Objetivo da campanha é conscientizar os frequentadores do local e melhorar as práticas de consumo
Por Paulo Medeiros e Paty Barros
O Restaurante Universitário (R.U) da Universidade Federal do Acre (Ufac) presta um serviço essencial para manutenção dos alunos na instituição ao disponibilizar refeições ao custo de R$ 1 para a comunidade acadêmica. No entanto, os responsáveis pelo setor observam aumento nas taxas de desperdício de alimentos.
De acordo Rafael Lima, nutricionista do R.U, a taxa é muito alta, em média cerca de 96,61 kg de alimentos por dia e restos de ingestas, que são devolvidos dos pratos dos estudantes. O número corresponde ao percentual médio de 6,45% do total dos alimentos produzidos no café da manhã, almoço e jantar. “No almoço ocorre o maior índice de desperdício”, ressalta.
Para diminuir os números, o R.U lançou, no último mês de janeiro, uma campanha de conscientização. Cartazes foram afixados por todo o local com a frase “Diga não ao desperdício de alimentos na Universidade. Vamos evitar o desperdício”. O objetivo é conscientizar os frequentadores sobre a alta quantidade de desperdício de comida e melhorar as práticas de consumo.
A campanha surgiu quando os profissionais que atuam no Restaurante identificaram a necessidade de iniciar um projeto para conscientizar alunos e funcionários a não desperdiçar os alimentos, pegar o necessário e, se quiser mais, só repetir. “A comida é servida na bandeja, ‘as tias da cozinha que servem’, colocando a quantidade que o estudante deseja, mesmo assim tem desperdício”, destaca Rafael.
”Muito raramente temos produção excessiva de alimentos, a equipe tem o olhar aguçado para ir produzindo as preparações com base no horário que finalizam as refeições e no tamanho da demanda”, explicou o nutricionista.
Foto: Clara Araújo/Ascom
O que dizem os alunos
Aluno do curso de Ciência Sociais, Willian Gabriel considera relevante a campanha para conscientização, pois o R.U é uma ferramenta muito importante dentro da Universidade: “A questão do desperdício deveria ser uma coisa mais cobrada, uma coisa mais monitorada, porque tem muita gente daqui que utiliza o R.U”, diz.
Rosângela Lima, acadêmica do curso de Música, acredita que seja de suma importância a conscientização uma vez que muitas pessoas passam necessidade e muitos não têm condições de manter uma alimentação adequada nas suas casas.
Destinação dos alimentos desperdiçados
O nutricionista Rafael Lima informa que os restos de ingesta, ou seja, os alimentos que não estão aptos ao consumo humano, são destinados para alimentação animal, mas esporadicamente são direcionados a projetos de compostagem capitaneados por estudantes da própria Ufac: ”Também já tentamos parcerias com a Embrapa mas não foi possível concretizá-la”, acrescenta.