A capital acreana enfrenta uma das maiores cheias de sua história. O rio Acre atingiu, no primeiro dia de março, o nível de 17m40, segundo dados da Prefeitura de Rio Branco. Entre os mais de 4 mil moradores desabrigados estão estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac) que enfrentam dificuldades para frequentar as aulas.
Um exemplo é a estudante de Jornalismo Kawane Rocha, moradora do bairro do Taquari, que teve a casa afetada pela enchente. Ela observa que a Universidade não está dando o apoio devido a quem foi afetado pela cheia. “Além do medo da água, a gente também tem preocupação com as aulas, com as atividades e as faltas. Infelizmente, as aulas estão seguindo normalmente. Poderiam passar algo para fazer em casa”, diz.
Também morador do Taquari, um dos bairros afetados pela cheia, Natan de Souza Moreira, estudante de Engenharia Elétrica, relata que no ano passado também foi atingido pela enchente mas teve o auxílio negado pela Ufac. “Cheguei a trancar o curso por causa disso, por não conseguir ir às aulas e por problemas financeiros”, afirma.
O auxílio ao qual Natan se refere é ofertado pela Ufac por meio do Programa de Auxílio Emergencial em situações de calamidade ou emergência pública. No caso das cheias, o estudante precisa, entre outros critérios, ter sido “obrigado a sair da própria residência em virtude da alagação, incêndio ou qualquer outro evento adverso”.
Na primeira chamada do Edital deste ano, no entanto, a bolsa foi negada aos 25 alunos que a solicitaram. Kawane Rocha foi uma dessas estudantes. “Eu tinha uma rotina e a enchente veio de uma vez. Na minha casa não passava mais ônibus e nem catraia [barco], então fui para casa de amigas para conseguir ir às aulas”, conta.
Segundo a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes), os alunos poderão se reinscrever para acrescentar os documentos que faltaram e têm até 90 dias após o evento da cheia para fazer a solicitação.
Texto produzido pelos acadêmicos Guadalupe Pereira, Priscilla Pinheiro, Bruna da Silva, Yasmin Escobar, Yana Vitoria da Silva e Ana Keli sob supervisão do professor Wagner Costa. A produção faz parte da disciplina Fundamentos do Jornalismo.