Ufac disponibilizou 2300 auxílios para compra de equipamentos de acesso à internet. Alunos reclamam da qualidade do sinal de internet para acompanhar as aulas. (Foto: Ilustrada)
Por João Paulo Castro, Laryssa Evangelista e Michelle Paiva
O Ensino Remoto Emergencial (ERE) iniciou na Universidade Federal do Acre (Ufac) no dia 26 de outubro do último ano como uma alternativa para promover a permanência dos alunos na instituição no período da pandemia, Para auxiliar os estudantes a participarem das aulas, a Ufac, por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes), disponibilizou bolsas Auxílio Inclusão Digital (AID) que custeiam a compra de equipamentos tecnológicos para estimular o maior número de estudantes da instituição a continuar os estudos
A estudante do curso bacharelado em Psicologia, Raimunda Ferreira, foi uma das contempladas que conseguiu ter acesso ao Auxílio Inclusão Digital. O auxílio ajudou Ferreira a comprar um notebook para acompanhar as aulas.
“Consegui comprar meu notebook com ajuda do auxílio que a Ufac disponibilizou, porém ainda tenho que pagar algumas parcelas porque os preços dos notebooks estavam muito altos e tive que parcelar em várias vezes para conseguir adquirir o equipamento. O valor de 1.300 reais oferecido não foi o suficiente”, ressaltou.
Entretanto, para a aluna, os equipamentos não conseguem suprir as necessidades das aulas, pois a falta de uma internet de qualidade e um espaço adequado em casa para os estudos interferem na compreensão dos conteúdos. “Eu não estou conseguindo ter um bom rendimento nos estudos devido não ter um ambiente tranquilo e sossegado na minha casa para assistir as aulas e fazer os trabalhos”, diz.
A estudantes diz que não tem muito o que fazer em relação às melhorias referentes ao ensino remoto, porque todos dependem de uma internet que tem baixa qualidade no Acre e alunos e professores não conseguem ter uma participação ativa e de qualidade nas aulas. “O que realmente deveria ser feito é a vacinação para todos”, acrescenta.
Rosângela Marques, acadêmica do curso de bacharelado em Psicologia, teve acesso às bolsas de auxílios e ao Chip Conectividade para continuar estudando. A estudante comenta que o ensino remoto tem sido positivo para ela. “Com o ensino remoto eu fico em casa fazendo tudo remotamente, meus trabalhos, assistindo minhas aulas. Antes eu tinha que acordar de madrugada, pegava dois ônibus e sofria muito para chegar à universidade”, afirma.
O aluno do curso de bacharelado em Enfermagem, Sandro Dantas, utilizou os recursos financeiros oferecidos pela instituição para comprar um tablet e um teclado para acompanhar as aulas remotas e fala da experiência com a nova modalidade de ensino. “Muito difícil, nada do que esperava. Se mostrou mais difícil e trabalhoso do que o presencial. A Internet não é satisfatória, o tablet não é o ideal e o teclado quebrou”, disse Sandro.
As reclamações quanto a conexão de internet foi a campeã das queixas apresentadas pelos alunos entrevistados para esta matéria, principalmente alunos do interior do estado onde a conexão torna-se ainda mais precária. Recentemente os chips distribuídos pela universidade começaram a apresentar problemas com a conexão de internet o que dificulta ainda mais os momentos de estudo.
“Não é novidade que a conexão de internet em Cruzeiro do Sul é lamentável. A estrutura telefônica da região não permite assistir aulas remotas sem interrupções. As constantes quedas de sinal e falta de qualidade em conexões de internet são problemas que interferem diretamente no processo de ensino”, enfatizou Diego Monteiro, aluno do 7º período do curso de Direito da Ufac no Campus Floresta, em Cruzeiro do Sul.
Adaptação
Com a suspensão das atividades acadêmicas na Ufac em decorrência da pandemia do Covid-19 a instituição teve que se adaptar ao enorme desafio: as aulas remotas. Como enfrentamento a este cenário, a Ufac instituiu, por meio da Portaria Nº 1009, de 03 de junho de 2020, o Grupo de Trabalho Acadêmico, equipe multissetorial com o intuito de elaborar estratégias de continuidade das atividades letivas remotas no período de isolamento. A instituição criou, ainda, o site do Espaço de Apoio Acadêmico para orientar estudantes e professores quanto ao uso de tecnologias de informação e comunicação.
A Universidade Federal do Acre (UFAC), através do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), divulgou na tarde desta quinta-feira (25), o edital nº01/2024, para a seleção de bolsas de monitoria, referentes ao semestre letivo 2024.1
Ao todo, são 22 bolsas disponíveis no valor de R$700 mensais pagos aos alunos que foram selecionados, e outras sete voluntarias, para os cursos de Ciências Sociais, Comunicação Social, Filosofia, Bacharelado em Geografia, Licenciatura em Geografia, Bacharelado em História, Licenciatura em História (matutino e noturno), Psicologia.
É importante ressaltar que não possível fazer o acumulo de duas ou mais bolsas de monitoria de maneira remunerada, sendo possível ainda conciliar em caso de disponibilidade voluntária do aluno.
As bolsas serão referentes aos meses de agosto à novembro de 2024, sendo necessário para a inscrição, preencher a ficha, presente no edital, assim como apresentação de Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoa Física (CPF), ou documentos equivalentes, comprovante de matrícula do semestre vigente e o histórico escolar com o coeficiente de rendimento geral.
Os documentos devem ser encaminhados ao e-mail cfch@ufac.br entre o período de 25 a 28 de julho, com o assunto do envio sendo “Inscrição para Bolsa de Monitoria”, assim como nome do aluno, número de matricula e disciplina que deseja pleitear uma vaga de monitoria, junto aos documentos anexados em arquivo único, no formato PDF. É importante lembrar que se faz necessário ter concluído a disciplina que deseja ser monitor.
Os resultados preliminares deverão ser publicados em primeiro de agosto, com a lista final sendo disponibilizada no dia cinco do mesmo mês.
Para maiores informações acerca do processo seletivo, basta acessar o edital abaixo:
Uma das maiores preocupações dos estudantes dos cursos noturnos é o deslocamento por transporte público.
Por Akenes Mesquita e Felipe Nascimento
Estudantes enfrentam desafios significativos ao utilizar o transporte público para se deslocarem até suas residências durante o período noturno. A falta de infraestrutura adequada e os problemas de segurança são algumas das principais preocupações enfrentadas pelos estudantes que frequentam a Universidade Federal do Acre (Ufac).
Ônibus superlotados, atrasos frequentes e rotas limitadas são apenas algumas das questões enfrentadas diariamente pelos universitários. Além disso, a falta de iluminação adequada nos pontos de ônibus e nas vias públicas aumenta o sentimento de insegurança durante o trajeto para casa.
O aluno do curso de Ciências Econômicas, Abimael de Souza Melo, considera a situação inadmissível em um país onde os cidadãos pagam altos impostos e deveriam contar com este serviço público mais eficiente e acessível para todos. Ele relata as dificuldades enfrentadas ao utilizar o transporte público:“O último ônibus passa às 21h40, enquanto minhas aulas só terminam às 22h, o que gera um conflito de horários. Além disso, há um intervalo significativo entre os ônibus, por exemplo, um passa às 20h e o próximo só às 21h40, o que torna a espera prolongada”.
Segurança em risco
Outra preocupação significativa é a segurança. O aumento da criminalidade na cidade, especialmente durante a noite, torna o deslocamento dos estudantes uma experiência estressante e arriscada. Relatos de assaltos em pontos de ônibus e dentro dos próprios coletivos são frequentes, gerando um clima de insegurança na comunidade acadêmica.
Fábio Alves, estudante de Economia, já foi assaltado no trajeto e fala sobre o sentimento de insegurança ao voltar para casa após um dia cansativo de trabalho e aula.
“Moro no bairro Nova Esperança e há dois ônibus que fazem essa linha: Fundhacre e o Rodoviária. Como meu curso termina às 22h, eu tenho que optar por um dos dois. Houve vezes em que optando pelo o Fundhacre, eu perdia o Rodoviária e o Fundhacre nem aparecia no terminalzinho”, lamenta ele, que já precisou recorrer a carros de aplicativo e ouviu relatos de roubos a outros estudantes.
Impacto no desempenho acadêmico
Os desafios não se limitam apenas ao aspecto físico e emocional, mas também têm um impacto direto no desempenho acadêmico. O estresse e a ansiedade causados pelos problemas de transporte e segurança podem prejudicar a concentração em sala de aula e comprometer o rendimento escolar.
A presidente do Diretório Central dos Estudantes da Ufac (Dce), Ingrid Maia, reconheceu que desde janeiro de 2024 estão recebendo algumas reclamações, principalmente em relação ao atraso dos ônibus, à falta de acesso dos veículos na Ufac e à qualidade dos mesmos.
“Encaminhamos denúncia à RBTRANS para que seja instaurada uma investigação e garantir que tais irregularidades não se repitam. Quanto à mudança de rotas, vamos levantar essas e outras pautas no Conselho de Transportes e Tarifas.”
Ela também diz ter cobrado da administração uma maior efetividade nas rondas ostensivas e o retorno do diálogo com as instituições de segurança pública.”
Diante desses desafios, os estudantes clamam por soluções eficazes por parte das autoridades responsáveis. Medidas como aumento da frota, melhoria na infraestrutura dos pontos de ônibus e aumento da presença policial nas rotas de transporte público são algumas das demandas urgentes da comunidade acadêmica.
O Centro Acadêmico de Ciências Biológicas realizou a I Conferência Internacional de Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica entre os dias 26/02 e 01/03. O evento foi organizado em conjunto com o Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal e o Programa de Pós-Graduação em Ciência, Inovação e Tecnologia para a Amazônia.
Com o tema “Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica”, a conferência foi integrada com a XIV Semana Acadêmica de Ciências Biológicas. O público teve acesso à oficinas, mesas-redondas, palestras, resumos e exposições de produtos locais. Confira o que aconteceu durante os dias de evento.
Responsabilidades governamentais com o meio ambiente
O primeiro dia da Conferência foi marcado com a participação do Diretor de Meio Ambiente da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Acre, André Pelliciotti. Formado em engenharia florestal, André realizou uma palestra que tinha como tema “Governo e meio ambiente”, onde explicou sobre as ações e estratégias da equipe do Governo do Acre em relação à fiscalização e controle das ações relativas à exploração e preservação ambiental do Estado.
A estudante de biologia, Grasiele Bernardo, relata que André Pelliciotti associou a ligação entre governo e meio ambiente de maneira didática e bem reforçada. “Foi de suma importância a participação de um representante da SEMA na Semana de Biologia. André conseguiu elaborar uma palestra objetiva que despertou o interesse do público pelo tema”, comenta Grasiele.
Palestras com convidados internacionais
A I Conferência Internacional de Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica teve a participação de pesquisadores de outros países que atuam nas áreas de ciências biológicas, engenharia florestal, agronomia e sociologia. O Prof. Dr. Irving Foster Brown, realizou a palestra “A Amazônia (região MAP) no contexto das mudanças climáticas” durante o segundo dia do evento. O professor Doutor falou sobre a situação climática especificamente na região de fronteira entre Bolívia, Brasil e Peru, no sudoeste da Amazônia.
A semana teve alguns nomes de outros países marcando presença. Entre eles, a professora da Universidade Nacional Intercultural de Quillabamba (UNIQ), Maria Elena Chuspe, que falou sobre Gestão da Biodiversidade, pesquisa científica, e consequências da biopirataria. Completando os palestrantes internacionais, o sociólogo boliviano Wilber Tejerina, abordou sobre o tema “Conservação da natureza” no terceiro dia do evento.
Mesas Redondas
Possibilitando um debate produtivo das temáticas propostas, um total de 8 mesas redondas fizeram parte da programação da conferência. Entre os temas discutidos estão: concessões florestais, educação ambiental, biopirataria, diversidade de gênero na pesquisa científica, restauração florestal e inovação tecnológica.
A estudante de biologia, Morgana Café, fez parte da mesa redonda com a temática “Diversidade de Gênero na Pesquisa Científica”. A discente falou sobre a importância de falar sobre assunto dentro da comunidade científica.
“É por meio dessa temática que sabemos os agravantes de cada vivência. Entender que uma mulher cis passa por uma sociedade patriarcal machista, mas que quando nós observamos uma mulher travesti, entendemos que há outras questões que atacam sua existência além do machismo e patriarcados”, comenta a estudante.
A temática também abre uma conversa sobre a maneira que os gêneros são ensinados nas salas de aula. “Como futura professora de biologia, é importante estudar e compreender essa temática para tornar o conteúdo que, por si só, é exclusivo e preconceituoso, em um conteúdo acessível e humano”, explica Morgana.
Importância do evento para os alunos da Ufac
A Conferência permitiu a divulgação de suas pesquisas de estudantes de biológicas. O evento ofereceu a oportunidade a discentes da Ufac publicarem os seus trabalhos de pesquisa na revista eletrônica Scientia Naturalis.
A estudante de ciências biológicas, Leticia Araujo, foi a pesquisadora de um dos trabalhos escolhidos para serem publicados em uma revista eletrônica. “Eu fiquei chocada e animada por essa oportunidade, porque é a primeira vez que tenho essa experiência na minha vida acadêmica” comenta a discente.
Ao todo, foram escolhidos 15 trabalhos para serem publicados na revista Scientia Naturalis.
“Eu acho que é uma ótima oportunidade para os estudantes exporem seus trabalhos, e mostrar o seu desenvolvimento acadêmico além de suas aprendizagens estagiando nos laboratórios. Isso é essencial para quem pretende fazer um mestrado doutorado”, comenta Letícia.
A I Conferência Internacional de Biodiversidade, Ciência Florestal e Inovação Tecnológica forneceu um espaço para compartilhar experiências e ideias no ramo científico.
O coordenador de comunicação do Centro Acadêmico de biologia, Elhaz Fernando, comenta sobre a importância desses eventos para a comunidade acadêmica.“Esses eventos são importantes para levar informação de outros profissionais experientes para o ambiente da faculdade, propondo perspectivas mais especializadas”, explica o discente.
“Fato é que integram e realçam a formação do aluno na graduação e aproximam o discente de outros campos que por algum motivo ele desconheça” , comenta Elhaz.
Jorgeane
23 de junho de 2021 no 21:39
Uma ótima matéria, todos estão de parabéns