Siga a Catraia

Saúde

As dores silenciosas das mulheres com endometriose

Para a Sociedade Brasileira de Endometriose, o diagnóstico da doença ainda é um desafio. Foto: Reprodução

Publicado há

em

Por Beatriz Mendonça

Um momento significativo para todas as meninas é o dia do seu primeiro período menstrual. É o marco da mudança de fases, da infância para adolescência, e, por isso, se torna uma memória que permanece na mente por muitos e muitos anos. Naturalmente, não é algo fácil, sair da inocência infantil para a intensidade dos anos de adolescência, com muitos questionamentos e hormônios à flor da pele. 

Mas para algumas mulheres, esse é o início de uma vida com dores e sintomas que afetam suas vidas negativamente. Esse é o caso de Vanderleia Dias e Tácita Muniz, ambas diagnosticadas com endometriose e que começaram a sentir os sintomas, principalmente as dores de cólicas intensas, desde os primeiros ciclos menstruais. “Além de fluxo intenso, os primeiros dias eram de muita dor, inchaço, enjoo, dor nas pernas e, mais nova, muitos desmaios por conta da queda de pressão”, relata Tácita Muniz.

Nascida em Cruzeiro do Sul, Tácita Muniz é jornalista e foi diagnosticada com endometriose aos 24 anos, após seus sintomas ficarem mais graves: “Chegou ao ponto de ir várias vezes ao pronto atendimento e tomar Tramal na veia pra tentar aliviar. Isso começou a afetar diretamente meu trabalho e minha vida pessoal”, conta.

O caminho até o diagnóstico foi longo e teve início quando a jornalista fazia uma reportagem sobre mulheres que sonhavam em engravidar. Ela identificou seus sintomas com os de uma das mulheres, que tinha o diagnóstico de endometriose.

A partir daí, Tácita enfrentou um desafio comum entre as mulheres que compartilham a condição, o de conseguir o diagnóstico. “Fiz todo exame que você imaginar e não dava nada. Endoscopia, de sangue, raio-X, e ainda ouvia algumas vezes que era muito estranho eu relatar uma dor tão forte e não aparecer nada nos exames”, relembra.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endometriose, ainda é um desafio o diagnóstico da doença, estudos revelam que há uma grande demora entre o início dos sintomas e o resultado oficial. 

Tradicionalmente, em textos ou livros, é considerado que a investigação é feita através de cirurgia e biópsia para o estudo do caso. Porém, atualmente, com o histórico ginecológico e análise dos sintomas é possível saber se a pessoa possui a doença ou não. Exames de imagem, como ressonância magnética, também podem auxiliar nesse processo.

Afinal, o que é endometriose?

No filme “Endometriose, a minha dor não é normal”, da diretora Marcia Paraiso, os médicos Claudio Crispi e Kárin Rossi explicam que é necessário entender a endometriose como uma doença inflamatória. Ela ocorre devido ao crescimento do tecido do endométrio – camada interna da cavidade uterina – crescer fora do útero, e afetar outros órgãos como ovários, tubas, intestino, bexiga, rins e entre outros. “Fora do seu habitat natural, ele é um corpo estranho, e o seu organismo então passa a brigar com ele, ele não pode estar ali. E esta briga dos nossos anticorpos com esse corpo estranho passa a dar uma reação inflamatória”, explica Claudio Crispi.

Segundo o Ministério da Saúde, ainda não são compreendidas as causas da endometriose, mas as hipóteses levantam fatores genéticos, hormonais e imunológicos. Já os principais sintomas da doença são cólicas menstruais intensas, bem como dor crônica na pelve, dores durante a relação sexual e problemas intestinais e urinários.

O tratamento é feito de acordo com fatores como a gravidade de sintomas, idade, extensão e localização da doença e entre outros. Dentre as opções estão o uso de anticoncepcionais, medicamentos para alívio dos sintomas, implante do DIU hormonal e, em alguns casos, procedimento cirúrgico. 

Mesmo com a perspectiva de melhora, o tratamento também é um processo desafiador. “Tive muitos efeitos colaterais. Desde o aumento de peso, miopia pelo uso excessivo do hormônio, perda de cálcio e eu fiquei muito inchada. Muito mesmo”, conta Tácita. Além do seu acompanhamento com o médico ginecologista, ela defende que é um tratamento que necessita ser feito com uma equipe multidisciplinar, como psicólogos e nutricionistas. “Eu passei por muitas fases. O sobrepeso, e eu ter que me reconhecer em outro corpo, por questões estéticas e também funcionais. É uma doença que só quem convive sabe. Então, é difícil você explicar o motivo de não estar bem. E os acompanhamentos médicos, dietas, são cansativos”, completa.

O suporte no tratamento

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endometriose, 1 em cada 10 mulheres sofrem com endometriose no Brasil. Os números do Sistema Único de Saúde (SUS) revelam que de 2022 para 2024, houve um aumento de 76,24% no número de atendimentos de atenção primária relacionados ao diagnóstico de endometriose, contabilizando 145.744 atendimentos em 2024. Isso mostra um avanço recente no diagnóstico da doença, principalmente através da rede pública.

Vanderleia Dias, de 32 anos, relata como começou a ter sintomas muito cedo, com um fluxo menstrual muito intenso e as dores de cólicas intensas. Apesar dos anos com os sintomas, ela só veio ter o diagnóstico dois anos atrás. “Como a maioria dos brasileiros, a gente vai seguindo a vida de acordo com o fluxo da correria da vida, vai levando. Quando sente aquilo no mês, diz ‘eu vou me consultar’, vou atrás, mas isso acaba nunca acontecendo”, comenta. Mesmo com o diagnóstico, Vanderleia ainda não iniciou o tratamento, principalmente pelo valor elevado, em torno de 5 a 6 mil reais por ano.

No Acre, um ambulatório especializado em endometriose foi inaugurado em abril de 2025, na Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre). A iniciativa partiu da médica especializada Fernanda Bardi, que também coordena o ambulatório, frente às queixas observadas pelas pacientes diagnosticadas com a doença. A proposta recebeu prontamente apoio da gestão do hospital e da Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre), e em poucas semanas o projeto foi efetivado.

Conforme orientações da Sesacre, para ter acesso ao serviço é necessário o encaminhamento obtido em uma unidade básica de saúde (UBS), que avalia os sinais e sintomas da endometriose e direciona a paciente para o tratamento na Fundação Hospitalar. Nos 5 meses de funcionamento desde a inauguração, mais de 100 pessoas foram atendidas pelo serviço. “Esse número mostra a importância desse espaço, que garante diagnóstico e tratamento adequado para mulheres que, muitas vezes, sofrem em silêncio com dores intensas. Nosso compromisso é ampliar cada vez mais esse cuidado, oferecendo acolhimento e qualidade de vida às pacientes”, declara Soron Steiner, presidente da Fundhacre.

Sobre a implantação do ambulatório, Vanderleia e Tácita concordam: é um grande avanço. “Eu achei fundamental. Além de toda a dificuldade, é um tratamento bem caro, porque os exames, medicamentos, enfim, tudo, é bem caro. Além disso, amplia o debate sobre a doença e faz com que mais pessoas conheçam e consigam identificar os sintomas”, afirma a jornalista. 

Redação

Continue lendo
Clique para comentar

Deixe sua mensagem

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

Quem cuida de quem cuida? 

A realidade invisível dos cuidadores de idosos no Acre

Publicado há

em

por

Por Raquel de Paula, Elis Caetano e Tales Gabriel

O envelhecimento da população já é uma realidade que impacta a rotina das famílias e a estrutura social brasileira. No Acre, segundo dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE, entre 2010 e 2022 o número de pessoas com 65 anos ou mais no estado cresceu 64,9%, passando de 31.706 (4,3% da população) para 52.297 idosos, que hoje representam 6,3% dos acreanos. 

No mesmo período, a proporção de crianças até 14 anos recuou de 33,7% para 26,6%,com isso, o índice de envelhecimento, que mede o número de idosos para cada 100 crianças, chegou a 23,8 em 2022, quase o dobro do registrado em 2010.

Esse crescimento no número de idosos, embora menos acelerado que em outras regiões do país, indica um aumento na demanda por cuidados e uma redução no número de jovens disponíveis para desempenhar essa função, o que amplia a sobrecarga de quem exerce essa atividade.

Nesse cenário, está a história de Juliette Silva, cuidadora formada em um curso de três meses, que deixou Rio Branco há dois anos e se mudou para Goiânia em busca de melhores condições de trabalho. 

“A minha rotina diária como cuidadora hoje é uma carga horária 12/36 diurno, trabalho autônomo para uma agência de cuidadores aqui em Goiânia. Vim em busca de ganhar um valor melhor, pois em Rio Branco a profissão é mais desvalorizada”, afirma. 

Suas atividades diárias incluem administrar medicações via oral, dar banho, cuidar da higiene, trocar fraldas, fornecer alimentação e garantir o banho de sol. Mesmo com formação técnica, ela avalia que “mudaria nossa vida a valorização do nosso trabalho. Que pudéssemos ter nossos direitos trabalhistas reconhecidos como profissionais que somos. Infelizmente, nossa profissão é registrada em carteira como uma função doméstica. Isso é muito injusto.”

Juliette considera o cuidado com idosos uma missão, mas destaca o custo emocional envolvido, que afeta diretamente a saúde física e mental de quem cuida. “Nossa profissão é linda, vai além de uma profissão. Eu costumo dizer que é uma missão. Mas, infelizmente, existem muitos cuidadores que são explorados por famílias, que desviam as funções e sobrecarregam o cuidador, pedindo para fazer outras tarefas além de cuidar do idoso.”.

O relato de Juliette reflete a rotina de muitos cuidadores, marcada por jornadas extensas, múltiplas responsabilidades, baixa segurança trabalhista e vulnerabilidade emocional. Grande parte atua como autônomo ou é formalmente enquadrada como empregado doméstico, o que reduz direitos como jornada regulamentada, descanso remunerado, FGTS e contribuição para aposentadoria.

Embora o Estatuto da Pessoa Idosa estabeleça direitos como assistência à saúde e à dignidade, o cuidador, figura essencial nesse processo, ainda carece de políticas públicas específicas. O Ministério da Saúde oferece cursos e capacitações por meio da UNA-SUS, mas a abrangência dessas ações para cuidadores familiares ou autônomos, especialmente no interior do Acre, é limitada.

Sobrecarga

A ausência de uma rede de apoio estruturada tem reflexos diretos na saúde física e emocional de quem cuida. A psicóloga e psicanalista Sara Saraiva destaca que os impactos sobre a saúde mental dos cuidadores já estão implícitos na própria pergunta que norteia este trabalho: “Quem cuida de quem cuida?”. Segundo ela, é comum que esses profissionais, e também familiares que assumem a função, acabem esquecendo de cuidar de si mesmos.

“Surge aquela sensação de: Se eu não fizer, quem vai fazer? Mas também é preciso pensar: E quem faz por mim?”, afirma.

Essa dedicação exclusiva, explica Saraiva, pode gerar estresse e um sentimento de culpa excessiva por não se permitir descansar, por sentir-se cansado ou, até mesmo, por não querer cuidar em determinados momentos.

“Muitos acabam se perdendo de si e passam a viver quase que integralmente a vida da pessoa assistida”, acrescenta.

De acordo com a psicanalista, essa sobrecarga emocional e física, quando acumulada, pode desencadear crises de estresse intenso, quadros de ansiedade e até depressão. Para ela, prevenir o adoecimento exige a atuação conjunta da família, da sociedade e do poder público.

“No caso de cuidadores familiares, é fundamental dividir tarefas e responsabilidades. Também é necessário oferecer suporte psicológico e acompanhamento dentro da rede pública de saúde. A prevenção começa com a conscientização: entender que, embora cuide do outro, essa pessoa também precisa de cuidado, acolhimento e de olhar para si, lembrando que sua vida não se resume àquele que ela assiste”, conclui.

Rede de apoio

Além de profissionais autônomos, o Acre também conta com iniciativas coletivas que tentam suprir a carência de apoio. É o caso do Anjos do Cuidado, grupo fundado por Benedita do Anjos Silva, que hoje reúne mais de 200 cuidadoras e técnicos. Ela conta que a ideia nasceu de forma espontânea e cresceu rapidamente.

“Eu criei esse grupo porque, depois que me formei como técnica, fui trabalhar em uma família e, com o tempo, as pessoas foram conhecendo meu trabalho e me chamando para cuidar de outros pacientes. Chegou um momento em que eu não conseguia dar conta sozinha, então comecei a convidar colegas”, explica. 

No início, era um grupo de WhatsApp com três ou quatro pessoas, atualmente são 232 profissionais prestando serviços em hospitais e domicílios. São atendidos pacientes que precisam de ajuda para se locomover, acompanhar consultas ou até viajar. “Tudo começou pequeno, mas virou uma rede de apoio muito importante”, afirma a técnica.

Para Benedita dos Anjos, um dos maiores desafios é a falta de planejamento das famílias.“Muitos só pensam em contratar um cuidador quando o idoso já está debilitado ou quando a família já está emocionalmente sobrecarregada. Se houvesse essa contratação preventiva, o cuidado seria melhor para todos”.

Apesar da rotina intensa e da pouca valorização profissional, cuidadores também precisam de atenção e cuidado, como mostram as iniciativas que apostam em solidariedade e compreensão.

Redação

Continue lendo

Saúde

Aumento da busca por dietas radicais levanta alertas sobre os riscos à saúde

Nos últimos anos, a busca por dietas radicais para emagrecimento rápido tem se intensificado, principalmente com o impacto das redes sociais, onde promessas de perda de peso acelerada ganham visibilidade. Essas dietas, muitas vezes extremamente restritivas, podem levar a resultados imediatos, mas, segundo especialistas, podem acarretar sérios riscos à saúde. Em busca de um corpo magro em um curto espaço de tempo, muitas pessoas optam por eliminar tipos de alimentos ou reduzir drasticamente a ingestão calórica, sem considerar as consequências a longo prazo.

Publicado há

em

por

Por Raquel de Paula e Antônia Liz 

Nos últimos anos, a busca por dietas radicais para emagrecimento rápido tem se intensificado, principalmente com o impacto das redes sociais, onde promessas de perda de peso acelerada ganham visibilidade. Essas dietas, muitas vezes extremamente restritivas, podem levar a resultados imediatos, mas, segundo especialistas, podem acarretar sérios riscos à saúde. Em busca de um corpo magro em um curto espaço de tempo, muitas pessoas optam por eliminar tipos de alimentos ou reduzir drasticamente a ingestão calórica, sem considerar as consequências a longo prazo.

O nutricionista Ítalo Oliveira alerta que as dietas radicais podem causar uma série de efeitos colaterais negativos. “O indivíduo pode apresentar fraqueza, tontura, dores de cabeça, cansaço, mau humor, indisposição, dificuldade de concentração e até desmaios. Além disso, essas dietas sobrecarregam órgãos como fígado e rins e podem resultar em carências nutricionais graves, como anemia”, afirma. 

As dietas radicais representam um perigo cada vez maior. Foto: Reprodução

O especialista destaca ainda que a redução drástica de calorias desacelera o metabolismo, prejudicando a produção de hormônios essenciais, como T3 e leptina, que regulam o controle do peso e a sensação de fome. “Isso pode levar à perda de massa muscular e, consequentemente, ao efeito sanfona, no qual o peso perdido é rapidamente recuperado, muitas vezes com aumento de gordura corporal maior”, completa o nutricionista.

Além dos danos físicos, a saúde mental também pode ser severamente afetada pelas dietas restritivas. Ítalo Oliveira ressalta que a falta de carboidratos, por exemplo, impacta a serotonina, o hormônio responsável pelo bem-estar, gerando mudanças de humor, ansiedade e até transtornos alimentares. 

“Dietas radicais aumentam os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, o que pode causar compulsões alimentares, irritabilidade e perda de foco, prejudicando também o desempenho físico, principalmente no esporte”, explica.

Magreza extrema é tema de debates na atualidade. Foto: Reprodução

O especialista alerta que a solução para uma perda de peso saudável deve ser baseada na reeducação alimentar aliada à prática regular de exercícios físicos, evitando métodos extremos. A chave é adotar um déficit calórico moderado e ajustável, sem eliminar grupos alimentares essenciais.

 “A ingestão de proteínas deve ser priorizada para preservar a massa muscular, enquanto carboidratos e gorduras precisam ser distribuídos estrategicamente para garantir energia e equilíbrio hormonal. O treinamento de força, combinado com atividades aeróbicas, deve ser ajustado de acordo com as necessidades individuais”, conclui. 

Redação

Continue lendo

Saúde

Tripanofobia: Como o medo de agulhas afeta a saúde pública e pessoal

Publicado há

em

por

Por Raquel de Paula e Liz Melo

Muitas pessoas sentem ansiedade ao tomar vacinas ou injeções, para algumas esse medo pode se tornar um verdadeiro desafio para manter a imunização em dia. Esse medo, conhecido como “tripanofobia”, pode ter diversas origens, desde experiências traumáticas na infância até a associação com dor ou desespero. Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou a hesitação vacinal como uma das dez principais ameaças à saúde pública, e o medo de agulhas pode prejudicar a adesão a campanhas de imunização.

De acordo com a psicóloga Nuriá Oliveira, o medo de injeções pode estar ligado a causas psicológicas variadas como traumas passados ou predisposições biológicas. “Experiências negativas com agulhas, especialmente na infância, podem criar associações duradouras com dor ou desconforto. Além disso, a sensação de vulnerabilidade e perda de controle ao tomar uma injeção pode intensificar esse medo”, explica. A forma como cada pessoa lida com o medo também influencia a intensidade e persistência desse sentimento, que pode evoluir de um receio comum para uma fobia.

Elis Caetano compartilha seu trauma pessoal relacionado a vacinas. “Eu tenho um trauma desde que eu era criança. Minha mãe me segurava, e eu não sei dizer bem o porquê desse medo, apenas tenho pavor”, conta. Ela relata que, por conta desse medo, deixou de tomar diversas vacinas na adolescência, incluindo as da COVID-19. “A vacina contra o COVID, por exemplo, tomei apenas duas doses, pois tive muito medo. Não tenho medo dos efeitos colaterais, mas da situação em si, de tomar a injeção.”

 Ela ainda revela que as dificuldades para encontrar sua veia durante exames intensificaram a aversão ao procedimento. “É torturante aquela agulha ficar dentro de mim procurando minha veia. O braço fica roxo e sou furada mais de três vezes até dar certo”, desabafa. Elis admite que o medo a impede de completar seu ciclo vacinal e não se sente confortável com a situação.

A especialista Nuriá Oliveira alerta que, quando o medo se torna excessivo e prejudica o acesso a cuidados médicos, é necessário buscar ajuda profissional. “Se o medo de agulhas impede tratamentos importantes, é hora de buscar estratégias para lidar com ele, como a exposição gradual e técnicas de respiração”, sugere. Ela também destaca que o medo de injeções pode estar relacionado a outros transtornos, como a ansiedade generalizada, e é importante tratar essas questões de forma integrada.

Para quem enfrenta esse desafio, a psicóloga recomenda diversas abordagens, como a psicoeducação, o foco no propósito da vacina e a presença de um acompanhante de confiança. “Desenvolver uma relação saudável com o medo é essencial para superá-lo e continuar a cuidar da saúde. Não se trata de nunca sentir medo, mas de aprender a lidar com ele de forma construtiva”, conclui Nuriá.

Redação

Continue lendo

Mais Lidas