Iniciativa busca despertar o interesse do público feminino pela computação e estimular a inserção profissional das mulheres no setor tecnológico
Por Carlos Alexandre
A universidade é espaço fundamental para a disseminação de conhecimentos e os projetos de extensão desempenham um papel importante ao conectar a academia com a sociedade. Na Universidade Federal do Acre (Ufac), diversas iniciativas estão em andamento e uma que se destaca é o projeto Meninas Digitais.
A iniciativa busca despertar o interesse do público feminino pela computação e estimular a inserção profissional das mulheres no setor tecnológico. Vinculado ao curso de Sistemas de Informação, o projeto oferece capacitações em programação introdutória com Scratch e Python, incentivando a participação feminina na tecnologia.
A iniciativa faz parte do Programa Nacional Meninas Digitais, da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), e está presente em todo o Brasil por meio de cursos, palestras e outras ações no campo da tecnologia.
Com quase 15 anos lecionando nas salas de aula da Ufac, a professora Catarina Costa atua no curso de Sistemas de Informação e conta que conheceu o projeto durante participação em um congresso em João Pessoa e decidiu trazê-lo para o Acre.
Segundo ela, a iniciativa tem sido transformadora para muitas alunas. “Vi que o projeto poderia agregar muito valor para todas as meninas envolvidas e isso se converteu para a realidade. Buscamos trabalhar o protagonismo feminino e temos tido um retorno positivo de todas as participantes. Queremos cada vez mais incentivar o estudo e aumentar a confiança de todas, principalmente na permanência na graduação”.
Foto: cedida
Shailla Maia, estudante do último período do curso, participa do projeto como multiplicadora de conhecimento para outras meninas e define a experiência de ensinar como gratificante: “Ensinar programação para iniciantes, especialmente outras meninas, me faz perceber o impacto positivo que a democratização do conhecimento pode ter. Ver a evolução dos alunos, o brilho no olhar quando entendem um conceito novo e o aumento da confiança deles em tecnologia é algo que me motiva”.
A estudante atribui grande valor à iniciativa, tendo em vista a necessidade de redução da desigualdade de gênero no ramo tecnológico. “Infelizmente o estereótipo de que TI é coisa de homem ainda existe e afasta muitas meninas de explorarem suas habilidades e interesses nessa área. O projeto serve para quebrar essas barreiras e oferecer um ambiente seguro e encorajador, incentivando a participação feminina desde cedo e demonstrando que há lugar para todas”.
O projeto no Acre já contou com a formação de quatro turmas, quantificando a emissão de 40 certificados e, atualmente, está em andamento com um grupo de 14 pessoas, iniciada no dia 18 de janeiro com término previsto para o fim de fevereiro.
Uma das frequentadoras é Brenda Hadassa Bezerra, estudante do ensino médio que foi incentivada a participar por sua prima. Mesmo pretendendo cursar radiologia no futuro, ela diz que a oportunidade lhe chamou a atenção. “Conhecimento é sempre bem-vindo e sempre quis ter experiência na área. Me interesso por jogos e estou conhecendo um mundo totalmente novo com esse aprendizado”.