Cotidiano

Vacinas contra a covid-19 trazem esperança para acreanos

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Órgãos ligados a saúde indicam manutenção do distanciamento social e hábitos de higiene mesmo após a imunização

Por Deylon Félix e Jorge de Oliveira

O aparecimento da covid-19 promoveu mudanças significativas na vida das pessoas de todo o mundo. Cancelar planos de viagens, modificar rotinas de trabalho e escola e diminuir os cumprimentos calorosos entre amigos começou a fazer parte do que se chamou de “novo normal”. Desde março de 2020, nada de ir para igrejas lotadas, restaurantes cheios e, muito menos, festas. Não podemos esquecer que foram adicionados dois novos itens indispensáveis à lista de compras, as máscaras e o álcool em gel.

Neste ano, o surgimento das vacinas contra o vírus trouxe esperança. Embora a lentidão no processo de vacinação pareça desfavorável para a maioria dos brasileiros tornando assim o futuro incerto, mora no coração daqueles que sobrevivem à pandemia o anseio pelo momento de finalmente tirar a máscara do rosto e respirar ao ar livre sem medo algum.

O medo e a incerteza foram os sentimentos mais recorrentes durante esse tempo. Valquíria Bragança, 46 anos, recebeu no mês de maio de 2021 a primeira dose da vacina Coronavac. Segundo a dona de casa, foi muito difícil ter que conviver com essa insegurança durante os dias de quarentena e a pior coisa foi ter que ficar longe da mãe de 71 anos.

“Foi terrível o medo que tive de perder um ente querido ou até mesmo morrer, principalmente por fazer parte do grupo de risco já que tenho pressão alta. O medo de sair desta vida e não poder cuidar mais dos meus filhos era grande. A pior coisa foi ficar um tempo longe da minha mãe. Todos os dias sentia a falta dela. Agora que nós duas já tomamos a vacina podemos já estar juntas, mas muitas pessoas ainda vivem com esse problema e isso é muito triste, precisamos de vacinas para todos”, disse

Valquíria ainda conta um pouco da expectativa que tem sobre o que fazer depois da completa imunização. “Eu estou muito feliz que tomei a primeira dose, mas sei que ainda tenho que ter alguns cuidados. Mas, sinceramente, não vejo a hora de poder sair com minha mãe, levar ela para ir ao cinema sem medo”, ressalta.

Reencontrar a mãe era o desejo da dona de casa Valquiria Bragança após tomar a vacina

A aposentada Josemy Souza, mais conhecida como Rosa, 74 anos, já tomou as duas doses da vacina e agora consegue realizar atividades cotidianas com muito mais leveza, sem muito medo. Antes quando precisava ir até o mercado fazer compras mensais usava até duas máscaras e luvas, pois tinha o pavor de sair de casa e se infectar

“Antes de tomar a vacina eu não conseguia ir nem até a frente da minha casa por causa de tudo o que estava acontecendo, por já ter perdido pessoas próximas de mim, então era algo muito perturbador saber que isso poderia acontecer comigo. Felizmente chegou a minha vez, tomei a Coronavac, mas mesmo depois ainda tinha medo de ir para algum lugar. Mas confio nesta vacina, precisamos dela, os meus filhos precisam dela pois trabalham todos os dias. Sou muito feliz por já ter tomado.”

Segundo Rosa, a primeira coisa que fez depois de ter tomado as duas doses da vacina Coronavac foi fazer uma visita ao irmão que não via há meses por causa da pandemia e também a igreja que era parte de suas atividades semanais.

Na linha de Frente

O medo de ser contaminado é algo coletivo, mas para os médicos e enfermeiros que estão na linha de frente no combate ao coronavírus esse sentimento é tão forte que para alguns pode ser aterrorizante. Mas os nossos heróis seguem firmes nessa luta. Um exemplo é a técnica em enfermagem Hellyeth Duarte.

Ela trabalha na UBS Mario Maria e conta que atuar diretamente com pessoas que podem estar com coronavírus a fez se sentir sob constante pressão psicológica. “Claro que sempre tive medo de pegar essa doença, principalmente por ter muito contato com pessoas infectadas, e essa preocupação era maior por achar que podíamos levar essa doença para dentro de casa. Mas depois que tomei a primeira dose eu me senti mais aliviada e esse sentimento de medo diminuiu”, diz

A técnica afirma que ainda toma os devidos cuidados indicados para combate ao vírus tanto dentro quanto fora do trabalho e que pretende continuar seguindo as recomendações mesmo depois de tomar a segunda dose.

“Eu acredito que vou continuar com os mesmos cuidados, claro que com a segunda dose a gente vai se sentir mais protegido, porém acho importante continuar se cuidando até boa parte da população ser efetivamente vacinada”, enfatiza

Técnica em Enfermagem Hellyeth tomando a 1° dose da vacina Coronavac

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