O novo vírus covid-19 se tornou um dos maiores e mais graves casos sanitários do século XXI. Era esperado que em resposta a essa nova doença, os países adotassem métodos de amenizar os impactos causados pela doença.
Em diversas pesquisas, a Coreia do Sul aparece como um país que teve um trabalho bem-sucedido no controle contra o coronavírus. Nos primeiros dois meses da crise, o país se destaca mantendo uma baixa taxa de letalidade, em comparação a outros países no mesmo período, sem a necessidade de fechar fronteiras e comércios, mesmo sendo fronteira com a China, onde se iniciou às infecções. Como mostra o gráfico a seguir do site “Our World in Data” que registra e faz mapeamento dos casos da doença no mundo desde de o começo da pandemia:
Muitos métodos foram organizados para que houvesse uma facilidade em detectar os infectados, como tecnologias de rastreamento, além do governo ter distribuído equipamentos de segurança e testes individuais para a população.
Entretanto, a propagação do vírus não diminui com o passar dos dias, e o crescimento de infectados acontece em todo o mundo e mesmo com os cuidados da Coreia, os números continuam a subir.
O mundo neste momento de primeira “onda”, passa por um momento de grande caos por conta do grande número de pessoas que contraíram, enquanto a Coreia se organiza em três formas de combate considerando: as características governamentais e de saúde no país, a evolução da, até então, epidemia e medidas e métodos de resposta à covid-19. Todas elas são levando em consideração situações como a infraestrutura, cobertura populacional com atenção à saúde, a taxa de médicos por habitantes, prestação de serviço, histórico do sistema de saúde. Tudo isso é levado em consideração o estudo desde a data do primeiro caso, a sua evolução até o centésimo caso, a letalidade e as medidas de vigilância no país.
Com todos esses cuidados, o país fecha o ano de 2020 com 1.029,57 casos registrados, enquanto nos Estados Unidos fecha com 182.680,86 e o Brasil com 36.278,43.
A população coreana conta com mais de 52 milhões de habitantes, ocupando uma área de 100.210km e é a 13ª maior economia mundial. O sistema de saúde conta com dois subsistemas: 1) seguro de saúde com gerenciamento público, que cobre cerca de 96% da população; 2) o sistema de saúde público é custeado através do imposto e é voltado para os mais pobres, cobre cerca de 4%. O seguro adota a compra dos serviços nos meios privados e sua infraestrutura se destaca com a alta disponibilidade e qualidade de serviço.
O país já tinha uma estrutura para lidar em casos de situações epidemiológicas e investigações de surtos sanitários e a resposta usada foi com base no Plano Nacional de Gestão das Doenças Infecciosas. No início, a Coreia adotou medidas baseada em dados e na ciência, o protocolo assegurava uma atuação em conjunto com a participação da sociedade e lideranças. O primeiro alerta foi em 3 de janeiro de 2020, após a notificação do primeiro caso na China, o segundo alerta veio em 20 de janeiro com o primeiro caso registrado na Coreia do Sul. Esse caso foi registrado em uma mulher vinda da China, e ela foi interceptada logo no aeroporto. O terceiro alerta aconteceu em 27 de janeiro devido ao aumento de confirmados. Entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro de 2020 mostra que os principais registros são da China, porém também acontece em países próximos como Singapura, Japão e Tailândia. A Coreia em 20 de fevereiro registra seu centésimo caso positivo é a primeira morte por covid-19.
Adotou-se também infraestruturas como: implantação de centros de triagem no nível distrital de avaliação dos sintomas, organização de unidades de terapia intensiva, definição de hospitais e alocação de especialistas em doenças respiratórios; implantação de leitos em espaços de hospitais de campanha em casos leves, qualificação dos profissionais, destinação de ações para proteção dos profissionais da saúde.
A comunicação social foi usada para incentivar a população sobre as questões de distanciamento e trabalho em casa, além do governo ter cancelado eventos públicos, restrição de viagens e o fechamento de escolas e universidades. As atualizações sobre as condições e avanços da pandemia eram atualizados constantemente nos sites do país, além do estado mandar mensagens de alerta aos celulares dos cidadãos. As divulgações de prevenção eram divulgadas constantemente para a população sul coreana.
O protocolo de isolamento não contava com o fechamento das fronteiras, no entanto o sistema de rastreamento por meio de um aplicativo no celular era bastante eficaz aos viajantes que passavam ou retornavam ao país. Os identificados por suspeita ou confirmados positivos eram colocados em quarentena domiciliar e aos estrangeiros, o governo disponibiliza centros públicos para abrigo sem cobrar taxa durante os dias de isolamento.
Os centros de triagem na modalidade drive-thru tiveram o objetivo de ampliar diagnósticos e reduzir a exposição dos profissionais, os testes levam em média 10 minutos para serem realizados e os resultados enviados por mensagem aos pacientes no prazo de três dias. Regiões de difícil acesso, foram desenvolvidos veículos com cabines capacitados para a entrada nesses lugares para a realização dos exames. Além disso, uma linha telefônica também foi criada com atendimento 24h para triagem e orientação, conduta e direcionamento dos casos. Todas essas atenções foram essenciais para para que o ritmo de infecções não fosse extremas, que mesmo sem fechar o país e nem impor o lockdown, a população teve a consciência dos cuidados e se pode observar uma diminuição de mobilidade nos centros de transporte público, como em estações que reduziu 40,6% entre janeiro e março e foi observado que o uso de bicicletas se mostrou maior nesse período.
A Coréia do Sul buscou a diversificação das vacinas, podendo ser essa uma das justificativas do início da imunização quase três meses depois do Reino Unido, que foi o pioneiro na vacinação em dezembro de 2020 . Nisso, em fevereiro de 2021 a imunização foi iniciada para a população sul coreana com as primeiras doses da Pfizer-BioNTech e foram priorizadas e destinadas aos profissionais da saúde que estavam na linha de frente no combate a covid-19. Pelo gráfico a seguir, podemos perceber constantemente que o país se mostrou estável nos registros de novos casos da doença e relação como países como o Brasil, Estados Unidos e o Reino Unido:
Comparativo da Coreia do Sul com o Brasil
Como a imagem também mostra, o aumento de casos no Brasil enquanto se tem o declínio dos outro países devido a imunização no nosso país ter iniciado tardiamente e lentamente, visto que o interesse público não foi respeitado pelos responsáveis da aquisição e distribuição da vacina, o que resultou além do grande número de várias vidas brasileiras perdidas, como também o colapso na economia. Os impactos vão muito além da saúde no Brasil o que não podem ser mensurados e não existem as expectativas de reestruturação e estabilidade. Enfim imunização no país iniciou em março de 2021 e demorou cerca de nove meses para alcançar 75% da população com a primeira dose da vacina, como mostra o gráfico a seguir com o espelho de vacinação do mês de novembro do mesmo ano:
Se realizarmos um comparativo da imagem percebemos que na Coréia do Sul quase a mesma porcentagem já estava na segunda dose do imunizante evidenciando como os coreanos mais uma vez souberam direcionar as medidas públicas contra o covid-19 o que refle atualmente nos registros dos países analisado, sendo assim a Coreia do Sul está em primeiro lugar na imunização de seu país, como mostra o gráfico abaixo do site Our World in Data:
Disso tudo, a Coreia do Sul investiu majoritariamente em medidas ao combate a doença covid-19 e os impactos causados por ela. Com providências compensatórias e de proteção social destinadas a reduzir o impacto econômico e garantir que a vida dos cidadãos seja preservada, o governo anunciou um orçamento com o qual foi aprovada uma série de planejamentos fiscais, incluindo garantias de crédito, apoio de emergência às famílias, empresas de turismo e indústrias de exportação.
Em comparação com o Brasil, que teve ações tardias e lentas no combate à doença, os coreanos sulistas mostraram forma de lidar com uma crise epidemiológica com combinações de vigilâncias, tecnologias, inteligências artificiais e monitoramento, ou seja, conjunto de ensinamentos baseados na experiência sul-coreana com o objetivo de controle e manejo da doença.
Portanto os impactos da pandemia do novo vírus covid-19 foram bem menores do que os que foram causados no Brasil, tantos de casos quanto a mortes causadas na Coreia do Sul ao todo foram 719 mil casos registrados e 6.501 mortes desde o início da pandemia, já no território brasileiro foram 23,6 mil casos e 622 mil mortes, ou seja, dez vezes mais que na coreia do sul. Mesmo que haja o comparativo de habitantes é nítido como as ações de combate interferiram na vida da população de cada país. Neste caso temos dois países que agiram de formas diferentes e os resultados mostram como as medidas tomadas ajudam ou pioram a situação.