Cotidiano

Estado do Acre apresenta redução dos focos de queimadas em relação ao ano anterior

Publicado há

em

No estado do Acre, 2022 foi apontado como o ano com a segunda maior quantidade de áreas queimadas, de acordo com pesquisas executadas por órgãos ambientais e pesquisadores do projeto “Acre Queimadas”, e se essa circunstância não fosse o suficiente para exigir eficientes políticas públicas dos órgãos governamentais, o fenômeno climático El Niño foi previsto por cientistas de retornar no ano de 2023, concluindo que a probabilidade de ocorrer durante o mês de junho, julho e agosto era de 75%.
Os focos de queimadas e incêndios apresentam-se há anos como pauta de discussão, dada a sua ameaça ao ecossistema terrestre, mas ganham maior força no mês de agosto, tendo em vista que é um mês marcado pela baixa umidade do ar e pela predominação da seca, tornando propícia tais práticas. Ao avaliarmos o cenário ambiental que se desenrola nos últimos anos, as perspectivas não são favoráveis em virtude de diversos fatores, sejam eles decorrentes das ações humanas, como também em relação aos fenômenos naturais.
Ao decorrer do ano as estatísticas mostram-se favoráveis segundo dados levantados pelo Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e divulgado pelo Centro Integrado de Geoprocessamento Ambiental (Cigma), o Acre mostrou-se com o menor número de focos de queimadas dos últimos sete anos. Do mês de janeiro até
20 de agosto de 2023, foram registrados 745 focos, o que corresponde a uma redução de 29% em relação ao ano de 2022, o que a Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas, Julie Messias, justifica como resultado de uma atuação em colaboração, dos órgãos de comando e controle. No ano anterior o estado ocupava a 9ª posição entre os estados que apresentavam maior quantidade de focos de queimadas, já em 2023, neste mesmo período caiu para a 11ª posição.

Medidas governamentais de combate às queimadas em 2023 traz redução de quadro crítico de anos anteriores

Figura 1 – Gráfico apresentando a porcentagem dos focos de queimadas por
estado. Fonte: Inpe

O Coordenador Municipal da Defesa Civil, Coronel Cláudio Falcão, destaca que os resultados positivos se devem às campanhas de conscientização, mobilização dos órgãos responsáveis por cada serviço em específico e trabalho que atendem o plano de contingência para o combate às queimadas.

“Comparado ao ano passado, nós temos situações muito positivas tanto nos incêndios florestais como nas queimadas urbanas, tivemos uma diminuição no mês de julho de 22% comparado ao ano passado, isso relacionado às queimadas urbanas e agora no mês de agosto, tivemos uma redução de 14,5%”


Ao ser perguntado sobre as medidas que devem ser tomadas pelos cidadãos em momento de emergências relacionadas a incêndios florestais, e quais recursos a Defesa Civil fornece para ajudar nesse processo, o Coronel propõe instruções presente no quadro abaixo:

Figura 2 – Instruções de Coronel Falcão, Coordenador da Defesa Civil

A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (SEMAPI), também apresentou algumas ações que podem ser responsáveis pelo bom resultado, entre elas, a ativação da Sala de Situação, planejada para reunir os órgãos de comando e controle (Imac, BPA, Ciopaer, CBMAC, Sejusp, BPA, Ibama e ICMBIO), com a intenção de acompanhar os alertas de desmatamento, queimadas e operacionalizar as ações, a elaboração da Força-Tarefa pela Proteção Ambiental e a Campanha “Respire Vida: Combate às Queimadas e o Desmatamento” que busca abordar peças informativas, que teve início levantando a temática das obrigações legais
sobre crimes e multas ambientais.

“Dentre os objetivos da força-tarefa estão: reduzir o desmatamento e as queimadas ilegais no Acre; monitorar continuamente a cobertura florestal, por meio de ações imediatas dos órgãos de fiscalização; intensificar as ações de fiscalização, áreas embargadas, autos de infrações lavrados; além de identificar e responsabilizar os autores responsáveis, realizar apreensões e outros. ” acrescentou a assessoria.

Outras medidas tomadas pelo governo com o objetivo de conter agravamento dessa situação foi a declaração de emergência ambiental em 10 cidades do Acre, assinada por Gladson Cameli, ao estudarem as condições climáticas
previstas, como as estiagens prolongadas, baixa umidade, o que favorecem as ocorrências de incêndios florestais, além da problemática acrescentada por Sonaira Silva, pesquisadora coordenadora do Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (Labgama), do Campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, da Universidade Federal do Acre (Ufac), em matéria divulgada no site InfoAmazonia ao avaliar as causas do agravo da
poluição no ar por meio das fumaças geradas pelas queimadas, na qual acrescenta que falta consciência da população, ao utilizarem do método de queimadas para queimar vegetação de terrenos baldios e entulhos acumulados nos quintais, “não é um fogo para a agricultura, é sem propósito” conclui.

Deixe sua mensagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Lidas

Sair da versão mobile