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A depressão e ansiedade no pós isolamento da COVID-19

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Por Ingrid da Silva Moura e Mirlane Pereira dos Santos

Mais bebida, menos horas de sono, mais comida ultra processada, menos exercícios, mais tempo na internet e tv. Tudo isso contribuiu consideravelmente para o aumento da depressão e ansiedade nos brasileiros. O isolamento social foi uma experiência desagradável para todos. Por isso, muitas pessoas sentiram-se confusas e amedrontadas, impactando em sua saúde mental. 

Várias condições explicaram a maior prevalência entre os jovens e adultos dos sintomas de depressão e ansiedade no período pandêmico. Esta nova realidade introduziu diversos fatores de stress, incluindo solidão decorrente do isolamento social, medo de contrair a doença, morte de pessoas próximas, tensão econômica e incertezas sobre o futuro.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com depressão e ansiedade aumentou muito na última década. De acordo com dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), durante o isolamento social o índice de depressão e ansiedade aumentou cerca de 25% em todo o mundo.

A estudante Hendely Barcio, 17 anos, afirma que nunca havia notado sintomas de depressão e ansiedade, mas tudo mudou com a Covid-19. “Tinha uma vida normal, saia com meus amigos, ia à escola, tinha uma rotina muito ativa. Lembro como se fosse ontem quando ouvi falar desse Corona, parece que meu mundo caiu ali”. Ela percebeu os primeiros sintomas assim que decretou-se o lockdown no Acre. Com a mudança na rotina e o medo de contrair a doença, a ansiedade tomou conta. “Ficava imaginando como seria se eu pegasse a Covid, a cada notícia que saia sobre eu ficava cada vez mais temerosa. Pensava não somente em mim, mas também na minha família.”

A jovem decidiu procurar ajuda quando começou a perceber que os sintomas de ansiedade e depressão começaram a ficar mais intensos e visíveis. “Não tinha vontade de fazer nada, somente de dormir, queria acordar e ver que aquilo era um sonho. Vi que tinha de sair daquela situação, falei com minha mãe e fomos ao psicólogo. Agora vou lá toda semana e os sintomas de ansiedade e depressão diminuiram”. Ela aconselha a todos que aos primeiros sintomas se busque ajuda de um profissional para que o tratamento possa ser iniciado o mais rápido possível.

Diagnosticada com depressão no início de 2019, Leila Silva, 35 anos, é professora da rede municipal de Educação. A chegada da Covid-19 fez com que os sintomas ficassem mais aparentes. “Tinha sido diagnosticada no início de 2019 com depressão, estava fazendo o tratamento certinho, como o psicólogo havia dito. Minha rotina era exaustiva, quase não tinha tempo de nada, mas no final do ano, com a chegada da pandemia, tudo mudou. De uma hora para outra ficamos isolados em casa com medo não só da Covid, mas com as incertezas que nos cercavam”. 

Assim que ela notou que os sintomas estavam piorando, foi logo falar com seu psicólogo para ver o que poderia ser feito para ajudá-la. “Entrei em contato com ele para ver o que poderíamos fazer, não queria que aqueles sentimentos tomassem conta de mim. Liguei para o psicólogo e conversamos durante um tempo. E ele me aconselhou a fazer atividades extras como ler, me exercitar, escutar músicas, coisas que me fizessem relaxar”. 

A professora deixa um recado para quem já tinha ou desenvolveu sintomas de depressão durante a pandemia: “procurem ajuda, não tenham medo ou vergonha do que vão dizer, depressão é uma doença e já existe tratamento pra ela, converse com alguém de sua confiança, procure um médico e inicie o tratamento”

A psicóloga Ivone Barros, 40 anos, afirma que durante a pandemia a procura por atendimento aumentou bastante, por pessoas de todas as idades e classes sociais. Para ela, a busca por ajuda psicológica pode significar que as pessoas estão diminuindo o preconceito que ainda existe com esse tipo de acompanhamento. 

A relação com à Covid-19, a procura por atendimento está em vários fatores: mais tempo em casa, incertezas econômicas, medo de contrair o vírus e de perder pessoas próximas. “Tudo isso fez com que mais e mais pessoas começassem a notar sintomas de ansiedade e depressão e fossem procurar ajuda tanto na rede pública de saúde quanto privada”, explica a psicóloga. 

A profissional de saúde diz que os sintomas “não são mais vistos como frescura e sim como uma doença que precisa de tratamento”. Entende-se como necessária uma maior divulgação das medidas e práticas de preservação da saúde mental. Também é essencial a disponibilização de serviços online para atenção às pessoas que precisam de cuidados, mas que, por motivos de saúde, precisam manter o distanciamento social ou possuem limitações para deslocamento.

Aos primeiros sintomas de depressão ou ansiedade procure ajuda de um familiar ou procure ajuda de um profissional qualificado para ajudar você. Ele ajudará você com acompanhamento e dicas de como lidar com os sintomas no dia-a-dia. Caso você não possa ir até o profissional ele poderá atendê-lo virtualmente ou via ligação de voz.

Depressão não é frescura, procure ajuda. 

Ligue para o 188  Centro de Valorização da Vida (CVV)

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Esporte

Fisiculturismo no Acre: atletas ganham competições e espaço mundial em apresentações

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Conterrâneos de Ramon Dino ganham destaque no fisiculturismo

Por Luiz Eduardo e Elis Caetano

O atleta acreano Everson Costta conquistou, em outubro de 2023, o título de Mr. Olympia Brasil, a principal competição nacional de fisiculturismo. Ele é o segundo competidor do estado a conquistar o título e irá representar o país no Mr. Olympia 2024, que acontecerá na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos. 

Natural de Sena Madureira,  Everson é educador físico e começou sua jornada no esporte em 2018, competindo em competições amadoras. Ele destaca a emoção que sentiu ao conquistar sua primeira vitória em uma competição profissional e afirma que está determinado a se preparar para o Mr. Olympia 2024.

Everson Costta, atleta da Competição Nacional de Fisiculturismo. Foto: Reprodução/Internet

“Ser campeão do Mr. Olympia Brasil significa muito para mim. Sou o segundo acreano a realizar esse feito, o primeiro foi o Ramon, que é o segundo colocado na categoria (mundial), e estaremos juntos competindo no ano que vem. Isso é muito gratificante e a realização de um sonho em representar o Acre e o Brasil” – destaca.

Não é de hoje que o Acre tem conquistado um reconhecimento no fisiculturismo. A cena dos atletas têm sido bastante comentada mundo afora e vem crescendo não só na capital, mas em todo o estado.

Nos últimos cinco anos muitos destaques acreanos avançaram e se profissionalizaram, ganhando concursos, patrocínios e eventos importantes. Os Acreanos que representam este grupo de competidores profissionais no Acre, além de Everson Costta são, Ramon Dino, Andréa Gadelha e Herlayne Braga.

Andreia Gadelha é natural de Epitaciolândia, cidade do interior do Estado. Foto: Reprodução/Internet

Ramon Dino tem 29 anos, nasceu em Rio Branco e começou a musculação através da  calistenia na adolescência e logo se destacou por seu desenvolvimento muscular. Competiu pela primeira vez em 2017 aos 22 anos e já participou de três Mr. Olympia. Na sua estreia em 2021 ficou em quinto lugar, e no seguinte alcançou o segundo lugar.

Em outubro de 2021, Ramon venceu e conquistou o Overall (disputa entre os campeões de todas as divisões da categoria) da Classic Physique, colocando seu nome oficialmente no circuito profissional do fisiculturismo brasileiro.

Conhecido apenas como “Dino”, Ramon atualmente detém o título de vice-campeão do Mr. Olympia e campeão do Arnold Sports na categoria Classic Physique. 

Ramon Dino venceu e conquistou o Overall em outubro de 2021. Foto: Reprodução/Internet

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Esporte

Torneio de vôlei abre calendário da Federação de Desporto Universitário

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Quinari no feminino e Alkaida no masculino foram os campeões do torneio Robélia Fernandes.

Por Luiz Eduardo

O torneio de vôlei Robélia Fernandes foi realizado entre os dias 24 e 25 de fevereiro, no Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), em Rio Branco, capital do Acre. 

A competição teve a participação de seis equipes no masculino e no feminino. Na final do feminino, a equipe Quinari venceu as Lendárias por 2 sets a 0, com as parciais de 18×10 e 18×14. No masculino, o time da Alkaida bateu a Seleção Acreana por 18×16 e 20×18. 

O torneio foi a competição que abriu as atividades programadas do calendário da Federação de Desporto Universitário (FDUA), que conta com mais 11 eventos.

Jogos Universitários

As seletivas para os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) de e-Sports, lutas, vôlei de quadra e de praia, futsal, basquete, handebol e beach tênis serão realizadas entre os meses de março e junho. 

Segundo o presidente da FDUA, Renner Carvalho, o JUBs deve ocorrer no mês de outubro, mas segue sem local definido. “Estamos fazendo todas as competições no primeiro semestre para dar tempo das universidades, faculdades e equipes se organizarem na compra de passagens e logística”. Como os jogos nacionais serão no segundo semestre, as equipes locais terão alguns meses para se organizarem “para viajar tranquilamente e representar bem o nosso estado”, disse o dirigente. 

A FDUA segue em busca de firmar parcerias para divulgar as datas e os locais das próximas competições.

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Cultura

Cinema educativo: promovendo a cultura para a população

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As produções audiovisuais podem ser utilizadas como ferramenta para impulsionar a educação e transformar a realidade da população.

Por Letícia Vale e Arinelson Morais

A educação e a cultura desempenham um papel vital na promoção da diversidade e da inclusão ao divulgar conhecimento sobre as tradições de diferentes grupos, pois os cidadãos desenvolvem uma compreensão mais profunda e respeitosa das diferenças. Isso contribui para a construção de uma sociedade mais harmoniosa, onde cada indivíduo ou grupo deve ser respeitado, independentemente de sua origem, crença, cor, condição física, psíquica ou social.

Segundo Teddy Falcão, profissional do audiovisual e estudante de cinema acreano, “o cinema pode ser uma ferramenta versátil e eficaz de educação no estado do Acre”. Ele acredita que a exibição de filmes com debates públicos pode contribuir para a conscientização ambiental, preservação cultural, acesso à informação e desenvolvimento do turismo sustentável na região, tanto no aprendizado formal como na capacitação audiovisual, que pode incentivar a profissionalização nessa indústria criativa.

O Acre possui forte influência da cultura dos povos originários, dos povos afro-brasileiros e de pessoas de diferentes regiões do país. A educação por meio de filmes busca fortalecer, preservar e promover a inclusão social e identificação com a história local. No entanto, para Falcão, “é importante que haja esforços para tornar o cinema acessível às comunidades locais e incorporá-lo de maneira significativa à educação e ao desenvolvimento da região.”

A educação cultural em Rio Branco contribui para o fortalecimento da identidade local ao ensinar sobre a história, tradições, mitos e costumes das diferentes comunidades que compõem a cidade, a população se torna mais consciente de sua própria herança cultural, promovendo o respeito e a valorização das raízes locais, ao mesmo tempo em que fortalece o sentimento de pertencimento.

Espaços  da cultura audiovisual

  • Filmoteca acreana

Dos poucos locais que transmitem filmes com o objetivo de educar e promover cultura para a população na capital, a Filmoteca está localizada dentro da Biblioteca Pública do Estado, em frente à Praça da Revolução, em Rio Branco. Exibe diariamente filmes das mais diferentes categorias na busca de incentivar a cultura para a população. 

Os filmes são exibidos no período da tarde, e em alguns períodos do ano, eles seguem temáticas específicas, como a exibição de filmes infantis na Semana da Criança, quando é comemorado o dia 12 de outubro.

A Biblioteca Pública exibe filmes como forma de entreternimento e educação para a população. Foto: Acervo do Governo do Acre
  • Cineclube Opiniões

O Cineclube Opiniões foi fundado há 13 anos e busca, por meio da exibição de filmes e rodas de conversa, promover ações de formação audiovisual, tendo a comunidade como principal parceira dessas realizações. O Cineclube, apesar de não ter nenhuma ligação governamental, utiliza a Filmoteca como casa para fazer debates sobre os mais diversos assuntos, por meio de filmes que auxiliam na conscientização e comunicação de temas importantes para a sociedade. 

As sessões ocorrem no 1º e 3º sábado de cada mês e são divulgadas por meio do Instagram da organização, porém as sessões estão paralisadas e sem previsão de retorno. 

O Cine Clube Opinião divulga por meio do instagram o filme, horário e local. Foto: Reprodução/Instagram
  • Cine Teatro Recreio

O Cine Teatro Recreio é um dos mais tradicionais espaços que promovem cultura na capital acreana, localizado em um dos pontos turísticos da capital, o Calçadão da Gameleira, exibe periodicamente filmes do circuito alternativo, premiados em festivais de variados países ou produções independentes.

O Cine Recreio é coordenado pela Fundação Elias Mansour, órgão da Secretaria de Estado de Administração. Com pouca divulgação e baixa bilheteria nas exibições, o local passa por instabilidades no funcionamento, tendo em vista o fraco apoio governamental.

Foto: Acervo do Governo do Acre

Dificuldades

Um dos principais desafios enfrentados é a falta de investimento em estratégias de divulgação eficazes de espaços e grupos que promovem a cultura no estado do Acre, o que muitas vezes leva à pouca visibilidade desses locais que já utilizam o cinema para criar um ambiente de debate e socialização. Sem uma divulgação adequada, muitas sessões passam despercebidas pelo público, limitando o impacto cultural que poderiam ter.

Para superar esse desafio, é fundamental que haja um esforço conjunto entre o governo, instituições culturais e a sensibilização da população sobre a importância da participação ativa nesses locais que incentivam e apoiam o cinema no estado.

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