, além de melhorar suas habilidades de leitura. Por isso,  a criança que passa por um processo de musicalização é mais atenta, mais sociável, faz conexões mentais com mais facilidade, comunica-se melhor, fica menos estressada, mais concentrada, aprende a cooperar, interagir, esperar e vários outros benefícios. 

No Acre, a professora de música Mayra da Silva Ferreira, 26 anos, é uma das pioneiras na área de musicalização infantil. Desde da infância, Mayra aprendeu a tocar violão sozinha, quando tinha por volta dos 7 anos, e ali iniciou a sua jornada no ramo da música. Aos 16 anos lecionou sua primeira aula de violão.

Durante a graduação em Música, na Universidade Federal do Acre (Ufac), foi estagiária em locais que deram a oportunidade de Mayra trabalhar com crianças, desde a contação de histórias ao ensino de instrumentos como violão e flauta. Atualmente, trabalha como prestadora de serviço, mas também tem um estúdio de música em Rio Branco onde oferece aulas de musicalização infantil para bebês que tenham a partir de seis meses até crianças de sete anos. 

Segundo ela, a música ajuda a desenvolver a coordenação, a concentração, o entendimento das regras, a expressão, a criatividade, a memória, e muitas outras habilidades.A professora afirmou que as aulas de musicalização seguem um cronograma para que as crianças tenham previsibilidade e as levem a entender em que momento está o aprendizado.

“As aulas têm momentos de acolhida, canto, percussão corporal e instrumental, brincadeiras de roda e socialização, parlendas e despedida. São aulas em grupo realizadas em instituições que contratam o meu serviço. Sou prestadora de serviço em creches e escolas da cidade e a musicalização ocorre nesses espaços. Normalmente, são de 10 a 25 alunos por turma, com idades entre os 6 meses até os 7 anos”, salientou. 

De acordo com a pesquisa da Royal College of Pediatrics and Child Health,  deixar uma criança pequena passar muito tempo usando tablets, celulares e outros eletrônicos com telas pode atrasar o desenvolvimento de habilidades de linguagem e sociabilidade. Devido à pandemia, nas famílias que tentam respeitar as medidas de isolamento, encontram-se as crianças, as quais têm sido assoladas pelo distanciamento social. Por conta do isolamento, os pequenos estão cada vez mais usando os eletrônicos e redes sociais. 

“Considero que uso de telas cada vez mais precoce e sem a regulação – monitoramento do conteúdo e tempo de uso – no momento atípico que estamos vivenciando com a pandemia da Covid-19 traz muitas consequências ao desenvolvimento infantil. Porém, existem outros fatores que também trazem prejuízos às crianças. Durante esse período, a socialização foi prejudicada, bebês e crianças da pandemia tiveram ou têm muito pouco contato com outras pessoas e acabam ficando cada vez mais à frente das telas. As atividades ao ar livre por algum tempo ficaram restritas devido ao medo do vírus e bebês e crianças tiveram que se desenvolver, aprender a andar, correr reduzidos a apartamentos ou casas, não puderam experimentar vários ambientes para reconhecerem texturas entre tantas coisas”, finalizou.

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