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Cultura

O ‘modo escuro’ nos smartphones

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Foto: Divulgação / Google LLC / Android 10

Recurso oferece maior conforto aos usuários, com vantagens e benefícios à nossa saúde

por William S. de Souza

O Modo Escuro (Dark Mode), opção que está chegando aos poucos para alguns smartphones Android e IOS, tem como função deixar toda a área branca da tela em tons escuros de preto ou cinza, fornecendo vantagens à durabilidade do aparelho e benefícios ao nosso bem-estar, evitando assim, distúrbios e problemas futuros.

 Os smartphones são praticamente parte de nossas vidas. Essenciais para o cotidiano, eles nos conectam ao mundo e exercem uma série de funções importantes, que vão muito além das ligações. Mas já parou para pensar no mal que a tela do celular pode fazer para o organismo humano?

Hoje em dia, é comum passarmos horas utilizando um aparelho celular, olhando para a sua tela, o que pode causar problemas graves de saúde em longo prazo, principalmente quando envolve a visão, caso haja um exagero ou vício.

Empresas como a Google e a Apple, já adotaram o Modo Escuro na interface de seus sistemas operacionais. É uma aposta cada vez mais comum no mercado de tecnologia. Além disso, cada vez mais apps oferecem essa alternativa, permitindo selecionar entre um modo claro ou escuro sem depender do sistema. Aplicativos mais populares, como Facebook, Twitter, Instagram, WhatsApp e YouTube se renderam a novidade.

Além das vantagens na durabilidade da bateria do celular como já sabemos, o Modo Escuro fornece alguns benefícios à nossa saúde. Veja alguns:

Descanso da vista

De acordo com o médico oftalmologista Dr. Emerson Castro, quando olhamos prolongadamente para a luz clara e intensa emitida pela tela dos smartphones, nossos olhos acabam sofrendo com “pressão intraocular”, o que chamamos de vista cansada. 

“Algumas pessoas, principalmente os jovens, passam muito tempo vidrados numa tela de celular, acessando redes sociais ou mandando mensagens; o que pode ocasionar numa tensão ocular, quando há um cansaço da musculatura ocular ocorrido quando os olhos são forçados a enxergar devido a quantidade de brilho emanado da tela”. 

Segundo o médico, o uso de uma luz mais escura proporciona um descanso da vista, resolvendo este problema, uma vez que é a “luz azul” da tela do smartphone que afeta os olhos. A exposição frequente à radiação por fototoxicidade gera efeitos que vão se acumulando nas células da retina, danificando-a. Nos casos mais graves, pode ocasionar a degeneração da mácula, responsável pela visão central”, disse o oftalmologista.

Melhores noite de sono

Quem tem o hábito de usar o celular antes de dormir, com as luzes apagadas, pode ter tanto o sono quanto os olhos prejudicados. Segundo Emerson, o celular não nos ajuda a adormecer porque a luz brilhante confunde as células dos neurônios que induzem ao sono e por sua vez ativam antes as que nos fazem ficar acordados.

Esses usos confundem o ciclo do sono por completo, provocando alterações de comportamento ao longo do tempo. Os riscos de catarata e insônia aumentam drasticamente devido à luz forte da tela. “Ajustá-la para um tom mais escuro seria a resolução de parte deste problema porque descontrai a tensão ocular e por sua vez, todo o organismo, não afetando o sono”, afirma.

Alívio das enxaquecas

Assim como os olhos, a cabeça e a mente também podem sofrer com dores, cansaço e fadiga. Portanto, é o mesmo problema: grande esforço para manter o foco da visão por um longo tempo em frente a uma tela clara demais.

Alan Silva, estudante de 24 anos, diz que sentia os olhos arderem constantemente e fortes dores de cabeça por conta das longas horas que passava no celular. Segundo ele, as dores eram intensas, mas percebeu uma melhora e alívio após receber a novidade da opção escura.

“É como se fosse a dor de uma ressaca forte. Eu sentia a cabeça latejar e meus olhos como se estivessem queimando. Só depois que recebi a atualização com a função que me possibilitou mudar a tonalidade da tela clara por uma escura, passei a sentir menos desconforto quando utilizo meu telefone.

Previne a fotofobia

O médico oftalmologista alerta ainda que pessoas mais sensíveis à luz dos celulares poderão ficar em risco de desenvolver “fotofobia”, uma condição médica que torna os olhos sensíveis à luz e o uso de dispositivos com luzes claras e brilhantes podem piorar esse problema. O Dark Mode é um aliado de quem sofre desta condição.

“A falta de cuidado prolongado neste caso pode originar doenças oculares mais graves como a catarata e presbiopia, além de problemas nas áreas da córnea, retina, mácula e cristalino, levando à perda de visão gradativa”, concluiu. 

Por fim, o Modo Escuro nos smartphones ajuda a proporcionar o descanso da vista, o que consequentemente ocasionará uma melhor noite de sono, menos dores de cabeça, mais conforto e uma saúde mais estável.

Cultura

Retorno das supermodelos dos anos 2000 às passarelas no outono/inverno 2024

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As brasileiras Caroline Trentini e Isabeli Fontana foram destaque na semana de moda de Paris.

Por Felipe Souza

A temporada outono/inverno 2024 tem sido um prato cheio para os amantes da moda “vintage” e das grandiosas modelos. Além de peças que remetem à época, as supermodelos dos anos 2000 retornaram com tudo nas passarelas de Nova York, Londres, Milão e Paris.

Muitas eras de modelos se encontraram em um curto período de tempo em que ocorreram as Semanas de Moda. Das brazilian bombshells às doll faces, os rostos mais conhecidos pela comunidade fashion mundial apareceram e brilharam nas cidades mais badaladas do mundo.

Não importava em qual desfile você assistia. Do mais ‘fashion’ ao mais comercial, as poderosas das passarelas dos anos 2000 estavam lá. Claro que o Brasil esteve presente, considerando que a maioria das grandes modelos no início do século era brasileira.

A gaúcha Caroline Trentini, por exemplo, representou o país nas passarelas da Schiaparelli, Carolina Herrera, Michael Kors e Max Mara. Além de Caroline, a paranaense Isabeli Fontana cruzou a Balenciaga e Alessandra Ambrósio, a icônica angel da Victoria’s Secret, fechou o desfile do estilista Elie Saab.

Caroline Trentini, Isabeli Fontana e Alessandra Ambrósio/Créditos: Condé Nast

Mas não foi só de brazilian bombshells que a moda dos anos 2000 viveu. A norte-americana Frankie Rayder também cruzou, assim como Fontana, as passarelas da Balenciaga. Rayder foi uma das favoritas de Donatella Versace na era de ouro da italiana ‘Versace’.

Frankie Rayder para Balenciaga/Créditos: Condé Nast

As Slavas, sem sombras de dúvidas, estavam em peso também. O maior nome da temporada foi Natasha Poly, a mais bem-sucedida russa. Poly desfilou para Max Mara, Ferrari, Dolce & Gabbana, Fendi, Mugler e, majestosamente, fechou a coleção da Acnes Studio.

Natasha Poly para Fendi/Créditos: Condé Nast

Ainda representando as Slavas, a lendária ucraniana Carmen Kass e – segunda maior modelo dos anos 2000, apenas atrás de Gisele Bündchen -, e a russa Natalia Vodianova, juntas,  receberam todos os holofotes da plateia presente no show da Vetements.

Hana Soukupova, com seus 1,85 metros, também fez um retorno com maestria e cruzou a francesa Balmain e ainda brilhou com um outfit todo preto do Elie Saab.

Carmen Kass, Natalia Vodianova e Hana Soukupova/Créditos: Condé Nast

Uma menção mais que honrosa: Gemma Ward para Max Mara. A doll face original, com seus cabelos loiros e olhos azuis, por muito tempo brilhou nas maiores grifes do mundo. Hoje, reclusa das câmeras, faz trabalhos selecionados e no outono 2024 foi escolhida para encerrar o desfile, além de ter reencontrado as amigas de longa data.

Gemma Ward, Natasha Poly e Caroline Trentini no backstage da Max Mara/Créditos: Arquivo pessoal/Caroline Trentini

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Cultura

Coletivo Errantes e a democratização da arte

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O coletivo artístico Errantes, existente a poucos meses, está se consolidando na cena artística da Universidade Federal da Ufac e de Rio Branco.

Por Tacila Muniz

Fundado em outubro de 2023 pelos estudantes de história licenciatura da Universidade Federal do Acre (UFAC) Diego Fontenele, Jhonatas Nathan e José Lucas, o grupo apresenta desenhos que consistem em estilos ligados às referências de interesse de cada artista como o surrealismo, exploração de aspectos anatômicos e de cultura pop.

Sua origem e identidade estão intrinsecamente ligadas à universidade. O projeto que primeiramente uniu os colegas de curso foi a última edição da Semana Acadêmica de História, realizada em outubro do ano passado, onde puderam expor seus materiais pessoais. O stand chamou atenção de professores da Associação de Docentes da Ufac (ADUFAC) como a presidente Letícia Mamed, que firmou uma parceria.

Os estudantes sentiram a necessidade de se apresentarem como um grupo e não só como artistas individuais parceiros. Dessa forma criaram o coletivo, sendo sua primeira exposição como grupo, denominado “Devaneios”, realizada em 23 de novembro de 2023, na sede na ADUFAC.

A partir daí oportunidades surgiram e novos artistas foram inseridos como João Victor e Franciele Feittosa.  Além disso, uma equipe de apoio foi montada, sendo Mariana Maia e Débora Fontinele como comunicação, Lucas Nobre, Jardel França e Débora Tacana no editorial e curadoria e por fim uma equipe pedagógica, ainda em desenvolvimento, mas que já conta com João Pedro.

“É uma junção de pessoas da periferia que estão ocupando um espaço que naturalmente não é nosso”

Os integrantes falam que a ideia das últimas exposições e o que dá o tom dentro do coletivo é a possibilidade de democratizar a arte, “a arte não precisa ser cara, ela não precisa de muitos estudos, várias técnicas específicas. Cada um de nós tem técnicas diferentes, estilos diferentes, querendo passar mensagens diferentes, e ainda assim todos nós somos autodidatas e nenhum de nós representa alguma escola”, afirma José Lucas.

O coletivo também traz cada vez mais em sua identidade a utilização de materiais utilizados como tela, como pedaços de madeira e ferro avulsos, usados tanto para suprimir gastos quanto também para reciclar materiais que serviriam como lixo.

Além do ambiente universitário, para eles, a origem periférica é um grande ponto de referência para refletir sobre a prática de cada artista, mas também como o grupo pode atingir mais indivíduos em vulnerabilidade social.

 “É uma junção de pessoas da periferia que estão ocupando um espaço que naturalmente não é nosso,” acrescenta Fontenele. Por esse motivo o grupo planeja montar materiais educacionais auxiliares na prática e conhecimento artístico voltado a crianças e jovens de escolas localizadas em bairros não centrais de Rio Branco.

Como perspectiva, o grupo tem como norte continuar a prática dos ideais citados, mas também institucionalizar o coletivo na Ufac, podendo impulsionar pesquisas envolvendo cultura e arte dentro e fora dos muros da universidade,

 “É fazer um programa que vai ficar além de nós. Quando a gente sair daqui a gente quer deixar o coletivo para as gerações que vão entrar como algo dos estudantes”, explica Nobre.

Apesar do pouco tempo de existência, o grupo reflete sobre o que já foi possível construir e mantém a confiança de conquistar ainda mais, para nós, a quatro meses atrás era totalmente impensado. É muito doido você imaginar que os moleques da quebrada de Rio Branco, estão indo simplesmente expor lá no (museu) Juvenal Antunes sendo convidado. E a ideia é que a gente consiga abrir portas para que outras pessoas da quebrada também consigam fazer isso”.

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Cultura

Cineasta Acreana vai dirigir documentário sobre mulheres no cárcere intitulado “Amor Bandido”

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Projeto no seguimento do audiovisual foi apresentado no edital da Lei Paulo Gustavo e a autora aguarda resultado para seguir na sua produção

Por Enilson Amorim

A cineasta e historiadora acreana Kelen Gleysse Maia dirigirá o documentário “Amor Bandido”, que abordará a história de mulheres envolvidas em crimes motivados pela influência de seus companheiros. Segundo a autora, o projeto está em fase inicial, mas as pesquisas para a realização do filme estão bem avançadas. “Para você ter uma ideia, o Brasil possui a terceira maior população carcerária do mundo, conforme uma pesquisa nacional realizada em 2022. No Acre, dados oficiais indicam um aumento gradual no número de mulheres reclusas, totalizando 231, sendo 193 em Rio Branco, 17 em Cruzeiro do Sul e 21 em Tarauacá, sem contar aquelas em que estão em regime aberto e semiaberto, sob Monitoramento Eletrônico Penitenciário”, comenta a cineasta e pesquisadora.

Kelen Gleysse Maia Andrade acumula experiência em pesquisa com grupos silenciados desde seus estudos de história até o mestrado em linguagens e identidades pela Universidade Federal do Acre (Ufac). “Já realizei diversos trabalhos com comunidades isoladas em seringais distantes e outros grupos esquecidos pelo Estado. Minhas incursões nas temáticas voltadas para as mulheres começaram com meu primeiro trabalho no audiovisual, chamado ‘Mulheres Lavandeiras’, exibido no Segundo FestCineMulher – edição 2022 realizado pela Associação Acreana de Cinema (Asacine). A partir desses trabalhos audiovisuais, surgiu a ideia de realizar o documentário ‘Amor Bandido’.”

Cineasta produzirá curta que narra as histórias de mulheres encarceradas no Acre. Foto: Cedida

No roteiro do novo documentário, a cineasta pretende denunciar as dificuldades e a negligência do poder público em relação a essas mulheres encarceradas, destacando que muitas são esposas, mães de família pobres que foram separadas de seus filhos e enfrentam diversos tipos de preconceitos dentro dos presídios. “São donas de casa que se veem largadas nos presídios, frequentemente sem garantias de saúde, higiene e proteção, violando seus direitos fundamentais e humanos.”

A cineasta planeja revelar também que essas mulheres, frequentemente sem instrução acadêmica e estrutura familiar adequada, são alojadas em presídios insalubres, escuros e malcheirosos, sem condições mínimas de higiene nas celas e com uma alimentação precária. Elas acabam nesses presídios por influência de seus companheiros, que, direta ou indiretamente, as levam ao crime devido à dependência emocional e financeira.

O documentário não busca justificar práticas criminosas, mas sim abrir espaço para novas perspectivas, estimulando discussões na sociedade e promovendo a reflexão sobre a vulnerabilidade social vivenciada pelas mulheres encarceradas atualmente. Acima de tudo, pretende assegurar que as vozes dessas mulheres não sejam silenciadas. “Este curta-metragem se compromete a dar voz a elas e influenciar o poder público a adotar uma abordagem mais humanista em relação à causa das mulheres encarceradas no Acre e no Brasil. E, principalmente, alertar outras mulheres a não entrarem no mundo do tráfico e destacar que o crime não compensa”, conclui a pesquisadora e cineasta.

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