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Conheça a Seleção Acreana de Basquete de Cadeira em Rodas

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Seleção Acreana de Basquete em Cadeiras de Rodas – Foto: Gercineide Maia

A primeira modalidade paralímpica praticada no Brasil foi o basquete em cadeira de rodas. Este esporte coletivo é jogado por pessoas com deficiências físico-motoras, que são aquelas com paraplegia ou deficiência nos membros inferiores. Atletas andantes podem jogar, mas devem usar a cadeira de rodas durante a prática do esporte. Atualmente é um dos esportes mais procurados no cenário paralímpico mundial. No Brasil, 110 clubes integram e se destacam nesta modalidade.

O basquete em cadeira de rodas surgiu como uma alternativa de reabilitação para ex-soldados norte-americanos que se feriram na 2ª Guerra Mundial. No Brasil, o esporte ficou conhecido em 1958, quando brasileiros com deficiência, que se tratavam nos Estados Unidos, conheceram a prática esportiva e a trouxeram para o país. Com ajuda do amigo Aldo Miccolis, que também é desportista, Robson Sampaio de Almeida criou, em abril do mesmo ano, o primeiro time de jogadores de basquete em cadeira de rodas, na época se chamava “Clube do Otimismo”.

Em 1960, a modalidade esportiva integrou a 1ª edição das Paralimpíadas, que aconteceu em Roma. Apesar de ser um esporte inclusivo, a primeira participação feminina aconteceu somente oito anos depois, em 1968, na cidade de Tel Aviv. Esse esporte  também tem levado qualidade de vida às atletas femininas que participam da Seleção de Basquetebol em Cadeiras de Rodas do Estado do Acre/Brasil e  que treinam juntamente com os atletas masculinos.

Maria Tailine da Silva Marques tem 28 anos e é estudante do curso de técnico em Enfermagem. Ela foi atingida por um tiro nas costas, quando assaltantes tentaram roubar sua moto. “A bala ficou alojada minha coluna e causou uma grande lesão em minha medula e, assim, fiquei  sem o movimento de meus membros inferiores. Antes do acidente eu fazia estágio do curso técnico em Enfermagem e no ano passado voltei para concluir o curso”, relata.

A jovem participa da seleção desde maio de 2022 e fala do quanto o basquete melhorou sua qualidade de vida e a ajudou a sair de um quadro de depressão. Acompanhe, abaixo, o depoimento da atleta:

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Benefícios do basquete

Além de melhorar a qualidade de vida,  essa prática esportiva  traz muitos benefícios para a saúde física e mental dos atletas. Para as pessoas com deficiência, os ganhos são ainda maiores. “Essa modalidade de esporte desenvolve a coordenação motora, o espírito de equipe, ajuda o atleta a ter noção de espaço(temporal), a ganhar resistência, flexibilidade e velocidade, a respeitar as regras e  seus adversários, a tomar decisões. Também aumenta a independência na vida diária, oferece oportunidades sociais, melhora a autoconfiança, a autoestima e auxilia na prevenção de doenças secundárias”, afirma Manielden Lima Távora,  professor de Educação Física e treinador da Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas do Acre.

Manielden Lima Távora é treinador da Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas – Foto: Gercineide Maia

Segundo o técnico desportivo do Núcleo de Esporte Paralímpico da Secretaria Adjunta de Articulação Esportiva e Juventude, João Paulo Sena Fernandes, ter uma boa performance é muito importante para o atleta e o trabalho do fisioterapeuta contribui para isso.

“O fisioterapeuta esportivo pode atuar não apenas na avaliação, mas também na prevenção, recuperação (tratamento) de lesões e classificação funcional, que é específica para o esporte paralímpico. Esse trabalho auxilia o atleta a se sentir mais seguro, consequentemente, ajuda a ter um melhor rendimento e se sentir mais confiante para praticar sua modalidade desportiva”, acrescenta o profissional.

João Paulo Sena Fernandes é profissional de educação física e fisioterapeuta – Foto: Arquivo pessoal

De acordo com a Aristeia Nunes Sampaio, professora do Centro de Ciências da Saúde e Desporto, da Universidade Federal do Acre (Ufac), ao analisarmos a prática do basquete em cadeiras de rodas é possível vislumbrar diversos aspectos de saúde, como a melhoria da condição cardiopulmonar.

“Esse aluno vai ter uma capacidade respiratória pulmonar aumentada e isso favorece, não só a prática esportiva, mas também as atividades do cotidiano, como impulsionar a cadeira por longas distâncias, por exemplo. Essa melhoria se dá a partir do preparo do atleta, pelo tempo de prática e condições fisiológicas que foram impostas pela lesão ou do tipo de lesão que o praticante tem”, comenta a professora.

Ainda segundo Aristeia Sampaio, a prática esportiva auxilia na diminuição da gordura corporal e no aumento da massa magra dos membros que são funcionais, sendo condições, de uma maneira geral, que ajudam na prática esportiva e no cotidiano. Abaixo, você pode ouvir um pouco mais sobre os benefícios do basquete em cadeira de rodas.

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Com relação aos demais aspectos que perpassam a questão física, a professora do Centro de Ciências da Saúde e Desporto destaca a questão da socialização do atleta que sairá do ambiente de casa ou de tratamentos para ocupar outros locais. “Ele vai conhecer outras pessoas, outras histórias, e, consequentemente, ampliar suas amizades. Isso acaba o inspirando para ter força, para continuar tentando, se esforçando.  Esse resultado é muito interessante para a sua própria autoestima, para que se sinta valorizado, para que desenvolva bem sua função”, ressalta.

Aristeia Nunes Sampaio é professora do Centro de Ciências da Saúde e Desporto, da Universidade Federal do Acre – Foto: Arquivo pessoal

Sobre os benefícios para a saúde, Márcio Cleide José de Lima, que é atleta e ex-presidente da Federação Acreana de Basket Cadeirante (FEABC), declara que o esporte melhorou a coordenação motora e batimentos cardíacos. “Não tem coisa melhor do que fazer o que a gente gosta. No meu caso é jogar basquete. Uma das melhores coisas que me aconteceu, depois do acidente, foi ter conhecido o basquete. De lá para cá, só tenho a agradecer a Deus e as nossas atividades físicas dentro do esporte adaptado”.

Márcio Cleide José de Lima é atleta e ex-presidente da Federação Acreana de Basket Cadeirante (FEABC) – Foto: Edilardia Idalgo

O atleta ainda ressalta que com a prática esportiva até mesmo seu humor mudou. “Foi onde eu vi pessoas com menos mobilidade que eu, brigando por espaço na quadra. Eu vi que a gente tinha que ser mais ativo e ter amor pelo que faz. Criei um amor tão grande pelo basquete que não me vejo fora dele. Mesmo quando eu não tiver mais condições de jogar, quero fazer parte de alguma forma para ajudar e incentivar outras pessoas a praticarem esporte”.

Regras e como de jogar 

De acordo com as regras oficiais aprovadas em 2018,  pela Confederação Internacional de Basquetebol em Cadeira de Rodas (International Wheelchair Basketball Federation – IWBF), Regra Um – O jogo, art. 1, o jogo de Basquetebol em Cadeira de Rodas é jogado por 2 equipes de 5 jogadores cada. O objetivo de cada equipe é converter pontos na cesta do adversário e evitar que a outra equipe converta pontos em sua própria cesta.

Com poucas diferenças da modalidade convencional, no basquete em cadeira de rodas os atletas devem arremessar ou passar a bola a cada dois toques dados na cadeira de rodas. Com duas equipes, cada uma com cinco jogadores, as partidas duram em média 40 minutos e são divididas em quatro sets. 

Na modalidade é obrigatório que todos os jogadores utilizem um tipo de cadeira de rodas, que é específica para a esporte. A cadeira deve possuir uma barra protetora lateral para evitar acidentes e na parte de trás do equipamento, uma roda de apoio que tem a função antiqueda. 

Seguindo as regras da IWBF, esta modalidade é monitorada pela Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CBBC). Para quem tem o desejo de praticar e competir no basquete em cadeira de rodas, é preciso procurar um clube para se filiar e seguir todas as regras de proteção.

O Acre presente no basquete em cadeira de rodas 

As federações de basquete ganham um papel muito importante no desenvolvimento do esporte no país por diversos motivos. A promoção da inclusão de pessoa com deficiência por meio  dessa atividade esportiva  é uma delas. No Acre, a Federação Acreana de Basket Cadeirante (FEABC) foi fundada no dia 9 de janeiro 2010 e atua  em vários âmbitos.

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Segundo Frank Thieny Brito de Lima, presidente da FEABC, a organização “tem por objetivo atuar no âmbito do esporte adaptado e busca desenvolver e executar programas de formação continuada nas áreas de assistência social, direitos humanos, saúde, prevenção, educação, reabilitação, cultura, esportes, lazer, visando à inclusão e emancipação social das pessoas com deficiência física no Estado do Acre”.

A Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas faz parte da Federação, mas sua data de criação é anterior. O atleta e ex-presidente da FEABC, Márcio Cleide, relata que em 2008 conheceu Raimundo Correia, presidente da  Associação Riobranquense de Pessoas com Deficiência Física do Acre (Ardef). Na época, desenvolveu um projeto de incentivo ao esporte do Acre.

“Com a aprovação do projeto, foram compradas oito cadeiras de rodas adaptadas e a partir dessa aquisição começamos a desenvolver o basquete”, conta Márcio Cleide. O time da época foi fundado por Manielden Távora (atual treinador), Frank Thieny Brito de Lima (presidente em exercício), Emerson de Souza Monte, José Ricardo Freitas da Silva, Luiz Carlos Aragão Ferreira, Raimundo Rocha Pereira, Wemerson Pereira Sobrinho, entre outros atletas. Porém, em 2010 a equipe começou a enfrentar dificuldades, foi então que criaram a Federação Acreana de Basket Cadeirante.

José Firmino Lima tem 41 anos e é atleta da equipe acreana de basquete em cadeira de rodas. Ele conta que não imaginava encontrar no basquete uma paixão, uma forma de se ressignificar. Ele ainda comenta que pretende ficar por muito mais tempo praticando a modalidade. No vídeo abaixo, você assiste ao depoimento do atleta falando sobre o esporte.

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Lourenço Moreira Vieira Neto tem 25 anos e é o atleta mais nova da Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas. Ele é tecnólogo em Logística e trabalha como autônomo. Neto já foi atleta paralímpico de natação e chegou para o time há dois meses, graças ao convite de um colega atleta. “É um esporte bem diferente do que eu vim, mas quero dar o meu melhor e ajudar a equipe”.

Márcio Cleide José de Lima tem 47 anos e é ex-presidente da (FEABC). Hoje é o atleta mais velho da equipe acreana. Começou a jogar quando tinha 32 anos. Ele conta que percebeu a importância do esporte, após participação de sua primeira competição em Manaus, no ano de 2008.

Atletas da seleção acreana de baquete em cadeira de roda participaram do campeonato em 2008 – Foto: Arquivo pessoal

Francisco Lima de Souza, mais conhecido como Manoel Izo, é acadêmico de Jornalismo, na Universidade Federal do Acre, e integra a equipe de basquete da Federação Acreana. Ele conta que conheceu o basquete por intermédio de um amigo, no ano de 2010, quando foi convidado para participar de um jogo. Na época, o atleta não deu a devida atenção, mas a situação mudou em 2021. 

“No início de 2021, ao retornar os treinos após a pandemia, eu voltei a participar dos treinos, me apaixonei pelo basquete e estou lá até hoje. Além da diversão, tem a questão do alto rendimento. Nossa Federação é de alto rendimento e tem a parte social também. Participar do basquete é muito gratificante. Mudou meu ritmo de vida, melhorou muito. Fico contando as horas pra chegar o dia do basquete. Sou apaixonado pelo esporte”, conta o atleta.

Assista abaixo um trecho do depoimento de Manoel Izo sobre a prática do basquete em cadeira de rodas.

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Da Seleção Acreana de Basquete em Cadeiras de Rodas para o time ADD Magic Hands e Seleção Brasileira

O atleta João Vitor (JJ), que tem 20 anos e é natural de Ariquemes (RO), é apaixonado pelo esporte. Antes mesmo de fazer parte da equipe da ADD Magic Hands, jogou futebol na base dos Santos no Acre. Em 2015, após sofrer um acidente no terminal urbano de Rio Branco (AC), perdeu seu membro inferior esquerdo, e durante sua reabilitação os fisioterapeutas recomendaram a prática de esportes.  “Fui para natação e depois de um ano conheci o basquete, por meio da Federação Acreana de Basquete, como uma nova paixão no meu coração”, afirma.

João Vitor é atleta do ADD MAGIC HANDS e da Seleção Brasileira de Basquete em Cadeiras de Rodas – Foto: Arquivo pessoal

Segundo JJ,  após integrar ao time da Seleção Acreana de Basquete em Cadeiras de Rodas, aos 14 anos foi morar em Goiás em busca de novas oportunidades. Por sua habilidade conseguiu chamar a atenção dos treinadores do Brasil. Em 2022,  alcançou um de seus sonhos que era jogar na equipe da ADD MAGIC HANDS. Junto com seu novo time, João Vitor já se tornou campeão brasileiro e paulista de basquete em cadeira de rodas.

A história de João Vitor não parou por aí. Durante esse processo, ele foi convocado para integrar as Seleção Brasileira Sub-23, garantindo vaga para o mundial e se classificando na oitava posição. Na Seleção Sub-21, junto com sua equipe, o jovem conquistou o 2º lugar no Parapan de Jovens em Bogotá.

“Os jogos escolares foram de suma importância para meu desenvolvimento de atleta e pessoa. Contribuíram para que eu fosse visto até para as seleções e outros times. Eu saí dos escolares, mas os escolares nunca vão sair de mim. Espero que mais atletas tenham a oportunidade de integrar outros times”, relata o jovem.

Um esporte com muitos parceiros

O presidente da Federação, Frank Thieny Brito de Lima, revela que ao longo desses 13 anos, a FEABC enfrentou e ainda enfrenta diversas dificuldades. Segundo ele, a principal delas “é a pessoa com deficiência reconhecer que a vida não parou, que sempre tem mais uma chance e oportunidade de vencer e viver dignamente. Seja na área do esporte, da educação ou do lazer”

Brito avalia que, atualmente, a Federação está entre as melhores da região Norte, mas que ainda é preciso muito investimento para continuar o trabalho e, dessa forma, conseguirem se filiar à Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas (CBBC).

Hoje, a FEABC funciona em uma sala da Comissão de Acessibilidade e de Atletas Paralímpicos, situada na região do Distrito Industrial. Para alcançar suas metas, a instituição tem firmado cada vez mais parcerias. Desde o final do ano de 2019, empresas e órgãos públicos têm contribuído para a permanência da prática do basquete em cadeira de rodas no Acre. Abaixo, estão alguns dos parceiros e recentes ações realizadas.

Caixa Econômica Federal: Em 2019, por meio do projeto Caixa Mais Desenvolvimento, que tem o objetivo de levar investimentos diversos para várias regiões do país, a FEABC recebeu, por meio da Prefeitura de Rio Branco, a doação de 12 cadeiras de rodas;

Universidade Federal do Acre: De acordo com Jefferson Feitosa de Almeida, Coordenador do Programa de Esporte Paralímpico da Ufac/comunidade, a universidade em parceria com a Federação e o Centro de Referência Paralímpico do Acre, possibilita o treinamento dos atletas, dentre outras outros eventos. Além disso, a instituição também cede espaço para treinos e eventos. “Por  enquanto,  prestadores de serviços e bolsistas atletas recebem recurso financeiro no valor de R$ 400,00, por meio de assinatura de convênio, mas as propostas estão passando por tramites legais para haver alterar para o valor de R$ 700,00”, informa o coordenador do programa Almeida.

Secretaria de Estado de Educação, Cultura  e Esportes: Um dos investimentos mais recentes feitos pela SEE, conforme explica o secretário estadual Aberson Carvalho, foi a realização de um convênio para aquisição de cadeiras de rodas adaptadas. Ao todo foram investidos R$ 50 mil em recursos. “O que estiver ao alcance do Governo para contribuir na transformação da vida desses atletas, vamos fazer”.

Aberson Carvalho de Sousa – Secretário de Estado de Educação, Cultura e Esportes – Foto: Arquivo pessoal

Outra ação promovida pela SEE foi a compra de passagens aéreas para os atletas do basquete em cadeira de rodas disputares os Jogos Brasileiros Universitários. A equipe acreana voltou para casa com medalhas de bronze.

Secretaria Municipal do Esporte: Para que os atletas possam realizar os treinos e competições, a Secretaria disponibiliza o espaço do Centro de Iniciação ao Esporte (CIE).

Medplus: Atualmente, é o principal patrocinador da FEABC, dando suporte com material hospitalar, além de ajudar os atletas em momentos de doença e com a aquisição de uniformes.

Uma equipe muito premiada

A primeira competição da Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas aconteceu em 2008, em Manaus. “O time não tinha experiência e acabou ficando na última colocação, mas isso nos motivou e no ano seguinte ficamos em oitavo lugar entre as 16 equipes que participaram”, revela Manielden Lima.  

Um troféu muito importante para a equipe veio em 2021, com a participação nas Paralimpíadas Universitárias. Os atletas trouxeram para o Acre a medalha de bronze. No ranking geral, a equipe que disputou em nome da Ufac ficou em primeiro lugar. O evento aconteceu no Centro de Treinamento da Confederação Paralímpica do Brasil, em São Paulo, entre os dias 16 e 19 de setembro.

Premiações recebidas pela seleção acreana incluindo a participação das paraolimpíadas universitárias de 2021 – Foto: Gercineide Maia

Para 2023, a Seleção Acreana de Basquete em Cadeiras de Rodas quer conquistar ainda mais. A ideia é integrar competições regionais, participar do Campeonato Universitário, da Copa da Revolução e também da Copa Acre x Rondônia, que acontecerá em Porto Velho. A ideia, segundo o presidente da Federação, Frank Thieny, é retornar dessas competições com mais medalhas e troféus.

Conheça a atual equipe da Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas: Manielden Lima Távora (técnico) e Pâmela Jhemiule (auxiliar), além dos atletas Agnaldo Casoti Borges, Ana Clara Alves de Lima, Ana Keyla da Silva Macedo, Elizeu Barros Machado Junior, Emerson de Souza Monte, Fabio Mendes de Souza, Francisco Lima de Souza, Frank Thieny Brito de Lima, Jhonathan Mendes do Vale, José Firmino de Lima, José Ricardo Freitas da Silva, Lourenço Moreira Vieira Neto, Luiz Carlos Aragão Ferreira, , Márcio Cleide José de Lima, Maria Nisse Rodrigues Ferreira, Maria Tailine da Silva Marques, Raimundo da Rocha Pereira, Thomas Rodrigues Silva, Wanderley Matos e Wemerson Pereira Sobrinho.

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O esporte contra o capacitismo

O capacitismo é toda a forma de preconceito que acontece contra a pessoa com deficiência. A crença do capacitista é alimentada toda vez que há a ideia de que a deficiência é um empecilho determinante para a independência, realização de tarefas cotidianas, inserção no mercado de trabalho, entre outras atividades.

Contrariando princípios de equidade, o comportamento capacitista é um crime de discriminação e opressão contra a pessoa com deficiência. O capacitismo vai além da inferiorização, ele mostra âmbitos que ferem a dignidade da pessoa que sofre o preconceito. Muitas vezes, as ações e falas capacitistas vêm disfarçadas de discursos de que pessoas com deficiência são heróis ou pessoas especiais que precisam sempre ser cuidadas. São atos como estes que ignoram as competências individuais de cada um, a partir de um olhar humanizado. 

De acordo com Francisco Héliton do Nascimento, professor do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do  Acre (IFAC), na legislação brasileira está caracterizado, apesar de não aparecer, o termo capacitismo ou capacitista, que é justamente é o preconceito e discriminação que as pessoas com deficiência sofrem na sociedade.

“A sociedade pode permitir, que as pessoas com deficiência interajam, ocupem seus lugares.  Se elas têm deficiência, não cabe a sociedade julgar se ela é digna ou não estar.  Devemos combater toda e qualquer forma de capacitismo. Conforme a Lei Brasileira de Inclusão, Capítulo II – Da Igualdade e da Não Discriminação,  Art. 4º,  “toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.

Francisco Héliton do Nascimento é professor do Instituto Federal do Acre – Foto: Marcos Jorge Dias

Elizeu de Souza é atleta, tem de 27 anos e pratica basquete em cadeira de rodas desde os sete anos de idade. A iniciativa veio de sua mãe, Francelina de Souza, que conta que o inseriu no esporte para seu filho levasse uma vida saudável e possível. Ela ressalta que o esporte desempenha medidas contra doenças, como depressão e ansiedade.

No vídeo abaixo, você confere um pouco do que a mãe de Elizeu de Souza diz sobre a prática do basquete em cadeira de rodas:

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Texto: Edilárdia Idalgo, Gercineide Maia, Marcos Jorge Dias, Petronilio Neto e Vitória Lauane Araújo

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