Siga a Catraia

Notícias

Na Ufac, eleições diretas do Diretório Central dos Estudantes não acontecem desde 2018

Publicado há

em

Último presidente eleito deixou gestão em 2020; quem representa os estudantes há dois anos?

Por Luana Dourado

As últimas eleições para a gestão que representa os estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac) no Diretório Central dos Estudantes (DCE) aconteceram em 2018 e  foram válidas até o dia 14 de março de 2020. De acordo com o último presidente eleito, Richard Brilhante, as eleições estavam programadas para ocorrer em abril do mesmo ano, o que não ocorreu, por conta da suspensão das aulas presenciais no dia 16 de março do mesmo ano devido à pandemia de covid-19. 

“O final do mandato coincidia com a conclusão do meu curso. Continuei respondendo até 14 de agosto de 2020, quando perdi o vínculo institucional e me afastei. Com a pandemia, as eleições foram adiadas até um momento mais oportuno”, conta o ex-presidente do DCE. 

O atual presidente do DCE é Danilo Lopes, do curso de Engenharia Florestal, que fazia parte da chapa eleita em 2018. Danilo explica que o estatuto da entidade representativa não previa eleições online: “Para que a gente fizesse essa alteração no estatuto, a proposta de alteração seria online também. Então, estaríamos em desconformidade com o estatuto desde o princípio de fazer alteração e uma eleição online. A gente tinha o entendimento de que era necessária a ampla participação dos estudantes. Na época, alguns movimentos de oposição defendiam que o ensino remoto não era participativo, porque, em tese, nem todos os estudantes conseguiriam participar. Então, se não poderiam participar do ensino remoto em uma eleição remota, também não teria como ter a participação ampla dos estudantes”.

Mesmo atuando de forma irregular, há estudantes que se sentem representados pela atual gestão que, de acordo com Danilo, é composta por cerca de 12 pessoas, sendo que algumas permanecem desde a última eleição e outras são voluntárias, estudantes que não foram eleitos no último processo eleitoral, mas que atualmente trabalham no Diretório. Com  a pandemia, alguns Centros Acadêmicos foram desativados, por conta de dificuldades de conexão. Mesmo assim, alguns cursos conseguiram se manter contato frequente com o DCE. “Eles sempre buscam saber qual é a demanda do curso. Como estávamos sem representantes no Centro Acadêmico, eles estavam fazendo essa mediação, temos esse contato próximo”, contou Elias Silva, acadêmico do curso de Teatro. 

Há estudantes, no entanto, que não conhecem as ações desenvolvidas pelo Diretório. É o caso do acadêmico do 5º período do curso de Medicina, Leonardo Novais. “Não sei quem é o presidente, nem como eles atuam, porque não acompanho”, conta. 

Já Graciela Sales, do curso de Bacharelado em Educação Física, tem conhecimento sobre algumas ações porque acompanha as redes sociais da entidade, “eu não estava aqui quando aconteceram as últimas eleições, só vejo assim por cima o que eles postam em relação aos jogos porque sigo a página no Instagram. Eu acho que me sinto representada por eles, mas não ligo muito para essas coisas”, admite. 

Nas redes sociais do Diretório é possível acompanhar os eventos promovidos na universidade, principalmente pelas atléticas, associações desportivas dos cursos. Também é possível monitorar as ações em relação ao transporte coletivo, algo que tem causado transtorno para a comunidade acadêmica. 

“A gente entende que o serviço é insatisfatório em toda a cidade e estamos em constante monitoramento da questão do transporte público. Há uma atenção especial da parte da RBtrans para a comunidade acadêmica e isso se comprova na configuração das rotas. Fizemos uma agenda com a RBtrans para tratar dessa pauta e eles se comprometeram inclusive com a reativação do terminal de integração do Ifac”, explica o presidente.

Novas eleições devem acontecer ainda neste semestre

De acordo com a União Nacional dos Estudantes (UNE), o DCE é a entidade representativa de todos os estudantes da universidade em que ele está alocado e tem o papel de discutir, definir e lutar pelos interesses do conjunto dos estudantes dentro da universidade. Ainda de acordo com a UNE, o DCE congrega diversos Centros Acadêmicos (CA’s) que são as entidades representativas dos estudantes de um curso. 

Segundo Danilo Lopes, com a pandemia, diversos Centros Acadêmicos foram desativados, o que também impossibilita o rito eleitoral do Diretório. “O processo eleitoral do DCE depende dos Centros Acadêmicos. Com o surgimento de algumas competições desportivas, algumas atléticas foram reativadas e voltaram ao funcionamento. Mas a maioria dos Centros Acadêmicos só começou a reativar a gestão com o retorno presencial. No primeiro semestre que passou foi um retorno presencial ainda muito acanhado. Com o arraial da Ufac, houve uma mobilização de reativação dos CA’s, então, houve um ganho. Estamos auxiliando no processo de reativação de vários Centros Acadêmicos que fazem parte desse processo natural do rito do processo eleitoral do DCE, que tem previsão para acontecer neste semestre letivo corrente”, detalha.

DCE não pode perder a essência

Faixa de protesto contra os cortes nas universidades | Foto: Luana Dourado

Para o ex-presidente Richard Brilhante, faltam mais debates sobre políticas estudantis e de assistência. “Eu respeito as pessoas que estão conduzindo a entidade no momento. Mesmo com o mandato vencido, é importante reconhecermos o esforço de manter uma atuação até que possam realizar novas eleições. Mas sinto falta de mais debates sobre políticas estudantis e de assistência, além de uma conversa franca com a comunidade acadêmica sobre o cenário das universidades, sobretudo da nossa Ufac. Ficou comum perdermos direitos e benefícios e não questionarmos. Acho que isso precisa mudar. Historicamente, o DCE da Ufac liderou as principais movimentações políticas na cidade. Nós sempre pautamos a melhoria do transporte público, discutimos políticas educacionais em todo o estado, apoiamos greves de categorias, sempre fomos front nas lutas e nos debates. Não podemos perder essa essência”, pondera. 

Na visão do cientista social Hugo Costa, a necessidade dos estudantes se organizarem para melhorar a formação acadêmica e reivindicar a solução de problemas, no sentido democrático de uma representação estudantil, mostra os valores da sociedade organizada. Sendo a universidade um exemplo micro, onde não só as questões individuais são levadas em conta e sim um bem maior, o todo, refletindo, assim, questões da sociedade no macro. 

No entanto, a situação da universidade e do Diretório, de acordo com o cientista social, é preocupante. “Nos últimos anos, o Brasil considera que mais investimentos em educação pública são gastos. Seria de fundamental importância que os acadêmicos estivessem cientes do risco que correm com tal política educacional. Percebo, infelizmente, que essas questões entraram no rol da polarização política onde defender ensino público de qualidade virou ‘coisa de esquerdista’, basta comparar uma reunião do colegiado com uma reunião das atléticas. Observo que é necessária uma autocrítica de mobilização dentre as representações estudantis não somente para compor chapa de eleições para o DCE, mas também para expandir o debate e explicar quais perdas são consequências dessa desorganização. Não considero que as atléticas tenham esvaziado o movimento estudantil, mas sim que o movimento estudantil perdeu tal contato”, conclui.

Onde está o estatuto?

De acordo com o ex-presidente do DCE, Richard Brilhante, o estatuto da entidade precisa estar disponível na sede do Diretório para todo estudante que solicitá-lo. Essa informação foi reforçada pelo atual presidente, Danilo Lopes, que disse que “para ter acesso ao estatuto basta solicitar”. No entanto, não foi possível encontrar o estatuto na sede do Diretório localizada no campus Rio Branco. O documento também foi solicitado ao atual presidente da entidade representativa, mas até a publicação desta reportagem não obtivemos retorno.

Esporte

Fisiculturismo no Acre: atletas ganham competições e espaço mundial em apresentações

Publicado há

em

por

Conterrâneos de Ramon Dino ganham destaque no fisiculturismo

Por Luiz Eduardo e Elis Caetano

O atleta acreano Everson Costta conquistou, em outubro de 2023, o título de Mr. Olympia Brasil, a principal competição nacional de fisiculturismo. Ele é o segundo competidor do estado a conquistar o título e irá representar o país no Mr. Olympia 2024, que acontecerá na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos. 

Natural de Sena Madureira,  Everson é educador físico e começou sua jornada no esporte em 2018, competindo em competições amadoras. Ele destaca a emoção que sentiu ao conquistar sua primeira vitória em uma competição profissional e afirma que está determinado a se preparar para o Mr. Olympia 2024.

Everson Costta, atleta da Competição Nacional de Fisiculturismo. Foto: Reprodução/Internet

“Ser campeão do Mr. Olympia Brasil significa muito para mim. Sou o segundo acreano a realizar esse feito, o primeiro foi o Ramon, que é o segundo colocado na categoria (mundial), e estaremos juntos competindo no ano que vem. Isso é muito gratificante e a realização de um sonho em representar o Acre e o Brasil” – destaca.

Não é de hoje que o Acre tem conquistado um reconhecimento no fisiculturismo. A cena dos atletas têm sido bastante comentada mundo afora e vem crescendo não só na capital, mas em todo o estado.

Nos últimos cinco anos muitos destaques acreanos avançaram e se profissionalizaram, ganhando concursos, patrocínios e eventos importantes. Os Acreanos que representam este grupo de competidores profissionais no Acre, além de Everson Costta são, Ramon Dino, Andréa Gadelha e Herlayne Braga.

Andreia Gadelha é natural de Epitaciolândia, cidade do interior do Estado. Foto: Reprodução/Internet

Ramon Dino tem 29 anos, nasceu em Rio Branco e começou a musculação através da  calistenia na adolescência e logo se destacou por seu desenvolvimento muscular. Competiu pela primeira vez em 2017 aos 22 anos e já participou de três Mr. Olympia. Na sua estreia em 2021 ficou em quinto lugar, e no seguinte alcançou o segundo lugar.

Em outubro de 2021, Ramon venceu e conquistou o Overall (disputa entre os campeões de todas as divisões da categoria) da Classic Physique, colocando seu nome oficialmente no circuito profissional do fisiculturismo brasileiro.

Conhecido apenas como “Dino”, Ramon atualmente detém o título de vice-campeão do Mr. Olympia e campeão do Arnold Sports na categoria Classic Physique. 

Ramon Dino venceu e conquistou o Overall em outubro de 2021. Foto: Reprodução/Internet

Continue lendo

Esporte

Torneio de vôlei abre calendário da Federação de Desporto Universitário

Publicado há

em

por

Quinari no feminino e Alkaida no masculino foram os campeões do torneio Robélia Fernandes.

Por Luiz Eduardo

O torneio de vôlei Robélia Fernandes foi realizado entre os dias 24 e 25 de fevereiro, no Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), em Rio Branco, capital do Acre. 

A competição teve a participação de seis equipes no masculino e no feminino. Na final do feminino, a equipe Quinari venceu as Lendárias por 2 sets a 0, com as parciais de 18×10 e 18×14. No masculino, o time da Alkaida bateu a Seleção Acreana por 18×16 e 20×18. 

O torneio foi a competição que abriu as atividades programadas do calendário da Federação de Desporto Universitário (FDUA), que conta com mais 11 eventos.

Jogos Universitários

As seletivas para os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) de e-Sports, lutas, vôlei de quadra e de praia, futsal, basquete, handebol e beach tênis serão realizadas entre os meses de março e junho. 

Segundo o presidente da FDUA, Renner Carvalho, o JUBs deve ocorrer no mês de outubro, mas segue sem local definido. “Estamos fazendo todas as competições no primeiro semestre para dar tempo das universidades, faculdades e equipes se organizarem na compra de passagens e logística”. Como os jogos nacionais serão no segundo semestre, as equipes locais terão alguns meses para se organizarem “para viajar tranquilamente e representar bem o nosso estado”, disse o dirigente. 

A FDUA segue em busca de firmar parcerias para divulgar as datas e os locais das próximas competições.

Continue lendo

Cultura

Cinema educativo: promovendo a cultura para a população

Publicado há

em

por

As produções audiovisuais podem ser utilizadas como ferramenta para impulsionar a educação e transformar a realidade da população.

Por Letícia Vale e Arinelson Morais

A educação e a cultura desempenham um papel vital na promoção da diversidade e da inclusão ao divulgar conhecimento sobre as tradições de diferentes grupos, pois os cidadãos desenvolvem uma compreensão mais profunda e respeitosa das diferenças. Isso contribui para a construção de uma sociedade mais harmoniosa, onde cada indivíduo ou grupo deve ser respeitado, independentemente de sua origem, crença, cor, condição física, psíquica ou social.

Segundo Teddy Falcão, profissional do audiovisual e estudante de cinema acreano, “o cinema pode ser uma ferramenta versátil e eficaz de educação no estado do Acre”. Ele acredita que a exibição de filmes com debates públicos pode contribuir para a conscientização ambiental, preservação cultural, acesso à informação e desenvolvimento do turismo sustentável na região, tanto no aprendizado formal como na capacitação audiovisual, que pode incentivar a profissionalização nessa indústria criativa.

O Acre possui forte influência da cultura dos povos originários, dos povos afro-brasileiros e de pessoas de diferentes regiões do país. A educação por meio de filmes busca fortalecer, preservar e promover a inclusão social e identificação com a história local. No entanto, para Falcão, “é importante que haja esforços para tornar o cinema acessível às comunidades locais e incorporá-lo de maneira significativa à educação e ao desenvolvimento da região.”

A educação cultural em Rio Branco contribui para o fortalecimento da identidade local ao ensinar sobre a história, tradições, mitos e costumes das diferentes comunidades que compõem a cidade, a população se torna mais consciente de sua própria herança cultural, promovendo o respeito e a valorização das raízes locais, ao mesmo tempo em que fortalece o sentimento de pertencimento.

Espaços  da cultura audiovisual

  • Filmoteca acreana

Dos poucos locais que transmitem filmes com o objetivo de educar e promover cultura para a população na capital, a Filmoteca está localizada dentro da Biblioteca Pública do Estado, em frente à Praça da Revolução, em Rio Branco. Exibe diariamente filmes das mais diferentes categorias na busca de incentivar a cultura para a população. 

Os filmes são exibidos no período da tarde, e em alguns períodos do ano, eles seguem temáticas específicas, como a exibição de filmes infantis na Semana da Criança, quando é comemorado o dia 12 de outubro.

A Biblioteca Pública exibe filmes como forma de entreternimento e educação para a população. Foto: Acervo do Governo do Acre
  • Cineclube Opiniões

O Cineclube Opiniões foi fundado há 13 anos e busca, por meio da exibição de filmes e rodas de conversa, promover ações de formação audiovisual, tendo a comunidade como principal parceira dessas realizações. O Cineclube, apesar de não ter nenhuma ligação governamental, utiliza a Filmoteca como casa para fazer debates sobre os mais diversos assuntos, por meio de filmes que auxiliam na conscientização e comunicação de temas importantes para a sociedade. 

As sessões ocorrem no 1º e 3º sábado de cada mês e são divulgadas por meio do Instagram da organização, porém as sessões estão paralisadas e sem previsão de retorno. 

O Cine Clube Opinião divulga por meio do instagram o filme, horário e local. Foto: Reprodução/Instagram
  • Cine Teatro Recreio

O Cine Teatro Recreio é um dos mais tradicionais espaços que promovem cultura na capital acreana, localizado em um dos pontos turísticos da capital, o Calçadão da Gameleira, exibe periodicamente filmes do circuito alternativo, premiados em festivais de variados países ou produções independentes.

O Cine Recreio é coordenado pela Fundação Elias Mansour, órgão da Secretaria de Estado de Administração. Com pouca divulgação e baixa bilheteria nas exibições, o local passa por instabilidades no funcionamento, tendo em vista o fraco apoio governamental.

Foto: Acervo do Governo do Acre

Dificuldades

Um dos principais desafios enfrentados é a falta de investimento em estratégias de divulgação eficazes de espaços e grupos que promovem a cultura no estado do Acre, o que muitas vezes leva à pouca visibilidade desses locais que já utilizam o cinema para criar um ambiente de debate e socialização. Sem uma divulgação adequada, muitas sessões passam despercebidas pelo público, limitando o impacto cultural que poderiam ter.

Para superar esse desafio, é fundamental que haja um esforço conjunto entre o governo, instituições culturais e a sensibilização da população sobre a importância da participação ativa nesses locais que incentivam e apoiam o cinema no estado.

Continue lendo

Mais Lidas