Carnaval é um período que impulsiona o comércio local e a infraestrutura da cidade. Foto: Mariana Moreira
Por Emily Cristina, Mariana Moreira e Franciele Julião
Para a maioria dos brasileiros o carnaval é sinônimo de festas, cores e brilho, mas para uma parcela da população esse é o período de buscar renda. O comércio de produtos relacionados a festa se tornou tão importante que movimenta até mesmo cidades como Rio Branco, onde o carnaval não tem ainda um grande potencial econômico. Nos eventos promovidas pelo governo do estado e a prefeitura muitas famílias conseguem levar dinheiro para casa.
Mas qual é o real impacto do Carnaval em suas vidas? Como se preparam para atender a demanda? E quais são os desafios que enfrentam como a variação de preços? Para a empreendedora Camila Araújo, proprietária do Ateliê Criações, um dos principais desafios está nos preços e o receio de não vender as peças.
“O aumento no valor dos materiais impacta diretamente o preço das fantasias, que precisam ser ajustadas para acompanhar esses custos. Além disso, por serem peças muito características e cheias de brilho, há sempre o receio de não vender todas dentro do período do carnaval, o que pode resultar na necessidade de armazenar até o ano seguinte”, comentou.
A artesã conta que em 2022 começou a criar fantasias apenas para amigos próximos, sem imaginar que isso poderia se tornar um negócio. No ano seguinte, decidiu investir na venda e a resposta foi positiva. O sucesso das peças abriu caminho para o crescimento do seu ateliê, transformando a paixão pela costura em uma fonte de renda promissora.
A atividade que a artesã desenvolve se enquadra dentro de um ramo chamado economia criativa, um setor econômico que usa a criatividade, o conhecimento e a inovação para gerar valor. É parte importante para a economia global e brasileira e bastante explorado e aproveitado durante o período carnavalesco.
O analista do Sebrae no Acre, Aldemar Maciel, afirma que o setor é fundamental para o desenvolvimento da cultura no estado, e que vem evoluindo cada vez mais ao longo dos anos.
“A economia criativa é um conceito que engloba diversas atividades econômicas que possuem a cultura como base, envolvendo segmentos como a música, o artesanato, o turismo, as empresas de comunicação, design e gastronomia”, afirma.
Maciel comenta também sobre a importância da valorização dessa indústria para o crescimento de uma região. “A ONU escreveu um relatório e nele ela diz para os países em desenvolvimento ou países que querem crescer apostarem e investirem na Economia Criativa, ela é capaz de desenvolver uma economia com inclusão e uma série de coisas que são boas”, explica.
A presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agrícola do Acre (Acisa), Patrícia Dossa, afirma que o carnaval é um período que impulsiona o comércio local e a infraestrutura da cidade. “Além desse impacto imediato que o Carnaval proporciona, fortalece também a economia criativa, as melhorias da infraestrutura da cidade, que muitas vezes são feitas para a festa de Carnaval, mas que ficam para sempre na nossa cidade, incentivam o turismo e mais oportunidade de empreendedorismo”.