A ausência das obras concorrentes ao Oscar nas telas dos cinemas acreanos desmotiva os fãs apaixonados pela premiação que desejam conhecer melhor os indicados. Entre os selecionados para edição 2024, apenas “Barbie” e “Oppenheimer” foram exibidos no Acre. A estudante de Direito Luiza Carvalho, 17 anos, é amante do Oscar e afirma que a frustração é grande pois quase não teve a oportunidade de ver os variados filmes participantes da competição. Ela acredita que o que atrai os acreanos que gostam de assistir a cerimônia são as celebridades presentes, pois os longas metragens passam longe de nosso cinema.
Quando questionada sobre qual filme queria ter prestigiado mas não conseguiu devido a falta de disponibilidade, ela citou “Pobres Criaturas” do diretor grego Yorgos Lathimos, obra que recebeu 11 indicações, mas infelizmente não chegou ao Acre mesmo diante da notoriedade que ganhou.
Luiza não é a única a se sentir desmotivada com a falta de apoio no nosso estado quando o assunto é cinema. Fabyan Isaac, estudante de 21 anos de Engenharia Elétrica, é fã dedicado da sétima arte e compartilha da mesma frustração. “Considerando que nem todos os filmes são disponibilizados em aplicativos de streaming, assistir a uma premiação na qual o vencedor pode ser uma película que não tive a oportunidade de assistir desmotiva bastante”, diz. Apesar das obras indicadas ao Oscar geralmente atraírem grande interesse devido a qualidade, o estudante ressalta que o preço alto dos ingressos para prestigiar os filmes, a falta de mais sessões em horários atrativos ou a simples falta de exibição acabam se tornando impecilhos para os que se interessam pela premiação.
ALTERNATIVA – Os cinemas culturais, que poderiam ser uma alternativa, passam por um grande problema: a falta de investimentos. Este problema acarreta na baixa variedade de filmes e na diminuição da demanda. A última atualização do Cine Arte Recreio Ac, o único cinema cultural de Rio Branco, foi no dia 14 de outubro de 2023. Sem o apoio por parte dos órgãos e ministérios ligados à cultura, diminui a divulgação e a disponibilidade de obras nesses espaços da iniciativa civil que poderiam apresentar os filmes independentes que, muitas vezes, concorrem na cerimônia do Oscar.
Texto produzido pelos acadêmicos Davi Mansour, Pedro Dias, Maria Lídia e Eduarda Queiroz sob supervisão do professor Wagner Costa. A produção faz parte da disciplina Fundamentos do Jornalismo.