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Startups na Ufac

Comunidade acadêmica desenvolve pesquisas que fortalecem o empreendedorismo na Amazônia. Foto: Autores

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Por Emily Cristina, Mariana Moreira e Franciele Julião

A busca pela liderança e fomento ao empreendedorismo são alguns dos fatores que incentivam acadêmicos da Universidade Federal do Acre (Ufac) a apostarem em iniciativas como startups para expandir seus conhecimentos e práticas para além dos muros da instituição.

As startups são empresas baseadas em tecnologias digitais, que surgem a partir de ideias inovadoras. Ao transformar pesquisas e projetos em novos empreendimentos, os estudantes criam novas oportunidades no mercado de negócios. 

Espaços disponibilizados na universidade, como o SebraeLab e órgãos como o  Núcleo de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia (NGCTEC) e o Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) são aliados importantes para o apoio dessas iniciativas. 

Segundo o coordenador do NGCTEC e assessor de comunicação da Ufac, Gilberto Lobo, estudantes de todos os cursos podem participar, desenvolver suas ideias e procurar a instituição para auxiliar no seu crescimento, com divulgação de bolsas em parceria com o Sebrae no Acre, Ifac e outras instituições.

Inaugurado na universidade em 2018, o SebraeLab tem o objetivo de incentivar e estimular a criatividade e a inovação como apoio essencial para os estudantes se inserirem no ambiente empresarial. A iniciativa tem 37 startups em diferentes estágios de desenvolvimento, dentro dos campus. Para participar, os universitários devem apresentar uma proposta baseada em  pesquisa, com a possibilidade de ser transformada em um modelo de negócio. 

Espaço é um fortificador da tecnologia dentro do campus. Foto: Autores

Identidade regional

O estúdio Moonlight Games está entre os destaques de projetos inovadores. Liderado por André Lucas, que desenvolve o jogo Carbon Zero, o game propõe uma reflexão sobre as mudanças climáticas e seus impactos no cotidiano, conectando entretenimento digital e questões urgentes da atualidade. 

O projeto nasceu durante uma competição estudantil e cresceu com a ajuda do Sebrae, que oferece suporte técnico e orientação para a estruturação do estúdio como uma startup. 

“A gente quer criar algo que seja marcante e mostre a capacidade que a nossa região tem. Trabalhamos com temas ambientais e sociais que fazem parte da nossa realidade aqui no Norte”, explica André Lucas.

A professora do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza da Ufac, Almecina Balbino Ferreira, enfatiza que a inovação não se limita às áreas tecnológicas, mas pode ser aplicada em diversas áreas do conhecimento. 

“É importante frisar que a inovação não se dá apenas nas áreas tecnológicas e biológicas, mas nas áreas sociais de ciências sociais que podem entrar com outras metodologias. Você pode inovar com processos e com métodos”, afirma.

Almecina Ferreira é professora da Ufac. Foto: Autores

Outro projeto promissor busca enfrentar deficiências nutricionais com uma solução sustentável: um suplemento alimentar com alto teor proteico, feito a partir de plantas nativas da Amazônia. O produto está sendo desenvolvido com suporte da Ufac em pesquisas laboratoriais. “O objetivo é suprir demandas nutricionais da população como ingredientes que temos aqui na região, mas que ainda são poucos explorados”, destaca Rayane Silva.

Trabalho objetiva suprir as necessidades da população da região. Foto: Autores

Avanços e desafios

João Pedro dos Santos está à frente de uma proposta inovadora: a criação de um bioproduto à base de cravo-de-defunto, planta medicinal com potencial para controlar micro-organismos patogênicos em áreas contaminadas.

A ideia é que o produto possa ser aplicado em áreas inutilizadas e contribua com a recuperação de espaços afetados. “A Ufac tem nos ajudado com áreas de cultivo e laboratórios para análise química. O Sebrae entra com a parte de modelagem do negócio”, conta João Pedro.

Apesar do entusiasmo, os jovens enfrentam desafios importantes. Um deles é a defasagem curricular em cursos da área de tecnologia, como aponta André Lucas: “Nosso curso tem grade de 2012. Para uma área que muda tão rápido, isso é muito ultrapassado. Faltam disciplinas atualizadas e práticas que realmente preparem a gente para o mercado.”

Redação

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