Serão concedidos 22 aeroportos brasileiros a empresas privadas ao longo de 3 décadas, dentre eles os principais aeroportos do norte do Brasil
Por Eduardo Menezes Almeida
A empresa francesa Vinci Airports, arrematou no dia 7 de abril, em um leilão realizado na bolsa de valores de São Paulo, os dois maiores aeroportos do estado, localizados nas cidades de Rio Branco e Cruzeiro do Sul. A concessão faz parte da 6ª rodada de privatizações do governo federal, organizadas pelo do Ministério da infraestrutura.
Além dos aeroportos acreanos, a empresa também arrematou outros 5 terminais que compunham o bloco Norte, que são eles: Porto Velho (RO), Boa vista (RR), Manaus, Tefé e Tabatinga (AM). O lance de R$ 420 milhões foi 777,47% a mais do que o mínimo exigido pelo governo, uma das imposições do ministério da infraestrutura era de que o valor de arremate deveria ser pago à vista.
A Vinci Airports é uma das principais operadoras aeroportuárias do mundo, administra aeroportos na Europa, Ásia e nas Américas do Norte, Sul e Central. Aqui no Brasil, desde 2018. Administra o aeroporto internacional de Salvador, na Bahia.
A concessão permite a exploração de serviços nos aeroportos arrematados, como a cobrança da taxa de embarque e o aluguel predial das companhias aéreas. Porém, ao mesmo tempo, terá que investir quase R$ 1,5 bilhão ao longo do período de concessão para melhorar a estrutura em todos eles.
O representante da empresa no Brasil, Júlio Ribas, disse que a gestão desses 7 aeroportos será pautada pela sustentabilidade, Ribas acredita que esses aeroportos terão uma importância significativa para a retomada da economia brasileira em um cenário pós pandemia. “O Norte depende da conexão aérea com o restante do país, não há estradas suficientes na região. Manaus pode vim a se tornar um hub de conexões como é a cidade do Panamá, o aeroporto tem capacidade suficiente para conectar as três Américas”, concluiu Júlio em uma sessão de imprensa após o arremate dos aeroportos.
Os aeroportos de Rio Branco e Cruzeiro do Sul são os mais movimentados do estado do estado do Acre. Em 2020, o aeroporto internacional de Rio Branco – Plácido de Castro teve um movimento de 186.102 passageiros, já o aeroporto internacional de Cruzeiro do Sul teve um movimento estimado de 19.199 passageiros, fazendo desses o sétimo e o décimo quarto aeroportos mais movimentados da região norte, segundos dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Segundo o doutor em economia e professor da universidade federal do Acre, Rubicles Gomes da Silva, o governo federal vive em uma constante crise fiscal, o que impossibilita o contínuo investimento em áreas como as do transporte. “As privatizações estão vindo como uma forma do governo suprir a sua falta de capital, espera-se que com essas concessões haja um maior leque de oportunidades em um cenário pós pandemia, principalmente para nós acreanos que sofremos com os altos custos das passagens aéreas e a escassez de voos”.