Cotidiano

Setembro amarelo na prevenção do suicídio

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Imagem: Arquivos da internet 

Completados 6 anos da campanha no Brasil, reforça-se ações em prol da valorização da vida 

Por Carolina Souza Torres e Pedro Henrique Nobre 

Setembro amarelo é o mês de prevenção ao suicídio. Em uma campanha iniciada desde 2015, são realizadas ações por todo o Brasil, com o objetivo de prevenir e reduzir os casos, muitos em decorrência de depressão. Mesmo com grande divulgação nacional e mundial, ainda há preconceitos e tabus sobre o tema, e quem sofre costuma ter receio de falar.  

No Acre, durante o mês de campanha, costuma-se iluminar locais públicos na cor amarela e são realizados eventos que falam sobre a prevenção e a importância dessa discussão. O Núcleo de Educação Psicológica da Secretaria de Saúde (Sesacre) e o Setor de Psicologia do Hospital de Saúde Mental (Hosmac) lançaram no dia 10 a campanha “Você é mais forte do que imagina. Acredite, diga sim à vida”.  A iniciativa busca identificar indícios que possam levar ao ato extremo. No Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) também foram entregues mudas de girassóis ao público interno como ação para prevenção ao suicídio.

A psicóloga Victória Magalhães fala sobre a importância da campanha Setembro Amarelo. Para ela, as informações são necessárias para que as pessoas que sofrem com algum sintoma de depressão, ansiedade e afins possam buscar ajuda e se sentirem assistidas. “Muitas pessoas, por questões socioeconômicas ou até mesmo tabu, sentem vergonha de buscar ajuda, têm medo de serem taxados como “fracos” ou como “loucos/doentes”. 

Ela também ressalta a dificuldade de homens em falarem sobre suas angústias. “A gente vive em uma sociedade machista e, apesar de muitas pessoas terem a consciência de que a saúde mental é importante, grande parte ainda acha que buscar ajuda é sinal de fraqueza”. Pelo contrário, vencer essas barreiras têm sido sinal de muita coragem.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, sendo esta a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. Ainda de acordo com a organização,  “o suicídio não ocorre apenas em países de alta renda, sendo um fenômeno em todas as regiões do mundo”.

Sabe-se que suicídio ocorre não somente no mês de setembro e por isso é importante ao longo de todo ano dar o apoio necessário e buscar identificar quem está passando por depressão ou outros transtornos mentais. As ações de prevenção são importantes e a valorização da vida deve acontecer sempre.

Situação na pandemia

Com o início da pandemia, era esperado que os casos de suicídio aumentassem em consequência do confinamento, mas os números no Brasil se mantiveram estáveis e em outros países como a Austrália os casos tiveram queda. 

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho deste ano pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a média de suicídio em 2020 se manteve estável, variando apenas 0,4% em relação a 2019, totalizando 12.895 casos. 

Origem histórica

O Setembro Amarelo começou nos EUA, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio, em 1994. Em seu funeral, pessoas levaram fitas amarelas e mensagens para quem estivesse em risco. Depois os pais do jovem iniciaram a campanha de prevenção ao suicídio “fita amarela” e hoje a proposta se espalhou pelo mundo todo. 

Desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, data que foi referência para o mês. No Brasil a campanha Setembro Amarelo passou a ser reconhecida em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABF). A data ainda não é reconhecida em âmbito nacional por meio  de lei federal, contudo, esse reconhecimento já acontece em vários locais. Desde então, são intensificadas as campanhas de prevenção neste período.

Campanha Setembro Amarelo reúne psicólogos da Sesacre e Hosmac. Foto: José Caminha

Se você estiver precisando de ajuda, ligue para o Centro de Valorização da Vida, pelo número 188. Peça ajuda, seja para amigos ou familiares, onde você se sentir confortável, você não está sozinho.

Como ajudar

Para identificar alguém precisando de ajuda, aqui tem algumas pistas:

  • São alguns indícios de risco de suicídio: mudança de humor, hábitos ou alimentação, apresentar solidão, se sentir para baixo. 
  • Fatores a serem considerados: pessoas que apresentam comportamentos retraídos ou transtornos mentais 
  • Para ajudar alguém, procure ouvir, ter empatia sobre a questão apresentada, levar a situação a sério, ajudar a pensar em outras soluções para os problemas da pessoa, conversar com familiares e amigos, demonstrar interesse e cuidado regularmente.
  • De forma alguma ignore a situação. Se não souber como ajudar, só fique ao lado da pessoa, sem julgamentos, apoiando no momento difícil. 

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